O Último Segredo do Tempo – 3ª temp. escrita por Srta Poirot


Capítulo 30
O Ataque


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores! Mil perdões pela demora, mas é que eu estou com um novo projeto de fic (já que sou fã do Tony Stark e fiquei arrasada com a morte dele, agora eu preciso escrever fics com ele; tô criando uma nova história e tal). Enfim, eu consegui terminar este capítulo para vocês.

Espero que gostem e que continuem apoiando esta temporada. Aproveitem!



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Craig ficou aturdido logo após que o Doutor falou que eram Cybermen. Ele não conhecia um Cyberman pessoalmente, mas imaginou que eles eram alienígenas do mal.

“Eu pensava que cuidar de Alfie sozinho ia ser a coisa mais difícil da minha vida, mas agora tem aliens. Em uma espaçonave!” Craig apertou o carrinho com as mãos enquanto raciocinava, tanto que ficaram brancas. “Se são maus, porque não invadiram ainda? Eles tinham teleporte!”

Nem o Doutor nem Rose responderam de imediato, mas o Doutor tinha que dispensá-lo logo. “Craig, pegue Alfie e vá embora.”

“Não!”

“Não?”

“Não. Eu me lembro da última vez. Pessoas morreram, pessoas que não o conheciam. Sei onde é mais seguro para mim e Alfie. É perto de você e Rose.” Craig disse determinado.

“O Doutor não acredita muito nisso, mas eu tento convencê-lo todos os dias.” Rose disse.

Após alguns segundos, o Doutor foi impulsionado a ignorar sua razão. “Tudo bem... vamos investigar. Não há perigo imediato.”

Craig ficou satisfeito. Os três adultos e o bebê entraram no departamento de joalheria.

“Boa tarde, Val.” O Doutor saudou a mulher por trás do balcão e ela acenou de volta.

“O que vamos investigar?” Craig perguntou.

“Não sei. Dê uma olhada por aí, faça perguntas. Pessoas gostam quando tem um bebê, vão falar com você.” O Doutor aconselhou. “É por isso que costumo trazer humanos comigo.”

Rose ficou confusa. O Doutor nunca tinha feito essa revelação antes e comparado ela a um bebê. “Eu sou um bebê para você, Doutor?” Perguntou.

“Não, esse papel agora é do Craig.” Ele respondeu.

Craig franziu as sobrancelhas. “Então, eu sou... seu bebê?”

“Você é meu bebê!” O Doutor o abraçou e o dispensou para fazer sua própria investigação.

Rose riu por trás deles. Essa seria uma cena muito estranha para pessoas desconhecidas.

“Espero que não se importe de eu falar, Doutor.” Val começou a dizer enquanto o Doutor se aproximava e Rose observava alguns itens interessantes no mostruário ao lado. “Mas eu acho vocês uma gracinha. Você, seu parceiro e o bebê.”

“Parceiro. Gostei, melhor que companion.”

Companion soa à moda antiga. Não há necessidade de ser tímido nestes dias.”

Rose franziu o cenho ao ouviu o que Val falou. Ela não ouviu a conversa, então não entendeu o contexto, mas achou um pouco estranho.

O Doutor, por outro lado, não pareceu muito preocupado quando se inclinou no balcão. “Notou algo de estranho ultimamente, Val?”

“Bem...”

Val fofocava sobre a vida alheia e o Doutor ficou entediado, Rose notou.

“É, talvez não tenha sido uma boa ideia, afinal.” O Doutor deu beijos franceses em Val antes de se virar na direção de Rose.

“Mas também tem aquele rato prateado!” Val anunciou.

O Doutor se virou de volta com um sorriso. “Como é?”

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Val levou o Doutor e Rose para o departamento de brinquedos explicando que ela queria o tal ‘rato de prata’ para seu sobrinho, mas que ele desapareceu. Será que foi imaginação de Val? Mas ela parecia tão seriamente convencida que viu um rato de prata.

Um tumulto foi ouvido de outra parte da loja. Sentindo que tinha algo a ver com Craig, Rose logo quis ir ajudá-lo.

“Deve ser o Craig. Vou resgatá-lo.”

O Doutor lançou um sorriso acenando que estava tudo bem. Rose deixou-o procurando pelo ‘rato’.

Craig realmente fez uma confusão. Tinha um segurança que o olhava com certa raiva enquanto que uma vendedora jovem o chamava de pervertido. Que absurdo!

“Olá a todos!” Rose cumprimentou.

“Olá, Rose.” Disse a vendedora em tom amigável.

“Olá, Rose.” O segurança também disse sem a tensão anterior.

“Já vi que conheceram meu amigo, Craig.” Rose apontou para Craig e depois olhou para o segurança com um sorriso encantador. “Belo uniforme, George.”

“Obrigado, Madame.” O segurança ficou descontraído. “Se ele está com a senhora, então tudo bem.”

Craig ficou pasmo que o segurança e a vendedora caíram nas graças de Rose em poucos segundos.

“Desculpe, pensei que ele estava me assediando.” Disse a vendedora. “Era só o que faltava, porque Shona não veio e estou trabalhando dobrado pelo mesmo salário...”

“Sei como se sente, Kelly. Era a pior coisa quando acontecia comigo. E a gente nem recebe um reconhecimento!” Disse Rose.

“Exatamente!”

“E os clientes chatos então?”

“Se eu pudesse eu largaria tudo e ia embora daqui...” A vendedora Kelly se interrompeu, provavelmente achando que era impossível disso acontecer.

Rose sorriu relembrando que ela mesma largou tudo para ir embora com o Doutor. Rose então se lembrou de algo que Kelly disse. “Shona?

“Minha supervisora. Ela não apareceu.”

“Faria a bondade de me mostrar onde a viu pela última vez?”

“Claro.”

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“Então, Shona desapareceu do provador?” Perguntou o Doutor.

“Sim, Kelly me disse que foi lá a última vez que a viu e fui investigar. Não havia vestígio algum.”

Rose, Craig e Alfie se reuniram com o Doutor após irem ao provador feminino procurar pistas, mas sem encontrarem nenhuma.

“Tudo isso por causa de um rato prateado?” Perguntou Craig.

“Não é um rato prateado, é um Cybermat.” Respondeu o Doutor. Craig fez expressão confusa. “Cybermats são intrusos, são pequenos e mortais. Eles coletam poder como as abelhas coletam o pólen. Um deles vem sugando a eletricidade desta área.”

“Precisamos pegá-lo.” Disse Rose.

“Assim que a loja fechar, vamos entrar e pegar o Cybermat.”

“Isso é só coincidência, não é? Aliens em Colchester. Aliens duas vezes na minha vida justo quando você aparece.” Craig protestou apontou um dedo para o Doutor.

Ouvindo a confusão, Alfie começou a chorar e Craig ficou chateado.

“Eu vi um fraldário aqui por perto.” Indicou Rose.

“Tudo bem, eu levo ele.” Craig empurrou o carrinho para a direção do fraldário.

“Ele não acredita que seja coincidência. Mas é realmente estranho...” Rose parou de falar quando viu o Doutor com uma cara séria. Ela seguiu o olhar dele e viu o que o deixou sério. Velhos amigos caminhando pelo corredor. Amy olhando produtos e Rory carregando sacolas.

Uma garotinha correu até Amy e pediu um autógrafo dela.

“Qual o seu nome?” Amy perguntou enquanto pegava o bloco de notas da garota.

“Ellie.” A garota respondeu.

Amy acenou assinando no bloco. “Gostei de sua faixa.”

“Obrigada.”

O Doutor ia dizer alguma coisa, chamá-los talvez. Rose pegou a mão dele e o puxou para trás de um cabideiro de roupas, escondendo ambos. Eles não deveriam interferir na vida deles, não mais, eles decidiram isso enquanto havia tempo.

Amy terminou o autógrafo e a garotinha agradeceu. Amy e Rory seguiram por outro corredor e a mãe da garota encontrou sua filha. Ellie apontou para Amy e depois apontou na direção do Doutor e Rose. O casal estranhou, mas viram que atrás deles havia um cartaz promocional com o rosto da Amy para um perfume chamado Petrichor e com o slogan: Para as garotas que cansaram de esperar.

“Amelia Pond.” O Doutor sorriu.

“Amelia Williams.” Rose o corrigiu, também sorrindo.

Ela estava vivendo sua vida.

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Como combinado, eles ficaram até o shopping fechar. A loja estava mal iluminada, mas o Doutor não precisaria muito de luz se ele tinha sua chave de fenda sônica. Era assim que ele pretendia identificar o esconderijo do Cybermat, através da frequência. Infelizmente, Alfie não concordou e se sentiu incomodado com o barulho do aparelho sônico, chorando sem parar.

“Dá pra colocar no silencioso?” Craig protestou enquanto ninava o bebê choroso.

“Não, é uma chave de fenda sônica. Sônica significa som.” Respondeu o Doutor. Ele aproveitou a oportunidade para retirar um objeto de dentro da jaqueta maior-no-interior e entregar ao Craig, que fez cara de confuso. “Pra você não ficar tão lento.”

“É um ‘canguru’.” Explicou Rose. Craig entendeu a utilidade do que estavam lhe dando e permitiu que lhe ajudassem a colocá-lo em seu tronco.

Craig pegou o bebê em seus braços pronto para deixá-lo confortável no canguru quando viu o tão procurado rato de prata. O Doutor também viu e usou uma rede de piscina para capturá-lo. Ele soltou um grito de felicidade, mas tampou sua boca para não fazer mais barulho.

“Que estranho. Deve ter potência baixa. Ou eu sou melhor do que me lembro.” Disse o Doutor pegando o Cybermat nas mãos.

“Oh, é isso?!” Exclamou Craig. “Parece muito fofo. Olha só.”

Ao dizer isso, a parte da frente do ‘rato’ se abriu revelando fileiras de dentes perigosos. Eles quase soltam um grito com o susto.

“Rato de metal, boca de verdade! Rato de metal, boca de verdade!” Craig ficou repetindo de nervoso e Rose teve dificuldade em acalmá-lo. Ela até usou a técnica de levar um dedo aos lábios e fazer ‘Shhh’ para ele se calar. E funcionou mesmo!

Um grito soou pela loja que estavam e eles foram procurar a origem. O Doutor sabia que a voz era de George, o segurança, e foi correndo na frente para ajudá-lo. Ele encontrou George estirado no chão, mas deu de cara com um Cyberman que o atingiu no rosto.

O Doutor caiu no chão, com sua vista embaçada e seus sentidos se desligando. A última coisa que ouviu foi a voz de Rose chamando pelo seu nome e uma expressão de surpresa. Ela também viu o Cyberman e eles estavam em perigo.

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Aos poucos, o Doutor foi recuperando os sentidos. Rose ainda o chamava pelo nome, mas sem o desespero anterior.

“Rose! Rose! Você está bem?” O Doutor perguntou tentando se levantar, mas ele estava muito cambaleante ainda. Rose o ajudou a ficar de pé.

“Estou bem! O Cyberman matou George e o levou de volta para a nave. Ele não nos atacou, mas devemos tomar cuidado.”

“Acho que ele estava danificado. Ele poderia ter me matado se não estivesse.” Contou o Doutor. “Peças velhas. Devem ter transformado as pessoas.”

“Transformaram as pessoas em Cybermen?” Craig ficou surpreso com a revelação.

“É. Não tenho boas lembranças com isso.” Comentou Rose.

“Não estamos mais seguros. Eles podem vir até aqui.” Disse Craig. “Precisamos voltar para a base.”

Essa informação chamou a atenção do casal. O Doutor ficou especialmente interessado. “Temos uma base? Quando arranjou uma base?”

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A ‘base’ era a casa do Craig. Bom, era um lugar confortável e precisavam descansar. Eles levaram o rato de metal para lá e o Doutor pôde fazer mais estudos com ele.

Porém, Craig saiu para comprar mais leite e Stormaggedon começou a chorar. Rose estava no banheiro porque sentiu enjoos e o Doutor era o único disponível para resolver o problema do bebê atualmente chateado.

Quando Rose saiu do banheiro, ela ouviu uma voz bem familiar, mas o tom era bem diferente. O tom era bem suave, de um jeito especial que Rose só ouviu quando ele falava com Melody. Que saudades de Melody/Mels/River. De todas elas, apesar de elas serem a mesma pessoa.

A voz veio do quarto de Alfie. Ela entrou devagar e viu a bela cena do Doutor conversando com Alfie, segurando-o nos braços e chamando-o de Stormaggedon.

Como se sentisse a presença dela, o Doutor se virou e a viu com um sorriso no rosto. Alfie já não chorava mais. O Doutor mostrou seu próprio sorriso também.

De repente, o sorriso do Doutor sumiu e Rose seguiu o olhar dele. O Cybermat estava bem atrás dela. Como reflexo, o Doutor usou sua chave de fenda sônica e o deixou imobilizado por alguns segundos.

O casal correu com Alfie para fora da casa. Ao fechar a porta atrás de si, o Doutor percebeu que deixou a chave de fenda cair do lado de dentro. Agora eles estavam presos no jardim e o Cybermat estava dentro da casa.

“Francamente, Doutor.” Rose reclamou.

“Foi sem querer.” O Doutor disse. “Liga para o Craig. Ele deve estar chegando.”

Rose pegou seu telefone e ligou para o amigo, mas ele não atendia.

“Ele vai ficar bem”, informou o Doutor, “desde que ele não entre na casa.”

“Doutor!”

A voz do Craig veio da cozinha, praticamente de frente para eles. Craig estava no chão sendo atacado pelo Cybermat. O Doutor transferiu Alfie para Rose e quebrou o vidro da porta trancada para passar por ela. Ele recuperou a chave de fenda sônica, mas não conseguiu encontrar a frequência certa.

“Só mate o bicho!” Craig gritou.

O Doutor pegou uma panela próxima e bateu na direção do Cybermat. A intenção era acertar o rato prateado, mas acertou no Craig, que gritou. Com a comoção, o Cybermat soltou Craig e viu a oportunidade perfeita de saltar no Doutor.

“A assadeira, Craig!”

Craig pegou a assadeira e os dois conseguiram imobilizar o rato no chão.

“Deve ter proteção contra energia metastática! É claro!” O Doutor ajustou a configuração da chave de fenda sônica. “Tenho um aplicativo para isso. Afaste-se.”

O Doutor acionou a ferramenta e, dessa vez, o Cybermat foi desativado.

“Isso foi fantástico! Você deve ser muito forte!” O Doutor elogiou animado.

Craig não estava tão animado assim. Ele estava mais preocupado com Alfie e cansado da luta que acabou de ter.

Rose entrou quando o lugar ficou seguro. Eles estavam a salvo por enquanto.

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Rose estava muito cansada após esse dia corrido. Ela se retirou para dormir, pois não havia nada que ela pudesse fazer no momento. O Doutor iria aproveitar o tempo para analisar o Cybermat e reprogramá-lo.

Craig tentava fazer Alfie voltar a dormir. “Estou exausto.” Disse Craig sentado ao lado do Doutor no sofá e com o bebê nos braços. “Essa coisa estava pegando a eletricidade?”

“E transmitindo para a Cybernave, mas por quê?” O Doutor complementou. “Por que precisam de energia e por que as conversões estão inacabadas?”

“O Cybermat veio atrás da gente?” Craig perguntou.

“Não, ele veio atrás de mim.” O Doutor respondeu. “Por minha causa, você e Alfie quase morreram.”

Craig continuava balançando Alfie para fazê-lo dormir; seu próprio corpo quase sucumbindo à exaustão.

O Doutor continuou a falar. “Ainda acha que é seguro comigo, Craig?”

“Não pode evitar.” Craig assegurou.

“Não. Mas eu sou idiota e egoísta. Sempre fui. Devia ter feito você partir e eu nunca deveria ter vindo aqui.”

Craig soltou uma risadinha. “O que aconteceria se não tivesse vindo? Quem saberia sobre os Cybermen e os teleporte?”

“Ponho as pessoas em perigo!” O Doutor retrucou.

“Pare de se culpar! Se não fosse por você, esse planeta seria uma ruína.”

Craig era um bom amigo e um bom ouvinte. Havia algumas coisas que o Doutor realmente queria – precisava – falar para alguém. Ele sentiu que era a oportunidade perfeita para falar com um amigo enquanto sua esposa não estava ouvindo. Ele não queria quebrar o coração dela, mas precisava desabafar.

“Craig, em breve não estarei mais aqui. Meu tempo está acabando. E não falo de Exedor. ‘O Silêncio irá cair quando a pergunta for feita’. E nem sei qual é a pergunta. Sempre soube que morreria sem descobrir. Acontece, Craig, que é amanhã. Não suporto mais isso. O pior é que Rose não sabe. Amanhã é o dia que-”

O Doutor olhou para Craig e viu que seu amigo estava adormecido. Seus lábios se abriram em um sorriso largo. Craig estava cansado e provavelmente não ouviu seu último discurso, mas o Doutor não se importou. Ele apenas se levantou e pôs um coberto em envolta de Craig e Alfie.

Era melhor deixar o amanhã para amanhã.


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