O par perfeito escrita por Cristabel Fraser


Capítulo 18
Jogo de sobrevivência


Notas iniciais do capítulo

*Bom dia meus amores. Estou muito atrasada com as postagens e peço mil desculpas, eu ando meio “altos e baixos” quanto ao meu lado emocional e por vezes sento para escrever e nada me vem à mente, mas eis que consegui escrever este capítulo de hoje. O primeiro caso terá repercussão no próximo, ok? Espero que gostem do capítulo e já adiantando que faltam quatro capítulos para OPP acabar. Espero que vocês continuem aqui comigo, pois vocês me dão aquela levantada gostosa no meu astral e muito agradeço a cada uma por isso. Vamos ao capítulo de hoje...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/748704/chapter/18

 

“Quem está na sua sombra? Quem está pronto para jogar? Somos os caçadores? Ou somos a presa? Não há rendição... E não há escapatória... Somos os caçadores? Ou somos a presa?”

(Game of Survival – Ruelle)

♪♫♪♫♪♫♪♫

 

 

Estamos em meados de agosto. Peeta e eu não marcamos uma data exata para nos casarmos. Discutimos bastante sobre isso, e chegamos à conclusão que, independente do dia, queremos na primavera do ano que vem.

Assim que episódio do champanhe enfeitiçado, por nossa amiga Johanna passou, demos a notícia ao meu pai de que finalmente nos casaríamos. Aparentemente ficou muito feliz. Lembro muito bem de suas palavras.

— Até que enfim, vão fazer valer a pena de estarem morando juntos.

Peeta e eu rimos amarelos, e tanto Prim, quanto Effie se animaram e me ofereceram ajuda no que precisasse.

— O que temos aqui? – pergunta Peeta ao policial.

— Uma vizinha diz ter ouvido vozes alteradas e logo em seguida disparos. Ela nos chamou e quando chegamos, encontramos a vítima assim e o namorado assustado dizendo que chegou para visita-la e ela já estava morta.

Peeta e eu aproximamos do corpo coberto por um lençol azul claro. Peeta com as mãos enluvadas retira o tecido e deparamos com uma jovem ruiva ensanguentada, com pelo menos, três tiros em seu tórax.

— Preciso de ar. – Nunca me senti assim diante da cena de um crime. Olho em direção a sacada do apartamento e saio para respirar profundamente o ar fresco.

— Ei, você está bem? – O loiro pergunta sem me tocar por ainda estar de luvas.

— Vou ficar. Acho que o almoço não me fez bem.

— Eu disse pra ir com calma com aquelas costelas assadas.

— Mas o que posso fazer se, sua mãe cozinha divinamente.

Os pais de Peeta passaram a semana conosco e foram embora hoje a tarde. Devo ter até ter ganho uns quilinhos a mais, já que a Sra. Mellark cozinhou todos os dias para nós.

— Confesso que estava sentindo saudades da comida dela – divaga Peeta, como se não houvesse um corpo lá dentro para investigarmos.

— Não estava com saudades dos seus pais? – brinco e ele passa o antebraço sobre a testa.

— Claro que, eu estava morrendo de saudades deles. Mas que tal entrarmos? – Concordo ao balançar minha cabeça e voltamos para a cena do crime. – Estava me dizendo que uma vizinha escutou vozes alteradas e depois... quantos disparos? – Peeta questiona o policial, enquanto o grupo da criminalística forense, colhe provas para análise.

— Ela não disse exatamente quantos tiros.

— Se possível for, quero conversar com essa vizinha. – O policial sai, talvez indo ver se consegue falar com a testemunha.

— Pela bagunça, a coisa ficou séria – comento.

— A vizinha está aqui no corredor. – O policial avisa.

— Ok, vou falar com ela. – Peeta me encara. – Você vem? - Eu devia estar compenetrada tempo demais na vítima ao chão, pois Peeta teve de segurar minha mão e me puxar para fora dali. Noto que já retirou as luvas. – Boa noite senhora...

— Carlsson.

— Certo, Sra. Carlsson. Sou o agente Mellark e esta é minha parceira, agente Everdeen. – Ele nos apresenta. - Do que exatamente se lembra?

— Escutei a voz forte de um homem e depois, a voz da pobre garota, dizendo para a pessoa sair... após isso foi apenas discussão até eu escutar o primeiro tiro e um grito agudo... – ela explica.

— Quantos tiros, a senhora escutou ser disparado?

— Não me recordo... fiquei tão apavorada que logo já liguei para a polícia.

— Qualquer coisa entraremos em contato com a senhora. – Peeta anota os dados da mulher e ela parece assustada.

— O rapaz não mora aí... quem reside é a namorada. Ele dormia de vez em quando.

Peeta troca um ligeiro olhar comigo e logo dispensamos a senhora. Ao retornarmos para o apartamento, o mesmo policial que tomou depoimento da Sra. Carlsson, nos aborda dizendo:

— O detetive da unidade a qual pertenço, está com o suspeito...

— Onde? – Peeta mal permite que o policial se explique.

— No quartel na Lexington.

— Positivo policial...

— Ned Tripper.

Peeta e eu, pegamos o elevador e descemos até o térreo. Logo estamos indo em direção ao departamento de polícia. No caminho Peeta atualiza nossa situação a base.

— Que noite, hein? – comento, enquanto o loiro dirige. Pela sua expressão está concentrado no caso.

— Sempre soubemos como nossas vidas seriam, assim que entrássemos para o FBI.

— Verdade. Será que conseguiremos organizar nosso casamento?

— Isso com certeza. – Ele tira sua atenção da estrada para me observar e rapidamente volta a concentração à direção.

— Você terá que ir à confeitaria experimentar o bolo e também visitar o local, onde a cerimônia será realizada.

— Vai me fazer ir a costureira, ver seu vestido também? – brinca e dou um leve empurrão em seu braço direito.

— Isso não, né Mellark?

Chegamos ao nosso destino e mostramos os distintivos na entrada e explicamos a situação. Somos levados até a sala de interrogatórios e Peeta conversa com o tal detetive.

— Paylor acabou de enviar uma notificação dizendo que o caso será passado a vocês.

— Entendido detetive Davisson. – Peeta estreita os olhos para o detetive. – O suspeito disse algo?

— Ainda não. Ele parece em estado de choque.

— Entendo... se importa se eu... – Meu noivo aponta para a sala e o detetive nos dá passagem para entrar. Duas pastas – uma contendo o nome da vítima e outro com o suspeito - é entregue nas mãos do loiro e adentramos a sala. Um rapaz um tanto jovem se encontra algemado. Sua pele é negra e seus olhos aparentam amargura. – Boa noite, Sr. Okeniyi. Sou o agente Mellark. Quer me contar o que aconteceu? – O semblante do jovem está perplexo e seus olhos estão compenetrado na mesa. – Se não nos disser nada, será difícil poder te ajudar... uma garota bonita como aquela ser encontrada no chão...

— Eu a amava... não fiz nenhum mal... – Sua voz soa rouca. De repente, ele ergue seu olhar e o que consigo sinalizar é tristeza.

— Posso te chamar por Tresh? – O rapaz assente. – Tresh, a quanto tempo namoravam?

— Há cinco anos.

— Isso é bastante tempo.

— Já tem advogado, Tresh? – pergunto e ele nega. – Vou ali fora e já volto – sinalizo ao Peeta e saio com meu celular em mãos. Ligo para a Annie que atende no terceiro toque.

— Katniss? – Sua voz soa como se estivesse dormindo.

— Annie, tenho um caso pra você, mas tem que vir agora.

— Você está...

— No departamento de polícia aqui na Lexington.

— Vou me arrumar e já vou até aí.

Retorno para a sala e o rapaz parece mais à vontade com o Peeta.

— Então este poderá ser seu álibi, Tresh. Se esse tal de JD confirmar, é claro.

— Acabei de ligar para a Annie. Ela está vindo aqui nos encontrar.

Peeta meneia a cabeça para mim e volta a fazer mais algumas perguntas ao Tresh. Pouco tempo depois, Annie aparece e diz que representará o rapaz, que agora tem o olhar um olhar apreensivo.

— Como a senhora me representará, se estão dizendo que eu...

— Você irá me contar tudo e como aconteceu pra suspeitarem de você.

Então Annie começa a pegar todas as informações necessárias e, mesmo tenso, Tresh conta tudo a ela.

 

✗✗✗

 

— Eles o culparão e tenho certeza de que é inocente. – Annie está chocada com o ocorrido tanto quanto eu.

— O que conseguiu até agora? – pergunto a ela.

— Tresh apenas quis ajudar o amigo, o tal do JD, indo até o apartamento da Srta. Foxface pegar um terno dele, que estava lá, e quando ele chegou deu o azar de encontrar a cena do crime e ela morta.

Assim que fomos notificados sobre o acontecido, tanto eu como Peeta, fomos diretamente para o apartamento e já encontramos a equipe forense trabalhando. Eles já tinham prendido Tresh. Talvez ele estive na hora errada, no lugar errado.

— Acha que a promotoria pegará leve?

— Eles nunca pegam leve. Mas irei me reunir com a Madge pela manhã e vamos começar a trabalhar neste caso. A equipe da criminalística, é a melhor, e estou acostumada a lidar com eles. Também pedirei para o Finn entrar no sistema de câmeras do edifício e analisar as imagens. – Annie parecia empolgada com o caso e só o que eu queria era ir pra casa e dormir. Já passava de meia noite.

Enquanto retornávamos para casa acabei cochilando no caminho. Peeta teve de me cutucar para que eu pudesse subir até nosso andar.

— Eu até te carregaria, se não estivesse tão cansado quanto você.

Não conversamos muito, o cansaço era evidente em nós. Tomamos um rápido banho e nos deitamos.

Às oito da manhã estávamos de pé e rumando para o departamento. O dia seria longo.

— Agente Mellark, tenho um caso pra você no distrito de Manhattan. Leve a agente Everdeen. – Boggs ordena e Peeta passa por sua mesa pegando a pasta contendo informações sobre caso.

— O que diz aí? – pergunto a ele enquanto caminhamos rumo ao carro.

— Um antiquário... lojistas dizem ter ouvido uma discussão feia durante o horário de almoço.

— Outro caso com uma discussão feia? Por acaso isso é um jogo?

— A filha que gritava com a mãe, que é a proprietária.

— Mas houve apenas a discussão?

— Não. Uma lojista diz que suspeitou de algo e foi averiguar. Quando perguntou sobre Sra. Grey, a filha apareceu com uma aparência um tanto suspeita e, digamos que, não deu uma desculpa plausível do paradeiro da mãe – ele explica, quando já estamos dentro do carro.

— Oh, você não está achando que a filha...

— É isso que iremos descobrir. - Peeta pisa fundo no acelerador e rumamos para o nosso destino. – 19 de abril, o que acha?

— O quê? – Olho para o meu noivo tentando imaginar o que quer dizer.

— O que acha de nos casarmos, 19 de abril? Será um sábado. Primavera. Como você quer.

Analiso seu rosto e noto que está sendo sincero.

— É daqui a oito meses.

— Em oito meses conseguimos nos organizar. Você não acha?

— Se tivermos todos os casos para solucionarmos, não acho que teremos muito tempo.

— Podemos conversar com o Boggs. Ele se casou com uma agente. Deve entender que, precisamos de tempo pra nos organizarmos.

— Tudo bem, meu amor. Converse com ele. E, sobre a data, eu achei perfeita.

Chegamos ao antiquário e deparamos com a placa de fechado. Peeta caminhou até a loja vizinha e perguntou sobre o proprietário.

— Elas moram no apartamento em cima da loja. Basta chamar pelo interfone.

— Obrigado – agradece Peeta, e aperto o botão esperando que alguém atenda.

— Quem é? – Uma voz feminina pronuncia.

— Sou a agente Everdeen... – Encaro Peeta e ele aponta um nome no arquivo. – Posso falar com Thayla Grey.

— Por que?

— Preciso de algumas informações,

— Que tipo de informações?

— Venha até aqui e explicarei...

— Temos perguntas a fazer, Srta. Grey. Se não puder nos atender, posso entrar a força. Temos um mandado. – Peeta é firme ao falar.

— Já estou indo. – Poucos minutos depois, a porta do antiquário é aberta e nós adentramos.

— Somos do FBI. – Peeta mostra o distintivo e a garota, que aparenta ter uns dezoito anos, arregala os olhos parecendo assustada. – Uma testemunha disse que escutou uma discussão, por volta das onze da manhã de ontem. Gostaríamos de conversar com a proprietária da loja. Aliás, é sua mãe, estou certo?

— S-sim... é minha mãe, mas no momento ela não se encontra.

— Hum... que estranho, a mesma testemunha disse que sua mãe nunca se ausenta e quando faz isso, jamais deixa a loja sem funcionamento. – Peeta olha mais uma vez no arquivo. – Rose Connors, é a pessoa que a substitui quando ela está fora.

— Minha mãe deu folga a ela.

— Que estranho, Rose disse que sua mãe não tinha nenhuma viagem marcada.

— Ela foi visitar uma tia minha em Detroit.

— Será que pode nos passar o contato da sua tia? Precisamos muito falar com sua mãe – digo firme e a garota ergue a cabeça como se fosse nos enfrentar.

— Devo pedir para voltarem outra hora...

— Tudo bem, já que não está facilitando, vamos ter que dar uma olhada na loja e em sua casa. – A garota arregala os olhos para meu noivo e não há tempo dela protestar mais. – Com licença... – O loiro atravessa o balcão e ela passa por mim tentando escapar.

— Ei, parada! – Dou uma rasteira e ela cai de cara no chão e acabo por algemá-la. – Você já deve ter escutado a frase “quem não deve, não teme”.

— Everdeen... venha aqui. – Ele me chama, e antes de atravessar o balcão, prendo a garota em uma barra que está acoplada à parede. Tranco a porta da loja e vou até onde Peeta está. – A garota estava escondendo o corpo da mãe.

Olho na direção que me aponta e noto atrás de um enorme espelho o corpo de pele azulada. Ele afasta o móvel e provavelmente é a Sra. Grey.

— Não tem nem como a garota inventar uma história. O corpo sempre fala por si mesmo.

— A polícia e a criminalística assumem daqui – diz meu noivo.

Esperamos a polícia chegar e logo colocam a garota na viatura. Peeta conversa com eles e anotamos informações finais para o relatório.

Retornamos ao departamento e nos encontramos com Gale e Finnick, que não deixam de zoar com nossa cara amassada pela insônia.

Passamos o restante do dia analisando casos e editando relatórios. No fim do dia, ligo para Annie querendo saber mais sobre o caso do Tresh, o qual está trabalhando.

— Haverá uma preliminar ainda nessa semana, mas não acho que liberarão a fiança para ele.

— Me mantenha informada, Annie – peço a ela, e concorda em me atualizar.

Peeta me abraça por trás quando estamos sozinhos.

— Acho que encerramos por hoje. Vamos pegar comida chinesa e ir pra casa?

— Ótima ideia, agente Mellark.

Ele beija meu pescoço e sinto um forte arrepio.

— Podíamos ir até a academia e treinar um pouco, o que acha? – ele sugere.

— Hoje não. Estou cansada demais. – Me viro ficando de frente e envolvo meus braços entorno de seu pescoço. – Quero ir pra casa com meu noivo adorável e perfeito, jantar e... – Deixo a frase no ar e ele ergue as sobrancelhas.

— Então, vamos pra casa, minha noiva adorável e perfeita.

Finalmente unimos nossos lábios em um suave beijo. Depois disso, seguimos nossos planos e no fim da noite já nos encontrávamos aconchegados, dormindo profundamente.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero não estar decepcionando vocês e caso queiram sugerir algo para os próximos capítulos, fiquem à vontade para opinarem. Um super abraço de urso em cada uma de vocês e ótima semana.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O par perfeito" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.