Minha Vida não é Nada sem Você escrita por Letícia Silveira


Capítulo 2
Capítulo 1




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"A vida é aquilo que acontece enquanto você está planejando o futuro."

John Lennon




– Você conhecia a minha família? - Eu perguntei mentalmente que eu acabara de fazer, mas dessa vez a minha voz saiu trêmula.



– Sim, Nessie. - Ele ainda me fitava, esperando a minha reação. Mas nem eu mesma sabia qual era ou seria a minha reação.

– Espera... Nessie? - Verbalizei o meu pensamento.


– É o lobo que lhe deu este apelido. - Ele profanou isso como quem diz: o céu é azul e eu estou usando jeans. Ou seja, não tem nada haver uma coisa com a outra!


– Lobo? Eu tenho apelido? - No orfanato, as crianças me chamavam de Renesmee e nunca inventaram nenhum apelido a não ser madre Maria Teresa que me apelidou carinhosamente de Mee (pronuncia-se May).

– Você já provou sangue? - Ele sussurrou, obviamente para nenhuma pessoa ouvir ao redor.


– Já sim. - Murmurei envergonhada.

– Gostou? - Ele perguntou curioso. Corei, esse era o meu mais secreto segredo, mas eu sentia algo que me dizia que eu deveria confiar nele. Assenti com a cabeça. Ele continou: - Isso porque você é uma meia-humana meia-vampira, assim como eu.


– Co-como ass-ssim? - Gaguejei, diante do choque.

– Sua mãe era humana quando engravidou de seu pai, um vampiro. Ela quase morreu no parto, então precisou ser transformada no parto. Os vampiros se alimentam de sangue humano, mas a sua família não. Você tem uma família muito grande, o que é raro para vampiros. Você tem avô e avó, mãe e pai, tios e tias. E todos se alimentam do sangue de animais, para não terem de matar humanos. Eu, que sou assim como você, preciso um pouco de sangue, então vou caçar de vez em quando nos arredores de Londres. Mas conte me, como você se alimentou de sangue? - Ele perguntou, aparentando estar muito calmo, enquanto eu tentava assimilar tudo o que ele havia dito.

Primeiro: Eu tenho uma família.

Segundo: Tenho uma família que é um bando de vampiros.

Terceiro: Tenho uma família que é um bando de vampiros, mas que não matam humanos, sim animais.

Quarto: Tenho uma família que é um bando de vampiros, mas que não matam humanos, sim animais, e eu sou fruto de um amor de uma humana com um vampiro.

Quiinto: Tenho uma família que é um bando de vampiros, mas que não matam humanos, sim animais, e eu sou fruto de um amor de uma humana com um vampiro e quase matei a minha mãe no parto.

Sexto: Tenho uma família que é um bando de vampiros, mas que não matam humanos, sim animais e eu sou fruto de um amor de uma humana com um vampiro e quase matei a minha mãe no parto e por isso eu sou uma aberração: meia-vampira e meia-humana!

Só então eu percebi que chorava, mas, com as minha emoções tão conturbadas, eu não sabia se era de felicidade, por ter encontrado a minha família, raiva, por quem me abandonou naquele orfanato (alguém que não era da minha família) ou tristeza por eu ser uma aberração que sofreu todos esses anos por causa do idiota que me abandonou naquele lugar horrível (assim eu tenho mais raiva).

– Não chore, Nessie.- Ele repetiu o apelido, me fazendo lembrar uma coisa.

– Lobo?

– Existe mais mistérios na terra do que o homem conhece. Existem transmorfors, que se transformam em lobisomem, e são os inimigos naturais dos vampiros, isto lá em Forks, Washington, EUA. Mas como a sua família foge um pouco dos padrões, eles são bem amigos dos lobos. Foi o Jacob quem lhe deu esse apelido... - Jacob. Esse nome fez o meu coração falhar uma batida, mas eu não sei porque. - Alías, Ness, você quer ir para Forks comigo? Sua família vai adorar lhe ver de novo.

Eu conhecendo a minha família?

– Sim! O quanto antes. Quando você pode me dar folga aqui do bar. Quer dizer, isso se você me der o emprego. - Corei envergonhada.

– Você não precisa trabalhar. Sou um velho conhecido de sua família. Eu pago as suas contas e qualquer coisa depois eles me pagam. Vou ver o próximo voo, certo?

– Tudo bem, então. Mas eu não me encomodo por trabalhar aqui. - Sorri, tentando ser amigável com um homem tão carinhoso, que parecia se importar comigo.

– Não vai ser preciso. Ligarei agora mesmo para o aeroporto.

– Ok. - Eu me limmitei a assentir e ele disse para que eu fosse ao bar. Fui para li e permanecia vazio, apenas com aquele idiota do Renan.

Passaram se em torno de quarenta minutos, aturando cantadas de Renan e indiretas, até Nahuel me chamar em seu escritório. Todo esse tempo que passara, eu só conseguia pensar na minha família, em como ela deveria me receber.

Imaginei vampiros. Nunca havia nem passado pela minha cabeça ter uma família vampira, ou ser uma. Mesmo eu sendo só meia, eu tinha heranças vampíricas no sangue.

Bati levemente na porta de Nahuel, fazendo o famoso barulho "toc-toc". Ouvi a voz de sinos de meu... amigo do outro lado da porta, falando "entra".

– Conseguiu um voo? - Perguntei, ao me sentar na poltrona.

– Sim, o próximo já sai daqui a três horas. Daqui a uma hora estou indo para o aeroporto. Encontro você lá, tudo bem?

– Pode ser. - Ele estava com um grande sorriso estampado no rosto, que a princípio eu não entendi.

Quando eu percebi, já estávamos no avião, pousando em Washington. O meu coração chegava a estar mais acelerado do que o normal, pois eu estava

– Nahuel, você pode me falar como é a minha família? - Pedi e eu tinha certeza que os meus olhos brilhavam de curiosidade.

– Claro, Nessie. Bem, alguns vampiros de sua família possuem poderes. - Ele sussurava, afim dos outros não ouvirem. - Seu pai, Edward, consegue ler mentes, então ele poderá ler a sua quando estivermos chegando. Sua mãe, Isabella, pode fazer um escudo mental. É muito útil contra os poderes mentais dos outros vampiros. Sua tia, Alice, que parece uma fada de tão saltitante - eu ri com essa descrição - pode prever o futuro.

– O futuro? E será que ela me viu chegando? - Fiquei cabisbaixa só de pensar que a minha possível tia estragasse a minha surpresa.

– Ela não consegue nos ver. Suas visões são subjetivas. Depende do que nós decidimos, ela prevê. Mas ela enxerga muito mal mestiços e não deve ter nos visto chegando. Também não enxerga nada dos transmorfos. - Assenti e pedi para ele continuar falando sobre a minha família. - Bem, o seu tio Jasper, controla suas emoções. Ele pode tanto fazer com que você sinta raiva, como também fique calma. É muito propício o seu poder quando se está estressado. - Ele riu da própria piada. Não entendi o porquê. - Seu tio Emmett é incrivelmente forte, mas não possue um poder em específico. Agora, o único membro além deles que possue um poder é... você. - Ele sorriu e eu falei um pouco alto de mais, ainda no avião.

– EU?

– Nessie, por favor, não queremos chamar atenção. Você pode transmitir imagens ou pensamentos através do toque da mão. Era assim que você se comunicava quando pequena com a sua família. - Tentei usar o meu poder: É mesmo? Perguntei através do meu poder.

– Viu, eu sei que você acabou de pensar "é mesmo?". Mas você pode controlar o seu poder, por isso não deve ter descoberto até hoje, pois o bloqueava.

Assenti e nós descemos do avião, afim de pegar um carro alugado no qual dirigiríamos até Forks.

Estávamos na cotovia de Forks, de acordo com Nahuel, próximos a casa, onde meu pai já deveria ter lido a minha mente.


~.POV (Point of View) ou PDV (Ponto de Vista) do Narrador:~

Nahuel estava muito concentrado em dirigir e direcionava os seus pensamentos para a possível reação de Edward e Bella. Sentiu vários odores ruins e logo pensou que era possível ter alguns lobos na casa dos Cullen.

Enquanto isso, a casa dos Cullen estava silenciosa. Carlisle estava em seu escritório, lendo mais um de seus livros históricos, o que era uma cena rara agora, pois, desdo desaparecimento de Renesmee, ele evita ficar em casa para não aturar os olhares doloridos de seus filhos. Ele passava quase vinte e quatro horas no hospital.

Já Jasper se mantinha mais afastado, pois não aguentava mais sentir as dores dos outros. Não aguentava mais aquele ambiente melancólico e que demonstrava a dor profunda da perda de sua sobrinha, Renesmee. Alice não era mais aquela Alice saltitante e alegre que lemos nas histórias. Agora, ela era uma Alice mais na dela, sempre tentando animar o seu parceiro, Jasper, e tentava animar a família, mas não conseguia. A única coisa que a desestressava era as compras! Ela praticamente vivia no shopping, arrecadando belas dívidas para os Cullen, os quais não se abalavam por questões financeiras. Rosalie, tia de Renesmee, se tornara mais armagurada do que já era, pois havia sido como perder uma filha para ela. A única coisa que a "animava", digamos assim, era Emmett. Eles passavam quase vinte horas por dia em "atividades" no quarto, saindo apenas para caçar. Emmett, como puderam ver, só se animava com os "exercícios dados por Rosalie", se não fosse isso, ele teria entrado em uma depressão profunda! Nem piadas era muito comum, ultimamente, vindas de Emmett. Esme, avó de Renesmee, passava o dia limpando a casa, mesmo não precisando. Quando ela parava de limpar, ela olhava para os seus filhos e nos olhos deles, via a perda de sua neta, uma ferida que jamais seria curada, sem a presença da mesma. Mal ela sabia o que o destino lhe esperava.

Bella entrara em depressão, sempre cabisbaixa e com uma expressão de dor no rosto, fazendo Edward sofrer mais do que já sofria. Normalmente, os dois ficavam no chalé, assim Edward não lia na mente dos outros a dor dos mesmos. Edward só não enlouqueceu, mesmo vendo a expressão de sofrimento da Bella, pois algo o dizia para não desistir. Ele acreditava fielmente nisto.

Enquanto Renesmee estava na cotovia próxima a casa dos Cullen, Carlisle lia o seu livro, Rosalie e Emmett haviam ido caçar com Edward e Bella, Alice e Jasper estavam no jardim, Esme acomodava as visitas recém chegadas, enquanto ia chamar os seus filhos adotivos no jardim. As visitas que estavam na casa dos Cullen, era nada mais, nada menos, que alguns lobos. Embry, Seth, Jake e a loba Leah estavam lá. Jacob, mais conhecido como Jake, era o único dali que havia tido uma impressão. Mas, depois de várias investidas de Leah, acabou resistindo, pois acreditava que a Nessie nunca iria voltar. Isso causava uma profunda dor em seu peito, que nunca foi e nunca seria fechada.

Naquele dia, naquele lugar, Leah e Jacob iriam anunciar o noivado aos Cullen. Leah estava radiante, de mãos dadas com Jacob, que tinha uma expressão de dor por voltar àquela casa que lhe trazia tantas recordações.

– Calma, Jake. - Leah sussurou em seu ouvido, querendo lhe ajudar a enfrentar os desafios da vida. Era por esse, entre outros motivos, que Jacob havia a pedido em casamento, afim de ter uma companheira a quem pudesse revelar todos os seus medos, dores e quem pudesse o reconfortar. Claro, que Leah sabia das compliacações do seu relacionamento com Jake, como ele seria carente, por exemplo, mas não se incomodava com o fato.


Só o que ela não imaginava era que o destino pregaria uma peça, novamente, com ela. Será que ela resistiria?

Foi então que a campainha de casa foi tocada. 


"A vida a trata com você se trata"

Luiz Gasparetto



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Notas finais do capítulo

Capitulo fundamental, mesmo estando meio chatinho. O próximo aguarda grandes emoções, então, se for cardíaco, não leia. Eu avisei... Beijos. Reviews, por favor!