Black Caviar escrita por Stormy McKnight


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá! Tudo bem?

Essa One foi inspirado em um sonho que eu tive. Eu tive que adaptar algumas coisas, já que o sonho não tava rendendo muito material para uma one.

Boa leitura!



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Então eu estava nesse lugar todo escuro com várias pessoas ao redor. No meio delas havia essa garota loira que tinha o cabelo preso com dois coques na lateral, ela usava uma maquiagem branca no rosto, dando um ar bastante pesado, seus lábios eram pintados de preto, e a mesma possuía um piercing de argola no lábio inferior. A mesma vestia um sobretudo preto fechado, com uma calça da mesma cor, e botas tipo coturno. Ela usava também um par de luvas sem dedos também na cor preta.

A garota parecia ter uns 19 ou 20 anos, e carregava consigo a tampa de uma caixa feita de madeira que parecia conter várias bolinhas verdes e pequenas, mais ou menos do mesmo tamanho de bolas de gude.

Ela ia de pessoa em pessoa entregando uma pérola e perguntando o desejo delas, que depois disso iam desaparecendo dali.

Fiquei curioso e fui até ela ver do que exatamente se tratava. Quando cheguei perto dela, ela abriu um sorriso amarelo para mim.

“Oi!”, ela me cumprimentou.

“Olá!”, eu devolvi.

“Desculpa, mas...o que são essas bolinhas que você entrega para as pessoas?”, inquiri.

“Pérolas. Elas são pérolas”, ela me corrigiu.

“Certo. O que são essas pérolas?”

“Essas pérolas podem realizar um desejo, mas...elas podem trazer azar.”, a mesma explanou.

“Trazer azar?”

“Sim. Sendo bem direta com você, as pérolas realizam um desejo seu, mas em troca, você morre”, dito isso ela soltou uma pequena risada.

Fiquei perplexo com aquela explicação.

“Você quer testar?”

Eu fiquei deveras animado para testar as tais pérolas.

“Sim”, repliquei.

“Qual é o seu desejo?”, ela me interrogou.

Eu não respondi. Acho que eu estava tentado com a beleza daquela vendedora misteriosa que acabei ficando incerto quanto a resposta que eu iria dar.

Então ela se apressou e pegou uma das tais “Pérolas” da caixa e a fitou. Pareceu que meu desejo fora espelhado na pequena esfera, e ela avaliou como uma vidente que lê uma bola de cristal.

“Hmm...interessante. Esse desejo irá se realizar, mas...você morrerá em um lugar que você não gosta.”, ela comentou.

Eu estava estático.

Então ela me deu a pérola e me disse o que fazer.

“Aqui, pegue essa pérola e pise nela. O seu desejo e o seu azar, ambos se realizarão. Então, você tem algum tempo para se despedir de alguém que você ama. Depois disso, você morrerá.”

Então eu peguei a pérola da mão dela, joguei a no chão e pisei nela. A pérola se quebrou.

Eu fui transportado para uma estação de metrô em Nova York.

Olhei ao meu redor e vi as pessoas esperando por seus transportes ou entrando nos mesmos.

Fiquei a ponderar sobre a questão de me despedir de alguém que eu amo naquele lugar.

Quem seria essa pessoa? E o mais importante é, como eu iria encontrá-la nesse lugar? Afinal, existem muitas pessoas aqui. Como eu vou saber quem é que eu estou procurando.

Vasculhei ao meu redor, olhando para todas as pessoas ali naquele metrô.

Foi quando eu comecei a ouvir uns estalos de salto alto que pareciam vir de uma das escadas que haviam na plataforma.

Eu voltei o meu olhar e vi um par de pernas com salto preto. Fui subindo o olhar, e vi um casaco felpudo com estampa de oncinha e bem grosso, parecia bastante pesado para o corpo daquela mulher que vinha descendo a escada. Ela carregava uma bolsa de marca no ombro, usava luvas pretas de couro e um chapéu coco da mesma cor na cabeça, que parecia ser raspada. Sua pele era negra com lábios um pouco carnudos. Os olhos dela eram verde claro, e ela tinha uma porção de brincos no canto das orelhas. No rosto dela, uma sombra branca bem fraca e os olhos eram delineados de preto. Ela parecia ser uma mulher muito fina e chique, dessas mulheres Podres de ricas.

Eu sei, parece aquele estereótipo de mulher perfeita, com curvas sensuais, sem nenhuma celulite aparente, nenhum pneusinho, nenhuma ruga ou marca de expressão, aquele tipo de mulher que deixa as outras todas indignadas, MAS...eu também me surpreendi com o naipe daquela mulher, aparentemente só uma ilustre desconhecida.

Ela foi descendo a escada e veio até mim. Então ela se aproximou e parou.

"Oi, querido!", ela me cumprimentou.

"Oi!", eu disse meio tímido.

Então ela deu um beijo em mim e se afastou.

"Desculpa perguntar isso, mas...nós nos conhecemos?"

"É claro que sim. Você é meu marido.", ela comentou.

"Marido? Eu sou casado?"

Fiquei extremamente confuso.

"Sim, você não se lembra? Nós nos casamos em Las Vegas, e...nós nos conhecemos no Central Park. Eu lembro que vi você sentado num banco, e então eu comecei a conversar com você, marcamos uns encontros e alguns meses depois resolvemos nos casar, e aqui estamos...nós vivemos em um apartamento no Queens. Temos um chihuahua, você a nomeou de Roxy...", ela me contou.

"E...nós temos algum filho?", quis saber.

"Não. Nós fizemos uma consulta a um médico e ele disse que você é infértil. E eu também..mas, apesar desses "porém", nós somos muito felizes juntos.", ela explanou.

"E qual é o seu nome?", eu perguntei.

"Vivian. O meu nome é Vivian", ela se apresentou.

"Vivian?"

"E o que você está fazendo aqui?"

"Bem, nós combinamos de nos encontrarmos aqui no metrô para irmos até Coney Island, onde tem um parque de diversões, darmos uma andada pela praia...era o nosso programa para hoje.", Vivian replicou.

"Entendo...", tentei processar aquilo.

"Querido, eu estou preocupada com você. O que está acontecendo? Você está estranho. Parece que você não se lembra de mim..."

Sim, Vivian. Eu não sei o que está acontecendo comigo, nem consigo te reconhecer...

"Eu não sei...eu só sei que eu tenho esse prazo..."

"Prazo? Eu sou designer de joias e sei como é ter prazo. Mas você...você não trabalha com prazos.", Vivian contestou.

"O que eu faço, Vivian?"

"Você ainda está fazendo a faculdade."

O quê?! Que tipo de relação é essa? Como eu posso estar casado com uma mulher dessas e ainda estar na faculdade? Eu não compreendo.

Então eu tentei explicar para Vivian o que estava acontecendo.

"Olha, Vivian, eu só sei que alguém me disse que eu preciso me despedir de alguém que eu amo e ai eu vim parar aqui...eu vou morrer em breve.", eu falei para ela.

"O quê?! Você vai morrer?! Mas eu amo muito você! Eu não quero te ver morrer! Deve ter alguma coisa que possamos fazer.", Vivian exclamou.

Ela já ia começar a chorar.

"Vivian, não chore, você vai borrar a maquiagem, e você está tão sexy assim. Eu amo você, mesmo não me lembrando do que realmente houve entre nós.", eu disse.

Vivian limpou as lágrimas que começaram a cair do rosto dela.

Ela olhou para mim e parecia não conseguir imaginar uma vida sem mim, ou a pessoa que ela achava que eu fosse.

Então aconteceu...

De repente eu senti uma dor estranha pulsar no meio peito e eu me contorci, esbocei várias caretas e lentamente fui caindo.

Nos momentos finais, antes de dar o meu último suspiro, eu me vi nos braços de Vivian.

Ela estava terrivelmente abalada e olhava para mim, berrando por mim, dizendo que tudo ia ficar bem, que ela não queria que eu morresse.

Então eu ouvi ela gritando por socorro enquanto eu estava lá caído nos braços dela.

Algo se desprendeu de mim naquele momento e eu vi eu mesmo desmaiado nos braços de Vivian com várias pessoas ao redor, e algumas ligando para a emergência para informar que havia um homem morto no metrô, que poderia ser uma vítima de algum atentado, pois o povo americano tem muito medo de atentados.

Eu olhei para a escada onde Vivian estava antes e vi os paramédicos chegando para socorrer o meu corpo.

Nessa hora, eu vi a misteriosa vendedora surgir e se aproximar de mim.

"Então você morreu...Mas, você conseguiu se despedir da pessoa amada?", ela inquiriu.

"Sim. Eu consegui...esse é o preço que se paga por usar essas pérolas?", inquiri.

"Sim. E você cumpriu com a sua parte.", ela devolveu.

"Então, o que acontece agora?", quis saber.

"Você é meu. Os paramédicos irão te levar até o hospital e tentaram te reanimar. Mas eu já venci.", a mesma balbuciou.

"Mas eu quero voltar para a Vivian. Me deixe voltar!", eu exclamei.

"Relaxe. Nós podemos arranjar alguém melhor para ficar com você...", a mesma tentou me consolar.

"O quê?! Quem é você a propósito?! Qual é o propósito dessas pérolas que você entrega para as pessoas?"

"Sinceramente? Eu posso ser quem você quiser, me chame do que você quiser. Eu nunca vou revelar minha verdadeira identidade, porque eu não tenho uma. Então...eu até que gosto de manter esse mistério no ar...", a tal sussurrou.

"QUEM É VOCÊ?!", eu berrei.

A estranha e misteriosa garota desapareceu deixando uma gargalhada no ar.

Então eu olhei para trás vendo o meu corpo sendo levado pelos paramédicos com a minha suposta esposa ali do meu lado e pensei em tentar voltar para o meu corpo, mas...eu havia pago um preço pela escolha que eu fiz sem pensar nas consequências.

Eu não conseguia partir, então eu fiquei ali e fui acompanhando o meu corpo sendo levado para o hospital mais próximo.

[...]

Então eu olhei para mim mesmo numa sala de operação, as luzes fortes que faziam a minha pele arder e eu começar a suar, ainda que sem vida sendo reanimado pelo médico de plantão com um desfibrilador sobre o meu peito.

"Pronto? 1...2...3! Acorda rapaz!", eu vi o médico dizer.

Meu corpo saltou com o choque do aparelho e o médico continuou tentando me ressuscitar.

"1...2...3! Levanta, cara!", o mesmo exclamou mais uma vez.

Mais uma vez o meu corpo se mexeu com o choque. Eu olhei para o painel com os meus sinais vitais, mas as linhas ainda continuavam sem reação após o choque.

De repente, aquela garota estranha e misteriosa surgiu novamente e ficou ao meu lado assistindo o meu corpo ser reanimado pelo médico.

"Ah, eu não podia perder o pay-per-view", ela disse com sarcasmo.

Olhei para a mesma com desdém.

"Você? Aqui?", exclamei.

Ela olhou para mim.

"O quê? Achou que eu iria perder essa continuação de "A noite dos mortos-vivos"?"

"Deixe-me viver!", supliquei a ela.

"Não é justo fazer isso com a Vivian. Eu fiz uma escolha, eu arquei com a consequência, mas agora chega! Eu aprendi a minha lição, então...se puder me trazer de volta...".

"Não seja um bebê chorão! Além disso, você ainda pode encontrar alguém melhor..."

"Basta que essa pessoa morra também?", tentei completar a frase dela.

"Exato. Viu? É bem simples.", ela retrucou.

"Quer saber? Eu não quero mais jogar esse jogo.", contestei.

Enquanto isso, o médico continuou tentando me reanimar e eu e ela, essa estranha e misteriosa garota nos voltamos para assistir a operação...

O meu corpo parecia não reagir mais depois de tantas vezes que o profissional havia tentado me ressuscitar.

O mesmo pareceu optar por decretar a minha falência no prontuário.

Ele então foi até a mesa dele, pegou sua prancheta e foi escrever o relatório médico na minha ficha.

Ao terminar de escrever, ele deixou a prancheta com minha ficha preenchida na mesa e se retirou da sala de operação.

Eu fui me retirando dali e a garota misteriosa sem nome, me interrompeu.

"Aonde vai?"

"Eu vou ver como a Vivian está. Posso?"

"Pra quê? Você morreu, fim. Sua vida é minha agora."

"Não acha que a esposa precisa de conforto?"

"Me pergunto se ela precisa mesmo. O marido dela morreu, o meu trabalho está feito, ponto."

"Ah! E eu só estou aqui para ver a treta mesmo."

"Deus! Vê se me esquece!"

Ignorei ela e fui correndo em direção a porta de entrada da sala de operação e eu a atravessei.

Quando cheguei do outro lado, eu vi o médico conversando com Vivian e fiquei observando.

"Sinto muito, senhora. Nós fizemos tudo o que podíamos, mas infelizmente...o seu marido faleceu.", o mesmo disse.

"NÃOOOOOOOO!", ouvi Vivian se lamentar enquanto as lágrimas caíam do rosto dela.

"Eu sinto muito. Se eu pudesse fazer algo para trazer o seu marido de volta, eu faria. Minhas sinceras condolências...", dito isso o médico se retirou e eu fiquei com Vivian.

"Vivian, eu estou bem. Eu não morri", falei para a mesma.

Vivian parecia não me ouvir ou me ver.

"Vivian. Eu estou aqui.", continuei.

Então eu toquei no ombro esquerdo dela, mas logo vi ela se apavorar.

"Está tudo bem, Vivian. Sou eu, seu marido.", retruquei.

Me afastei dela. Parecia inútil tentar convencê-la.

Voltei para a sala de operação e a garota das pérolas ainda estava lá e ela ficou tocando no meu corpo ali na cama. Comecei a sentir dores sincronizadas com os toques que ela dava no meu corpo. Era como se uma faca estivesse perfurando vários pontos do meu corpo.

Me contorci e ela ouviu meus espasmos.

"Para com isso!", intervi.

Ela então parou o que estava fazendo e olhou para mim.

"Por que? Eu não estou fazendo nada. Na verdade, eu até gostaria de ver o seu perusinho, deve ser tentador..."

"O quê? O meu...?

"Sim. Eu gostaria de fazer um oral nele."

"Mas que porra?!"

"Deixe-me ver..."

Ela então puxou a coberta que estava sobre o meu corpo ainda nu e olhou para o meu pênis. E então ela pegou no falo e começou a massageá-lo.

"Para com isso!"

E então ela se zangou e parou o que estava fazendo.

"Ok. Eu só queria saber se os mortos gozavam", ela falou cheia de sarcasmo.

"Primeiro, eu não estou morto. E segundo, não é óbvia a resposta para a sua pergunta?", contestei.

"Pergunta retórica. E você parece definitivamente morto para mim."

Então eu senti que eu precisava fazer alguma coisa para espantar aquela garota de lá.

"Você me tentou."

"O que você vai fazer?"

"Apenas observe"

Eu voei para o meu corpo e então entrei nele.

Algum tempo depois meus olhos se abriram e eu de repente me levantei com a respiração ofegante.

"Que merda! Eu não achei que você faria isso!".

Acho que ela ficou tão indignada ao me ver respirando novamente, que acabou desaparecendo dali.

Então eu sai da sala de operação e fui em direção a porta.

Eu estava pelado e gritei o nome de Vivian. A mesma olhou para mim e desmaiou na cadeira da sala de espera.

"Vivian!", eu exclamei.

Tentei socorrer a Vivian abanando com a mão para ela poder respirar, mas ela ainda estava apagada.

Logo as enfermeiras e o médico chegaram para ver o que estava acontecendo e me pegaram lá pelado. As enfermeiras acabaram desmaiando e o doutor ficou devastado que eu voltei a vida.

"Santo Deus! Isso é um milagre!", ele exclamou.

"Por favor, doutor. Acorda ela!"

O médico deu leves tapas no rosto de Vivian e a mesma acordou.

"Meu Deus! Você está vivo? E ainda por cima pelado?", Vivian não acreditou no que tinha visto.

"Está tudo bem, Vivian. Olha, vai ficar tudo bem. Eu te explico mais tarde. Só...vamos para casa.", falei para ela.

"Está bem."

Vivian agradeceu o doutor e eu fui com ela recuperar as minhas roupas.

[...]

Algum tempo depois...

Eu estava de volta a minha casa.  Vivian decidiu preparar um almoço especial para comemorar a minha volta ao mundo dos vivos.

E nós estávamos muito felizes.

Sim, eu acabei contando sobre o que tinha acontecido antes de eu ir para o hospital, e ela acabou me perdoando.

Sobre a garota das pérolas, ainda sem nome? Nunca mais a vi. Mas também se ela aparecesse de novo por ai, eu passaria reto. Agora eu sei o que as pérolas fazem, e eu não quero passar por isso outra vez.

Acho que esse é o fim da minha história. Meu nome é Kurt Kane. Eu sou casado, e tenho uma linda esposa chamada Vivian. Pelo menos, isso aquela garota sem identidade não tirou de mim.

FIM


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado^^

Muito obrigado por ler essa One.^^



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