O Último Segredo do Tempo – 3ª temp. escrita por Srta Poirot


Capítulo 18
Um Bom Homem Vai À Guerra – parte 2


Notas iniciais do capítulo

Pobre Dorium no final da parte 1... O Doutor foi atrás dele também. kkkk



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Em Demon’s Run, Rose Tyler assistia ao discurso do coronel através da janela do quarto onde era mantida presa. Ela podia ver um exército bem organizado e três monges de pé em um palco. O coronel discursava em cima desse palco com os monges.

“Ele não é o diabo! Ele não é um deus! Não é um duende, um fantasma ou uma entidade. O Doutor é um homem que vive e respira, e olhando nesta sala, eu sei de uma coisa: Nós, com certeza, vamos resolver isso!” Os soldados gritaram ‘urras’ e Rose suspirou para a arrogância deles.

Rose ouviu alguém destrancar a porta do quarto e entrar, e se virou para ver quem era.

“Desculpe.” Disse uma jovem do exército chamada Lorna. “Eu não devia estar aqui, eu devia estar no evento. Eu trouxe algo para você. O nome da sua filha na língua do meu povo. É uma folha de oração e nós acreditamos que se a mantiver com você, sua filha sempre voltará para você.”

“Posso pegar sua arma?”

“Por quê?”

“Porque sinto que vai continuar falando.” Rose voltou sua atenção para a janela deixando a jovem Lorna sem palavras. “Estão falando como se ele fosse famoso. O Doutor não é famoso.”

“Ele encontra muitas pessoas. Algumas delas se lembram.” Disse Lorna. “Ele é como uma lenda sombria.”

“Sombria? Você o conheceu?”

“Sim, mas eu era só uma garotinha.”

“Eu também, praticamente. Tinha só 19 anos.” Rose sorriu com nostalgia.

“Ele a escolheu como esposa. Você deve ser especial.”

“Nós fomos separados por um tempo, mas eu voltei pra ele. E agora ele voltará pra mim, pra nós. Ele está em algum lugar.” Rose se virou para Lorna. “Você pode esperar muito tempo pelo Doutor, mas ele vale a pena. O negócio é que ele está vindo, sem dúvida. Veja se está do lado certo quando ele chegar aqui. Não pelo meu bem, mas pelo seu.”

Rose estendeu a mão e recebeu a folha de oração de Lorna. Ela soube dessa tradição quando fez uma viagem para as Florestas Gama e foi confundida com a deusa Fortuna. Rose agradeceu e guardou o pano no bolso e viu no olhar de Lorna o orgulho de estar em sua presença.

A jovem Lorna se retirou e Rose ficou sozinha novamente.

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“Neste dia, neste local, o Doutor cairá!” O Coronel Manton ainda discursava e os soldados se mantinham animados em formação. “O homem que fala, o homem que argumenta, o homem que mente, vai conhecer a resposta perfeita!” Os soldados gritaram ‘urras’ mais uma vez. “Alguns de vocês se perguntam por que nos aliamos com os Monges Decapitados. Devem pensar: por que os chamam de ‘Decapitados’? É hora de saber o que eles sacrificaram pela fé.”

Os três Monges no palco deram um passo a frente, prontos para revelar o segredo há muito tempo guardado.

O Coronel dava passos de um lado para o outro enquanto preparava seus soldados através de um discurso para verem a verdade. “Como sabem, é uma heresia nível 1, punível com morte, baixar o capuz de um Monge Decapitado. Mas, pela Divina Ordem dada pela própria Central Papal, nessa única e especial ocasião, eu posso mostrar-lhes a verdade. Porque esses homens nunca podem ser persuadidos.” Ele abaixou o capuz do primeiro Monge, revelando um nó torcido de pele ao invés do pescoço e cabeça. Os soldados e Rose engasgaram de surpresa. “Eles nunca podem ter medo.” Ele abaixou do segundo Monge. O Coronel foi para o último Monge. “E eles nunca podem estar...”

O próprio Monge moveu para levantar seu capuz, mas não era um nó torcido, era o Doutor. “... surpresos.” O Doutor completou a fala do Coronel com um sorriso largo.

Rose abriu um sorriso real pela primeira vez em quase um mês e dava pra ver pela janela os soldados chocados com a cena. “Doutor, eu estou aqui em cima!” Rose gritou e bateu no vidro, mas o Doutor não podia ouvir.

“Olá, todos! Adivinhem quem é?” O Doutor disse alegremente. “Por favor, apontem uma arma para mim, se isso deixar vocês relaxados.” Todos os soldados apontaram suas armas pra ele. “Vocês são só humanos.” O Doutor debochou.

Lá em cima, na sala de controle, Madame Vastra e Jenny fizeram dois soldados de refém usando as espadas.

“Vá em frente e resista. Eu estou sempre com fome.” Ameaçou Madame Vastra.

“Agora, querido, qual botão controla as luzes?” Jenny perguntou docemente.

De volta ao pátio central, o Coronel também apontou sua arma ao Doutor.

“Doutor, você virá comigo, agora mesmo!”

O Doutor ficou de frente pra ele, claramente sem se preocupar com as armas. “3 minutos e 40 segundos!” O Doutor disse antes de gritar, “ROSE TYLER, PEGUE SEU CASACO!” Ele abaixou o capuz e as luzes se apagaram.

“Eu não sou um fantasma. Não sou uma entidade. Eu sou um monge.” A voz do Doutor soou pelo pátio e os soldados apontavam suas armas para todos os lados.

As luzes se acenderam novamente e o Doutor não podia ser visto em lugar nenhum. Ele poderia ser qualquer um dos Monges ao redor. Muitos dos soldados apontaram suas armas para os Monges e, em resposta, os Monges carregaram suas espadas elétricas.

Um dos soldados, por medo, atirou em um dos Monges e os Monges revidaram e mataram alguns soldados com descargas elétricas.

Madame Kovarian aproveitou a deixa para se retirar dali e garantir que seu plano continuasse em prática.

O Coronel gritou para seus homens para cessarem fogo. “Não atirem! Ninguém atira neste recinto!” Ele foi o primeiro a se desarmar retirando a munição de sua arma. “Monges, eu faço isso em boa fé! Eu agora estou desarmado.”

Os soldados imitaram a ação do seu líder e os Monges descarregaram suas espadas.

Somente Lorna viu um monge em particular se retirando do local e abrindo uma porta com uma chave de fenda sônica. Ela correu para alcançá-lo.

O Coronel e seus soldados gritavam “Nós não somos tolos”, enquanto se desarmavam. Para surpresa geral (outra grande surpresa), exércitos de outras espécies aparecem por meio de teletransporte. Os clérigos foram rendidos por Judoons e Silurians.

Comandante Strax apareceu com sua arma apontada para o Coronel. “Esta base está agora sob nosso comando.” Disse Strax.

“Tenho uma frota lá fora! Se Demon’s Run cair haverá um pedido de socorro automático!” Refutou o Coronel Manton.

“Não se derrubarmos seu sistema de comunicação. E você está recebendo uma mensagem!” A voz do Doutor soou dos alto-falantes.

“Danny Boy para o Doutor! Danny para o Doutor!”

“Mostre-lhes o inferno, Danny Boy!” Ordenou o Doutor.

Toda a base no asteroide começou a tremer com os ataques repentinos dos Spitfires (cortesia de Churchill) e muitos dos andares pegaram fogo.

“Alvo destruído!” Anunciou o piloto do Spitfire e o Coronel Manton viu a derrota em poucos minutos.

O Doutor estava cada vez mais satisfeito, mas não completamente.

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Dois guardas clérigos carregaram um berço branco portátil para entregar à Madame Kovarian. Eles o colocaram aos pés dela.

“Voltem para lá com o resto deles.” Ordenou Kovarian. “Lembrem-se, o Doutor deve achar que está ganhando até na hora da armadilha fechar!”

Kovarian ficou sozinha em um corredor. De repente, uma arma é apontada para ela.

“Olá! Nem tente fugir, madame!” Disse Capitão Jack.

Amy e Rory estavam logo atrás dele e Madame Kovarian estava em menor número.

“Tenho uma tripulação de 20 pessoas.” Informou Kovarian.

“Não se preocupe. O Capitão Jack já cuidou deles.” Disse Amy confiante.

“Digamos que sou bem eficiente.” Jack lançou um sorriso, mas sem se desconcentrar da missão.

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Dorium Maldovar já estava na sala de controle com o Doutor, Jenny e Madame Vastra quando o Coronel Manton foi trazido pelo Comandante Strax.

“Lamento, Coronel Manton, eu menti.” Disse o Doutor ao ver o Coronel entrando. “3 minutos e 42 segundos.”

“Coronel Manton, você vai ordenar que seus homens se retirem...” Strax ia dizendo, mas foi interrompido pelo Doutor.

“Não! Coronel Manton, quero que diga aos seus homens para fugirem.”

“Você o quê?” Perguntou o Coronel indignado.

“Use essa palavra: fugir. Quero que você seja famoso por essa exata palavra. Eu quero que as pessoas o chamem de Coronel Fujão! Quero crianças rindo na frente da sua porta porque encontraram a casa do Coronel Fujão. E, quando as pessoas forem até você e perguntarem como me atingir através das pessoas que eu amo, quero que vejam que não é uma boa ideia.” O Doutor se alterou para a raiva, mas logo recuperou o controle. “Eu quero que diga a elas seu nome. Veja, eu estou zangado! Isso é novo. E eu realmente não sei o que acontecerá agora.”

“A ira de um homem bom não é um problema.” A voz de Madame Kovarian veio da porta, rendida por dois soldados Silurians. “Homens bons têm muitas regras.”

O Doutor se virou para ela. “Homens bons não precisam de regras. Hoje não é o dia de descobrir porque tenho tantas regras.” O Doutor olhou firme para essa mulher de tapa-olho e imaginou o que Rose passou ao olhar para ela de vez em quando durante meses.

“Dê a ordem.” Kovarian ordenou surpreendendo até o Doutor. “Dê a ordem, Coronel Fujão.”

“Faça isso! Eu preciso estar em outro lugar agora!” Disse o Doutor se retirando rapidamente da sala de controle.

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“O Doutor deve de estar a caminho. Ele é bom em cronometrar o tempo.” Disse o Capitão Jack esperando.

Amy havia retirado Melody do berço e a segurava em seus braços, apreciando o momento com o bebê do Doutor e Rose, seus amigos. Rory a observava.

O Doutor, como prometido, se encontrou com seus amigos no corredor próximo ao andar em que Rose está sendo mantida presa. Seu olhar foi direto para o bebê nos braços de Amy. Instantaneamente, ele se esqueceu do mundo, do Universo, dos problemas...

“Parabéns, Doutor, você tem uma filha!” Disse Jack animado e feliz pelo amigo.

Amy passou o bebê para os braços do Doutor, que pegou com cuidado e carinho.

“O nome dela está no berço. É Melody Mary Tyler.” Informou Amy.

“Olá, Melody! Eu sou o seu pai!” Disse o Doutor com uma voz suave que os companheiros nunca o ouviram usar. Melody, por sua vez, fez um barulho em resposta. “É, mas primeiro vou ter que fazer uma checagem em você e depois vamos encontrar sua mãe.”

Melody apenas o observou com seus olhos cor de avelã enquanto ele fazia a checagem nela com a chave de fenda sônica.

No quarto, Rose esperava ansiosa pelo resgate. Ela esperou vários minutos que mais pareciam horas, mas é porque ela estava ansiosa demais. De repente, ela ouve uma batida na porta e, imediatamente, ela pegou a primeira coisa pontiaguda que poderia usar como arma.

“Quem está aí? Eu estou armada e perigosamente com muita, muita raiva.” Rose gritou.

“Como se não soubéssemos disso.” A voz do Doutor disse com uma risada abafada.

“Doutor, é você?” Perguntou Rose desconfiada não querendo ter falsas esperanças.

“Sim, sou eu. Espere um minuto! Use a configuração que eu mostrei. É só apertar um botão.”

“É, eu sei usar um aparelho sônico!” Soou outra voz por trás da porta.

Rose se sentiu aliviada, mas a preocupação tomou de conta dela mais uma vez. “Doutor, eles a levaram. Levaram nossa bebê pra longe.”

“Agora, Rose.” Disse o Doutor quando a porta abriu. “Isso nunca vai acontecer.”

Rose sorriu feliz. Com lágrimas rolando pelo seu rosto, ela pegou sua bebê nos braços. “Ela está bem? O que fizeram com ela?”

“Ela está bem, ela é perfeita! Eu a chequei.” Disse o Doutor emocionado. Ele tinha noção de que ele e Rose estavam chorando enquanto se beijavam, mas ele não ligava para mais nada, apenas para elas.

“Ewww. Chorando e beijando... É melhor eu voltar mais tarde!” Disse Jack com uma risada. Ele ainda estava na porta do quarto e só agora que Rose o notou.

“Oh, meu Deus, Jack! Que saudades!” Rose se alegrou com a presença de seus amigos e entregou Melody de volta ao Doutor para abraçá-los. Ela abraçou Jack e, em seguida, abraçou Amy e Rory.

“Eu sei que é muito emocionante porque eu também tenho uma filha e o nome dela é Melissa Moretti.” Contou Jack.

“Só uma?” Brincou o Doutor.

“Até onde eu saiba, sim.” Jack respondeu e todos riram. “Mas ela teve que mudar de identidade para não ser relacionada a mim, como medida de proteção. Agora ela se chama Alice Carter. Eu percebi que ser imortal não é hereditário.” Jack disse meio triste.

“Nem deveria.” Disse o Doutor.

Rose abraçou Jack de novo com muitas saudades.

“Está tudo bem, Melody, ela ainda é toda sua.” Disse o Doutor à bebê. “E devia chamá-la de mamãe e não de mamadeirona.”

Os amigos olharam torto para ele.

“O que está fazendo?” Perguntou Rose.

“Eu falo a língua de bebês.” Respondeu o Doutor.

“Não, você não fala.” Duvidou Amy.

“Sim, eu falo. Eu falo todas as línguas.”

“Isso não me surpreende.” Disse Rose mais para ela mesma. “Bom, pelo menos isso vai ser bem útil.”

“Oie, gravatas borboletas são legais.” Disse o Doutor usando uma das mãos para ‘ajeitar’ sua gravata borboleta. A outra mão segurava cuidadosamente Melody.

Rose recebeu Melody de volta aos seus braços e, nesse momento, Madame Vastra entrou com pressa no quarto. Rose reconheceu a espécie.

“Doutor! Dê uma olhada! Eles estão indo embora! Demon’s Run é nossa, sem derramar uma gota de sangue.” Vastra anunciou e o Doutor foi à janela ver o exército rendido. “Meu amigo, você nunca chegou tão alto!”

O Doutor se sentia muito orgulhoso do que fizera e da lição que ele deu em seus inimigos, além de achar que estava tudo acabado.

Nesse momento, Rory e Amy se olharam, ambos se lembrando do que River Song havia falado pra eles.

.

.

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“É a batalha de Demon’s Run. A hora mais negra do Doutor. Ele se elevará mais do que nunca, mas ele vai tombar bem mais longe.”


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Notas finais do capítulo

Quem aí tá gostando do Capitão Jack e da equipe TARDIS?



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