MUTANTES & PODEROSOS I - O Segredo dos Poderosos escrita por André Drago B


Capítulo 14
Capítulo 13 - Amigo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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CAPÍTULO 13

AMIGO

  Taya deslizou o pano pela asa de Luke, que possuía penas esbranquiçadas, mas marcadas de vermelho pelo seu sangue. Estava limpando a ferida que o tigre havia feito na asa do jovem.

—O que vamos fazer com Luke ferido? – indagou Isaac, que pensava em uma resposta para a sua pergunta.

—Bom - disse Taya –, é bem óbvio que a única coisa que podemos fazer é ir para casa do conhecido de Will, em Weneryn. Acho que fica à mais ou menos uma hora daqui até lá.

—E como vamos levar Luke? – Isaac lembrou-se disso.

—Podemos colocá-lo no seu cavalo. Ele vai sentado e nós guiamos o animal!

—Mas ele está inconsciente e vai cair do cavalo. Teremos que amarrá-lo bem forte ao animal, o que acho que não é o melhor a se fazer porque ele está muito ferido!

—Isaac, nós só precisamos esperá-lo acordar, o que vai acontecer daqui a pouco. Não se preocupe!

 O jovem Corriqueiro mexeu a cabeça positivamente, concordando com a Mutante.

 Lentamente, Will foi andando até eles. Ele segurava em suas mãos as três espadas usadas para combater o tigre mutante. Ele havia as recolhido e limpado o sangue que ficara nelas com as folhas secas das árvores, que enfeitavam o chão.

—Aqui estão as suas espadas! – ele as devolveu para Isaac.

—Obrigado! – agradeceu o jovem Corriqueiro, enfiando-as na sua bolsa.

  Will se aproximou de Taya e se abaixou, olhando o machucado sangrento de Luke.

—Ele vai ficar bem! – falou o homem.

—Se eu conseguir alguma planta medicinal para passar nas feridas, com certeza ele ficará bem! – respondeu a jovem.

—Na casa do meu amigo há plantas medicinais! Na cidade há vendas dessas plantas. Seu amigo apenas precisa aguentar até lá e...

—Obrigada! – Taya interrompeu Will, olhando para baixo.

—Pelo quê?

—Por ter me salvado do tigre. Se você não tivesse pulado na frente dele, eu provavelmente estaria morta ou na barriga daquela enorme fera agora!

 Ele deu uma risadinha junto com ela.

—Não tem de quê! Não conseguiria vê-la morta, porque vocês me salvaram e essa é a forma de lhes agradecer!

  Taya sentiu que podia confiar em Will. Ele havia ganhado a sua confiança.

 Luke começou a se mexer e a abrir os olhos lentamente. Taya parou de limpar a ferida da asa dele e esperou ele acordar.

—O...o que a...aconteceu? – ele ainda estava grogue. – Nó...nós estamos vi...vivos?

—É claro! – respondeu Taya, enquanto os outros davam risadas. – Nós matamos o tigre!

—Co...como?

—Depois nós te contamos! Agora precisamos ir para Weneryn, e você vai sentado no cavalo de Isaac! Tente se colocar em pé!

 O jovem obedeceu, mas Taya e Will seguraram-no quando ele soltou um gemido de dor. Olhou para sua costela e viu o pano que o envolvia, tentando estocar o seu sangue. Ele também percebeu que estava sem camisa.

—O quê...o quê aconteceu com a minha camisa?

—Eu tive que tirá-la! – justificou Taya. – Você não sabe como foi difícil tirá-la, fazendo-a passar pelas suas longas asas.

  Isso fez o jovem dar um sorrisinho. Ele se virou com dificuldade para a sua asa e viu a ferida que havia nela.

—Há mais alguma ferida que eu não tenha sentido ainda?

—Bom, se tem, nós não vimos! – Isaac respondeu. – Mas é melhor irmos!

 Eles concordaram e ajudaram  Luke a se levantar. Taya pegou a capa do jovem e jogou em cima dele.

—Pronto! Isso vai esconder as suas feridas e as suas asas!

  As asas embaixo da capa deram a impressão que Luke era corcunda, como ele tinha o costume de se disfarçar em meio a Corriqueiros. Taya também pegou as suas luvas e as colocou, escondendo a sua mutação.

  Eles ajudaram o jovem Mutante a se assentar sobre o animal.

—Acho melhor Taya ir junto com Luke para ajudá-lo! – Isaac deu a ideia. A ideia dele se cumpriu, quando Taya assentou-se sobre o cavalo.

 Então recolheram todas as bolsas e se prepararam para seguir para Weneryn.

—Vou nomear este cavalo de Ajudante, porquê ele é uma grande ajuda para nós! – Luke disse nomeando o animal. Todos os outros deram risadinhas.

 E assim eles seguiram pela estrada, em direção à Weneryn.

 

  O céu já estava um pouco mais claro, mas ainda estava noite. Ao longe eles puderam ver o portão de uma cidade: Weneryn. Eles não estavam mais na Província Mutante, mas na Província In-Hurelen, uma das menores províncias do reino.

  Eles viram que, envolta da cidade, antes do portão, havia várias plantações e casas de madeiras. Eram os terrenos e as moradias de camponeses.

—Em uma dessas casas mora o meu conhecido!

—Por que você nunca fala o nome dele? – Indagou Taya.

—Bom, o nome dele é meio grande e complicado de se pronunciar.

 Ela balançou a cabeça, compreendendo. Luke soltou um gemido baixo de dor e colocou a sua mão na ferida da costela, isso porquê não conseguia tocar a sua asa machucada.

 Eles seguiram por mais alguns minutos. Viram que o portão da cidade estava cada vez mais próximo. Logo o portão seria aberto.

  Depois de andarem por meio de vários campos de plantações, viraram em direção a uma casa, passando por meio de uma fileira de plantas pequenas, provavelmente brotos que se tornariam uma grande plantação.

  Eles prosseguiram até chegar à casa de madeira. Will se aproximou da porta da casa e bateu lentamente nela várias vezes. Ninguém apareceu. Ele bateu novamente mais algumas vezes, e novamente ficou sem resposta. Taya começou a achar que dono não estava em casa ou havia morrido, quando a porta se abriu. Um homem meio alto atendeu. Ele tinha uma barba grisalha grande, que alcançava a altura da sua barriga; seus cabelos também grisalhos mais baixos lhe davam a aparência ter uma idade um pouco avançada; seu rosto era enrugado e seus olhos castanhos estavam cercados por olheiras arroxeadas; ele era meio corcunda, mas mostrava estar em boa forma física. Vestia uma roupa de dormir, e provavelmente, eles haviam interrompiam o sono dele.

—William, o que você está fazendo aqui á essa hora? – indagou o homem, que aparentava ser bem simpático.

—Trouxe novos amigos!

—Como você os achou?

—Explicarei lá dentro, mas o jovem que está em cima do cavalo precisa se deitar. Ele está ferido. – falou Will com seriedade.

—É claro! – o homem disse. – Tragam-no para dentro.

  O homem entrou novamente na casa, enquanto os outros ajudaram Luke a descer do cavalo. Quando desceu, entraram na moradia e se depararam com uma simples sala, com um comprido banco de madeira que seria o sofá daquele homem.

—Coloque-o aqui!  - Will apontou para o banco. Eles obedeceram, colocando Luke ali com dificuldade, pois o jovem gemeu de dor mais de uma vez. Chegava a estar vermelho.

  Taya retirou a capa do jovem e viu o pano meio avermelhado de sangue. Sua asa também estava sangrando. O homem chegou com um travesseiro de penas na mão, e a colocou em cima do banco, onde apoiaram a cabeça de Luke. Ele pareceu meio assustado ao ver as enormes asas do jovem.

  Um cheiro de chá pairou no ar, o que fez Taya se lembrar do seu pai. O homem havia começado a preparar a bebida.

—Bom, é provável que Will já tenha falado que meu nome é muito complicado, por isso acho melhor me chamarem de Amigo! – disse o homem com um sorriso. – Qual o nome de vocês?

—Meu nome é Taya e esse é Luke!

—O meu nome é Isaac!

—Prazer em conhecê-los! – respondeu Amigo.

—Quando a cidade “acordar”, você precisa levá-los para a loja de especiarias e ervas, para eles  poderem comprar um erva medicinal para passarem nas feridas dele! – disse Will. Amigo concordou.

—O que aconteceu com o jovem?

  Eles começaram a contar tudo o que havia acontecido. Revelaram como chegaram à cidade e revelaram as suas mutações. Contaram o que lembraram, confiando em Amigo, pois ele aparentava ser uma boa pessoa, assim como Will. Explicaram-lhe também que queriam o mapa.

—Com toda a certeza eu irei lhes dá-lo!

—Obrigado Amigo! – agradeceu Taya.

  O Cheiro de chá ficou forte. Amigo se levantou e foi até o forno a lenha, de onde tirou o bule de bronze e encheu uma caneca com o chá. Ele levou a caneca até Luke e o fez beber. O chá tinha um gosto amargo, mas foi bom bebê-lo.

 Depois de passarem mais alguns minutos, Amigo buscou mais alguns panos e os deu para Taya. Ela começou a limpar as feridas de Luke e refez o curativo da costela. A ferida estava feia, o que a fez colocar logo o novo curativo.

 Luke começou a sentir sono. O chá o estava deixando sonolento, assim como vários outros chás que já havia tomado na vida, incluindo os do pai de Taya.

 O sol entrou pela janela, o que sinalizava que já estava começando um novo dia. Quando Amigo viu a luminosidade, logo disse:

—Bom, acho que o portão da cidade já abriu! Will, leve Taya e...

—Isaac – o jovem lembrou ao homem o seu nome.

—Isso! Leve Taya e Isaac para a loja de especiarias e ervas. Luresen, o dono da loja vai mostrar-lhes a erva correta!

—Você não vem? – indagou Isaac.

—Não. Preciso ficar e terminar de arrumar a casa. Não esperava visitas! – ele sorriu – É bom que eu fique aqui e vigie...o Mutante.

—Luke! – lembrou o próprio jovem Mutante, rindo.

—Isso! Obrigado. Tenho um problema quanto a lembrar de nomes. – ele riu. -Ficarei e vigiarei Luke!

  Concordando, eles passaram pela porta e saíram da casa, deixando Luke com Amigo.

  Luke se ajeitou em uma posição agradável. Sentia o sono cada vez mais perto. Ele fechou os olhos e sentiu o sono lhe tomar.

  De repente, começou a ouvir barulhos como gritos. Ele abriu os olhos e olhou em volta, mas não viu nada que pudesse originar os sons. O barulho aparentava estar longe.

  Ele voltou a fechar os olhos e ignorou os gritos. “Isso é por causa da minha perda de sangue e pelo sono. Provavelmente também pela batida com a cabeça, nada mais. Isso é tudo  coisa da minha mente”, pensou Luke.

  Ele continuou a ouvir o barulho, mas parecia estar cada vez mais longe, à medida que ele se aprofundava mais no sono.

  De repente, o grito desapareceu e ele mergulhou em silêncio quando dormiu de vez.


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Notas finais do capítulo

Comentem, recomendem, curtam e acompanhem, por favor!!!