MUTANTES & PODEROSOS I - O Segredo dos Poderosos escrita por André Drago B


Capítulo 20
Capítulo 19 - Mutante Raposa


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! se der, posto o outro capítulo ainda hoje. E não se esqueçam de comentar, me dizendo se a fic está boa ^^
Boa Leitura!



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CAPÍTULO 19

MUTANTE RAPOSA

 

 Amigo correu até Isaac com aquela faca que refletia a luz amarelada da tocha. O jovem pulou para o lado, tentando fugir do homem, que mudou de direção e correu até ele. Tentou dar um golpe em seu ombro direito, mas o jovem desviou para a esquerda, conseguindo evitar o corte. Mas Amigo era rápido, e com agilidade, tentou dar outro golpe em seu braço, dessa vez conseguindo feri-lo. O sangue avermelhado de Isaac escorreu do seu corte, enquanto o jovem deixou que um grito de dor escapasse pelos seus lábios.

 Amigo abriu um sorriso capaz de amedrontar qualquer um e tentou dar outro golpe no braço do jovem, que conseguiu desviar, pulando para trás. O homem correu até Isaac novamente, que ligeiramente, foi até à jovem Mutante presa e ficou atrás dela, enquanto Amigo ficou na frente dela, de forma que a jovem era a única coisa que os separava.

—Isso não é uma luta justa! – afirmou Isaac. –Eu não tenho como me defender.

—Eu não quero saber! Meu objetivo aqui não é travar um duelo com você. Minha obrigação é matá-lo! – disse Amigo, gritando a última frase.

  Ele não esperou mais e pulou em cima de Isaac. Mas dessa vez, o jovem não precisou se defender. A própria Mutante que estava no chão puxou a corrente que prendia o seu braço esquerdo, fazendo com que o homem tropeçasse nela e caísse no chão, machucando a testa e deixando que um fio de sangue escorresse de sua ferida.

—Obrigado! – agradeceu Isaac, ofegante.

 A jovem pareceu nem escutar e logo disse:

—Por favor, me solte!

—Como?

—Ele está com as chaves das minhas algemas! – disse ela, apontando para Amigo com um movimento de cabeça.

  Isaac sentiu um frio na barriga. Amigo levantou a cabeça e pôs-se de pé. Uma expressão de ódio apareceu em seu rosto, provavelmente por causa do que a jovem havia feito.

—Ora sua Mutante repugnante. Vocês só servem para transmitir doença para nós, os Corriqueiros! Vocês e essa Epidemia Mutante... – ele nem terminou de falar e pulou em cima da jovem para matá-la. Isaac a defendeu, se jogando em cima de Amigo e caindo no chão junto com ele. Sua faca voou para longe da mão dele.

  Isaac levantou o mais rápido que pôde e correu até a faca, mas antes que pudesse pegá-la, outra pessoa o fez. Ele levantou o seu olhar e viu Will segurando a arma em suas mãos. O homem desferiu um golpe contra Isaac, ferindo o seu rosto no lado direito. Mais sangue escorreu, enquanto o jovem gritou mais ainda. Ele se levantou do chão e correu para o outro lado da sala subterrânea.

—Taya, Luke! Socorro! – ele gritou. Atrás do jovem, Amigo tapou a boca dele com a mão, tentando fazê-lo para de gritar. O jovem deu uma cotovelada no abdômen do senhor, fazendo-o se dobrar de dor no chão.

  O jovem foi até a tocha que brilhava com a chama no canto da parede, exatamente onde ele havia deixado. Pegando-a, apontou-a para os dois homens traidores, ameaçando pôr fogo em qualquer um dele.

—Não cheguem perto de mim! – disse ele. – Onde está a chave da algema da jovem?

—Essa daqui? – Amigo puxou do bolso uma chave prateada, que assim como a lâmina da faca, brilhava a luz do fogo. Ele soltou novamente o sorriso amedrontador. – Se quiser, vêm pegá-la!

 Isaac ignorou a fala de Amigo, e focalizou a chave com os seus olhos castanhos. Sem esperar mais, voltou a gritar:

—Taya, Luke!

 

  Luke se remexeu na cama confortável. Estava frio, o que o fez se acomodar ainda mais sub as cobertas e lençóis. O sono havia lhe tomado. De repente, um barulho o fez despertar. Ele abriu os olhos lentamente. Eram os gritos distantes da mulher misteriosa. Ele se espreguiçou. Então  percebeu que dessa vez os gritos não eram de mulher, mas de homem. Eram gritos como os de Isaac.

  Assustado, o jovem sentou-se sobre a cama. A luz do luar entrava no quarto pela janela, o que permitiu-lhe ver que a cama que Isaac ocupava estava realmente vazia. O medo cresceu dentro dele.

—Taya! Taya! – ele chamou. A jovem continuou parada em cima de sua cama, dormindo. – Taya! Acorda! – mas ela continuou a dormir.

  Ele se levantou da cama, sentindo o incômodo das feridas que já estavam melhores. Ele andou ligeiramente até Taya, ainda sentindo o sono nas suas pálpebras pesadas. Ajoelhando-se ao lado da cama dela, ele tocou levemente o braço da Mutante, balançando-a.

—Taya, acorda! Taya!

—O que você quer? Me deixa dormir! – disse ela, preguiçosamente, ainda com os olhos fechados.

—Os gritos, ouça!

—Luke, esses gritos devem ser apenas de uma mulher com dor...

—Não, não! Observa. Eles estão diferentes!

—Luke... – ela abriu os olhos e parou de falar quando escutou os gritos, dessa vez, masculinos. Sua expressão ficou confusa. – Você não disse que eram gritos de mulher?

  Luke mexeu a cabeça positivamente. Eles ficaram em silêncio escutando os gritos.

—Os gritos são como os de...

—Isaac! – completou Luke, comprovando que também havia percebido isso. Ele mexeu a cabeça, apontando para a cama de Isaac. Taya virou-se na cama, tentado se virar para trás. Logo se assustou quando se deparou com a cama de Isaac vazia.

 Ela afastou as cobertas, destapando-se. O frio fez os seus pelos se eriçarem. Ela colocou as pernas para fora da cama, tocando o chão de madeira. Pondo-se de pé, ela foi até a porta. Luke também se pôs de pé, e sussurrando, disse:

—Taya, o que você está fazendo?

 Ela virou-se para trás com rapidez.

—Eu vou achar Isaac e descobrir o que está acontecendo!

—Não sozinha! – Luke foi até ela.

—Não Luke, você está ferido. Não pode se ferir mais!

—E se for perigoso? Você é que não pode se ferir! Iria ser problema demais para Isaac. – ele disse, dando um sorrisinho.

  Ela pensou um pouco, mas logo viu que o amigo teimaria. Luke foi até a cama de Isaac – que estava atrás deles – e pegou a bolsa dele no pé da cama. Abrindo-a, puxou duas espadas do jovem.

—Tome! – disse ele, entregando uma para Taya. – Se alguém tentar nos atacar, podemos nos defender.

 Ela pegou a espada. Luke se levantou e foi até ela. Então, ela virou a maçaneta e puxou a porta. O corredor estava escuro e silencioso, com exceção, é claro, dos gritos de Isaac. Os dois jovens começaram a andar lentamente, até chegar à sala, que também estava escura, mas a luz da lua que entrava pela janela iluminava levemente o local.

— O som vem da cozinha! – sussurrou Taya.

  Eles andaram até lá. O som era bem mais forte ali do que em qualquer outra parte da casa. Seguindo o som, Taya olhou para todos os lados, até perceber, pela luz da lua, o alçapão aberto. Ela se aproximou dele, enquanto Luke seguia a sua silhueta escura.

—Luke, o som vem lá debaixo! – ela disse, olhando para o rosto do seu amigo.

—Taya, eu não sei se é uma boa ideia irmos até lá...

—A voz de Isaac está vindo de lá. Temos que descer!

—Mas Taya...

  Ele nem terminou de falar e a Mutante já estava descendo as escadas. Ele bufou, mas também seguiu a amiga, mergulhando na escuridão da escadaria.

    Eles desceram se agarrando um no outro. A escuridão os proibiu de enxergar os degraus, e por isso eles acabaram tropeçando várias vezes. Mas, com cuidado, foram descendo até chegar ao pé da escada.

  Quando Taya viu a sala, a Mutante amarrada e Will segurando a faca, além de Isaac segurando uma tocha na mão, ameaçando-os, não conseguiu evitar:

—O que é isso?

—Taya, Luke, fomos enganados! Esses dois não são quem dizem ser. Eles são soldados do império que estão prendendo mutantes, e nós seríamos os próximos! – exclamou Isaac.

—Eles dois seriam os próximos! Nós iriamos matar você. – interrompeu Amigo, que agora nem merecia mais esse apelido.

—Espere, espere! – disse Luke. – O que está acontecendo aqui?

—Acontece que eu acordei ouvindo o barulho de gritos novamente, e, cansado deles, decidi segui-los para descobrir de quem eles eram. – Isaac começou a explicar. – Mas, para minha surpresa, nem precisei sair de casa para descobrir a verdade: os gritos vinham de um alçapão na cozinha, ao qual vocês já devem ter descoberto. Foi quando eu desci as escadas e descobri que os gritos eram desta jovem, mantida presa pelos nossos “amigos” Will e Inimigo. – disse Isaac, sendo sarcástico na hora de dizer os nomes dele e mudando o apelido de Amigo.

—O quê! – Taya estava surpresa e quase não acreditou no que Isaac disse. Se não fosse pela faca que Will estava segurando e por Inimigo ter dito que iria matar Isaac, ela não acreditaria. A jovem Mutante também era prova de que aquilo era verdade. - Por que vocês fizeram isso? 

 Inimigo exibiu um sorriso em seu rosto e olhou para Will, que fez um movimento positivo com a cabeça. Então começou a falar.

—Bom, o meu nome verdadeiro é realmente complicado, mas vocês já devem ter ouvido falar: Rougntyhfruoquing. Eu sou um antigo soldado do império, famoso pelos atos de defesa do rei. Defendi o rei Ricard diversas vezes. E é claro que, se eu revelasse que eu era esse guarda e que estava aqui apenas para prender Mutantes fugitivos, assim como muitos outros em outras províncias do império, vocês iriam fugir. Eu não poderia deixá-los. Tinha que prendê-los e leva-los juntos com essa jovem raposa para a capital, mas antes, tinha que ganhar a confiança de vocês. Por isso os deixei aqui alguns dias.

—E como vocês pretendiam nos prender? – indagou Taya, focalizando os seus olhos verdes em Inimigo, abismada com a revelação.

—Isso é fácil! Nos últimos dias andei colocando algumas ervas para fazê-los dormir no chá que dava para vocês.

—O quê?! – Luke disse, enquanto uma risada sarcástica e amedrontadora se desenhava no rosto de Inimigo em meio a sua comprida barba branca.- É por isso que depois de tomar os chás eu sentia tanto sono!

—Exatamente! Costumava colocar este remédio à noite, para que vocês dormissem e não escutassem os gritos dessa Mutante nojenta, quando eu destapava a boca dela para lhes dar alimento. Eu apenas dava comida a ela de noite.

—Mas mesmo assim eu acordava durante a noite! – exclamou Isaac.

—Sim, e também quero entender como você fez isso? Luke apenas ouviu aquela vez por que o remédio ainda estava fazendo efeito e eu ainda não havia alimentado ela. Por isso destapei a boca dela ainda de manhã! Mas você não! Como fez aquilo?

—Eu...eu não sei! – disse Isaac pensativo.

—Além do mais – Amigo voltou a falar – eu não poderia levar...o Corriqueiro com vocês Mutantes. O que a rainha quer é Mutantes, mas a ordem era para matar qualquer Corriqueiro que estivesse ajudando-os na fuga. Portanto, eu iria envenenar a bebida do jovem Corriqueiro...

—Isaac! – lembrou o próprio jovem.

—Isso! Eu iria envenenar o Isaac antes de vocês partirem. Assim, ele morria e vocês seriam levados presos. – ele completou com aquele mesmo sorriso que já estava dando náuseas em Taya, enquanto Isaac queimava de raiva por dentro.

—E como ela descobriu que havia pessoas hospedadas na casa? – indagou Taya.

—Por que ele começou a me dar comida apenas a noite, o que antes era também de dia. – respondeu a própria Mutante. – Não é, Inimigo? – disse ela sarcástica.

 Com raiva ele disse:

—Ora sua...

—Não chegue perto dela! – disse Isaac, se aproximando da jovem.

—Espere! Tem mais uma coisa. – Taya disse novamente. – Inimigo falou sobre ele mesmo, mas e Will?

  O próprio homem deixou que seus lábios também se desenhassem em um sorriso sarcástico, como fez Inimigo.

—Sendo rápido, vou falar: eu sou um ladrão e não um soldado do reino! – ele riu. – Um ladrão procurado em todas as províncias. Eu ia de província em província furtando e sempre escapava dos guardas. Mas aí começaram a colocar cartazes com o meu rosto em todas as cidades. Estava ficando difícil fugir, até eu descobrir que havia algumas cidades na Província Mutante que não sabiam da minha existência ainda. Então, fugi para lá e me escondi na Vila do Vale, até um Mutante nojento e asqueroso com três braços, dos mais peludos que eu já vi, viu um cartaz com o meu rosto em outra cidade. Ele avisou a todos sobre o estrangeiro que estava na cidade, e juntos, me prenderam no pequeno e improvisado tribunal da cidade, enquanto tentavam decidir se iriam me deixar preso ali ou se iriam me levar para a capital Hanrraá. Até que os guardas levaram os mutantes da vila e esqueceram de verificar a prisão, me deixando lá. Ainda bem que vocês chegaram! – disse ele, expirando o ar dos pulmões como se estivesse aliviado.

—Mas se você era um ladrão, então Inimigo também te prenderia!

—Não exatamente! – respondeu ele com um sorriso. - Fizemos um trato! Eu o deixava levar vocês para a capital e ele não me prendia!

  Taya rangeu os dentes de raiva. Eram dois traidores.

—Agora, me dê a chave das algemas da jovem! – ordenou Isaac para Inimigo. O traidor soltou uma risada alta.

—Se quiser, vem pegar! – o homem respondeu, ainda rindo.

  Luke não esperou Isaac e pulou nas costas do homem, que se desequilibrou e foi de encontro ao chão, ainda com o jovem nas costas. A chave caiu de sua mão e parou um metro à sua frente. Isaac correu até a chave, mas não conseguiu chegar até ela porque Will tentou esfaqueá-lo novamente. O jovem desviou para o lado, evitando mais um corte. Taya correu até Will e o arranhou com as suas garras, que saiam dos seus dedos escamosos. Ele urrou de dor, e virando-se para trás, tentou atacar Taya também, mas Isaac o agarrou e o jogou no chão.

—Tome Isaac! – Luke jogou a sua espada para o jovem, enquanto Taya se juntava ao amigo.     

 Quando Will pôs-se de pé, bastou um deles bater em sua faca – que parecia bem simples se comparada com as espadas – e jogou-a longe. Taya pulou em cima da faca e conseguiu pegá-la, deixando os dois homens vulneráveis.

  Luke esticou o braço e pegou a chave à sua frente, enquanto as suas costelas inda machucadas doíam pelos movimentos bruscos. Ele se levantou e saiu de cima de Inimigo. Seguiu até onde estava a mutante presa e abriu as suas algemas. Ela deixou que seus braços caíssem no chão, sentindo o alivio de finalmente poder abaixá-los. Estava respirando ofegante como todos ali, apesar de não ter lutado.

—O que fazemos agora? – indagou Taya.

—Luke, suba lá em cima e arrume as nossas coisas, por favor! – disse Isaac. – Vamos ajudar esta Mutante.

  Luke obedeceu, subindo as escadas e deixando-os lá.

—Taya, fique no pé da escada para não deixar estes dois traidores saírem daqui! – disse o jovem, enquanto os dois homens rangiam os dentes de raiva.

 O jovem abaixou-se ao lado da Mutante.

—Segure-se em mim! – disse ele. Ela passou os eu braço em volta do pescoço de Isaac, que segurou a cintura dela. Ele começou a se levantar lentamente. Quando puseram-se de pé, começaram a andar. A jovem tropeçou um pouco, mas conseguiu chegar ao pé da escada.

 Taya abriu espaço e os dois começaram a subir os degraus. A Mutante de mãos escamosas correu até a tocha e pegou-a, voltando o mais rápido que pôde para o pé da escada, antes que os dois homens tentassem subi-la. Mas eles ficaram parados, ofegantes.

—Vocês vão se arrepender! Não conseguirão chegar ao Pico Talyn. – disse Inimigo. Taya sentiu um frio na espinha ao ouvir isso, mas logo passou.

 -É o que veremos! – respondeu ela, com um sorriso sarcástico no rosto, como o que Inimigo fizera minutos antes.

  Ela começou a subir as escadas e deixou-os no escuro. Isaac e a jovem já estavam no topo da escada, quando puderam escutar os dois discutindo no salão lá embaixo. Não demorou muito para Will tentar subir as escadas, mas antes de ele conseguir chegar ao topo, Taya apontou a espada para ele.

—O que faremos com esses dois? – indagou a jovem.

 Isaac colocou a Mutante Raposa no chão, sentada, e fez um sinal para que Taya fechasse o alçapão, deixando os dois lá dentro. Ela obedeceu. Depois, ele tentou virar a mesa da cozinha e teve que ser ajudado por Taya, que viraram juntos o móvel. O arrastaram até o alçapão,  colocando-o em cima do mesmo. Eles não conseguiriam abri-lo pelo peso. Talvez conseguissem quebrá-lo, mas iria demorar o suficiente para os quatro poderem fugir.

—Acha que consegue andar ou precisa de ajuda ainda? – indagou Isaac para a jovem Mutante raposa. Ela balançou a cabeça negativamente.

—Passei tempo suficiente para ter certa dificuldade para andar, mas em pouco tempo o conseguirei fazer novamente!

—Você tem ideia do quanto tempo ficou lá dentro? – indagou Taya.

—Algumas semanas!

—Algumas semanas?! – surpreendeu-se Isaac. – Mas algumas semanas atrás, a caça aos mutantes nem havia começado! Então por que você ficou presa?

  Mas em vez de responder, a Mutante abaixou a cabeça e fez silêncio.

—Você pode pelo menos nos contar como veio parar aqui? Como ele conseguiu te prender? – perguntou Taya, mas a Mutante balançou a cabeça negativamente. – Vai ser difícil viajar com alguém que nem conhecemos!

—Calma Taya! – Isaac redirecionou o seu olhar para a Mutante. – Qual o seu nome?

  A jovem pareceu hesitar um pouco, mas respondeu:

—Meu nome é Jessie!

—O meu é Isaac! Está é Taya e o que está arrumando as nossas coisas é o Luke!

  Não demorou para Luke chegar a cozinha.

—Já coloquei as bagagens em Ajudante e as suas roupas estão em cima das camas para vocês poderem se trocar! – Taya assentiu, seguindo até o quarto. Estava vestida com um simples vestido que usava para dormir. Tinha que colocar uma roupa melhor.

 Isaac apresentou Jessie para Luke, que sorriu para ela. O jovem já estava vestido com uma outra roupa, também mais descente para se usar em uma fuga.

—Eu...eu não tenho outra roupa! – disse Jessie. Os dois desviaram os seus olhos para as vestes que ela vestia. Ainda não haviam reparado no quão sujo e rasgado estava o simples vestido de dormir da jovem.

—Talvez Taya tenha outra roupa para te emprestar! – disse Luke.

  Depois que Taya e Isaac se vestiram, Taya ajudou Jessie a colocar uma roupa como a que ela estava vestindo - ao qual a jovem achou em sua bolsa - para ajudá-la na fuga. Depois, seguiram para fora da casa.

  O ar frio da noite era terrível, principalmente em conjunto com a escuridão, levemente espantada pela luz da lua e da tocha que Isaac segurava em suas mãos (ao qual Taya dera à ele para poder se trocar). Tudo estava em silêncio e um vento calmo pairava no ar.

  Andaram até Ajudante, o cavalo de Isaac que Luke já havia desamarrado da corda que o prendia a estaca no chão.  O jovem subiu no cavalo, pondo-se sentado em cima da sela. Depois, oferecendo a sua mão a Jessie, puxou-a para cima e, junto com os outros dois, colocaram-na sentada no pano preto disposto logo atrás da sela que Luke estava utilizando.

—Não se esqueceram do mapa, né? – indagou Isaac. Luke virou-se para a bolsa dele, de onde retirou-o e entregou-o para Isaac. Ele abriu e contemplou os detalhes desenhados no papel.

—Dissemos para eles que íamos para Liore, mas não podemos, ainda mais com eles sabendo para onde vamos!

 Taya se aproximou do amigo, e admirando o mapa, disse:

—Podemos ir para essa floresta, alguns quilômetros à frente dessa cidade em que estamos agora. Lá poderemos pelo menos traçar um novo caminho!

  Os amigos concordaram. Isaac foi na frente, segurando a tocha acesa, enquanto seus amigos foram atrás. Tudo para eles poderem chegar ao Pico Talyn. E o alcançariam nem que fosse por meio de lutas que já haviam se iniciado.


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Notas finais do capítulo

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