O Último Segredo do Tempo – 3ª temp. escrita por Srta Poirot


Capítulo 22
A Mulher Que Matou o Doutor


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos leitores! Prepararam o coração para o desfecho desse episódio? Espero que aproveitem!



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Rose, Amy e Rory entraram no elevador junto com o homem que os salvou dos robôs. Aqueles robôs eram chamados de anticorpos e eles executam todas as pessoas que não são autorizadas a entrar no Teselecta.

“Quando vocês saírem, suas memórias serão apagadas.” O homem avisou no momento que a porta se abriu e eles entraram na sala de controle do Teselecta.

A sala de controle não era tão grande como a da TARDIS, mas tinha espaço suficiente para uma equipe de quatro pessoas. O homem que trouxe os visitantes se sentou em seu posto em frente aos computadores. Ao lado dele, uma mulher com a mesma função; no fundo, um terceiro funcionário; e, no centro, um homem sentado na cadeira que com certeza era o capitão.

Mas, a primeira coisa que Rose notou, foi a imagem do Doutor na tela. A imagem é captada através dos olhos do Teselecta que eles sabem que está no formato da Amy.

“É o Doutor!” Disse Rose.

Eles podiam ver e ouvir a cena acontecendo fora do Teselecta: Melody e o Doutor argumentando no momento da crise. Deve ser coisa de família.

“Você está morrendo e parou para trocar de roupa?” Melody perguntou intrigada.

O Doutor sorriu. “Sempre deve desperdiçar tempo quando não tem tempo. O tempo não é seu chefe! É a regra 408!” Ele caminhou até ficar ao lado da Melody, mas se virou para o Teselecta. “Amelia Pond, a máquina da morte julgadora. Por que não estou surpreso?” Ele levantou sua bengala e a parte de cima se abriu. “Bengala sônica!” O Doutor anunciou para Melody.

“Sério mesmo?!?” Melody rolou os olhos para ele.

“Não é de propósito. Nunca é sério de propósito. Regra 27. Pode querer escrever e anotar.” O Doutor escaneou a falsa Amy com a bengala. “Oh, é um robô! Com 424 sinais de vida no interior. Um robô controlado por mini-pessoas. Adorei! Mas, como entraram lá, afinal? É maior por dentro?” Ele analisou a bengala novamente. “Não! Miniaturização básica mantida por um campo de compressão. Preste atenção no que come para não se arrepender. Rose, se você estiver aí com Amy e Rory, me mande um sinal.”

Dentro do Teselecta, Rose imediatamente entendeu a mensagem e usou a chave de fenda sônica.

O Doutor recebeu o sinal em sua bengala. “Muito obrigado.” De repente, uma onde de dor o atacou de novo, fazendo-o se dobrar e quase cair no chão. “Desculpem, minha perna ficou dormente. Minha perna esquerda tirou uma soneca. Na verdade, é melhor eu me sentar. Eu acho que ouvi minha perna direita bocejar.” O Doutor se sentou nos degraus entre a TARDIS e o Teselecta.

Melody aproveitou a distração para fugir dali. Ela correu até a saída, mas o Teselecta a pegou com o raio antes que conseguisse.

“Não toquem nela! Não ousem machucá-la!” O Doutor gritou furioso.

O Teselecta parou o raio, mas a deixou presa em um campo de força.

“Por que se importa?” Perguntou o capitão do robô através da voz da réplica de Amy. “Ela é a mulher que matou o Doutor.”

O Doutor tirou sua cartola da cabeça e sorriu. “Eu não estou morto.”

“Você está morrendo.” Disse o Teselecta.

“Bem, pelo menos, não sou um robô metamorfo viajante no tempo que é operado por pessoas miniaturizadas e, devo admitir, não previ sua vinda.” Ele usou a bengala para apontar para Melody. “O que quer com ela?”

“Ela é Melody Tyler. De acordo com os arquivos, é a mulher que mata o Doutor.”

“Eu sou o Doutor. Está bom para você?”

“Através da história, muitos criminosos tem passado impunes por suas vidas. A viagem no tempo implica em responsabilidades.” O Teselecta disse e o Doutor riu com a declaração.

“O quê? Conseguiram viajar no tempo e então decidiram punir pessoas mortas?” O Doutor zombou.

“Nós não as matamos. Nós as extraímos perto do final de suas linhas temporais.”

“E depois o quê?”

“Damos o inferno a elas.”

O Doutor perdeu seu sorriso ao pensar no sofrimento das vítimas, das pessoas julgadas pelo Teselecta. Sua filha estava prestes a passar por este julgamento.

“Eu perguntaria quem pensam que são, mas a resposta é bem óbvia. Então, vou perguntar: quem vocês pensam que eu sou?” O Doutor falou perigosamente, sem se importar com sua dor. “A mulher que matou o Doutor. Parece que vocês têm minha biografia aí. Gostaria de dar uma olhada.”

“Nosso arquivo é vetado ao público. Conhecimento antecipado é perigoso.” Disse o Teselecta.

“Estarei morto em três minutos. Não vão antecipar nada.” O Doutor pediu.

Dentro do Teselecta, Rose perdeu sua paciência com o capitão. “Escute aqui, Capitão. Aquele homem é meu marido e aquela mulher é minha filha. Meu marido está morrendo e eu não estou ao lado dele por sua culpa. É melhor dar a ele o que ele quer, entendeu?”

“Quem é da família tem privilégios.” Informou o homem com fones que deu as pulseiras.

O Doutor ficou esperando pacientemente por uma conclusão. Ele quase desistiu de esperar quando o Teselecta voltou a comunicar. “Arquivos disponíveis.”

O Doutor se levantou cuidadosamente usando sua bengala como apoio. “Pergunta: Estou morrendo... Quem me quer morto?”

“O Silêncio.” O Teselecta respondeu.

“O que é o Silêncio? Por que é chamado assim? O que isto significa?”

“O Silêncio não é uma espécie. É uma ordem religiosa ou movimento. Creem que o silêncio cairá quando a pergunta for respondida.”

“Que pergunta?”

“A primeira pergunta. A pergunta mais antiga do Universo. Escondida e, ao mesmo tempo, à vista.”

“Sim, mas qual é a pergunta?” Perguntou o Doutor estimulado a tentar descobrir a resposta.

O Teselecta demorou alguns segundos para processar. “Desconhecida.” O robô respondeu por fim.

“Bem, isto foi muito útil, sua ruivona! E ainda chamam você de arquivos?!?” O Doutor gritou e se dobrou de dor mais uma vez. “Os rins são sempre os primeiros a falhar. Já tive melhores, sabe!” Ele disse com agonia.

Não ligando para a condição do Doutor, o Teselecta volta a torturar Melody que também grita de dor.

“Rose! Rose! Rose!” O Doutor chamou, quase implorando por uma última chance de falar com sua esposa. Ele precisava falar com ela.

O capitão do Teselecta sentiu pena deles e permitiu que Rose entrasse em contato com ele através do robô.

“Doutor! O que eu posso fazer? É a Rose falando. Por favor, fale comigo!” Rose disse chorosa, já não suportando mais este dia. Seu marido e sua filha estão prestes a morrer bem na sua frente. Este será o pior dia de sua vida se isso acontecer.

“Só faça com que parem! Salve nossa filha!” Ele pediu.

Para o Doutor, este também está sendo o pior dia de sua vida. O dia em que ele ficou impotente e com a sensação de fracasso. Não só a sensação, porque ele realmente fracassou em proteger sua única filha.

Dentro do Teselecta, Rose não queria perder tempo chorando, pois ela tinha que pensar em uma solução urgente. Ela pôs a mão no bolso e sentiu a chave de fenda sônica que havia guardado de novo. Ela pensou em como usá-la quando notou a pulseira nos braços de toda a tripulação. O botão tinha que estar verde...

Rose sonificou sua própria pulseira e a causou danos. O botão ficou vermelho e rapidamente um anticorpo emergiu do piso.

“Você não está autorizada. Sua morte será implementada agora.” Disse o robozinho.

“Amy e Rory, preparem-se para correr!” Rose disse aos amigos e se virou para o capitão. “OK, capitão! Solte minha filha agora ou eu acabo com a Teselecta.” Rose ameaçou com firmeza, mesmo assim, o capitão duvidou.

Rose apontou a chave de fenda para o alto e ampliou o sinal para todo o Teselecta. As pulseiras de todos ficaram vermelhas e vários anticorpos apareceram em todo o robô.

“O que você fez?” Exigiu o capitão, mas Rose impulsionou seus amigos a fugirem com ela.

“Todos os privilégios foram retirados. Todas as formas de vidas, preparem-se para a morte imediata.”

Rose, Amy e Rory usaram o elevador em que vieram, deixando a sala de controle para trás. O capitão foi obrigado a desligar o Teselecta e isso causou a suspensão do julgamento de Melody.

O Doutor ficou aliviado quando viu Melody livre da tortura. “Por favor, agora precisamos salvar sua mãe.” O Doutor apelou para Melody, pois ele viu bondade nela. Mesmo que por um segundo, se realmente existe bondade em Melody, ele não vai desistir dela. Ele terá esperança nela até seu último suspiro.

“Não fuja! Sei que está assustada, mas nunca corra quando estiver assustada. É a regra 7. Por favor.”

O Doutor estava quase desmaiando quando ouviu o Teselecta voltar a falar para pedir ajuda. Ele sabia que era Rose e seus amigos que estavam lá dentro. O Teselecta continuava pedindo por ajuda, então ele decidiu reunir forças para chegar à TARDIS. Como Melody estava muito assustada, ele decidiu ir por si só, mesmo se arrastando pelos degraus, mas sem desistir.

Melody já havia desistido e ficou observando sentada o Doutor agir, completamente intrigada pela insistência dele.

“Olhe pra você! Você ainda se importa!” Melody disse chocada e intrigada. É totalmente o contrário de tudo que ela aprendeu sobre ele. “É impressionante, tenho que admitir.”

O Doutor lutava contra sua morte dolorosa. “River, por favor!”

“De novo?!? Quem é esta River?” Melody exige saber.

“Ajude-me! Salve sua mãe. Salve Amy e Rory.” O Doutor pediu muito enfraquecido e determinado.

Melody o observou com atenção e viu algo que nunca fizeram por ela. O Doutor e Rose nunca abandonam a família e amigos, mesmo quando a situação é difícil. Primeiro foi Rose, que sempre esteve com ela em todos os momentos mesmo achando que Mels era uma criança qualquer, não sabendo que se tratava de sua filha no futuro. Rose cuidou dela como ela cuidava de si mesma. Depois o Doutor que, em seus últimos momentos, está usando suas últimas forças para salvar sua esposa e amigos, mesmo sabendo que não tem chance.

Melody raciocinou que seu treinamento foi uma mentira, foi uma covardia! Como puderam treiná-la para matar seu próprio pai, alegando que ele a abandonou e desistiu dela?!? Incompetentes! Não conseguem derrotar o Doutor, então decidem usar a filha dele para fazer o serviço sujo!

Vendo-o agora, Melody tem certeza de que ele nunca desistiu dela, inclusive ele tentou protegê-la do Teselecta mesmo sendo ela quem lhe causou essa dolorosa e lenta morte.

Várias imagens apareceram na mente de Melody. Ela percebeu que são memórias há muito tempo travadas e esquecidas. Essas memórias estavam finalmente sendo desbloqueadas enquanto a lavagem cerebral se desfazia. Ela viu cenas de sua infância com Rose, viu Jackie cuidando de ferimentos causados por quedas e brincadeiras, se viu vagando sozinha por Nova York até Madame Kovarian a encontrar de novo e levá-la pra Londres dos anos 90, ouviu a voz do Doutor enquanto se escondia naquele depósito abandonado em 1969, e ouviu a voz dele novamente... mas, ela era um bebê...

Olá, Melody! Eu sou o seu pai! (...) Está tudo bem, Melody, ela ainda é toda sua. E devia chamá-la de mamãe e não de mamadeirona.”

Foi como um sonho, mas ela tinha certeza que era a voz dele.

Em um ato de coragem, Melody se levantou e foi até a TARDIS. Ela passou pelo Doutor semidesmaiado e entrou na nave sem olhar para trás, muito decidida do que iria fazer. Inclusive, ela não percebeu que no meio do caminho ela deixou uma lágrima cair.

Ao ouvir a porta da TARDIS se fechando, o Doutor levantou a cabeça e Melody não estava mais no restaurante. Ele deduziu que Melody entrou na TARDIS, esperando que ela fosse fazer a coisa certa. O Doutor olhou no chão ao seu lado e notou uma gota de lágrima deixada para trás, e sentiu um grande alívio e esperança.

Finalmente, o Doutor estava disposto a descansar em paz.

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Dentro do Teselecta, Rose, Amy e Rory se viram encurralados pelos anticorpos por todos os lados. Sem a autorização, muitas portas se recusaram a abrir, por isso que ficaram encurralados.

“Vocês não têm autorização. Suas mortes serão implementadas.” Os robôs ficavam repetindo a ameaça sem parar.

Amy e Rory se abraçaram aceitando seu destino e Rose se sentiu culpada por causar isso a eles. De repente, a TARDIS começou a se materializar em volta deles. Quando olharam ao redor, viram as paredes da TARDIS e respiraram aliviados e felizes.

“Isso quer dizer...” Rose começou a dizer com o mais profundo alívio. “...que ele conseguiu! O Doutor conseguiu!”

O que eles não esperavam, foi ver Melody saindo de trás dos controles e ela estava tão abalada que demorou a formar palavras. “Parece que eu consigo pilotá-la. Ela me mostrou como. Ela me ensinou.”

Se Melody está aqui, isso significa que...

“Onde está o Doutor?” Perguntou Rose engolindo em seco. “Onde está meu marido?”

Melody não respondeu, mas seu olhar expressou remorso e arrependimento.

Eles se materializaram de volta ao restaurante e o Doutor estava lá deitado nos degraus, ainda vivo. O estado dele não era nada bom.

Rose e os amigos se reuniram ao redor do Doutor e ele ficou feliz que todos estavam bem.

“Não pode morrer agora. Eu sei que você não morre agora.” Disse Amy ao Doutor e Rose ficou curiosa.

“Como assim? O que quer dizer?” Rose perguntou.

“Parece que a Pond tem tudo agendado.” Disse o Doutor fracamente.

Rose poderia ter ficado frustrada com a falta de informação, mas ela estava mais preocupada com a situação atual. Ela queria abraçá-lo e não soltá-lo mais. Rose passou um braço em volta da cabeça dele e pôs a outra mão em seu tórax, sentindo as fracas batidas dos corações dele.

“Deve ter algo que possamos fazer.” Rose disse chorosa.

“Não podem. Ninguém pode.”

“Não desista.” Algumas lágrimas escorreram pelo rosto de Rose.

“Ponds.” O Doutor falou. “Nos dê licença. Eu preciso falar com minha filha.”

“Mas, ela o matou. Ainda quer falar com ela?” Perguntou Amy.

“Vamos, Amy. É a filha dele. Ele precisa falar com ela.” Rory chamou e Amy aceitou.

Melody hesitou em se aproximar, mas tomou coragem e se ajoelhou ao lado do Doutor, onde Amy e Rory ficaram anteriormente.

O Doutor a olhou diretamente nos olhos, deixando ela com mais remorso. “Encontre-a.” O Doutor pediu. “Encontre River Song e diga a ela uma coisa por mim.”

“Por que eu?” Melody queria entender.

“Porque tem que ser você.”

“Devo dizer o quê?” Melody se inclinou para perto dele para ouvi-lo melhor e o Doutor cochichou alguma coisa que a fez sorrir. “Tenho certeza que ela sabe disso.”

Amy e Rory ficaram curiosos e não conseguiram ouvir o que ele cochichou. O Doutor é sempre misterioso até em seus últimos momentos.

A curiosidade se tornou em tristeza quando perceberam que o Doutor morreu logo em seguida. Rose não aguentou e se desmanchou em lágrimas abraçando o corpo de seu marido que acabara de falecer.

Amy também chorou com Rory quando Melody se dirigiu a eles. “Quem é River Song?”

Ao invés de responder, Amy olhou para o Teselecta ainda em pé, lembrando Melody que o robô contém todas as informações que ela precisa.

“Acessar arquivos de River Song.” Disse Rose dando uma trégua em seu choro para ordenar o Teselecta.

“Informações disponíveis.” Disse o Teselecta.

“Mostre a ela quem é River Song.” Imediatamente o robô atendeu a ordem de Rose e começou a mudar de forma. Ele mudou para a forma da regeneração atual de Melody, mas com roupas diferentes. Melody então percebeu que ela mesma é River Song.

“Qual foi a mensagem que o Doutor passou para River Song?” Perguntou Rose.

Melody permaneceu calada e não respondeu. Ela deu passos hesitantes até Rose que continuava de joelhos ao lado do Doutor.

“Mãe?! Diga-me...” Melody começou a dizer e Rose lhe prestou atenção. “Se meu pai estivesse vivo agora, ele me perdoaria?”

Rose não entendeu muito bem a pergunta, porque para ela a resposta é bem óbvia. Mas, Melody precisava saber. “É claro que sim! O Doutor sempre dá uma segunda chance e pra você não há dúvida. Ele já a havia perdoado antes mesmo de...” Rose não conseguia terminar a frase sem sentir uma onda de tristeza.

Com a resposta, Melody tomou uma decisão. Ela fez suas mãos brilharem com energia de regeneração e Rose logo percebeu. “O que está fazendo?”

“Dando um jeito.”

Com as mãos cheias de energia, ela tocou no Doutor e o fez recuperar o fôlego na mesma hora. Ele olhou para Melody sentiu orgulho e medo por ela ao mesmo tempo. “River, não faça isso!” O Doutor pediu.

Mas, Melody estava decidida a fazer o que se faz pela família: sacrifícios. Ela desistiu de todas as suas regenerações para salvá-lo.

Rose saiu de perto e manteve uma distância segura enquanto o brilho da energia iluminava todo o ambiente. Em poucos segundos, toda a energia de Melody foi transferida para o Doutor, por todo o corpo dele.

Ao final, o Doutor estava acordado e Melody estava desmaiada ao lado dele.

Não havia dúvidas que naquele momento Melody Tyler se tornou River Song.

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Melody abriu seus olhos devagar e a primeira pessoa que ela viu foi Rose.

“Hey.” Cumprimentou Rose.

“Hey.” Melody respondeu de volta e deu uma olhada ao redor. Ela percebeu que estava em ambiente estranho e estava deitada em uma cama confortável. “Onde eu estou?” Ela perguntou.

“Está tudo bem. Aparentemente você usou de uma vez só todas as suas regenerações. Isso foi muito perigoso.”

“Mãe, eu tinha que arriscar.” Melody ainda estava com sua voz meio rouca depois de passar horas dormindo. Ela estava se recuperando muito bem, mas ainda precisava de descanso.

“Eu sei. E ainda bem que tentou.” Quando Rose disse isso, o Doutor se aproximou e foi para o lado delas. Ele estava usando suas roupas normais (gravata borboleta e terno de tweed).

Melody viu que ele estava muito bem. “Você disse que ninguém podia salvá-lo, mas eu acho que sabia que eu podia.”

“Regra número um: o Doutor mente.” Disse o Doutor.

“Eu realmente devia anotar isso.”

Os pais da Melody riram do que ela disse. O clima entre eles estava totalmente mudado, completamente livre de morte ou tristeza. Todos estavam felizes, mas o Doutor estava muito mais. Dessa vez, só dessa vez, o tempo não escondeu este último segredo: a verdadeira identidade de River Song. Ele ficou satisfeito em descobrir quem ela é.

Melody ainda estava muito cansada e caiu no sono mais uma vez.

“Ela só precisa descansar. Ela logo estará boa.” Informou a enfermeira do Hospital das Irmãs do Cisma Infinito.

“Não, ela não estará boa. Ela será maravilhosa.” Disse o Doutor retirando do casaco um livro de capa azul-da-TARDIS. Na verdade, era uma versão totalmente nova do diário que River sempre leva consigo.

O Doutor deixou o diário na mesinha ao lado da cama de Melody juntamente com uma carta escrita por ele mesmo. Ele e Rose a observaram por mais um momento antes de finalmente se saírem do hospital.

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O Doutor e Rose voltaram para a TARDIS e Amy e Rory estavam esperando por eles.

“Então é isso? Vocês vão deixá-la lá?” Perguntou Amy curiosa indo de encontro a eles.

“As Irmãs do Cisma Infinito é o melhor hospital do Universo.” Respondeu o Doutor, mas Amy continuou sem entender.

“Mas ela é filha de vocês. E ela é River.”

“Amy, nós sabemos. Mas, temos que deixá-la seguir o próprio caminho. Sabemos coisas demais.” Disse o Doutor.

“Nem tudo está resolvido, mas precisamos seguir o curso da história. Ela ainda vai nos encontrar.” Completou Rose.

Amy ainda estava curiosa, mas decidiu ser paciente e fazer como Rose disse: seguir o curso da história. Ser viajante do tempo é assim, não é?

Amy e Rory se retiraram para o quarto deles e Rose ficou sozinha com o Doutor na sala do console, contemplando o momento feliz que eles passaram e imaginando o futuro com a River.

“O que você escreveu naquela carta que deixou para River?” Perguntou Rose ao Doutor.

“Apenas ensinamentos sobre o futuro. Por exemplo, deixei instruções para ela não nos chamar de pai e mãe, a menos que nós estejamos na mesma linha do tempo. Sabemos que ela nos encontrará em outras correntes temporais, então achei melhor contá-la que ela deve manter segredo e evitar confusão.”

“É melhor mesmo. Pelo menos, nós sabemos que ela vai seguir as regras.”

O Doutor concordou e, juntos, eles foram para o quarto descansar antes de qualquer outra aventura.

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Luna University, 5123 D.C.

O reitor de Luna University estava entrevistando mais uma candidata ao curso de Arqueologia. Fazia parte de sua rotina encontrar novos talentos.

“Então, me conte.” Disse o reitor se sentando em frente à sua entrevistada, uma mulher de cabelos loiros encaracolados. “Por que quer estudar arqueologia?”

A mulher se inclinou para ele. “Bem, para ser honesta, Professor, eu estou a procura de ‘um bom homem’ e sua esposa.” Ela disse mais que confiante; ela disse com total certeza.


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Notas finais do capítulo

Calma, ainda não é o fim da temporada! Temos mais episódios para seguir. Até a próxima!

OBS.: Comentem, estou curiosa para saber o que vocês acharam.



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