O Último Segredo do Tempo – 3ª temp. escrita por Srta Poirot


Capítulo 7
A Maldição da Mancha Negra


Notas iniciais do capítulo

O que é isso? Isso, meus amigos, são boas notícias!
Sim, estou de volta!
Meu notebook está (quase) de volta. Acabei de terminar o capítulo que estava escrevendo antes. Neste capítulo não há nada de "revelador" em comparação com o capítulo anterior, mas espero que gostem e que compense a espera.
Aproveitem!



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“Então, já sabemos qual vai ser nossa próxima aventura?” Perguntou Amy na sala de console. Já se passaram três semanas desde os Estados Unidos e lá estavam apenas ela, Rory e o Doutor, só que o Doutor estava dando uns últimos reparos na nave.

“Ele disse que vai ser muito legal e repetiu a palavra 'legal' várias vezes. Então, não, eu não sei aonde o Doutor vai nos levar.” Respondeu Rory.

“E cadê Rose?”

“Estou aqui!” Rose apareceu na sala com uma xícara na mão. “Fui buscar um pouco de chá. Chá é bom pra tudo!”

“Bom, já que estão todos aqui, é hora de irmos a algum lugar.” Disse o Doutor, tomando seu lugarnos controles. Ele pôs as coordenadas e acionou a alavanca. Nada aconteceu.

O Doutor limpou a garganta enquanto todos se entreolharam. “Deve ter havido um erro na TARDIS. Talvez um atraso no processamento.” A TARDIS começou a chacoalhar loucamente até se materializar. O Doutor sorriu. “Viram? Foi só um atraso no processamento.” Seu sorriso se desfez quando ele viu as coordenadas. Não eram as que ele colocou.

“Não me importa onde estamos, só quero conhecer e explorar novos lugares.” Disse Amy já saindo pela porta. Os outros aproveitaram para fazer o mesmo.

A escuridão tomava de conta do lugar onde foram parar. Os quatro procuraram por um interruptor, mas o ambiente estava cheio de obstáculos.

“Vocês notaram um balanço nos pés?” Perguntou Rose para os outros. Eles todos acharam estranho e sentiram a falta de firmeza, mas só se preocuparam em tentar enxergar. Por fim, uma única fonte luz, tão fraca que revelava ser a luz do luar, mostrou a eles as escadas, e no topo delas tinha uma pequena porta. Parecia que estavam em um porão.

Vozes e passos vinham do outro lado. “Somos comida de tubarão, cada um de nós.”

“Pessoas. Agora sei que estamos na Terra.” Disse o Doutor.

“Mas podem ser alienígenas.” Constatou Rory.

“Eu realmente quero descobrir.” Todos seguiram o Doutor até o topo da escada.

“Presos no oceano, esperando. Até o vento mudar.”

O Doutor bateu com força.“O que é isso?” A primeira voz perguntou.

“É a criatura que voltou!” Disse outra voz.

Vários passos se uniram diante da pequena porta quando um dos homens a abriu.

“Yohoho!” Disse o Doutor alegremente. Todos olharam para ele de forma estranha. “Ou será que ninguém realmente diz isso?”

“Tirem eles daí!” Ordenou um dos homens que parecia ser o líder.

Por meio de protestos, Rose, Rory, Amy e o Doutor foram forçados a saírem do esconderijo. Quando saíram, é que eles notaram o mar por todos os lados. Estavam em um navio e aqueles homens eram os marinheiros, ou melhor, os piratas pela forma que se vestiam (ou poderia ser pela bandeira de uma caveira).

“Isto é um navio pirata! Quer dizer, claro que sabíamos que era um navio pirata. Recebemos seu sinal e viemos para cá imediatamente.” Disse o Doutor, mas o capitão não se convenceu.

O capitão deu outra ordem e eles foram levados à cabine do capitão. Os outros piratas entraram para vigiá-los.

“Eu não mandei nenhum sinal.” Disse o tal capitão.

“Nossos sensores captaram vocês. Navio em perigo!” O Doutor explicou.

“Sensores?”

“Sim. Certo, linguajar indevido. Século XVII.” O Doutor percebeu o erro da diferença de tempo e tentou explicar novamente. “Meu ‘navio’ automaticamente ‘notou’ que seu navio estava tendo algum incômodo.”

Rory rezou para que entrassem em um acordo porque ele não queria ser morto por espadas no século XVII.

“Aquela caixa grande e azul?” Questionou o capitão.

“É mais magia, capitão Avery.” Disse um pirata que estava ao lado do capitão. “Eles são espíritos. Como eles iriam parar nos deques inferiores?”

“Boa pergunta.” Disse Rose.

“Sim, sim. Que tal pularmos para as introduções? Eu sou o Doutor, esta é minha esposa, Rose, e estes são Amy e Rory. Nós somos marujos, como vocês!” O capitão, não contente, apontou a arma para o Doutor. “Exceto pela arma. E pela barba.”

“Vocês são clandestinos! Única explicação!”

“E o que fazemos com eles?” Perguntou um pirata ao capitão.

“Acho que merecem nossa hospitalidade!”

Amy ficou intrigada com a tal hospitalidade que ele estava falando, afinal, ela já leu histórias de piratas que não eram bonzinhos, especialmente se apontavam a arma para alguém.

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“Levem as mulheres para os deques inferiores!” Ordenou o capitão.

Rory protestou e o Doutor não podia reagir porque estava na beira da prancha, mas ele desejou uma situação bem diferente. Andar na prancha é típico dos piratas.

“Se tiverem sorte, vão se afogar antes que os tubarões mordam!” Disse o capitão.

“Se fazem isso só porque eu também sou capitão, nem deviam se sentir ameaçados. Seu navio é maior que o meu!” Disse o Doutor. “Nem tenho perna de pau ou um chapéu de pirata.”

O capitão apontou a arma para ele. “Hora de ir.”

“Cadê o resto da tripulação? Esse navio é grande demais para vocês cinco.” O Doutor foi enrolando o inevitável.

“Cale a boca e salte logo!”

“Não se pudermos evitar!” A voz de Rose soou alto e todos se viraram pra ela. Ela e Amy estavam vestidas com roupas de piratas e espadas na mão; coisas que encontraram quando foram deixadas no deque inferior.

“Jogue a arma no chão.” Pediu Amy ao capitão ameaçadoramente.

Em pouco tempo, o capitão estava desarmado e os piratas ajoelhados. Foi muito fácil para as duas mulheres resolverem o problema e salvarem o Doutor. Mas repentinamente, um dos piratas resolveu brigar e travou uma batalha contra Amy, só que ele usava um cabo de vassoura. Amy conseguiu resolver mais uma vez com a ajuda de Rose, deixando os piratas com medo de duas garotas armadas.

Porém, esses piratas se revoltaram mais uma vez, atacando as duas ao mesmo. Elas se defenderam com as espadas até cortarem um dos piratas atacantes e todos fazerem um silêncio ensurdecedor por alguns segundos.

“Você me matou.” Falou o pirata que levou um pequeno corte no braço com um pouco de sangue.

“De jeito nenhum! É apenas um corte!” Protestou Amy.

“Qual o problema de um pequeno corte?” Perguntou Rose. “Que tipo de piratas são vocês?”

“Uma gota! É só o que é preciso!” Gritou o capitão Avery.

O Doutor ficou tão confuso quanto as garotas. Um dos piratas tentou ir pra cima de Amy com vingança nos olhos, mas Rory foi impedi-lo e foi arranhado no processo.

Ele viu seus dedos arranhados e uma mancha redonda e preta apareceu na palma de sua mão. “Doutor, o que está acontecendo?” Ele perguntou.

“Ela cheira o sangue em você! Ela o marcou para a morte!” Explicou o capitão.

“Ela?”

“Um demônio, lá fora, no mar.”

“Maneiro! Abordamos um navio com um demônio nele!” Disse o Doutor indo examinar a mão de Rory. “Muito eficiente. Bem, se algo vai matar você, é gentil que dê um aviso para lembrá-lo.”

O som de alguém cantarolando soou aos ouvidos de todos no navio. Os viajantes do tempo procuraram a origem do som, mas não viram ninguém.

“Rápido, bloqueiem o som. Ela encanta as vítimas com essa canção.” Explicou o capitão.

“Então o plano é tampar os ouvidos com os dedos?” Protestou Rory. “Doutor, vamos voltar para... para...” Rory parou de falar quando sentiu algo estranho. Ele estava feliz e tinha vontade de sorrir.

“A música está agindo nele!” Disse um pirata.

Rory começou a falar coisas estranhas e tolas. Um clarão verde apareceu no mar e uma criatura fantasmagórica saiu dele e pousou no deque superior. Ela continuava cantando. O pirata ferido com um corte estendeu sua mão para pegar a dela, não resistindo à canção. No momento que a tocou, ele virou pó, se desintegrou por inteiro. Amy ficou mais desesperada ainda em impedir Rory de fazer o mesmo.

“Tenho que tocá-la! Deixe-me tocá-la!”

Amy deu um passo à frente. “Sinto muito, mas ele já é comprometido!” Ela disse à criatura.

A criatura ficou vermelha de fúria. Literalmente.

Ela lançou Amy para trás e todos correram para o porão com Rory sendo puxado à força. Os piratas a chamaram de sereia, mesmo que ela não tenha cauda, e sua cantoria condenou muitos navios.

No porão, eles estavam protegidos. É o que pensavam até que um dos piratas foi ferido por uma sanguessuga na água que alagou o porão. Ao final das contas é um navio e tinha água por todos os lados, mas, hey, eles estavam protegidos por 7cm de madeira sólida, de acordo com o Doutor.

A sereia mostrou que não há barreiras para ela quando ela reapareceu no porão junto aos piratas. Ela tocou no pirata ferido pela sanguessuga e o transformou em pó, sobrando apenas o chapéu dele. Amy estava determinada a salvar Rory dela e não o deixou se aproximar dela.

O capitão os levou a um cômodo com porta que tranca.

“Você disse que estávamos seguros.” Amy acusou.

“Se estávamos seguros, como ela entrou?” Perguntou Rose.

“Pela água no chão.” Disse o Doutor pondo na cabeça o chapéu do falecido pirata que havia pegue do chão. “Ela está usando a água como um portal. Ela pode se materializar só por uma gota.”

“Ótimo! Que bom que estamos no meio do oceano!” Disse Amy.

“Você viu os olhos dela?” Disse Rory hipnotizado. “Como piscinas de cristal!”

“Você já está bem encrencado.”

“Vamos para o paiol!” Disse o capitão.

O Doutor viu que seus companheiros estavam confusos e tentou explicar. “Ele quer dizer o depósito onde fica a pólvora.”

“É seco como osso!”

“Vamos para lá!”

O capitão apontou a arma para o Doutor, de novo. “Eu dou as ordens.”

“Ah, preocupado porque estou usando um chapéu agora?” Disse o Doutor sem se importar com a arma apontada pra ele. Afinal, o capitão não iria atirar porque ele não quer atrair a sereia para eles.

“Ninguém toca em algo afiado!” Avisou o Doutor indo ao paiol. Todos o seguiram.

Chegando lá, a porta estava destrancada. O som de alguém tossindo veio de dentro de um dos barris. Logo, capitão retirou um menino escondido de dentro e o castigou.

“Quem é ele? Ele não é da tripulação?” Perguntou o Doutor.

“Não.” Respondeu o capitão. “Ele é meu filho.”

O garoto, cujo nome é Toby, explicou que sua mãe havia morrido no último inverno e que queria fazer parte da tripulação de seu pai.

“Eu não o quero aqui.” Capitão Avery disse.

“Você não pode me mandar de volta. É tarde demais. Estamos milhas longe de casa.” Disse Toby.

“É perigoso aqui. Há um monstro a bordo. Ela deixa uma marca na pele dos homens.”

“A mancha negra?”

O Doutor, que assistia a tudo, ficou muito curioso para saber como o garoto sabia disso. Toby, por sua vez, mostrou a mancha na palma da mão, a mesma de Rory e dos outros piratas que se foram.

Ele não tinha ferimentos ou cicatrizes, o que intrigou a todos.

“Ela não procura só por sangue, como eu achava. Ela procura por doentes e feridos. Como um caçador que escolhe o animal mais fraco.” Disse o Doutor.

“Ele está com febre e a sereia sabe.” Disse Amy.

“Meu ‘navio’ pode nos tirar daqui. Você e eu pegamos e...”

Capitão Avery levantou a arma de novo. “Você não é o capitão aqui, lembre-se disso.” Ele disse.

“Então, o que devemos fazer agora, capitão?” Perguntou o Doutor.

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O capitão Avery concordou em ir ao ‘navio’ do clandestino, mas só porque não tinha um plano melhor.

Eles percorreram o caminho escuro da noite até à TARDIS e entraram na nave.

“Por todos os...” Disse o capitão chocado. Ele olhava para todos os lados perplexado pela nave.

“Deixe-me pará-lo aí. É maior por dentro! Não se importa se pularmos o fim desse momento? E, aliás, sinto muito se menti quando disse que o seu era maior.” Disse o Doutor em frente aos controles. “Mas não temos tempo agora. Minha esposa está lá e a Amy também, cujo marido está marcado pela sereia. Sem falar do seu filho, o pequeno Toby.” Ele digitou as coordenadas.

Capitão Avery se recuperou de sua perplexidade e ficou do lado do Doutor. “O que é isso?” Ele apontou para algo. “Isso é o timão?”

“Acelerador de átomos.” Respondeu o Doutor.

“Ele controla a coisa.”

“Não, meio que... sim.”

“Timão, telescópio, astrolábio, bússola...” Avery ia apontando para cada equipamento que mencionava. “Um navio é um navio.”

O Doutor tinha que concordar que esse capitão era muito esperto e que logo ele se adaptou à nave. “Ok, mas é assim que fazem os profissionais.” Ele acionou uma alavanca, mas a nave nem se mexeu.

“Está presa. Não responde.”

“Encalhou?”

O Doutor estava visivelmente desapontado. “Isso é... novo.”

A TARDIS decidiu chacoalhar ferozmente, sendo que um minuto atrás ela nem se mexia.

“Eu perdi o controle, ela está prestes a se desmaterializar!” O Doutor gritou sobre a nave. “Podemos parar em qualquer lugar!”

“Isso parece ruim!”

“E é! Saia! Agora!” O Doutor puxou o capitão Avery pelo braço. “Abandonar o navio!”

O Doutor e o capitão saíram e o Senhor do Tempo ficou sem reação vendo sua nave se desmaterializando com uma luz verde. “Certo, certo.” Ele disse. “A TARDIS fugiu sozinha. E lá se foi nossa única esperança de sair daqui.”


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