A Garota do Futuro escrita por JosiAne


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Felicity sempre sonhou com viagens no tempo, sempre achou que seria o feito mais incrível que ela teria feito na vida. Até aquele dia. Até o dia que se ofereceu para contribuir com o novo experimento de Cisco e Caitlin. Foi tudo tão rápido, ela, ou melhor, nenhum deles previu o que iria acontecer, e como poderiam? Era apenas para ser um teste, sabendo da capacidade de abrir portais para outras dimensões, Cisco queria testar o poder para abrir portais do tempo, quem sabe viajar para o futuro, ou o passado.

Levantando-se cambaleante Felicity leva a mão à testa, um filete de sangue escorre pelo local. Ótimo. Mais uma cicatriz, agora pelo menos ela tem uma boa história sobre como ela a ganhou para contar a Oliver. Meio zonza, ela tenta reconhecer o local, primeiro ela se depara com a parede. Ah! A responsável pela nova cicatriz. Girando nos próprios pés ela tenta focar no que há a sua frente, olhos semiabertos, ela vê algo, uma estátua? Piscando ligeiramente, ela tenta ajustar a visão, não, não é uma estátua, uma garota. Está a encará-la de boca aberta. Ela encara a garota de volta, pela estatura uma adolescente, e aproxima-se lentamente, a garota não sai do lugar, parece estar em choque. Pouco a pouco ela consegue ver mais nitidamente o rosto da menina. Uou! Ela pensa, também em choque. Agora ela pode concordar com quem diz que o tempo é um puta de um sacana. Thea Queen. De todas as pessoas que ela poderia encontrar, tinha que ser Thea Queen. Magnífico.

— Merda, Roxie tem razão, essas coisas piram com a nossa mente. – a garota diz enquanto joga algo no chão. Ela leva as mãos aos olhos esfregando-os freneticamente – Não é uma alucinação? – ela divaga abrindo mais os olhos, e a loira pode ver a pupilas dilatadas da pequena Queen. – É claro que é alucinação. – a garota continua com uma risadinha – Essas coisas não existem, pessoas não saem assim do nada. – mais uma risadinha.

Na confusão da garota, Felicity entende o que está acontecendo. A menina está chapada. Ela aproveita a chance para tentar sair da situação e começa a voltar a andar tentando afastar-se da menina, com sorte ela não se lembrará desse episódio quando estiver sóbria.

— Quem é você? – ela para, o coração batendo forte ao perceber que sua tentativa de retirada não está dando certo.

— Hmm, ninguém em especial. – diz voltando-se para a garota – Agora se me der licença. – tenta desesperadamente afastar-se. Ela não pode ter contato com qualquer pessoa de seu presente ou corre o risco de alterar a linha do tempo.

— Não, espera. – a menina grita eufórica – Eu vi, eu tenho certeza de que vi você aparecer do nada. – ela fala rapidamente andando de um lado para o outro – Eu sabia. – ela grita de repente – Eu disse a Roxie. – fala para si mesma – Você é uma alienígena, não é? Eu disse a Roxie que vocês existem – balbucia e do nada começa a gargalhar – eu vou jogar na cara dela agora, sim, por que agora eu tenho uma prova. – ela continua falando sozinha alternando entre a realidade e a alucinação.

Felicity observa a menina, chocada e divertida.

— Eu não sou uma alienígena. – profere. Thea para e a encara.

— Não? – ela indaga decepcionada.

— Não, mas se te faz feliz, eu também acredito em alienígenas. – ela sorri abertamente para a menina, sua mente viajando ao ano anterior e a invasão dos aliens. Se a menina sonhasse que ela esteve entre os que lutaram contra os invasores. Ou ela lutará? Ouch! Ela está confusa, essa coisa de estar no passado do seu presente que é o futuro, mexe com a cabeça de uma garota.

— Ma-mas eu vi. Você apareceu assim... – a menina diz, afastando-a de suas divagações, então a pequena Queen para, inclina a cabeça como se estivesse pensando – Eu não sei mais o que eu vi. – admite frustrada.

— Olha – Felicity toca o ombro de Thea – eu não sei o que você viu, mas com certeza eu não saí assim do nada. – Thea a encara desconfiada, processando suas palavras – Na verdade. – ela solta um falso suspiro – Bem, a verdade é que... – ela para improvisando uma mentira – Eu fui assaltada, é isso, me assaltaram – afirma aliviada ao notar a expressão de horror no rosto da menina – Levaram tudo. – dramatiza elevando os braços para confirmação.

— Que horror! – Thea diz de olhos arregalados – É por isso que está machucada? Você está bem? Precisa de alguma coisa? – pergunta rapidamente esquecendo-se do que vira, Felicity suspira dramaticamente, aliviada por mudar o foco de atenção da garota – Mas você tem certeza que não veio do espaço? – Oun merda, ela não vai esquecer.

— Tenho. – ela afirma categoricamente.

— Tá bom. – Thea assente estreitando os olhos – Thea Queen. – apresenta-se com um cumprimento de mão.

— Ãhn... – merda, merda, merda. Pensa Felicity — Megan Cutler. – Ótimo Felicity, você deu seu segundo nome e o nome de seu pai, parabéns, já pode competir com Oliver para ver quem é o pior mentiroso. Crucifica-se aceitando o cumprimento da garota.

— É um prazer senhorita Cutler. – Thea diz usando de todos bons modos que sua mãe passa a vida tentando lhe ensinar.

— A, por favor, apenas Megan.

— Ok. – a menina dá de ombros – Mas então Megan, a oferta ainda está de pé, olha eu tenho uma amiga que o pai é policial, se vo...

— Não – ela fala alto – não precisa – acrescenta retomando a compostura, tudo o que ela não precisa é se envolver com mais pessoas de seu presente.

— Mas...

— Olha, eu agradeço a oferta, mas não é necessário. – Eu só preciso dar um jeito de voltar pra casa.

— Tudo bem, você que sabe, agora preciso ir. – ela diz voltando ao seu modo, despreocupada.

Felicity observa a pequena Queen afastar-se e de repente lhe acomete o pensamento de que ela não tem um tostão, ou qualquer documento, e pior ela pode nunca voltar para casa. Resignada, ela toma uma decisão.

— Thea, espera. – grita, a garota vira-se imediatamente, um grande sorriso no rosto – E-e-eu acho que posso precisar da sua ajuda, mas sem envolver a polícia. – apressa-se a acrescentar.

— Ok, eu também não gosto de polícia, então como posso ajudá-la? – questiona ansiosa.

— Eu vou te dizer, mas não aqui, vamos a um lugar mais reservado, sim?

— Tudo bem, eu tenho o lugar ideal. – afirma e sai andando, Felicity a segue, de súbito Thea para, volta-se para Felicity e a olha seriamente – Como eu posso ter certeza que você não está aqui para me matar? – a pergunta quase faz Felicity rir.

— E por que eu te mataria? – Felicity pergunta tentando conter o riso.

— Não sei. Me diz você. – Thea responde ainda muito séria.

— Eu não vou te matar Thea.

— Me sequestrar? – indaga desconfiada.

— Nah! – Felicity desdenha – O trabalho que teria não vale a pena. – completa e a menina a olha ofendida – Não fique assim, eu já disse, não quero te matar e nem sequestrar. – ela revira os olhos.

— Eu acredito em você, além do mais, você tem mais cara de Barbie do que de Chuck. – afirma e Felicity gargalha.

~’~

— Nós não estamos invadindo o apartamento de alguém não, né? – Felicity pergunta temerosa adentrando no local e impressionada com sua beleza, um amplo apartamento. Thea estreita os olhos encarando-a furiosamente – Eu não quis ofender – Felicity leva as mãos ao alto na defensiva – Mas você tem que admitir, seu comportamento deixa desconfiança.

— E o que você sabe sobre meu comportamento? – a garota indaga com as mãos na cintura.

— Eu sei muito sobre seu comportamento Thea Queen. – responde casualmente, arrependendo-se em seguida ao perceber que falara demais.

— Que seja – a garota dá de ombros, afinal os Queens não são conhecidos apenas por estampar páginas de revistas de economia –, para sua informação este é o apartamento do meu irmão, ou pelo menos era. – explica com emoção na voz. Felicity sente um nó na garganta ao ver a tristeza da menina e culpada por não poder dizer a verdade.

— O que aconteceu?

— Longa história. Por enquanto, você só precisa saber que ninguém nos incomodará aqui. – Felicity assente e acompanha Thea à cozinha acoplada a sala.

Ela senta-se enquanto a pequena Queen começa a retirar produtos da geladeira, quando esta termina ela percebe que são ingredientes para sanduíches.

— Então qual a história misteriosa que precisa ser contada em privado? – Thea questiona enquanto começa a fazer os sanduíches.

Felicity respira fundo encarando as próprias mãos, ela precisa dizer, dadas as circunstâncias precisa confiar na menina, sua única opção para sobreviver nesse passado.

— Hoje, o que você viu, foi real. – Thea para o que está fazendo e a olha.

— Então eu estou certa, você é uma alienígena? – Felicity suspira resignada com a persistência da outra.

— Não Thea, eu não sou uma alienígena, eu sou... Eu venho do futuro. – acrescenta enrolando-se com as palavras, encarando gravemente a garota.

De repente Thea começa a gargalhar, Felicity observa a cena confusa – Não sei qual é a graça. – ela diz depois de um tempo e a garota ainda continuar rindo.

— Do futuro, Cutler? Hilário! – Thea zomba sem conseguir conter o riso.

— Você acredita em alienígenas e não acredita em viagens no tempo? – indaga semicerrando os olhos para a garota.

— Mas é claro, viagens no tempo não existem. – ela volta a gargalhar, Felicity permanece a fitá-la gravemente, ela para olha nos olhos de Felicity – Você está falando sério, não está? – Felicity meneia a cabeça confirmando – Ma-mas, isso não pode ser, viajar no tempo? – conjetura em descrença – Se você é mesmo do futuro então prova.

Felicity inclina a cabeça sua expressão mudando de curiosa para pensativa – Infelizmente você terá que confiar nas minhas palavras, eu não posso dizer nada sem comprometer o futuro.

— O que você quer dizer com isso?

— Quero dizer que só o fato de estarmos aqui conversando pode ter alterado o seu futuro, meu presente.

 E isso é ruim? – Thea indaga curiosa.

— Eu realmente não sei Thea. – Felicity levanta-se preocupada com as mudanças que sua presença nesta época possa ter causado, ela começa a andar de um lado para o outro – Algumas coisas podem ser boas, outras ruins e há aquelas que dependem do ponto de vista de quem as ver.

— Como assim? – Felicity para e olha para menina.

— Isso já aconteceu antes – Thea arregala os olhos com a admissão – Um amigo meu, ele já voltou no passado, ele criou uma lin... – ela para olha para a menina que não parece ter mais que quatorze anos, ela só faria uma bagunça na mente da menina – Esquece, tudo o que você precisa saber é que quando ele voltou para o tempo certo, nem tudo estava como ele deixou, ele era o único que sabia já que para nós tudo estava normal, mas nem toda mudança foi boa.

— Então se suponha que você está falando a verdade...

— Eu estou falando verdade. – Felicity rola os olhos, indignada.

— Certo, certo, o que você está querendo dizer é que por você estar aqui lá no ano do qual você veio, houve mudanças?

— Sim e não. – responde não fazendo sentido.

— Hã?

— Se houve mudanças, eu só vou saber quando voltar – explica confiante – não foi por eu estar aqui nessa época e sim por estar aqui com você.

— Eu não entendo o que você estar aqui comigo tem a haver. – Felicity suspira.

— No meu tempo nós duas nos conhecemos, mas... – ela ressalta – Não seria agora que nos conheceríamos e te encontrar agora pode ter causado mudanças.

— Parece que nós estávamos destinadas a nos encontrarmos então. – murmura sonhadora, com seu jeito de menina descontraída.

— Ou talvez seja o destino querendo acabar com sua vida mais cedo. – Felicity desdenha.

Thea a olha assustada.

— Calma, eu tô brincando. – a loira sorri para a garota, que a olha aborrecida – Preciso agora é pensar no que vou fazer. – diz levantando-se – Só espero que eles estejam tentando me levar de volta. – diz a si mesma, caminhando de um lado a outro do cômodo.

— Mmumm, você está querendo dizer que não sabe como voltar? – Thea pergunta tirando Felicity de seu transe momentâneo, ela a olha apreensiva e meneia a cabeça em negativa.

— Estou aqui por acaso, estávamos fazendo um experimento. – diz com pesar, pensando em Cisco e Caitlin animados com a possibilidade de viagem no tempo, e agora ali está ela, em uma Srtaling de dois mil e oito, sem documentos ou qualquer misero dólar, bem pelo menos foi uma viagem de dez anos no tempo, ela não sabe o que faria se fossem em cinquenta anos, ou cem, ela prefere não pensar nas infinitas possibilidades – Não faço ideia de como voltar e duvido que eles saibam aonde vim parar.

— Bem – a garota fala em profunda concentração, indicador tocado o lábio inferior – E se você procurá-los? – Felicity a encara confusa – Seus amigos, quero dizer, a versão deles desse tempo, se no futuro eles podem fazer essas coisas de viagem no tempo, nada impede que façam agora. – Felicity sorrir animada, mas logo desmancha o sorriso.

— O problema é que nós não nos conhecemos ainda, eles não passam de jovens estudantes que nem sonham com essa possibilidade, eles provavelmente me internariam num hospício.

— Até eu te internaria num hospício se eu mesma não tivesse visto.

— Mas agora – ela senta-se novamente – preciso me concentrar no presente, não posso ficar aqui parada, não tenho dinheiro, por isso preciso trabalhar para me manter aqui, mas também não tenho documentos.

— Os documentos eu posso dar um jeito, quanto ao trabalho...

— Não tem importância – Felicity diz animada – se me conseguir os documentos eu me arranjo.

— Ótimo. – Thea diz sorridente – Você vai ver, serão como originais. – Felicity sorri de volta pensando em onde foi se meter.


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Notas finais do capítulo

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