MUTANTES & PODEROSOS I - O Segredo dos Poderosos escrita por André Drago B


Capítulo 19
Capítulo 18 - As Novas Vítimas


Notas iniciais do capítulo

Não se esqueçam de me dizer se a fanfic está boa. Aproveitem!



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CAPÍTULO 18

AS NOVAS VÍTIMAS

  Kira colocou sobre o balcão de madeira escura três moedas de prata. Foi o preço cobrado pela noite na hospedaria. A dona da hospedaria, vestida com um vestido longo e esverdeado, recolheu as moedas. A luz do sol da manhã entrou pela janela e iluminou a simples sala de madeira. As únicas coisas que mobiliavam a sala, deixando-a bonita, era o balcão de madeira e uma pequena mesa com duas cadeiras no canto da parede, onde podia-se ver uma flor amarelada dentro de um jarro de barro sobre ela.

—Obrigada! Espero que tenha gostado da hospedagem.  – disse a dona da hospedaria, com um sorriso simpático no rosto.

—Sim, foi maravilhoso! – respondeu a jovem, retribuindo com um sorriso forçado.

  Ela havia descoberto uma pequena bolsa dentro da aljava de flechas com seis moedas de ouro, doze de prata – que com a hospedagem já eram nove – e quinze de bronze. Provavelmente era obra de Mestre.

  A jovem se virou e seguiu até a porta de madeira. Abrindo-a, saiu da hospedaria, seguindo pela rua de chão de terra, onde algumas pessoas já andavam por ela, especialmente trabalhadores, anunciando que algumas horas depois aquela mesma rua estaria lotada de pessoas.

  A jovem começou a andar calmamente, enquanto algumas pessoas se afastavam dela, com medo das armas que ela exibia, penduradas em suas costas. A jovem ignorava-os, ainda olhando em todas as direções e procurando alguém que poderia lhes informar se tinha visto o seu irmão.

  Ela andou até uma mulher que trazia nos ombros um jarro aparentemente pesado. Provavelmente armazenava água dentro. Mas a mulher trazia consigo duas crianças pequenas e vestidas com roupas sujas, que seguiam logo atrás dela. “Provavelmente ela passa todos os dias aqui com o jarro de água. Ela pode ter visto Jackie!”.

  Kira foi até a mulher. Aproximando-se dela, a fez parar de andar, que com uma expressão de cansaço no rosto, direcionou a sua visão para a jovem:

—Com licença moça! Você poderia me informar se viu um menino com o cabelo castanho, tal como os seus olhos, e com a altura de um garoto de onze anos? Ele usa vestes, ahn...caras.

—Me desculpe, minha jovem! Não vi ninguém como o que você descreveu, mas é uma aparência bem comum. – a mulher disse, disfarçando a sua expressão assustada pelas armas de Kira com um sorriso. As únicas pessoas que aquela gente via com tantas armas eram os guardas que vigiavam a cidade.

  Kira agradeceu, decepcionada. “Onde está você, Jackie?”, pensou ela. Para onde um garoto de apenas onze anos iria?

  Kira se afastou dela e seguiu pelo caminho. Ainda olhando em volta, começou a pensar no que o seu irmão faria em uma cidade como aquela?

  Kira seguiu pela cidade, andando pela estrada principal. Mais mulheres com jarros cheios de água passavam pela cidade, além de trabalhadores indo para os seus trabalhos, ferreiros, feirantes, pessoas puxando animais, cachorros e gatos esfomeados, e muitas outras.

  Seguindo por aquele caminho, ela andou, passando por várias construções e casas que compunham a cidade murada, até que a jovem pôde ver um portão aberto, feito de pedras cinzentas. Era o portão leste da cidade, o oposto do que ela usou para entrar, que era o portão oeste.

  Quando já estava bem próxima do portão, sentiu alguém tocar-lhe o ombro. Ela virou-se ligeiramente para trás. Uma senhora de estatura baixa, vestida com um vestido amarelado e longo bem simples, estava a sua frente. A sua pele enrugada mostrava a sua idade avançada, que deveria ter mais de sessenta anos, e seus cabelos grisalhos amarrados apenas comprovavam isso.

—Sim! – disse Kira.

—É você que está procurado um menino? Me desculpe, mas ouvi você falando com a mulher lá atrás!

—Sim, sou eu mesma! Por que?

—Eu vi o garoto!

                                                             ***

 A porta enorme de madeira da biblioteca se abrira, revelando dentro dela várias estantes lotadas de livros e pergaminhos. A rainha Mariany adentrou o local, enquanto vários guardas que estavam lá dentro abriram espaço para ela passar.

—Quem morreu desta vez? – perguntou a rainha em voz alta.

—Na verdade não foi apenas uma pessoa que morreu, mas duas! – exclamou o guarda que chamara a rainha na sala do trono.

—Duas? Quais os seus nomes?

—Bem, um é bibliotecário Suber. E o outro é... – ele pareceu hesitar em revelar a segunda vítima.

—Quem? – a rainha já estava impaciente.

—O Lorde Lafter!

—O quê? Outro lorde? – a rainha levou a mão ao rosto, preocupada.

—No momento do assassinato só havia os dois aqui dentro. Eles eram amigos, e lorde Lafter vinha constantemente para pedir a opinião do amigo sobre os assuntos que tinha que resolver como lorde.

—E como foram mortos? Qual arma foi utilizada?

—Duas flechas. Elas foram lançadas do lado de fora. Aparentemente, as flechas quebraram as vidraças, que estavam meio entreabertas no momento. – o guarda apontou para uma vidraça comprida de vidro na parede à esquerda, feita como mosaico colorido, mas que estava marcada com uma parte quebrada. Milhares de cacos estilhaçados inundavam o chão. – Isso mostra que quem os matou tinha uma mira muito boa, pois nenhuma outra flecha que pudesse mostrar que ele tentou acertá-los foi encontrada.

 O guarda apontou para algo à frente. A rainha olhou na direção que o guarda apontara e se assustou com o que viu: no chão, um corpo estirado de bruços estava no centro de uma poça de sangue avermelhado. Uma flecha esta encravada em suas costas. A vítima estava vestida com roupas caras, feitas de um material muito bonito e chique. Era Lorde Lafter. A rainha virou o rosto para o lado, com nojo da cena. Entendendo o que a rainha estava sentindo, o guarda disse:

—Nós não mexemos em nada! Preferimos deixar a senhora ver primeiro, Vossa Majestade!

—Fizeram o certo! – a rainha disse. – E o outro corpo?

  Lorde Lafter estava caído no pé de um balcão grande e redondo, onde ficava o bibliotecário Suber. O guarda se aproximou do balcão, e com um movimento de cabeça, indicou algo atrás dele. A rainha se aproximou, e olhando para dentro do balcão, viu outro corpo. Ele estava caído de barriga para cima, mostrando um rosto sério. Os olhos da vítima estavam abertos, tal como a sua boca, que deixava um rio de sangue sair dela. Uma flecha encravada no lado direito da sua cabeça era o que mais assustava. Alguns livros estavam espalhados a sua volta, manchados pelo sangue do homem. A rainha teve que se controlar para não vomitar.       

—O que há no lado de fora da janela? – rainha indagou. Estava preocupada demais para se lembrar.

—Um bosque, senhora. Mas não podemos esquecer que esta biblioteca está a vários metros acima do chão, uns cinco andares, eu acho.

  De repente, uma jovem entrou correndo dentro da biblioteca. Ela usava um vestido azulado comprido e marcado por enfeites, enquanto seu rosto vermelho de tanto chorar se enchia de lágrimas.

—Papai! Não acredito! O que aconteceu aqui?

—Molly! – a rainha correu até a jovem e a abraçou. – Lamento pelo seu pai, Lorde Lafter.

  A jovem caiu no chão, ainda chorando.

  Um guarda entrou na biblioteca. Era ele que havia dado a noticia a jovem. Ele se manteve parado na porta.

  De repente, alguém falou:

—O que é isso?

  Todos olharam na direção em que o som vinha. O guarda que chamara a rainha estava com um papel na mão.

—O que é isso? – indagou a rainha.

—Parece um papel. Estava enrolado e amarrado discretamente na flecha encravada no bibliotecário Suber. Olha, tem uma coisa escrita nele... – a expressão do homem se tornou assustada quando leu o que estava escrito.

 A rainha se levantou e foi até ele. Direcionando o seu olhar para o bilhete, ela pôde ver o que estava escrito nele: “Morte aos Corriqueiros, vida aos Mutantes”.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Comentem e curtam!