A Garota do Futuro escrita por JosiAne


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Oi oi pessoas maravilhosas, neste capítulo Tommy mostra seu lado mais emocional, e vocês, como Felicity, têm a história envolvendo Oliver-Laurel-Tommy antes do acidente com Oliver (claro é o que eu imagino que aconteceu). Aqui também Tommy e Felicity estreitam ainda mais os laços de amizade.

Boa leitura!



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Felicity vai direto para a área de funcionários, ainda atordoada com o que aconteceu lá fora. Que porra foi essa? Ela amaldiçoa enquanto veste o uniforme de trabalho. Vamos Felicity, não pense demais. Não imagine. Não de azas a sua imaginação. Admoesta-se não querendo pensar nas implicações que a confissão de Tommy significam. Não é nada demais, é apenas Thomas Merlyn sendo ele mesmo, ele estava descaradamente flertando com você e quer apenas deixar claro que está disponível. Ele sempre foi um sedutor e mulherengo. Tranquiliza a si mesma, ela não sabe se poderia lidar com o melhor amigo de seu namorado apaixonado por ela.

— Thomas Merlyn, hem! – Evelin graceja atrás de si e ela dá um pulo ao assustar-se.

— Jesus Cristo. – pavonea-se pondo a mão no peito, o rosto branco pelo susto – Que é isso garota, quer me matar de susto? – admoesta e a garota começa a gargalhar.

— E que culpa eu tenho se você fica aí sonhando a acordada, diz aí – ela aproxima-se de Felicity brincalhona – tava pensando naquele gato que tem por nome Thomas Merlyn né?

— Eu nã... – ela cala-se, não havia como negar, sim, ela estava pensando em Tommy – Não é nada disso que está pensando.

— Não é? – a menina inquire ainda sorridente.

— Não... – Felicity revira os olhos – Thomas é amigo de Thea que é minha amiga, ele me ofereceu uma carona e aceitei, nada mais, agora deixemos de conversa e vamos trabalhar. – diz dando um tapa brincalhão no traseiro da menina.

Ouvindo o próprio conselho, Felicity passa o resto do turno decidida a não pensar em Tommy, seria imprudente, até perigoso, afinal, antes de conhecer o homem ela já conhecia sua fama de sedutor e ela não pode em hipótese alguma nem sequer pensar em qualquer envolvimento com o melhor amigo de seu namorado, pois não importa por quanto tempo ela tenha que ficar confinada a essa década, ela vai voltar para seus amigos, vai voltar para Oliver, disso ela não tem dúvidas.

~’~

Ela entra no salão da casa temerosa e ansiosa, ela passou os últimos quatro dias pensando em uma possível doença que a impedisse de participar do fatídico casamento, mas todas as desculpas que ela encontrava ela também via o olhar triste e até decepcionado de Thea. Ela não conseguiu abandonar a menina. Agora ela está em pé sentindo-se como um peixe fora d’água negando seus instintos de fugir, em todo tempo conhecedora dos Queen, ela não estivera tantas vezes na mansão, mas as poucas vezes foram suficientes para deixa-la com desejo de não mais querer voltar. Tanto dinheiro e não podem alugar um salão de festa. Resmunga para si mesma antes de ser surpreendida por uma Thea efusiva.

— Megan! – a menina fala alto por entre alguns dos poucos convidados que já se encontram no local, estes olhando-a de forma repreensiva. Ela olha para os lados e novamente para Felicity a sua frente e gira os olhos, zombeteira – Você tá aqui mesmo. – a menina sorrir agradecida e aliviada – Estou tão entediada, muito difícil ficar sorrindo e acenando para essas peruas ricas e esses velhos babões. – sussurra como um segredo e Felicity arregala os olhos estupefata.

— Thea! – repreende e a menina dá de ombros – Não deixe que os ouça, pode acabar com grandes negócios para a empresa.

— Certo, certo! – Thea anui sem dar importância arrancando uma careta de Felicity.

— Adolescentes! – a loira rosna.

— Venha, quero te apresentar a uma pessoa. – Thea endireita-se, coluna reta, cabeça e queixo levantados como sua mãe sempre tentou lhe ensinar, uma verdadeira dama.

Elas caminham até uma sala adjacente, ela segue o olhar da menina e ofega ligeiramente quando percebe a quem ela irá ser apresentada. Walter Steel. Ela pensou em todas as formas de como agir e não se deixar levar pela emoção de reencontrar seu antigo/futuro chefe, o homem que ela aprendeu a respeitar e admirar, que botou toda a confiança nela.

Enquanto se aproximam do homem em pé próximo ao bar ela inspira e expira diminuindo as batidas rápidas do coração e dizendo a si mesma que o homem ainda não é o seu chefe, que é um homem genial e gentil e que ela deve reservar o mínimo de palavras a ele para não estragar seu futuro, ela não quer correr o risco de nunca ser contratada por Walter. Pode parecer um medo bobo, aqui ela é Megan Cutler, mas ela também é Felicity Smoak, e Felicity Smoak sempre teve a tendência de balbuciar de mais e falar mais do que devido quando está nervosa.

— Walter! – saindo de seu torpor ela ouve Thea chamar

— Thea? Não era para estar com Moira agora? – Walter indaga, confuso.

— Sim... Bem... Mamãe já tem uma tropa de peru... – ela bate na boca ao perceber o que falara – Digo, muitas amigas para lhe ajudarem. – o homem balança a cabeça, divertido com os modos da garota – Vamos Walter, você também não fugiria se tivesse a chance? – ela questiona de brincadeira.

— Thea, Thea, não deixe que sua mãe ouça isso. – ele fala e olha para Felicity com curiosidade – E essa jovem encantadora?

— Megan Cutler, senhor. – Felicity se adianta, estendendo a mão para o homem.

— Walter Steele, mas você já sabe disso. – cumprimentando-a de volta – É um prazer finalmente conhece-la senhorita Cutler, Thea tem falado excepcionalmente de você. – acrescenta e Felicity não consegue parar o rubor que se espalha por suas bochechas.

— Coisas boas eu espero. – olha de soslaio para a menina.

— Como pode não ser. – Thea rola os olhos.

— Sim senhorita Cutler, as melhores. – Walter defende a futura enteada.

— Senhorita Queen? — a voz suave fala por trás de Thea e Felicity fazendo-as voltar-se para quem chama a menina – Senhora Queen pediu que viesse avisar que a espera em seus aposentos. – uma jovem loira e gordinha avisa e sai rapidamente. Thea geme dramaticamente.

— Bem, é melhor eu ir antes que ela comece a ter um ataque. – a menina resmunga recebendo uma advertência do moreno a sua frente.

— Thea! Modos. – a menina sorrir docemente para o modo suave como Walter fala, apesar de quão brincalhona ela age, ela aprendeu a respeitar e admirar o homem tanto quanto ao próprio pai.

— Com licença. – pede antes de afastar-se.

— Bem senhorita Cutler, fique a vontade. – Walter deseja e também afasta-se.

Vendo-se sozinha Felicity se põe a observar o ambiente e um sentimento de nostalgia enche seu peito, é impossível não pensar em Oliver ao revisitar o local em que ele crescera, o local que por anos ele chamou de lar. Ela se pergunta o que ele estará fazendo nesse momento. Estaria perseguindo algum criminoso? Ou estaria junto a seus amigos tentando leva-la de volta? Ela se permite um momento de egoísmo ao pensar que preferiria que ele estivesse tentado encontra-la. Ela suspira languidamente apenas para balançar a cabeça ao se dar conta que suspirar é o que mais vem fazendo nas últimas semanas.

Ela se volta para o bar e pede uma dose de martine pretendendo que o álcool a faça relaxar até que esteja protegida dentro do apartamento temporariamente seu. Olhando para a bebida ela lembra-se de Laurel, ela não vira a mulher ainda e se pergunta se a outra realmente não aparecerá para a cerimônia. Ela entende os motivos de Laurel para querer manter-se afastada de Thea e sua família, porém ela sempre ouviu que Thea e Laurel eram como irmãs, com Laurel sempre cuidando da menina, então porque ela não está nesse momento ao lado de Thea? Isso ela não consegue entender, assim como não consegue entender porque para a mulher é tão difícil estar próxima a Thea, mas tão fácil estar com Tommy. Ela leva a bebida à boca e sorve todo o líquido de uma vez.

— Uoua, vai com calma aí moça. – Tommy repreende tomando o copo de Felicity – Não quer chamar a atenção de Moira Queen da maneira errada não é? – questiona, sobrancelha arqueada tornando-se ainda mais adorável aos olhos de Felicity.

— Qual o problema com Laurel? – ela diz subitamente.

— O quê? – ele está confuso e ela ainda mais por ter jogado o questionamento sobre ele. Martine maldito!

— Thea esperava que Laurel estivesse aqui e cadê ela? – ela cobre a boca envergonhada e irritada consigo mesma por não se manter calada – Isso não é da minha conta, sinto muito, mas é que eu não entendo... – murmura evitando olhar para Tommy.

— Eu não posso dizer com certeza o que se passa na cabeça de Laurel, mas posso dizer pelo que conheço dela que depois do que aconteceu com Oliver... – ele pausa e leva as mãos aos bolsos e Felicity nota o desconforto em falar sobre o amigo – Ela ainda não se recuperou, não só da perda, mas...

— Eu sei o que quer dizer – ela o corta repentinamente –, não é como se os paparazzi não tivessem se aproveitado da situação e lucrado com o escândalo envolvendo o senhor Queen e as irmãs Lance. – Tommy assente em aquiescência – Mas por que não é o mesmo com você? – ela indaga frustrada por tentar entender o raciocínio da amiga.

Tommy suspira entorpecido, ele fecha os olhos levando uma mão ao rosto, respirando fundo ele aperta a ponte do nariz, olhando ao redor ele aproxima-se de Felicity.

— Vem comigo. – segura a mão dela e sai andando puxando-a consigo.

Felicity se deixa levar sem protestar, no pouco tempo de convívio com Thomas Merlyn ela aprendeu a confiar no homem que agora ela vê como amigo. Com o aperto firme em sua mão ele a leva para o segundo piso da mansão e entra por um corredor amplo e fortemente iluminado. Ela abre a boca para perguntar onde ele a está levando quando param em frente a uma porta de carvalho, ele abre e entra trazendo-a com ele.

— O que... Por que me trouxe aqui? – ainda próxima a porta ela olha atentamente o cômodo, o quarto é amplo, com duas portas uma a sua frente e outra a direita.

Há uma poltrona azul ao lado direito da porta e uma estante de livros ao lado esquerdo, um sofá de dois lugares da mesma cor que a poltrona de frente a um painel de mármore com objetos de decoração tipicamente masculinos na parte de cima e mais livros ao meio, uma mesinha ao lado do sofá, mais ao meio do quarto e próxima a uma grande cama, uma escrivaninha, ela aproxima-se e pega o único porta-retratos no local, uma imagem de um Oliver mais jovem e Thea com seu sorriso infantil.

— Você me trouxe para o quarto de Oliver Queen? – ela dá dois passos para trás e vira-se repentinamente esbarrando em Tommy desequilibrando-se.

— Este andar e o próximo não são acessíveis a convidados e muito menos repórteres – segura-a pelos dois braços ajudando-a a equilibra-se – e este quarto é o único que sempre tive acesso irrestrito, achei que aqui ninguém nos ouviria. – conclui soltando-a, mas ainda permanecendo muito próximo.

— E está certo você me contar sendo algo tão sigiloso?

— Não é nada ilegal, mas com certeza que renderia muito aos tabloides.

— Bem... – encosta na escrivaninha e cruza os braços – Qual é o grande mistério?

— Primeiro, você tem que saber que Laurel e eu nunca fomos tão próximos quanto ela foi de Thea – ele anda pelo quarto e para em frente ao painel, inclinando a cabeça admira a réplica de um barco a vela – Nós crescemos todos muito próximos, mas Laurel e eu nunca tivemos mais contato que não fosse exigido por sua amizade com Oliver e Thea, ela me via apenas como um mulherengo que incitava Oliver a fazer coisas erradas.

— E ela estava certa? – Felicity pergunta parando ao lado dele.

— Eu não sou nenhum santo Megan, mas Oliver não era diferente. – ela meneia a cabeça concordando com ele, seu relacionamento com Oliver o mudou nos últimos três anos, mas ela ainda se lembra dos primeiros três anos de convivência com ele e a quantidade de mulheres que já passar por sua cama – A questão é que Laurel sempre foi apaixonada por Oliver, mas ele nem sempre foi apaixonado por ela e quando isso aconteceu e eles ficaram juntos ele não era o que se podia chamar de namorado exemplar e nós nos afastamos, quero dizer eu me afastei...

— Por que você estava apaixonado por ela. – Felicity afirma e ele a encara sem surpresa.

— Eu sempre fui apaixonado por ela, Oliver e eu nunca fomos abertos quanto a isso, mas eu não acredito que ele não soubesse, preferi me afastar ao ter que vê-los juntos e pior, vendo-o ser um cretino com ela. Você entende agora? – ele vira-se para ela – Eu não sou motivo para Laurel lembrar-se de Oliver, nós nunca tivemos momentos juntos, enquanto que Thea era presença constante, muito do que ela viveu com Oliver teve a participação de Thea.

— Por que você acha que ela se aproximou de você agora? – ela indaga e ele sorrir sem graça.

— Como uma válvula de escape talvez? Quando Oliver desapareceu eu quis ser o cara bonzinho e me aproximei dela para confortá-la, no início ela me rejeitou, mas eu fui tão persistente que ela deve ter percebido meus sentimentos. – admite e ela percebe a vergonha que ele sente por ter corrido atrás da namorada do amigo.

— Mas você disse que não estão juntos.

— Não estamos, como eu disse: válvula de escape. O cara que está ali quando oportuno, que você não quer muito perto, mas não quer chutar ele de vez por medo de ficar sozinha.

— Oh, Tommy! – ela exclama chateada por ele, mas irritada com Laurel e no fundo aliviada por ter certeza que ele não nutre nenhum sentimento romântico por ela.

Eles estão frente a frente, mas é como se ele não estivesse vendo-a realmente e ela imagina que ter essa conversa é doloroso para ele. Ele era o melhor amigo de Oliver e ter perdido o amigo em um momento em que estavam afastados o quebrou mais que a perda em si e ainda ter que lidar com os sentimentos por uma garota que não sente o mesmo e o usa para se sentir melhor torna o sentimento mais intenso. Ela tem vontade de abraçar e consolar o amigo. De lhe confessar que Oliver ainda está vivo, porém ela sabe que é impensável e perigoso para o futuro caso ele acredite ou que ele a taxe como louca e não acredite em uma única palavra sua. Desapontada com o poder de saber a verdade, mas sem o poder de ser capaz de revela-la ela faz a única coisa possível, o abraça.

Ela pode sentir a surpresa dele quando ao abraça-lo ele fica rígido, os braços estendidos provavelmente ponderando se retribui o abraço, mas ela é persistente e não se afasta até que sente os braços dele em volta de si, tocando-a suavemente.

— Sinto muito. – ela sussurra sentindo o calor do corpo dele aquecer o seu – Me desculpe. – ela solta sem pensar, desculpando-se por não poder dizer toda a verdade a ele. Ele não diz nada e ela fecha os olhos, agradecida por ele estar tão perdido em pensamentos que não percebeu o deslize que cometera.

— Obrigado. – ele diz desfazendo-se do abraço.

— Obrigada você por confiar em mim. – ela agradece de volta permanecendo com as mãos por sobre os ombros dele.

Inclinando a cabeça ela vê que ele está com os olhos vermelhos e uma lágrima solitária desliza por sua bochecha, ela passa o polegar pelo local apagando a lágrima teimosa.

— Desculpa. – ele sussurra sem graça e ela sorrir.

Homens também choram! Ela aprendeu essa verdade com Oliver que aprendeu a confiar nela o suficiente para chorar em sua frente.

— Sem desculpa moço, pode chorar a vontade, prometo não contar a ninguém. Mas agora, engole esse choro que temos um casamento a assistir e não quer que achem que está chorando pela noiva não é? – brinca e ele ri abertamente tirando um peso de cima dela ao vê-lo mais animado.

— Deus, não. Que horror! – exclama fingindo nausear-se.


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Notas finais do capítulo

Nota 1: Sei que no capítulo anterior prometi que Felicity enfim encontraria com Moira e não foi o que aconteceu, originalmente é o que aconteceria, e que já estava no planejamento do capítulo, mas durante o processo de desenvolvimento algo que seria pequeno, a conversa entre Tommy e Felicity, tomou proporções muito maiores e acabei deixando o encontro para o próximo capítulo.

Nota 2: Quanto a declaração de Tommy sobre os sentimentos dele por Laurel, talvez você pense que não faz sentido ele se afastar do amigo e depois que este suma ele aproximar-se da namorada do amigo, bem ele não aproximou-se de Laurel com segundas intenções, ele apenas quis ser um ombro amigo para ela que estava sofrendo, e quem pode culpa-lo por seguir seu coração? E já que ele não poderia te-la como Oliver teve, ele queria ao menos ser o amigo, tanto que ele sabe que ela não sente o mesmo por ele e para ela ele é apenas o cara legal que está ali na hora que ela está solitária.

Beijos e até o próximo capítulo.



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