O Último Segredo do Tempo – 3ª temp. escrita por Srta Poirot


Capítulo 2
O Astronauta Impossível


Notas iniciais do capítulo

Nossa saga está recomeçando!!! Eis o primeiro capítulo e tomara que esteja lacrando, enfim, vocês que vão dizer!! ;)



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Um envelope para Amy e Rory chegou pelo correio. Amy recebeu e abriu o curioso envelope azul como a TARDIS. O envelope em questão tinha o número 3 em sua aba.

“Só acho que eles estão tirando férias de nós.” Disse Rory assistindo à televisão. “Ou isso ou não perceberam que nosso lua-de-mel terminou há um mês e meio.”

O casal discutia, sempre que podia, quando o Doutor e Rose vão voltar e buscar eles para mais aventuras. Amy lia livros históricos e qualquer referência a um Doutor desconhecido era referência ao Senhor do Tempo que eles conhecem, tentando chamar atenção.

Rory notou que Amy não respondeu e olhou para ela, vendo que ela lia um papel na mão. “O que é isso?”

“Chegou pelo correio. Tem data, hora e coordenadas.”

“E de quem é?”

“Não está assinado. Mas olha! Azul da TARDIS!”

“E por causa disso, você acha que é do Doutor?” Desconfiou Rory.

“Não custa nada ir lá para descobrir.” Decidiu Amy.

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Em Stormcage, a prisão intergaláctica da mais alta segurança do Universo, os alarmes soam. Um dos guardas os acionou quando River Song começou a fazer as malas dizendo que ia à América.

River também recebeu o convite em seu envelope azul com o número 2 na aba. As coordenadas levam aos Estados Unidos e ela já sabe o que terá que fazer.

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“Será que é aqui? O lugar certo?” Perguntou Amy ao descer do ônibus que os deu carona.

“No meio de lugar nenhum? Sim, é aqui mesmo.” Respondeu Rory.

“Olá.”

Uma voz cumprimentou por trás deles e, quando se viraram, eles viram o Doutor debruçado no capô de um carro vermelho do outro lado da estrada.

“Doutor!” Reconheceu Amy.

O Doutor rapidamente desceu do capô e a abraçou. “Ponds!” Os abraços foram cheios de energia.

“Chapéu legal.” Rory apontou para o chapéu de caubói que o Doutor estava usando.

“Eu uso um Stetson agora. Stetsons são legais.” Assim que o Doutor terminou de falar, um tiro de uma arma atingiu o chapéu tirando-o de sua cabeça.

River Song assoprou o cano de sua arma satisfeita.

“Olá, linda!” Apesar de ter seu chapéu destruído, o Doutor a cumprimentou feliz. River esboçou seu sorriso de assinatura. “Você sempre tem que destruir meus chapéus assim?” Perguntou o Doutor.

“Eles não combinam com você.”

“Nunca poderei usar chapéu na vida.” Murmurou o Doutor. “Vamos andando! Tem uma lanchonete aqui por perto.”

O Doutor andou alguns metros quando sentiu Amy cutucar seu ombro. “Onde está Rose? Ela não veio com você?”

“Rose está resolvendo uns assuntos inacabados. E decidi passar meu dia com vocês.”

Amy achou muito estranho. Ela olhou para Rory e viu que ele também achou estranho. Afinal, o Doutor nunca passa muito tempo longe de Rose, pois eles são inseparáveis.

Na lanchonete, o Doutor e River sentaram-se cara-a-cara para atualizar suas linhas do tempo.

Ela pegou seu famoso diário azul e folheou algumas páginas. “Certo, onde estamos? Já fomos à Ilha de Páscoa?” Perguntou River.

“Sim! Já fomos à Ilha de Páscoa!” Respondeu o Doutor.

“Você é cultuado por lá. Viu as estátuas?”

“Jim, o Peixe.”

“Jim, o Peixe!” Repetiu River animada. “Como ele está?”

“Construindo suas barragens.”

River riu com o que o Doutor disse, mas notou que ele estava muito sério. “O que foi?” Ela o perguntou.

“Eu sei de tudo.”

River levantou uma sobrancelha. “Tudo tipo, tudo?”

“Tipo, tudo o que tem no seu diário. Sei quem você é e de onde vem, mas Amy e Rory não podem saber disso.”

River guardou o diário, pois ele não seria mais necessário. Nesse mesmo tempo, Amy e Rory se juntaram a eles na mesa.

“Então, o que estão fazendo?” Pergunta Rory curioso.

“Eles são viajantes do tempo e estão sincronizando seus diários.” Amy respondeu ao marido. “Não é?”

O Doutor sorriu pra Amy. “Estive correndo por toda a minha vida. Encontrei Rose no caminho dessa corrida e agora ela corre junto comigo.” Ele suspirou e olhou para os três amigos. “É hora de parar. E hoje vou precisar de vocês comigo.”

River começou a desconfiar, mas Amy apenas achou que seria mais uma de suas aventuras. Finalmente poderão voltar ao que era antes, exceto que Rose não está presente.

“Um piquenique e depois uma viagem a um local novo.” Disse o Doutor.

“Onde?” Perguntou Amy já animada. Talvez vão se encontrar com Rose por lá.

“Espaço. 1969.” Nenhum deles sabia o que isso significava, exceto o Doutor.

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Como prometido, o Doutor levou eles ao piquenique que ele preparou de frente a um lago. Eles comeram frutas e sanduíches e abriram uma garrafa de vinho.

Amy e Rory não questionaram a escolha do lugar. Conhecendo o Doutor, um piquenique de frente a um lago é até simples demais para o gosto dele, mas mesmo assim, não questionaram. Só queriam aproveitar o momento fora da rotina, embora não pudessem dizer o mesmo de River Song, que parecia cada vez mais incomodada. Ela até se engasgou com vinho quando o Doutor mencionou a idade dele. 1103 anos, ele disse. Amy também ficou surpresa.

“Você tinha 908 da última vez que vimos você.” Disse Amy.

“E você engordou um pouco, mas eu não ia mencionar isso.”

A resposta do Doutor fez Amy sorrir. Típico, ela pensou. Amy ficou sorrindo até olhar para as dunas.

“Amy?” Chamou Rory.

“Desculpe, o quê?” Perguntou Amy.

“Você disse que viu alguém.”

“Não, eu não disse.”

“Ah, a Lua!” O Doutor cortou o assunto fazendo-os admirarem a lua também.

“O pouso na Lua foi em 1969.” Lembrou Rory. “É pra lá que estamos indo?”

“Tem muito mais coisas que aconteceram em 1969.” Disse o Doutor antes de um carro estacionar a caminho deles. Um homem, já com idade avançada, desce do veículo.

O Doutor acena pra ele e o desconhecido acena de volta. Os três amigos do Doutor imaginam que eles se conhecem. Eles todos observam o homem de longe até River soltar um suspiro de espanto. Ela encara o lago e, quando todos fazem o mesmo, eles percebem que tem uma figura com roupa de astronauta emergindo do lago, parando em pé na parte mais rasa.

“Vocês precisam se afastar.” Avisa o Doutor dando um passo em direção ao lago enquanto o astronauta também dá um passo à frente. “Aconteça o que acontecer, vocês não podem interferir. Fui claro?”

Sem esperar pelo consentimento, o Doutor vai mais próximo do lago até ficar cara-a-cara com o astronauta.

Amy, Rory e River veem a interação entre os dois, como se estivessem conversando. De repente, um tiro dispara e Amy entra em desespero.

“Doutor! Doutor!”

River se apressa em segurar Amy e Rory a ajuda em segurá-la, lembrando que o Doutor pediu para manter distância e não interferir. Em seguida, ouviram mais dois disparos do astronauta acertando o Doutor em cheio. Com isso, o Doutor começou a brilhar. Primeiro suas mãos e depois todo o corpo até explodir em uma luz amarela. River sabia que se um Senhor do Tempo fosse interrompido durante uma regeneração ele ficaria morto para sempre, sem volta.

O astronauta não perdeu tempo e atirou de novo, jogando o Doutor estirado no chão e desativando a regeneração. Sem esperar mais, os três companheiros correram para socorrê-lo, em vão. O scanner de River o identificava como morto.

Tamanha eram a raiva e o desespero de River que ela descarregou sua arma na direção do astronauta, mas errou ao alvo. O astronauta já estava distante. Um astronauta impossível.

Todos os três passaram alguns minutos chorando sobre o corpo do Doutor. Era a segunda vez que o viam supostamente morrer, talvez fosse parte de algum plano para enganar algum vilão.

“Acredito que possa poupar algum tempo.” Nenhum deles percebeu a aproximação do homem mais velho até ele falar. “Ele com certeza é o Doutor e com certeza está morto. Ele disse que você iria precisar disso.”

O homem mostrou a eles um galão vermelho cheio de gasolina e o deixou ao alcance deles.

“O corpo de um Senhor do Tempo é um milagre. Mesmo um corpo morto. Não podemos deixá-lo aqui ou em qualquer lugar.” Explicou River ainda com voz chorosa.

Rory avistou um barquinho na areia e deve a ideia de colocar o corpo do Doutor nele. Eles só tiveram que pôr gasolina sobre o corpo para queimá-lo como foi planejado. Muitas lágrimas foram derramadas até o pôr do Sol quando as chamas consumiram o corpo de um grande amigo.

“Quem é você e por que veio?” River interrogou o homem mais velho.

“Pelo mesmo motivo que vocês.” Ele apenas disse e mostrou um envelope azul que todos logo reconheceram porque era igual ao que receberam. “Doutora Song, Amy, Rory.” Ele disse olhando para cada um deles e dizendo seus respectivos nomes. “Eu sou Canton Everett Delaware III. Eu não os verei de novo, mas vocês me verão.”

Canton pôs seu boné na cabeça e se retirou, levando seu galão consigo.

“Quatro.” River disse quando Canton se afastou.

“O que disse?” Perguntou Rory.

“O Doutor numerou os envelopes. Eu recebi o 2, vocês o 3 e o sr. Delaware III recebeu o 4.”

“E daí?”

“Daí que precisamos saber quem era o 1.”

“Oh, meu Deus! E se for Rose?” Disse Amy. “Como diremos a ela? E onde ela está?”

River pensou um pouco. “Rose deve estar cuidando da TARDIS, então talvez ela saiba. De qualquer forma, precisamos ir a outro lugar. Não podemos passar a noite em frente a esse lago.”

“Tem uma lanchonete há um quilômetro daqui. Eu vi quando nós estávamos vindo para cá.” Disse Rory.

“É um bom começo.” River concordou e os três foram caminhando pela estrada com os corações pesados.

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Na lanchonete...

“Ele planejou isso nos mínimos detalhes. Ele queria que estivéssemos lá.” Disse River discutindo com Rory. “Somos as pessoas que ele confia.”

“Então ele numerou por ordem de confiança?” Disse Rory. “Eu e Amy somos o 3.”

“Eu devo ser a pessoa que ele confia em segundo, mas quem é o primeiro?”

Amy, porém, estava traumatizada demais para falar no assunto. “Isso não importa, ele está morto.” Ela disse. Mas nada fazia River parar de pensar no assunto, afinal, ela queria ajudar o Doutor mesmo em sua pós-morte. Amy devia fazer o mesmo, mas ela não conseguia.

“Ei, vejam!” Rory chamou a atenção delas e apontou para uma das mesas. Havia um envelope azul sobre ela.

River foi até à mesa e pegou o envelope. Como previsto, tinha o número 1 na aba. “Em quem o Doutor mais confiava?”

Assim que River terminou a pergunta, a porta que dá para os banheiros se abriu e vozes foram ouvidas.

“Eu disse que aquilo não tinha um cheiro bom.” Voz da Rose.

“Estava bom para mim.” Voz do Doutor.

“O gosto era pior ainda.”

“Então vamos para outro lugar. Só gostei mesmo dos canudinhos de refrigerante que têm as formas mais engraçadas.”

O Doutor e Rose ficaram um segundo paralisados antes de processarem o fato de verem seus amigos ali.

“Isso é frio.” Disse River. “Mesmo para seus padrões, isso é frio.”

“As pessoas costumam dizer ‘olá’!” Disse o Doutor.

Se Rose achou no mínimo estranho, ela não disse, mas não deixou de observar seus companheiros com desconfiança. O que estão fazendo aqui? E por que esse olhar surpreso de todos eles?

O Doutor não deve ter percebido, pois foi abraçar todos os três com seu charme e caráter amigável. Porém, quando foi abraçar River Song...

PAF

Ele foi pego de surpresa. “O que foi que eu fiz?” O Doutor pôs sua mão sobre a bochecha dolorida por causa do tapa que levou.

“Ele fez alguma coisa? Ou é por algo que ele ainda não fez?” Rose questionou acudindo seu marido.

“Algo que ele ainda não fez. Mas mereceu.” Respondeu River.

“Não posso dizer que estou ansioso por isso.” Disse o Doutor.

“Como pode estar aqui?” Perguntou Rory ainda não acreditando em seus olhos. O Doutor estava vivo!

“Nós fomos convidados, não é, amor?”

“Em um envelope azul. Com data e referência.”

“O mesmo que vocês ou é só coincidência?”

Amy não aguentava mais ficar sem entender. “O que está acontecendo, River?”

“Amy, pergunte a idade dele.” Pediu River.

“Quantos anos tem, Doutor?”

“Isso é meio pessoal.” Disse Rose muito confusa com a reação da River, mas percebeu que ela está muito séria. River era sempre relaxada e com autocontrole. Então, Rose acenou para o Doutor responder.

“909 anos.” Ele disse também ficando confuso.

“E onde isso nos leva? Jim, o Peixe?” Perguntou River.

“Quem é Jim, o Peixe?” Obviamente o Doutor não sabia quem era porque ainda não o conheceu.

“Eu não estou entendendo nada! O que estamos fazendo aqui?” Perguntou Rose.

Amy e Rory olharam para River esperando ela tomar uma decisão.

“Fomos recrutados. E tem algo a ver com o espaço, 1969.” River decidiu não contar a verdade. “E um homem chamado Canton Everett Delaware III.”

“Então, por que vocês estão tão nervosos?” Perguntou Rose olhando para cada um deles. “Não pensem que eu não notei.”

“É que...” River começou a dizer. “Não sabemos quem é esse recrutador.”

O Doutor se animou pronto pra resolver esse mistério. “E o que estamos esperando?”

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Na TARDIS, o Doutor pôs as coordenadas para 1969 não deixando de notar a inquietude de Rose.

“Rose, você está preocupada ou algo assim?” O Doutor perguntou. “É que está juntando as sobrancelhas.”

“Estou pensando.” Ela respondeu. “Não acha que eles estão estranhos? Todos os três ali embaixo e falando pelas nossas costas.”

“É mesmo estranho. Eu estou sendo inteligente aqui em cima e nenhum deles está aqui, ficando impressionado comigo! Qual a razão de ter eles aqui?” Rose rolou os olhos.

Quando os outros três amigos decidiram aparecer, o Doutor anunciou sua descoberta. “Hááá, nós temos um lugar, se estão interessados. Rose e eu cruzamos as referências do ano 1969 com Canton Everett Delaware III e descobrimos. Washington, 8 de abril de 1969.”

“E por que não pousamos?” Perguntou Amy.

“Porque não é para lá que vamos.” Respondeu o Doutor. “Vocês dois vão para casa fazer bebês. A Dra. Song vai para a prisão. Eu e Rose estamos atrasados para uma aula de pintura a óleo em 1911.”

“Nunca fui boa em artes.”

O casal se sentou lado a lado na cadeira do capitão, ambos com os braços cruzados. Amy, Rory e River ficaram na frente deles esperando uma explicação pela mudança de ideia. “O quê?” Perguntou o Doutor sério. “Um convite misterioso e só vocês que sabiam de 1969... Acham que iríamos assim, do nada?”

“Não podemos saber mais do que vocês?” Perguntou River. “Vão ter que confiar em nós dessa vez.”

O Doutor se levantou ficando cara-a-cara com River. “Eu não sei tudo, na verdade. Mas tem uma coisa que eu gostaria de saber. Quem é você?” Ele encarou diretamente nos olhos cor-de-avelã de River, mas o silêncio foi ensurdecedor, deixando claro que ela não ia responder.

“Por que está na prisão? Quem você matou?” O Doutor insistiu. “Ainda pede para confiar em você?”

“Então confie em mim.” Amy disse exasperada.

“Por que você faria isso? Pedir para confiar em você?” Perguntou Rose se levantando da cadeira.

Amy hesitou em uma resposta. “Filé de peixe e creme de leite. Se lembram?”

A expressão do Doutor se suavizou, deixando todos mais aliviados. “Minha vida está em suas mãos, Amelia Pond.” Disse ele com um sorriso.

Fazer o Doutor confiar em você é uma coisa boa, mas porque que para Amy parecia ser a pior coisa do mundo?


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Notas finais do capítulo

E então?



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