MUTANTES & PODEROSOS I - O Segredo dos Poderosos escrita por André Drago B


Capítulo 15
Capítulo 14 - O Início de Uma Caçada


Notas iniciais do capítulo

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CAPÍTULO 14

O INÍCIO DE UMA CAÇADA

 

 Kira deslizou os olhos sobre o quarto de Jackie. Adentrou-o calmamente. A jovem olhou debaixo da cama, mas não viu o seu irmão. Foi até o armário e o abriu, remexendo as coisas que havia lá dentro, mas não achou o seu irmão. Como ele fora desaparecer?

 Kira ouviu passos subirem as escadas lentamente.

—Kira! Kira! – era a voz de Mestre – O que aconteceu?

   Ele andou até quarto de Jackie, e parou logo quando viu a porta do menino caída. Ele se assustou.

—O que aconteceu aqui? O que você fez?

—Mestre, eu chamei Jackie, mas ele não atendeu. Até pedi para ele fazer algum barulho para mostrar que estava aqui, mas não veio nenhum ruído. Estranhei muito isso, e então, arrombei a porta, quando me deparei com isso: o quarto vazio!

  Mestre entrou no quarto. A chuva continuava a cair forte, e o quarto era iluminado sempre que um forte raio riscava o céu, deixando-o com um aspecto azulado por um segundo. Mestre tinha em sua mão, uma lamparina, assim como Kira. O fogo crepitava lá dentro, iluminado o local. Ele a usou para vasculhar o quarto a procura de Jackie, como Kira havia feito, mas não obteu sucesso. Não fazia sentido Jackie se esconder deles.

  Os dois começaram a pensar.

—Por que Jackie sumiu? Alguém teria o sequestrado? - Kira empalideceu ao ouvir o que Mestre disse.

—Será que foi a mesma pessoa que matou o meu pai?

—Talvez, mas porque esta pessoa estaria atormentando a sua família? Qual o objetivo dela? – Mestre indagou. Eles não conseguiam achar respostas, apenas dúvidas e indagações. – E como a pessoa teria saído daqui, se a porta estava trancada e a janela também?

 A atenção de Kira foi chamada pelo que Mestre disse. Ela olhou para a janela e observou que a corrente que a prendia não estava lá.

—Mestre, a janela não está trancada! A corrente sumiu! – Kira disse, quando um raio brilhou no céu e iluminou o pequeno quarto de madeira. – Só seria possível alguém entrar aqui pela janela se não tivesse a corrente! Ou seja, a janela foi aberta pelo lado de dentro, o que nos mostra que Jackie provavelmente não sumiu, mas...

—Fugiu! – completou Mestre.

—Por que ele fugiria? – indagou Kira.

—Não sei, mas tenho certeza de que temos que procurá-lo! – afirmou Mestre.

  Kira viu que o chão estava um pouco molhado o que mostrava que a água da chuva entrou no local, ou seja, a janela realmente fora aberta. Ela se colocou de pé e abriu a janela, sentindo milhares de pingos de chuvas encontrarem seu rosto, encharcando-a. A noite estava escura, pois as nuvens pesadas tapavam a luz da lua e das estrelas, mas mesmo quando um raio riscou o céu iluminando tudo, ela não viu nenhum rastro de Jackie no telhado.

  Ela saiu dali junto com Mestre, e entrando no seu quarto, achou uma capa negra com detalhes de pelos de raposa-da-neve em volta do pescoço. Era uma capa que seu pai dera à jovem uns meses antes. Kira não esperou e vestiu-a.

  A jovem saiu do quarto e desceu as escadas. Foi até a porta da casa e saiu da moradia, com mestre a acompanhando, este também com uma capa. Os dois saíram de dentro do local e seguiram direto para o campo de treinamento, o lugar mais obvio que Jackie usaria para fugir, apesar da janela do menino dar para a cabana de estudos. Kira sentiu quando os grossos pingos de chuva molharam-na, encharcando os seus cabelos e deslizando pelo seu rosto. Suas roupas estavam protegidas pela capa que ela havia colocado, mas suas botas logo se sujaram quando ela pisou em uma poça de lama.

  Com uma lamparina bem fechada e acesa na mão, ela e Mestre começaram a gritar simultaneamente:

—Jackie! Jackie!

Mais raios riscaram o céu, iluminando a floresta abaixo. A chuva parecia entender que eles estavam procurando o menino e se tronou ainda mais forte. Mas eles não pararam de gritar:

—Jackie! Jackie!

 Mestre foi para um lado, onde começou a vasculhar a floresta a procura que Jackie, ainda gritando pelo garoto. Kira foi até o outro lado e fez o mesmo. Procurou-o até nos buracos formados pelas misteriosas explosões, sem sucesso.

  Ela começou a gritar ainda mais alto pelo irmão. Foi andando até a pequena estrada por onde os cavaleiros de Lorde Haland usaram para chegar à casa de Mestre. Essa estrada começava de um lado do campo de treinamento e se estendia até a capital, tendo várias outras estradas que derivavam dela.

  Quando Kira entrou na estrada, deparou-se com uma enorme poça d’água. Pisoteando-a, ela sentiu que os pingos de chuva tiveram mais dificuldade em alcançá-la por causa da copa das árvores que os bloqueavam um pouco. Ela seguiu pela poça até chegar ao final dela, onde ela viu uma coisa. Quatro pegadas marcavam a margem da poça, e eram pegadas do tamanho do pés de Jackie. Ela seguiu mais a frente e encontrou mais uma pegada que estava se desmanchado por causa dos pingos de chuvas que passavam por um buraco na copa das árvores. Andou mais um pouco quando viu uma estrada que saia dessa e ia para a direita. Kira virou-se e seguiu por ela alguns metros , quando encontrou a corrente que prendia a janela de Jackie caída no chão.

 Ela abaixou-se e a pegou.

—Jackie! – disse, concluindo que o menino fugiu por aquela estrada

 Largou-a novamente e voltou até o campo de treinamento. Começou a gritar por Mestre que não demorou a aparecer, correndo até ela.

—O que foi Kira?

—Mestre, pegadas! Eu achei pegadas como as de Jackie. Também achei a corrente da janela dele na estrada!

—Oh! Então ele fugiu pela estrada!

—Mestre, eu preciso ir buscá-lo. Eu preciso encontrá-lo!

—Espere! – impediu o senhor – Você não pode ir despreparada. Venha!

  Ele foi em direção a casa e Kira o seguiu, mas, em vez de entrar na moradia, ele seguiu direto até a cabana de estudos ao lado da casa. Ela estava encharcada de água e uma pequena poça de lama se acumulou no meio da estrada que levava até ela. O jardim também estava encharcado, o que para as plantas era bom, poupando os esforços de Mestre para regá-las.

  Eles chegaram até a porta de madeira simples, e abrindo-a, adentraram o local e se refugiaram da chuva. Dentro da cabana podia se ouvir os pesados pingos batendo contra o telhado.

  Mestre, com passos rápidos e ligeiros, colocou o lampião em cima da mesa e foi até o armário de armas. Ele puxou as portas do armário comprido, revelando vários e diversos objetos de ataque e defesa. Mestre estendeu o seu braço e pegou duas pequenas adagas.

—Tome! Esconda isso, pois assim poderá se defender se ficar sem armas, o fazendo sem que ninguém perceba que está armada. Esconda-as!

  Kira obedeceu. Escondeu uma dentro de sua bota de couro, e a outra, escondeu na parte de trás da sua calça, deixando apenas a lâmina escondida, enquanto o cabo ficou de fora, que foi logo escondido com a sua blusa.

  Mestre estendeu a mão e puxou um arco comprido junto com uma aljava cheia de flechas.

—Se defenda de qualquer coisa à distância, mas não se esqueça de fazer o possível para recuperar as flechas que você tiver, evitando perdas, para que elas não se acabem!

  Kira assentiu e pendurou as armas nas costas.

  Mestre estendeu a mão mais uma vez e puxou uma espada prateada, escondida dentro de seu estojo, pronto para ser amarrado na cintura de alguém.

—Cuidado com está espada, pois ela é muito necessária! É uma das mais fortes e afiadas que eu tenho, portanto tome cuidado! Ela foi a minha primeira espada.

—Mestre, o senhor irá me confiar algo tão importante e com valor sentimental? – Kira se sentia honrada.

—Você é minha aluna, portanto, devo-te um voto de confiança. Agora vá e não confie em estranhos. – alertou Mestre.

—O senhor não vem?

—Não Kira! Tenho algo a fazer, mas confio em você e sei que você pode achar Jackie. Imagine como parte do treinamento!

  Kira foi até Mestre e o abraçou. Ele fez o mesmo.

—Não desapareça Mestre! – disse a jovem com uma risadinha.

—Tentarei! – respondeu ele com outra risadinha.

  A menina foi até a porta do local, mas antes que pudesse sair, Mestre a chamou.

—Kira!

—Sim Mestre!

 Ele virou para trás e puxou um bastão.

—Quero ter certeza de que ficara segura. Tome!

  A jovem foi até Mestre enquanto um trovão soou. Ela estendeu o braço e puxou a arma que Mestre tinha nas mãos. Era um bastão grosso de madeira de boa qualidade. Na ponta, uma lâmina bem afiada como a de uma lança. Era um bastão um pouco comprido.

—Onde colocarei isso? – Kira já nem tinha espaço para mais armas.

  Mestre se aproximou, e tomando o bastão da mão da menina, a prendeu em uma fivela que havia na corda da aljava que Kira não percebera, onde se encontrava uma estrutura simples para prender armas como aquela.

—Obrigada Mestre!

  Ele assentiu. A jovem foi até a porta e passou por ela. Seguiu pelo pequeno caminho da cabana de estudos com agilidade e concluiu que Mestre estava atrás dela logo quando a jovem ouviu um barulho de água, mostrando que ele pisou em uma poça.

  A jovem passou pela casa, e chegando ao campo de treinamento, virou-se para trás e olhou o rosto de Mestre, que fora iluminado com um raio.

—Tome cuidado, Kira! Quero você e seu irmão seguros.

 Ela assentiu.

—Tome cuidado, Mestre! Quero achar você bem e aqui quando voltar.

  Ele soltou um sorrisinho.

  A jovem seguiu pelo campo até a estrada escondida pela floresta do outro lado. Sentiu os pingos molharem mais uma vez o seu rosto e a sua capa. Provavelmente, a sua aljava também se encheria de água. Mais um raio riscou o céu e iluminou tudo, vindo logo em seguida o estrondoso barulho do trovão. A jovem ainda segurava em sua mão uma lamparina.

  Chegando ao caminho, seguiu por ele, adentrando a floresta. Ela estava armada e preparada para cumprir o seu objetivo: encontrar o seu irmão Jackie!


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Notas finais do capítulo

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