A Garota do Futuro escrita por JosiAne


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oie, antes de qualquer coisa me desculpem pela demora, eu fiquei alguns dias sem internet, a intenção era postar na segunda passada, mas não deu.

Obrigada a cada comentário, assim que tiver um tempo livre respondo.

A música citada no capítulo é cantada por Monica.

Boa leitura.



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Eles descem direto para a sala ao lado do salão principal, onde convidados estão sentados a espera da noiva com Walter um tanto ansioso ao lado do juiz de paz. Tommy chama a atenção de Felicity para algumas cadeiras vazias há duas filas de onde estão. Thea não está em qualquer lugar. Ela entra por uma porta lateral assim que eles se sentam, e ela sorrir em sua direção logo que os avista.

A cerimônia tem início e Felicity tem que dar crédito a Moira, além de linda em um vestido perolado, parece genuinamente feliz e pela primeira vez ela não pensa na mulher como alguém controladora, mas uma mulher que um dia foi apaixonada, primeiro por Robert Queen, agora por Walter Steele e talvez um dia tenha sido por Malcolm Merlyn. Que essa mulher realmente esteve apaixonada pelo homem segurando sua mão nesse momento e que seu casamento não envolveu apenas negócio como sempre se suspeitou. Sim, nesse mundo de negócios mulheres ainda são subestimadas e subjugadas e Moira viu em Walter uma âncora para não deixar os negócios da família caírem em mãos erradas e afundar, mas também viu a oportunidade de se mostrar como mulher e obter aquilo que o marido morto lhe tirara por muito tempo, o respeito e o amor.

Após a cerimônia todos se deslocam para o salão principal, Thea imediatamente encontra seu caminho até Felicity e Tommy enquanto para surpresa de Felicity, Moira se mostra disposta a seguir todos os padrões tradicionais de um casamento e seguir para o meio do salão para iniciar a primeira dança dos noivos, os três trocam um breve olhar.

— Assim que mamãe e Walter terminarem a dança vou te apresentar a ela Megan.

— Não se apresse com isso, deixe sua mãe fazer a recepção dela, tenho certeza que ela tem muitos convidados para cumprimentar. – Felicity diz apressadamente, a perspectiva de estar frente a frente com Moira lhe deixando enjoada e sem delonga ela pega uma taça de champanhe do garçom que convenientemente está passando, apenas Tommy percebe seu desconforto e sorri malicioso.

— Oh não, se deixarmos para depois vai ser mais difícil. – Thea replica e pega uma taça de champanhe que imediatamente é tomada de sua mão por Tommy – Hey! – a menina protesta.

— Você não vai beber isso. – ele é enfático.

— É apenas uma taça, além do mais é champanhe e não é tão forte. – ela argumentar enquanto tenta pegar a bebida de sua mão.

— Não importa, ainda é álcool. – Tommy admoesta – Aqui, aproveite. – ele oferece uma taça com suco de uva.

— Estraga prazeres. – ela levanta o queixo empinando o nariz – Vamos Megan, mamãe e Walter já estão livres. – sai puxando Felicity que apenas dá de ombros e entrega rapidamente a própria taça a Tommy, ele permanece no local olhando boquiaberto para as garotas que o abandonam.

— Ei mamãe! – Thea chama por sua mãe, empolgada, ainda puxando uma Felicity aturdida e extremamente nervosa pelo pulso, aparentemente a idade não fez da loira mais corajosa.

É a mãe de seu namorado Felicity. A mãe.

Mas ela não sabe disso.

Ela debate consigo mesma quando se vê em frente à mulher. Ela tenta relaxar inconscientemente endireitando a postura.

— Thea. O que já conversamos sobre boas maneiras. – Moira admoesta em tom suave, mas firme.

Jesus! Até para repreender a mulher tem classe.

— Sinto muito mamãe. – Thea desculpa-se, mas sem realmente ter a intenção e olha para Felicity rindo zombeteira – Tem um minuto mamãe?

— Claro querida. – consente dispensando com um aceno as duas mulheres com quem conversava.

— Mamãe conheça a amiga de quem lhe falei antes, Megan Cutler.

— Desculpe querida, quem? – fala a Thea ignorando Felicity ao lado da garota, e Felicity olha de mãe para filha tentando se decidir se sente simpatia pela garota ou se se ofende com o desprezo da mulher.

— Mamãe! – Thea ofega embaraçosamente – Você sabe quem é Megan, já lhe falei dela.

— Sim querida, você não pode ter esquecido tão facilmente de alguém que sua filha falou tão bem. – ela ouve Walter dizer e facilmente se sente mais confortável – Perdão por minha esposa senhorita Cutler – ele faz questão de enfatizar o esposa— são os acontecimentos das últimas semanas, muita coisa para se gerenciar. – desculpa-se olhando para a recém esposa com um meio sorriso.

— Sem ressentimento senhor Stelle, entendo completamente. – sorrir o mais amavelmente possível para Moira – É um prazer senhora erm... – ela titubeia – Queen? – inclina a cabeça em cumprimento para a mulher.

— Megan Cutler? É claro. – Moira a olha de cima abaixo sem qualquer expressão e Felicity toma sua atitude como positiva, ela não a aprova, porém também não a desaprova.

— Com licença. – Tommy se faz presente e Felicity percebe o quão tensa voltara a estar ao relaxar imediatamente na presença do amigo que para ao seu lado, Thea ainda do outro lado, silenciosa como ela nunca vira antes – Moira. – cumprimenta a mulher beijando-a o dorso da mão – Encantadora como sempre.

— Thomas, sempre um cavalheiro. – Moira sorrir para Tommy e Felicity fica impressionada com o sorriso verdadeiro que a mãe de Oliver e Thea dá a ele.

— Parabéns, tudo está magnífico.

— Obrigada querido, desfrute o quanto quiser.

— É claro que ele vai. – a voz conhecida ecoa, grave e sedutora – Thomas não seria Thomas se ele não aproveitasse de uma boa festa. – Malcolm se materializa ao lado de Tommy colocando uma mão em seu ombro e Felicity o nota enrijecer.

— Não tenha dúvidas meu pai. – Tommy afirma com um sorriso que não alcança seus olhos – Certamente é isso farei, a partir de agora. – olha de relance para Malcolm e se vira para Felicity – Megan me concede uma dança. – atordoada com toda a formalidade passada entre os Merlyn e Queen Felicity apenas meneia a cabeça em concordância e segura a mão que Tommy lhe estende.

Na pista de dança improvisada Felicity suspira aliviada por ter saído da presença de Moira.

— Obrigada. – ela agradece olhando nos olhos de Tommy enquanto ele a conduz de forma suave pelo ambiente.

— De longe se notava seu desconforto. – ele afirma dando de ombros – Embora não entendo o porquê – acrescenta antes de gira-la nos próprios pés – Moira, apesar das aparências, é gentil e uma boa mulher. – ela olha de relance para a mulher que mantem-se compenetrada em uma conversa com Walter e outras pessoas desconhecidas para ela, Malcolm tendo se afastado do grupo.

— Ela é no mínimo intimidante. – pronuncia incerta com sua escolha de palavras, em sua mente ela grita para o homem em seus braços que Moira não é e nunca será boa e pensa nas centenas de pessoas que ela tirou a vida, tendo sido persuadida por Malcolm ou não, ela ainda teve uma escolha. Ou terá. Uma vozinha em sua mente sussurra quando ela lembra que nada disso ainda aconteceu.

— É apenas uma armadura, é assim que deve ser para mulheres como ela, que vivem no mundo de negócios, rodeadas por homens que querem impor sua vontade sobre elas. – ele defende e Felicity pensa em si mesma e no quão duro ela teve que trabalhar ao se tornar CEO da Palmer Tech, tendo apenas Curtis ao seu lado.

— Você tem muito respeito por ela. – afirma ao notar o brilho nos olhos dele ao falar de Moira.

— Moira é como uma segunda mãe para mim, ela e Robert me acolheram após a morte de minha mãe e o desaparecimento de meu pai, o amor que Malcolm não quis me dar, eles me deram em dobro. – termina com um sussurro, eles ficam em silêncio alguns instantes, apenas seguindo o ritmo da música que está chegando ao seu fim, Felicity se pergunta se ele está pensando na mãe morta ou no pai ausente, talvez nos dois.

— Ele é um idiota. – ela quebra o silêncio quando uma nova canção começa e eles não fazem qualquer movimento para se separar.

— Hum? – ele resmunga olhando para ela de cenho franzido.

— O senhor Merlyn – esclarece – Deveria ter orgulho do filho que tem. – diz com exasperação e Tommy reprime o sorriso.

— Malcolm pode não ter sido o pai exemplar Megan, mas eu também não sou um filho para se orgulhar. – ela percebe que ele tem convicção no que fala e faz uma careta em desagrado.

— Por favor, sem autoflagelação para mim. – repreende num tom ácido – os filhos são o espelho do pai.

— Claro, devo supor que seu pai é o cara legal da vizinha que carrega sacolas para a vizinha idosa como ato de boa fé. – ele brinca ingenuamente e começa a rir, seu riso morrendo nos lábios ao perceber a seriedade com que ela o olha.

— Não, meu pai não é um cara legal e o que eu sou hoje não reflete o que eu fui ontem, mas com certeza meu eu anterior fez coisas que me moldaram até aqui. – ele a encara sem palavras, em seu rosto estampada a curiosidade, ele limpa a garganta e assente de forma quase imperceptível.

— Um dia você vai me deixar saber mais?

— Sem promessas no momento, apenas lembre-se – pede tocando o rosto dele com as duas mãos – todos nós temos nosso próprio demônio com que lidar, devemos aprender a conviver com ele e extrair o melhor de nossos erros. – conclui com um leve sorriso e ele devolve o sorriso antes de aproximar-se mais dela e sussurrar em seu ouvido.

— Eu acho que estou apaixonado. – ela revira os olhos e resmunga baixinho.

— Não se atreva. – exige antes de sentir o corpo tremulo dele se chocar ao seu. Oh, ele está rindo dela.

Eles terminam a segunda dança e seguem até o bar.

— Coquetel de frutas?

— Vou continuar no martine, prefiro não arriscar em muitas misturas hoje.

Tommy faz o pedido ao barmam, martine para Felicity e uísque para ele. Ele quase derruba as bebidas com a chegada abrupta de Thea.

— Eu oficialmente odeio casamentos, em particular o da minha mãe. – Thea resmunga e cruza os braços fazendo beicinho.

— Tá tudo bem Thea? – Felicity pergunta ao pegar o copo oferecido por Tommy.

— Não, não tá. – objeta olhando feio entre Felicity e Tommy.

— Hum... Tô sentindo que somos nós o alvo dessa vez. – Tommy estala a língua ao murmurar para que apenas Felicity ouça – Qual é o problema, baixinha.

— Não está divertido, era para ser divertido, era para minha amiga estar ao meu lado, não era para me sentir sozinha, mas em vez disso estou sendo obrigada a dançar com velhos fedendo a charuto. Onde vocês estavam? – exige descontente.

— Desculpe Thea, eu pensei que estivesse tudo bem quando Tommy me pediu uma dança, você estava lá. – Felicity explica não dando muita confiança aos resmungos da menina.

— Uma dança e vocês somem por quase meia-hora. – exagera e Felicity se contem para não revirar os olhos.

— Ah, olha ela, está com ciúmes. – Tommy brinca aproximando-se dela com um sorriso de mostrar os dentes.

— É claro que estou com ciúmes, você monopolizou minha amiga. Por que Megan dança com você, enquanto eu tenho que dançar com... com eles? – ela aponta para um dos convidados com quem teve que dançar.

— Oh! Ela tá com ciúmes. – Tommy afirma em brincadeira – Vamos baixinha, Felicity não é a única a ter o direito de dançar comigo, eu estava reversando essa dança apenas para você. – ele pisca quando Before You Walk Out Of My Life ressoa no ambiente.

— Mentiroso. – Thea profere fazendo bico.

— Vamos, vamos lá. – Tommy arrasta Thea pela pista, a menina não conseguindo reprimir o sorriso.

Felicity encosta-se no bar observando Thea e Tommy balançarem, Thea sorrido com algo que Tommy fala, ela deixando um sorriso escapar com a cena, sentindo-se afortunada por ter a chance de presenciar um momento de descontração e intimidade entre os irmãos.

— Senhorita Cutler? – sua atenção é desviada pela proximidade de Malcolm – Malcolm Merlyn – estende a mão em pedido a dela que aceita hesitante – encantado em conhecê-la.

— O prazer é meu senhor Merlyn. – olha de relance para Tommy e Thea ainda absortos em sua dança.

— Me concede o prazer dessa dança? – pede cortês, entendendo a mão a Felicity.

Surpreendida Felicity encara o homem, indecisa, os olhos arregalados – Então? – Malcolm insiste tirando-a de seu torpor, como com Tommy ela se deixa ser levada para a pista.

A proximidade com Malcolm a deixa desconfortável, mesmo que seja o pai de Tommy e de Thea, ela não pode esquecer que também é o responsável por centenas de mortes, incluindo seu próprio filho e por tornar a própria filha numa assassina. Olhando para qualquer lugar menos para o homem a sua frente ela encontra o olhar de Tommy que está a observá-los, os lábios em riste e a testa franzida, ela nota Thea chama-lhe a atenção e ele desvia o olhar para a menina e sorri-lhe forçado.

— Aproveitando a festa senhorita. – Malcolm sussurra ao ouvido de Felicity.

— Agradavelmente senhor.

— Me pergunto de onde meu filho conhece uma jovem tão encantadora como você.  – seu tom de voz baixo indicando pouco de sua ironia.

— Desculpa – ela afasta-se um passo dele – não sei se entendo o que quer dizer.

— Vamos senhorita, moças como você não fazem o tipo de garotas com quem meu filho faria amizade.

— E que tipo eu sou? – pergunta incrédula.

— Alguém que não se envolveria com Thomas.

— Eu vejo – ela pausa para olha-lo nos olhos – que o senhor não conhece seu filho como presume conhecer. – aproveitando que a música parou e a banda dá uma pausa ela solta-se dele – E não que seja da sua conta, mas Tommy e eu somos amigos, seu filho é melhor do que pensa. – afasta-se e sem olhar para trás caminha até Tommy e Thea que retornaram ao bar.


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