O Último Segredo do Tempo – 3ª temp. escrita por Srta Poirot


Capítulo 15
Quem São os Monstros?


Notas iniciais do capítulo

Eu disse quarta-feira? Que tal hoje? Fiquei ansiosa pra receber o feedback de vocês! Prepararam o coração como eu pedi? Então lá vai, parte 4/4.
Aproveitem!



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Rory seguia Jennifer pelos corredores do monastério, afinal, ela conhece o lugar melhor que ele. Rory perdeu as contas de quantas vezes ele se perdeu por lá. Parece um labirinto!

Jennifer, por sua vez, havia acabado de lutar contra sua própria réplica e a carne-Jennifer morreu sendo corroída pelo ácido.

“Essa sala está sempre selada.” Disse Jennifer descendo as escadas que levam a uma base mais abaixo. “O surto de energia deve ter desativado a trava.”

Rory se surpreendeu com o que viu em um canto do muro. “O que é isso?” Ele perguntou.

“Carne descartada. Defeituosa, provavelmente.” Respondeu Jennifer triste. “Simplesmente jogada fora. Olhe para elas.”

Rory se aproximou da pilha de Carne descartada. Dava pra perceber que um dia eles foram humanoides. Agora, estão derretidos, mas alguns ainda têm partes do corpo formadas. Rory olhou especificamente para uma das Carnes.

“Uma das minhas réplicas antigas.” Disse Jennifer. A réplica em questão abriu os olhos deixando Rory assustado. Ele caiu pra trás com o susto. “Deixada para apodrecer, totalmente consciente. Dá pra imaginar o inferno em que elas estão?”

“Mas, Cleaves e a companhia... Como eles podem fazer isso? Como eles puderam?” Constatou Rory indignado.

“Quem são os verdadeiros monstros?” Disse Jennifer.

“Não podemos deixar que continuem com isso. Jen, temos que fazer as pessoas verem isso!” Rory pediu à Jennifer.

“Tudo bem, Rory. Eu tenho uma ideia.”

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O carne-Doutor e Buzzer vasculharam os corredores em busca dos amigos. O carne-Doutor usou a chave de fenda sônica para rastrear os humanos mais rápido.

“Estou captando algo.” Disse o carne-Doutor.

“É humano?” Perguntou Buzzer o seguindo.

“É humano, mas está enfraquecendo! Isso é ruim! Enfraquecendo é muito ruim.” O carne-Doutor só parou quando encontrou um corpo. Era o corpo de Jennifer e ela estava imóvel. “Ela está... morta. Jennifer, eu sinto muito.”

“Mas se a Jennifer de verdade está aqui...” Começou Buzzer.

“Rory está em apuros.” Concluiu o carne-Doutor. Em instantes, ele sentiu uma forte pancada na cabeça, o deixando inconsciente.

“Desculpe, cara. São ordens da chefe. Nós ou eles, certo?” Buzzer disse se retirando do corredor e deixando o carne-Doutor desmaiado ao lado da Jennifer morta.

Buzzer seguiu o caminho de volta, mas parou quando ouviu uns sussurros de alguém por perto. Ele decidiu investigar. Ao se aproximar, ele percebeu que era a voz da Jennifer, aliás, da carne-Jennifer. Ela consolava sozinha uma pilha de Carne descartada.

“Você a matou!” Buzzer acusou a carne-Jennifer, deixando-a surpresa com sua presença. “Você matou nossa Jen.”

“E estou mais forte, Buzz.” Disse carne-Jennifer ameaçadoramente ficando de pé. “Posso crescer!”

A carne-Jennifer fez sua boca se expandir assustadoramente e Buzzer entendeu rapidamente o que o carne-Doutor queria dizer quando disse que a Carne pode crescer. Mas para Buzz, já era tarde demais. A carne-Jennifer o atacou com toda sua raiva.

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O Doutor e seu grupo foram atrás dos reguladores de temperatura para acioná-los de volta e desfazer o que Rory e Jennifer fizeram. O Doutor e Cleaves tentaram consertar o erro usando o computador da sala termostática.

“Reação química em cadeia. Não posso interrompê-la.” O Doutor disse insatisfeito. “Este lugar vai pelos ares.”

“Quando tempo nós temos?” Perguntou Cleaves.

“Uma hora? Cinco segundos? Mais ou menos isso.”

Os computadores e as máquinas se superaqueceram e causaram uma explosão, forçando o grupo a fugirem mais uma vez.

Para a surpresa de Amy, ela encontrou Rory assim que saiu da sala.

“Rory!” Ela o chama e ele vai ao encontro dela.

“Jennifer achou uma saída!” Ele diz enquanto abraça Amy. “Um túnel escondido, embaixo da cripta; vai pra fora do monastério, talvez até à TARDIS, Doutor.”

Todos aceitam a sugestão e seguem Rory enquanto ele lidera o caminho.

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Enquanto isso, a réplica do Doutor acorda e percebe que está sendo observado pelas outras réplicas restantes.

“Tem algo para dor de cabeça?” O carne-Doutor perguntou.

“Sempre nos tratarão assim. Você entende agora?” Disse a carne-Cleaves. “Afinal de contas, é um de nós... Doutor.”

“Pode me chamar de Smith. John Smith.” Ele aceitou a ajuda pra se levantar e os seguiu à sala de refeitório.

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Rory liderou até à sala de ácido. O grupo entrou e Jimmy lembrou que eles têm que esperar o Buzzer.

“Eu vou procurá-lo.” Assegurou Cleaves.

“Doutor, olha...” Rory começou a falar ainda estando lado de fora da sala de ácido. “Não fui muito correto com você...” Ele não terminou de falar porque Jennifer tomou a frente e trancou a sala pelo lado de fora.

Os protestos do Doutor foram em vão.

“Não precisamos trancá-los. Vamos mostrar o que achamos.” Pediu Rory.

“Eu acho que não.”

“Rory Pond! Roranicus Pondicus!” Gritou o Doutor de dentro da sala.

“Rory! O que está tramando?” Perguntou Amy desesperada.

“Eles têm jogado a Carne fora e deixado para apodrecer! O mundo deveria saber!” Rory explicou.

“A fábrica vai explodir!”

O Rory ficou desconfiado e incerto do que estava fazendo. As outras réplicas apareceram do lado dele e da Jennifer.

Enquanto Rory falava com a Jennifer, o grupo tentava abrir a porta de todo o jeito, mas as tentativas foram inúteis.

“Eu sinto muito!” Rory gritou para seus amigos enquanto era puxado pelas réplicas. Eles levaram Rory para longe e Jennifer, na verdade, era uma réplica de Carne o tempo todo e enganou Rory. Rory e seu coração mole!

O Doutor analisou o tanque de ácido com a chave de fenda sônica. “Isto vai superaquecer e encher a sala com ácido, se alguém se interessar!”

“E não podemos evitar?” Perguntou Rose.

“Infelizmente, não.” O Doutor respondeu.

“Mas sei que você vai pensar em algo, Doutor.” Disse Rose.

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“Quando encontrei você, ambas eram Carne. Você criou outra réplica só pra me enganar!” Rory acusou carne-Jennifer com muita indignação. “Você me enganou para ganhar minha confiança!” Eles já estavam no refeitório, todas as réplicas e o Rory. “Jen, está morta, não está?”

“Ela se foi, Rory. Se foi.” Disse o carne-Doutor, que viu o corpo de Jennifer pessoalmente.

“Os humanos serão derretidos como merecem. A verdadeira batalha começará quando chegarmos ao continente.” Pronunciou carne-Jennifer. “Você é um de nós, Doutor. Junte-se à Revolução.”

Rory não suportou mais e decidiu fazer algo para ajudar seus amigos. “Tenho que sair e tirá-los de lá!”

O carne-Doutor o impediu, deixando claro sua intenção em se juntar à tal Revolução. Rory ficou perplexo. Mais perplexo do que quando ele soube que aquele Doutor também era uma réplica de Carne.

“Doutor, não podemos deixá-los morrer!” Gritou Rory.

“Ring, ring!” Debochou o carne-Doutor.

“Doutor... Sua esposa, minha esposa e os operários estão lá!”

Apesar do apelo, o carne-Doutor não se comoveu e continuou parado impedindo Rory. Até um telefone tocar.

“É o telefone! Alguém vai atender? Não?” Disse o carne-Doutor mudando o tom da voz para um tom animado. “Fiquem tranquilos. Eu atendo.” Ele pegou o telefone de cima de uma mesa e transmitiu a chamada em forma de holograma em tamanho real. A imagem que apareceu foi de uma criança de cinco anos, emocionando Jimmy, pois era seu filho, Adam. “Alô, Adam! Eu sou o Doutor. Bem, o outro Doutor. Ou Smith. É complicado e entediante. Enfim, quem se importa. É seu aniversário!” O pequeno Adam comemorou. “Pulou da cama bem cedo?”

“Sim, bem cedo mesmo.” O garoto respondeu.

Enquanto o Doutor ia conversando com Adam, Jimmy sentiu muitas emoções ao mesmo tempo. Emoções que ele estava reprimindo para ser mais forte e acima de seu eu humano.

“Agora acho que quer falar com seu pai.” O Doutor olhou para Jimmy, esperando alguma reação dele.

“Sim, sim, sim, sim. Papai?” Chamou Adam.

“Acho que você serve, Jimmy. O outro Jimmy importa agora? Vocês são o mesmo pai, não?” A intenção do Doutor era clara e Jimmy continuou paralisado. O pequeno Adam chamou pelo seu pai, mas sem ter resposta dele. Jimmy tomou uma decisão e fugiu da sala de refeitório.

“Você o enganou com um gesto de fraqueza, Doutor.” Acusou carne-Jennifer.

“Não. Eu o ajudei com um gesto de humanidade.” Respondeu o Doutor.

“Dicken, drene o ácido para a cripta 1.” Ordenou carne-Cleaves, contrariando a carne-Jennifer. Dicken não perdeu tempo e foi ajudar a salvar os humanos.

A carne-Jennifer protestou, mas a carne-Cleaves estava farta dessa guerra contra humanos.

“Chega! Qual o sentido dessa guerra ridícula?” Cleaves encarou Jennifer. “Não quero meu mundo cheio de monstros.”

A carne-Jennifer não se deixou abater, ela continuou firme. “Você não pode impedir que a fábrica derreta, ‘chefe’. Vou me vingar da humanidade, com ou sem você!”

“Não se trata de vingança. Pode ser muito melhor que isso!” Sugeriu o Doutor, mas a carne-Jennifer já estava decidida e nada iria impedi-la. Ela se retirou da sala sabendo que terá que agir sozinha.

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O carne-Jimmy correu o mais rápido que pôde para salvar os humanos e carne-Dicken o alcançou com o mesmo objetivo. O carne-Dicken fez o que a réplica de Cleaves mandou fazer e carne-Jimmy viu que chegou tarde demais à sala de ácido. Seu eu humano foi atingido pelo ácido e estava no chão, sentindo dores e agonizando. Ele correu para o seu lado e apoiou sua cabeça com uma das mãos.

“Não há nada que possamos fazer. O ácido chegou ao coração.” Informou o Doutor ao grupo.

“Aguente firme, meu amigo.” Carne-Jimmy confortou o humano Jimmy.

“Sou bem bonito neste ângulo.” Disse Jimmy apesar das dores e da situação.

“Eu sinto muito. Sou a cópia. Adam merece o pai verdadeiro.” Confessou o carne-Jimmy. “O que quer que eu faça?”

“Da forma que as coisas estão, meu amigo... é com você agora.” Disse Jimmy com a voz fraca, quase desmaiando. Jimmy buscou forças para tirar um cordão que tinha no pescoço. O carne-Jimmy reconheceu o cordão com uma aliança pendurada. “Seja um pai. Você se lembra de como é.” Estas foram as últimas palavras de Jimmy antes de perder totalmente as forças e fechar os olhos para nunca mais abri-los.

O momento emocionou a todos e o carne-Jimmy se levantou com o objetivo de cumprir o que o Jimmy original pediu.

Todos seguiram a réplica do Jimmy de volta ao refeitório, onde carne-Jimmy finalmente teve coragem de falar com o filho e desejá-lo ‘feliz aniversário’.

Amy e Rory se reencontraram, o mesmo aconteceu com Cleaves e sua réplica, e Rose e o outro Doutor. Os alarmes continuaram soando, por isso, eles teriam que sair do monastério o mais rápido possível.

O grupo correu pelos corredores, porém, eles encontraram uma Jennifer completamente alterada e transmutada; ela ficou com uma forma de monstro, maior e mais mortal. Eles foram perseguidos até conseguirem encontrar uma câmara mais segura no subsolo.

“Temos que segurá-la. Esta porta não tranca!” Disse o carne-Dicken.

“Mas a outra tranca.” Disse o Dicken original. Ele abriu a porta e correu de volta ao corredor onde tem uma porta com tranca.

O carne-Dicken ficou observando e se desesperou ao ver o próprio Dicken se trancando por fora, no mesmo lado que o monstro. Infelizmente, os gritos de pavor que vieram do outro lado da porta indicaram que o Dicken se sacrificou pela segurança do grupo.

O Doutor só esperava pela TARDIS que deveria cair do teto a qualquer minuto e ele não se decepcionou quando a nave realmente caiu do teto, derretido pelo ácido.

“Ela adora uma entrada triunfal!” Gritou de alegria o Doutor que ficou ajudando a manter a porta fechada.

Apesar dos esforços de Dicken, o monstro Jennifer conseguiu passar pela primeira porta e agora estava empurrando a porta da câmara que o grupo estava. O carne-Doutor abriu a porta da TARDIS e Rory, Cleaves e o carne-Dicken foram os primeiros a entrarem.

Vendo que o Doutor ainda estava segurando a porta em companhia da carne-Cleaves, Rose e Amy foram chamá-lo.

“Ei, é a nossa chance de sairmos daqui!” Disse Rose ao Doutor. “O que está esperando?”

“Eu tenho que segurar a porta.” Ele informou. “Dá tempo para vocês desmaterializarem.”

“O quê?!? Você está louco!” Se surpreendeu Rose.

“Não é hora para essas brincadeiras.” Disse Amy.

“Este lugar está para explodir, mas eu posso impedi-la.” Explicou o Doutor.

“Os dois podem sobreviver, ouviu?” Sugeriu Amy e Rose concordou.

Nesse tempo, o carne-Doutor se aproximou deles. “Talvez achem que eu deva ficar. O Sr. Smith?”

Rose imediatamente reagiu. “Não! Claro que não! Podemos dar um jeito de todo mundo sobreviver!”

“Mesmo que seja Carne.” Completou Amy. “Eu me enganei a seu respeito. Mas, você não é ele. Desculpe.”

“Amy, nós trocamos de sapatos.” Disse o Doutor que ficou ajudando a manter a porta fechada.

“Eu sou o Doutor.”

“E eu sou a Carne.”

As duas garotas ficaram confusas e tentaram entender o que eles falaram. Aparentemente o carne-Doutor, na verdade, era o verdadeiro Doutor e vice-versa. Elas se deram conta de que o tempo todos eles haviam trocado de lugar e as enganaram.

“Por que vocês fizeram isso?” Perguntou Rose indignada.

“Eu não acredito nisso!” Disse Amy.

“Precisávamos saber se nos tratariam igual.” Explicou o Doutor original. “Era vital para que aprendêssemos sobre a Carne.” Ele se virou para Rose. “Você é uma pessoa justa, Rose. No momento em que o ‘carne-Doutor’ atacou sua amiga, você ficou menos afetuosa e permitiu o meu afastamento. Não estou julgando vocês, era apenas parte do aprendizado.”

Ouvindo isso, Amy correu para abraçar o carne-Doutor, pois ele estava decidido ficar para trás. Após a despedida de Amy, foi a vez de Rose. Ela o abraçou.

“Eu devia te dar um tapa por ter nos enganado.” Rose contou ao ouvido do carne-Doutor.

“Não em mim, por favor. Não aguento um tapa Tyler.”

Rose riu e se separou dele apenas o suficiente para dar-lhe um beijo em sua boca como despedida.

“Empurre, Rose.” Ele disse após o beijo. “Mas, só quando ela mandar.”

“Ei, eu vi esse beijo, hein!” Disse o Doutor original em tom de brincadeira, mas Rose estava intrigada demais para notar. Ela não entendeu o que o carne-Doutor quis dizer e não teve tempo de perguntar, porque o Doutor a fez entrar na TARDIS.

O monstro, que antes era a Jennifer, ficou cada vez mais impaciente e forçava sua entrada na câmara com investidas mais fortes. O carne-Doutor e a carne-Cleaves estavam com dificuldades em manter a porta fechada.

“Acho que chegou a hora da minha morte.” O carne-Doutor conseguiu dizer.

“Mas, para essa não fomos convidados.” O Doutor contou causando confusão em sua réplica. Ele não sabia dessa confissão de Amy e não havia tempo de pensar nisso, então o Doutor decidiu mudar de assunto. “Sua memória molecular pode sobreviver. Esse pode não ser o fim.” Ele entregou sua chave de fenda sônica à sua réplica.

“Se eu voltar e comer seus biscoitos, então vai saber que estava certo.”

Os dois se olharam pela última vez como uma despedida. Finalmente, depois de um tempo, o Doutor deu as costas e foi para sua TARDIS, entrando e desmaterializando.

“Cleaves, você também devia ir!” Pediu o carne-Doutor.

“É minha fábrica! Não vou!”

“Miranda Cleaves, maravilhosa!”

As réplicas do Doutor e da Cleaves observaram a nave se desmaterializar. Era hora de um último ato heroico.

“Isto vai dissolvê-la.” O carne-Doutor mostrou sua chave de fenda sônica.

“E a nós também.”

“Ok, vamos lá!”

A réplica do Doutor abriu a porta que estavam segurando e apontou a chave de fenda sônica para o monstro, já na configuração necessária. A réplica da Cleaves pôs sua mão sobre a mão dele para fazer parte do fim do monstro.

“Gerônimo!” Disse o Doutor antes de acionar a chave de fenda sônica e dissolver juntamente com o monstro e Miranda Cleaves. O último ato heroico deles.

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Na TARDIS, o Doutor estava altamente concentrado em seus pensamentos enquanto usava a nave para levar seus passageiros temporários aos seus lugares.

“A energia da TARDIS vai estabilizar as réplicas.” O Doutor avisou de repente, cortando o silêncio da sala de controle. “Vocês serão humanos agora.”

“E o que acontece comigo? Ainda tenho isto aqui dentro.” Disse Cleaves apontando para a sua própria cabeça.

“Não é um problema! Tenho algo para isso!” O Doutor tentou se lembrar onde o mantinha guardado. “É pequeno, vermelho... e tem gosto de cebola queimada!” Ele encontrou um frasco de vidro com um líquido vermelho-sangue dentro. “Mas, vai dar um jeito em seu coágulo.” Ele jogou o frasco para Miranda, que o pegou no ar.

A primeira parada da TARDIS foi para mandar Jimmy de volta para casa. Os viajantes viram de longe o Jimmy recebendo seu filho com um abraço e Adam ficou muito alegre. Jimmy levou alguns balões dados pelo Doutor. Foi uma cena realmente feliz.

Próxima parada, os viajantes levam Cleaves e Dicken a uma coletiva de imprensa na empresa de Morpeth Jetsan, para qual trabalham.

“Você quer mesmo que façamos isso?” Perguntou Cleaves, ainda incerta sobre a ideia do Doutor.

“Sua companhia disse ao mundo que já solucionou tudo. Precisa estar lá e contar que é só o começo.” Explicou o Doutor. “Faça com que entendam o que fazem com a Carne. Faça com que parem.” O Doutor se virou para o colega de Cleaves. “Dicken, lembre-se, pessoas são boas. No fundo, elas são muito boas. Não os odeie, certo?”

“Como poderia? Sou um deles agora.” Dicken disse confiante.

“Entrem naquela sala e façam a diferença.” O Doutor os aconselhou.

Cleaves e Dicken respiraram fundo e juntos entraram na sala da coletiva de imprensa. As mortes que aconteceram não serão em vão e as pessoas verão o mal que fizeram com a Carne.

O Doutor, Rose, Amy e Rory permaneceram do lado de fora da sala da coletiva. Porém, o Doutor ficou tenso e preocupado, e olhava o relógio de vez em quando.

“Está tudo bem, Doutor?” Perguntou Rose ao seu marido. “Essa viagem te deixou muito tenso.”

“Eu aprendi muita coisa nessa viagem.”

“Tipo o quê?”

“Respire, Rose. Só respire.”

“Para quê?” Rose se enraiveceu de tanta confusão e mistério, mas não teve tempo de pensar nisso porque, de repente, ela se dobrou de dor em seu abdômen.

Amy e Rory rapidamente se preocuparam com Rose e foram para seu lado ajudá-la. Rose sentiu outra pontada de dor e segurou o ombro de Rory como apoio, mal conseguindo ficar de pé. O Doutor a pegou em seus braços em estilo noiva e a levou para a TARDIS, só deixando-a de pé dentro da nave.

“O que está acontecendo? Eu exijo saber!”

“Contrações.” Ele respondeu se virando de costas. Ele faz isso às vezes quando está tentando se concentrar.

“Contrações?” Perguntou Rory tão confuso quanto Rose e Amy.

“Do trabalho de parto.”

A resposta do Doutor gerou ainda mais confusão e ninguém ousou dizer que ele estava errado devido à seriedade do próprio Doutor.

“Deixem-me explicar: ela está tendo um bebê. Precisava ver como era a Carne em seu início.” Disse o Doutor. “Por isso, fomos lá. Muita coisa aconteceu e tudo foi tão rápido.” Ele se virou para seus amigos e Rose. “Respire! Eu precisava das informações para bloquear os sinais da Carne.”

“Que sinal?” Perguntou Rose.

“O sinal até você.” O Doutor esperava de todo o coração – ou corações, neste caso – que Rose entendesse. Ele engoliu seco antes de falar. “Afastem-se dela, Amy e Rory.”

“Não vamos a lugar nenhum! Não iremos deixá-la.” Protestou Amy, com toda a certeza de que não abandonaria sua amiga.

O Doutor fungou, sentindo seus olhos marejarem, e aumentou sua voz levemente para falar. “Dado o que aprendemos, eu serei o mais humano que posso ser, mas eu preciso fazer isso e vocês têm que se AFASTAR!”

Amy e Rory não tiveram outra opção e lentamente se afastaram de Rose, deixando-a no meio entre eles e o Doutor. O Doutor, por sua vez, se aproximou dela, ficando cara-a-cara com sua amada.

“Doutor, eu estou com medo. Com muito, muito medo.” Disse Rose com sua voz enfraquecida.

“Não fique, Rose, minha fantástica Rose.” O Doutor pôs as mãos em cada uma das bochechas de Rose. “Aguente firme. Estamos indo até você, eu juro. Seja onde for, haja o que houver, não importa como! Vamos encontrá-la.”

“Eu estou bem aqui!” Rose sussurrou e segurou as mãos do Doutor ainda em suas bochechas para mostrar que ela está materializada ali.

“Você não está aqui e não tem estado por um longo, longo tempo.” O Doutor usou suas últimas forças para se afastar dela e pegar sua chave de fenda sônica. “Eu sinto muito, Rose, mas saiba que eu amo você e eu prometo que vou encontrar você e nosso bebê.”

O Doutor a olhou pela última vez e pressionou o botão e ela se dissolveu em Carne.

Amy e Rory passaram a acreditar que Rose era apenas Carne e o Doutor estava certo.

“Doutor, o que você vai fazer agora?” Perguntou Rory.

“Vou chamar reforços.”

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A verdadeira Rose acordou dentro de uma cápsula branca. Uma portinhola se abriu e o rosto de uma mulher apareceu. A mulher de tapa-olho.

“Bem, minha querida.” Disse a mulher com uma voz sinistra. “Parece que já está pronta, não é? O pequenino está vindo.”

Rose olhou para baixo devagar e viu uma enorme barriga de grávida. Ela entrou em choque e desespero.

“Lá vem ele. Empurreeeeee.” A mulher disse em um condescendente sussurro.

Rose gritou.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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