O Último Segredo do Tempo – 3ª temp. escrita por Srta Poirot


Capítulo 14
As Quase Pessoas


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo em uma semana! Uau! Esta é a parte 3/4 e ainda é o começo da aventura. ;)
Como sempre, aproveitem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/748690/chapter/14

“Confie em mim, eu sou o Doutor.”

A réplica era exatamente igual ao Doutor, exceto pela pele branca, feito o líquido branco do tanque de Carne. Ele ainda não estava instável.

De repente, a réplica começa a gritar pondo suas mãos sobre a cabeça. O Doutor original ficou muito preocupado e tentou se aproximar, mas não tinha certeza se era seguro.

“O que está acontecendo?” Perguntou o Doutor à sua réplica.

“Um dia nós voltaremos.” Disse a réplica aleatoriamente, sua aparência estava normal, mas não a mente. “Sim, um dia.” Ele sentiu outra onda de dor. “Eu reverti a polaridade do fluxo de nêutrons.”

“A Carne está tentando lidar com regenerações passadas. Aguente firme!” Explicou o Doutor original.

“Você quer uma jujuba?.” A réplica mudou de voz, mas depois voltou ao normal. “Por quê? Por quê? Não, deixa pra lá! Estamos em movimento!”

O Doutor não aguentou esperar e ver sua réplica sofrer e decidiu apoiá-lo. “Aguente firme! Você pode se estabilizar!”

A réplica continuou falou coisas aleatórias e mostrou um pouco de comportamento agressivo ao empurrar o Doutor para longe. Rose e Amy ficaram muito assustadas com esse outro Doutor.

A réplica parou e passou a massagear suas têmporas, enquanto que Amy volta a ajudar a fazer barreiras na porta. Ao acharem que estavam seguros, eles se concentraram na situação do Doutor e sua réplica.

Rose ainda estava muito incerta.

“Olá!” O carne-Doutor disse com um sorriso.

“Cybermats.” Disse o Doutor.

“Temos tempo pra isso?” Perguntou o carne-Doutor já sabendo das intenções do Doutor original.

“Arrumaremos. Quero mais provas de que você seja eu. Cybermats.”

Rose e Amy ficaram observando, as duas querendo entender se podem confiar ou não.

“Criados pelos Cybermen. Matam ao se alimentarem de ondas cerebrais.”

A atenção voltou para a porta quando ouviram batidas e um pouco de fumaça aparecendo. As réplicas estavam jogando ácido para corroer a porta. O tempo deles dentro da capela estava acabando.

“Rose, Amy e Rory podem não confiar em um de nós.” Disse um Doutor ao outro.

“Pensou o mesmo que eu?”

“Inevitavelmente.”

“Que bom termos o mesmo...”

“Padrão cerebral.”

“Exatamente. Então, qual é o plano?”

“Salvar a todos, humanos e réplicas.”

“Parece maravilhoso.”

“É o que pensou?”

“Sim! É tão inspirador me ouvir dizer isso!”

“Eu sei.”

Amy protestou pela falta de colaboração do Doutor – ou Doutores, no caso – e Rose e os operários não tinham mais ideias do que fazer na porta.

“Olá, desculpem!” Os dois Doutores falaram ao mesmo tempo.

“Mas tivemos que criar...”

“...algumas regras.”

“...e formular um...”

“...protocolo.”

Eles ficaram terminando as frases um do outro até Rose cruzar os braços e mostrar sua cara de insatisfeita com a situação.

“A esposa está chateada.”

“Acha que devemos parar?”

“De terminar as frases um do outro? Com certeza.”

“Eu concordo.”

“Respire!” Nesta última frase, eles falaram juntos causando um espanto em Rose porque não é primeira vez que o Doutor faz essa sugestão.

“Vamos tirar todos da ilha.” Disse um dos Doutores que Rose não sabe qual.

“Você não se lembra da nossa última reunião?” Perguntou Cleaves preparada para atacar caso as réplicas entrem.

“Doutor, estamos presos aqui.” Disse Amy muito preocupada.

“Eu não penso assim.” Disse um dos Doutores avançando alguns passos. “A Carne é alimentada por cabos que vêm de cima.”

“Mas onde estão os conduteis do chão?” Perguntou o outro Doutor.

“Eles devem ser subterrâneos, passando por algum túnel ou algo assim.” O Doutor analisou a sala. Ele retirou umas tábuas que cobriam a entrada de um túnel de ventilação. “Yowza! Uma rota de fuga! Estou começando a perceber o quanto é incrível pra vocês me acompanharem.”

“Gostamos de dizer ‘Yowza’?”

“Pode parar. Esquece, está bem? Nós estamos estressados.”

Quando as réplicas conseguiram invadir a capela, o grupo já havia passado pela entrada do túnel e o Doutor havia trancado a porta de grade com sua chave de fenda sônica.

Após saírem do túnel, eles correram pelo corredor e descobriram que o ácido estava interagindo com a pedra, causando um miasma asfixiante. Eles se apressaram em sair daquele corredor, pois o gás sufocante poderia matar todos eles. Cleaves os lidera até à torre de evacuação.

Eles ainda tossiam ao entrarem na torre de evacuação e os dois Doutores começaram a trabalharem juntos para religar a força.

“Deixem Rose respirar!” Gritou um dos Doutores.

“Eu estou bem. Só acho que forcei um músculo. Está melhorando.” Rose assegurou.

Um alarme de relógio soou pelo monastério. “É meia-noite. É o aniversário do Adam. Meu filho faz 5 anos.” Comentou Jimmy.

Os dois Doutores foram para trás dos monitores mexerem nos fios.

“Pode religar a energia?” Perguntou Cleaves a um deles sem saber quem é o original e quem é réplica.

“Sempre sobra energia reserva.” Respondeu o Doutor que estava com a chave de fenda sônica na mão.

“Presa aos fios, como pedaços de fibra.”

“Doutor, está fazendo isso de novo!” Disse Rose.

“Fazendo o quê?” Perguntou um deles.

“Completando a frase um do outro.” Ela respondeu.

“Vamos parar.”

“Claro.”

“Hey, uma pergunta.” Amy chamou a atenção deles. “A TARDIS está presa no ácido. Ela não vai se danificar?”

“Não, ela é uma velha resistente.” Levantou o Doutor da direita e falou.

“Velha, resistente e sexy.” Disse o Doutor da esquerda e os dois se abaixaram novamente.

“Qual é! Como ambos podem ser verdadeiros?” Questionou Amy. “Você acha que os dois são verdadeiros, Rose?”

“Eles parecem muito iguais pra mim.” Rose respondeu.

“Nós dois temos a sabedoria de 900 anos de experiência. E a mesma gravata borboleta.” Disse o Doutor da direita.

“Gravatas borboletas são legais.” Disse o Doutor da esquerda.

“E sempre serão!”

“Bem que eu disse para ficar longe daquele tanque de Carne.” Disse Rose.

“Mas ela já tinha me examinado.” Disse o Doutor da direita.

“Então foi criado um novo e autêntico Doutor.” Disse o Doutor da esquerda.

“Mas um de vocês estava aqui primeiro.” Reclamou Amy.

“Depois que a Carne me analisou, eu tive um acidente com meus sapatos que foram corroídos pelo ácido. Então tive que pedir por outros.” Disse o Doutor da direita se levantando.

Levantou o Doutor da esquerda. “Está satisfeita, Pond?”

“Não me chame de Pond, por favor.”

Até Rose se surpreendeu com a resposta da Amy.

“O que foi?” Perguntou Amy ao ver que os três estavam olhando pra ela.

“Interessante. Sente mais atenção por ele do que por mim.” Disse o Doutor da esquerda apontando para o Doutor da direita.

“Não, é que... Ele é O Doutor. Sem ofensa, mas ser ‘quase-Doutor’ é muito impressionante.”

“Ser ‘quase-Doutor’ é como ser Doutor nenhum!” Respondeu o carne-Doutor claramente ofendido.

“Não exagera!” Refutou Amy. “O que acha, Rose?”

“Eu ainda acho a mesma coisa. Eles parecem iguais.” Rose respondeu.

“É, mas só um pode estar na TARDIS com a gente. Só um deles pode ser seu marido.”

“Se é tão difícil pra você, Amy, me chame de Smith.” Disse o carne-Doutor.

“Smith?”

“John Smith.”

“Comunicações ativas!” O Doutor da direita interrompeu a conversa anunciando a volta da energia.

Cleaves se apressou em ativar os monitores e estabelecer uma comunicação com o continente. Ela solicitou um resgate com uma confirmação através de um código que ela mesma enviou. Infelizmente, eles não conseguiram rastrear Rory e Jennifer. Após isso, eles tiveram que aguardar.

O Doutor sentou sozinho em frente aos controles, mas Amy logo foi fazer companhia a ele. Enquanto isso, Rose estava junto do grupo de operários falando sobre salvar as réplicas e a réplica do Doutor estava por perto deles.

“O que está fazendo?” Perguntou Amy curiosa.

“Dando um telefonema.”

Amy ficou confusa. “Pra quem?”

“Ainda ninguém. Está em delay.” O Doutor apenas disse.

 Amy ainda continuava confusa sobre o telefonema. Deixando esse assunto pra lá, ela voltou sua atenção ao Doutor que ela considera falso, um ‘quase Doutor’. Ela se inclinou na cadeira para ficar mais perto e tornar sua conversa mais privada.

“Sabia que, na verdade, só pode haver um?” Amy comentou. O Doutor não respondeu, mas Amy não insistiu em perturbá-lo, só quis deixá-lo ser incrível.

Do outro lado da sala, Rose começa a encarar a parede e deu alguns passos para aproximar da tal parede, deixando os operários para trás e confusos. O carne-Doutor notou a tensão em Rose e a seguiu, parando quando ela deu um pequeno salto de susto.

“Rose, o que foi?” O carne-Doutor perguntou.

“É ela de novo! Tem uma mulher que eu vejo! Uma mulher de tapa-olho. E ela fica abrindo as paredes e me vigiando.”

“Não é nada.” Ele disse.

“Não parece ser nada.” Rose retrucou.

“É uma memória de tempo. Tipo uma miragem. Nada para se preocupar.”

Rose pareceu aceitar a sugestão, mas, no fundo, ela não iria parar de pensar sobre isso. De repente, o carne-Doutor se retira abruptamente do recinto murmurando que algo está em sua cabeça. Cleaves protestou e disse para ele não sair, mas ele não deu ouvidos.

Rose ia atrás dele, mas Amy a impediu. “Não, Rose. Deixe que eu vá. Eu quero me desculpar com ele pelo que eu disse antes.”

Rose acenou e torceu pela reconciliação dos dois, então Amy foi atrás do carne-Doutor. Do lado de fora da sala, Amy encontrou o carne-Doutor parado ali, pensando.

“Desculpe-me.” Disse Amy se aproximando dele. “Por dizer que é ‘quase Doutor’. É que... É muito difícil porque passei tanta coisa com ele. Eu até vi... eu até vi o momento da morte dele.” Amy admite. “Você pode morrer? Se vocês são iguais, então pode morrer, ser assassinado e eu posso ter visto acontecer.”

“Por quê?” Perguntou o carne-Doutor.

“Por quê?!? Porque você nos convidou pra ver. A sua morte!”

Repentinamente, o carne-Doutor agarra Amy pela camisa e a pressiona contra a parede repetindo a pergunta ‘Por quê?’.

“Está me machucando!” Amy avisou, mas o carne-Doutor não parou com a agressividade.

“É o que os olhos dizem! Por quê?! Posso senti-los, como trabalham a cada dia, sabendo que chegará o tempo que eles serão descartados de novo! Não outra vez, por favor!”

O carne-Doutor soltou Amy e ela correu assustada de volta pra sala.

Todos da sala viram o estado alterado de Amy, principalmente quando ela gritou: “Deixe-o longe de mim!”

O carne-Doutor veio logo atrás, mas sua atenção foi primeiramente ao Doutor. “Você sentiu isso?”

“Rapidamente. Não foi tão forte como em você.” O Doutor respondeu.

“Amy, desculpe-me.” O carne-Doutor expressou seu arrependimento.

“Não! Afaste-se! Não podemos confiar em você!” Amy gritou e foi procurar refúgio ao lado do Doutor original.

“O que aconteceu?” Perguntou Rose um pouco confusa.

“Ele me atacou! Agressivamente!”

Rose ficou, no mínimo, desapontada. Ela conhece bem seu marido e ele NUNCA atacaria uma amiga. Se bem que aquele era uma réplica. Agora, ela vê a diferença de uma réplica para o verdadeiro. Agora, ela entende o ponto de vista de Cleaves, Buzzer, Jimmy e Dicken.

“Eu consigo me conectar com a Carne.” O carne-Doutor continuou a falar. “Entendo o que ela quer dizer, o que ela precisa.”

“Isso! Porque é feito dela!” Disse Amy sarcástica.

“É mais poderosa do que achamos. A Carne pode crescer, certo?” Ninguém sabia onde o carne-Doutor queria chegar, talvez nem ligassem para o que ele disse por não ser o Doutor original. “Agora ela quer vingança por toda dor e toda a raiva.”

“Amy estava certa. Você não é o Doutor!” Rose se pronunciou.

“Você não está entendendo. Nenhum de vocês está.” Retrucou o carne-Doutor.

“O que eu entendo é que você atacou minha amiga!” Rose pontuou com desapontamento.

“Doutor, é melhor você ficar ali.” Sugeriu Cleaves apontando para o fundo da sala, um local mais afastado.

“Esperem um minuto, ele está comigo.” Pediu o Doutor que estava sentado.

Cleaves se virou para o Doutor original. “Doutor, não temos nenhum problema com você. Mas quando se trata da sua réplica...”

“Não seja absurda.”

Apesar dos protestos, o carne-Doutor foi mandado ficar longe do painel de controle e longe das garotas para evitar desavenças. O pior de tudo foi Rose concordar com a situação.

Durante alguns minutos, eles ficam recebendo transmissões da equipe de resgate, mas sem poderem ter acesso a ele.

Amy ficou impaciente. “Não consigo achar Rory. Vou procurar por ele lá fora.”

“Nós podemos usar a chave de fenda sônica.” Comentou o Doutor. “Humanos e Carne transmitem sinais um pouco diferentes. A chave diria qual a diferença.”

“Oh, a chave sabe que as réplicas são diferentes?” Falou Amy sarcástica. “O outro Doutor é diferente.”

“Ele é o Doutor.” Afirmou o Doutor.

“Não pra mim, posso dizer.”

“Não é preconceito?”

“Preconceito?” Retrucou Rose. “Ele a atacou. Coisa que você não faria.”

“Você é o Doutor e ponto.” Disse Amy por fim.

“Ei, tem uma câmera ligada!” Anunciou Buzzer. “Temos contato visual.”

Amy quis ver primeiro e não se decepcionou quando viu que era Rory e Jennifer.

“Eles estão indo até a sala termostática.” Disse Cleaves.

“Vamos buscá-los?” Pediu Amy animada em poder reencontrar seu marido.

Todavia, o Doutor continuou sentado e jogou sua chave de fenda sônica para o carne-Doutor sentado do outro lado da sala.

Vendo isso, Amy ficou confusa. “Espere aí!”

“Você não pode deixá-lo ir.” Reclamou Cleaves. “Está maluco?”

“Eu estou maluco, Doutor?” Perguntou o Doutor para o carne-Doutor do outro lado da sala.

“Você já injetou seu cérebro no núcleo de um planeta só para deter a órbita dele e ganhar uma aposta.”

“Ele não pode ir. Eu vou.” Decidiu Amy.

“Eu vou com Amy para ajudá-la.” Disse Rose.

“Sabem, eu quero que ele vá.” O Doutor se levantou da cadeira. “E eu estou inflexível. Se não confiam nele, confiem em mim.”

Com isso, elas perceberam que o Doutor não ia mudar de ideia, mas enviaram Buzzer para acompanhar o carne-Doutor na busca pelo Rory e Jennifer. Após a saída deles, o monitor apontou uma mudança de temperatura.

“As medidas de temperatura estão aumentando.” Analisou Cleaves. “Jennifer e Rory devem ter desligado a ventilação subterrânea.”

“Por que fariam isso? Vai nos matar.” Constatou Dicken.

“Tem milhões de litros de ácido fervendo sob nossos pés.”

“E agora aquecendo a ilha toda.” Completou o Doutor. “Quanto tempo até que exploda?” Assim que ele terminou de falar, um tremor chacoalhou todos na sala.

Cleaves contatou o transporte de resgate mais uma vez e não obteve resposta, porém uma forte dor na cabeça a deixou vulnerável.

“Eu estou bem.” Cleaves assegurou. “Eu fiz vários exames por causa da dor de cabeça, mas estou esperando os resultados, então vamos continuar.”

“É um coágulo parietal profundo.” Disse o Doutor.

“Como você pode...” Cleaves olhou para ele surpresa e se deu conta de que ele estava sério. “É inoperável?”

“Na Terra, sim.”

“Levando em conta que só temos a Terra...” Cleaves mais uma vez viu que ele estava sério e quase não acreditou. “Você não é nenhum homem do tempo, é?”

Outro tremor e a sensação de solo se partindo foram sentidos, logo antes do Doutor gritar para todo mundo sair dali. Porém, Cleaves tentou falar com o resgate novamente.

“Cleaves para Transporte! Responda! Precisamos sair daqui! Não podem nos pegar na torre de evacuação!”

“Passe o código.” Solicitou o resgate para ter certeza que não eram as réplicas.

“O código é...” Cleaves foi impedida quando outro tremor causou destruição e explosão dos computadores. Já era tarde demais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Próximo capítulo será postado na quarta-feira que vem. Aguardem e preparem o coração.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Último Segredo do Tempo – 3ª temp." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.