The replicator. escrita por Any Sciuto
Erin meio que sentia mal com os olhares dos dois agentes a sua frente. Ela nunca tinha feito um interrogatório na vida e muito menos havia sido interrogada.
— Por onde devo começar? – Perguntou Erin.
— Talvez pelo começo. – Falou Hotchner. – Pelo motivo que fez você ajudar no sequestro da Penelope.
— Eu não tive escolha. – Falou Erin. – Um dia cheguei em casa depois do trabalho e tinha um homem no meu escritório mexendo na pasta do replicador. Eu queria chamar a polícia, mas ele disse que iria matar meus filhos. Então eu não fiz nada.
— Como conseguiu atrair a Penelope para lá? – Perguntou Hotch.
— Sam me disse o que fazer. – Erin começou.
— Sam? – Perguntou Hotchner. – Eu sabia que devíamos ter checado esse cara.
Erin olhou para os agentes. Ela nem poderia dizer que estava surpresa por eles estarem investigando.
— Sei que nos mandou parar. – Falou Hotch prevendo o que Erin iria dizer. - - Não poderíamos ficar de braços cruzados. Jack não teve nada a ver com isso.
— Eu sei. – Falou Erin. – Na verdade eu passei a investigação para ele na esperança que isso acontecesse. Era esperado que vocês se unissem.
— O que aconteceu na sua casa? – Perguntou Hotch.
— Quando ela chegou lá a gente foi para o escritório e começamos a conversar. Sam estava escondido em uma parte escura da sala, ela nem o notou lá. Eu sabia que haveria uma deixa e eu a fiz. – Erin se culpava demais por isso. – Ela tentou sair da sala e eu tranquei antes de ela conseguisse. Sam a agarrou por trás e colocou o pano no nariz dela. Ele a agarrou por trás e prendeu os braços.
— Pare! – Gritou Hotch. – Chega.
Hotch saiu da sala nervoso batendo a porta atraindo a atenção de Rossi e JJ.
— O que deu nele? – Perguntou JJ.
— Ele e Strauss conversaram sobre como ela ajudou no sequestro de Penelope e ele ficou puto da cara. – Respondeu Morgan se juntando aos dois agentes.
— Muito ruim? – Perguntou Rossi.
— Muito. – Respondeu Morgan. – Tenho certeza que ela vai ser demitida ou processada.
— Ela falou porque ela fez isso? – Perguntou Rossi.
— Ela disse que os filhos oram sequestrados. – Disse Morgan. – E eles realmente foram. Ela disse que só tinha a opção de ajudar ou Sam mataria os filhos dela.
— Sam? – Rossi perguntou – O ex da Penelope? Porque ele faria isso?
— Temos que achar ele primeiro – Respondeu Morgan.
Esconderijo de Sam....
Local desconhecido...
Garcia estava amarrada a uma maca. Sam estava ao seu lado controlando a respiração dela. Ele queria algumas respostas e se ela morresse talvez ele nunca teria.
— Muito bem, Gatinha. – Falou Sam. – Você precisa respirar fundo agora.
Mais líquido caiu pela IV no braço de Garcia. Ela respirou fundo o suficiente para sentir um desconforto.
— Hum. – Foi tudo o que ela conseguiu dizer diante da dor que o líquido causou quando entrou nela.
— Vou começar com uma pergunta bem básica. – Falou Sam se levantando. – Qual o seu nome?
Penelope tentou lutar contra a vontade falar.
— Penelope Grace Garcia. – Ela respondeu depois de um tempo.
— Ok. – Falou Sam. – Vamos as difíceis. Com quantos caras você já dormiu?
— Isso realmente importa? – Garcia encontrou alguma força para perguntar aquilo.
— É o motivo de estar aqui. – Respondeu Sam.
— Kevin, Hotch e Shane. – Ela respondeu.
— Uau. – Sam falou. – Nunca pensei que você fosse alguém que dormisse com um dos chefes.
— Eu nunca faço isso geralmente. – Falou Garcia. – Apenas aconteceu.
— Ele tem um bom desempenho? – Perguntou Sam.
— O melhor que já tive. – Falou Garcia.
— Você não me inclui na sua lista. – Falou Sam.
— O que a gente teve não significou muita coisa. – Falou Garcia. – Lembre-se que eu não posso mentir.
— Bem. – Disse Sam, abrindo o canal verde. – Para mim significou demais.
Garcia viu o liquido verde entrando em suas veias a contragosto.
— Vamos fazer uma pausa. – Disse Sam. – Isso vai te ajudar a dormir um pouco.
Garcia relaxou e apagou aos poucos.
— Durma gatinha. – Falou Sam para uma Garcia totalmente apagada.
— É bom finalmente conhecê-la. – Falou Roberta. – Agora porque não me acompanha e veremos o que deu errado?
— E eu vou gostar? – Perguntou Penelope.
— A morte não é uma coisa legal de se viver duas vezes. – Respondeu Roberta. – A minha foi tranquila, mesmo do jeito que foi. Primeiro você sente que está no escuro e nunca vai sair de lá, mas depois quando começa a luz você reconsidera.
Garcia se viu outra vez no sonho.
— Vem. – Disse Roberta. Ela pegou a mão de Garcia e a levou para longe dali.
Ela conseguia ver os rostos tristes dos agentes chorando na frente do caixão dela.
— Feche os olhos. – Falou Roberta. – Só funciona se você fechar os olhos.
Garcia fechou os olhos a contragosto. Ela sentiu que um vento começou.
— Pode abrir. – Falou Roberta.
Garcia estava na UAC quando abriu os olhos. Ela viu Morgan e JJ junto com Rossi e Reid. Apenas Hotchner não estava lá com os outros. Blake chegou um pouco depois. Roberta a pegou pela mão e entrou na sala de Hotchner. Ele estava ao telefone.
Penelope queria gritar para chamar Hotchner.
— Ele não vai ouvir. – Lembrou Roberta.
— Senhor eu entendo. – Hotchner falou ao telefone. – Ela está lá com ele. Precisamos agir. Sim. Eu entendo que é arriscado e que ela pode estar morta. Vai ser bem feito. – Hotchner desligou o telefone se levantou passando por Garcia sem perceber.
— Tenho uma localização. – Gritou Hotchner para a equipe. Eles pegaram suas armas e distintivos e saíram correndo. Garcia entrou junto no elevador com Roberta.
— Onde eles estão indo? – Perguntou Garcia. Ela já havia se tocado que eles não a escutavam.
— Ao seu cativeiro. – Respondeu Roberta. – E se você fechar os olhos pode se transportar para lá.
Garcia fechou os olhos, mas acordou na maca onde esteve presa algumas horas atrás.
— Caramba. – Ela falou quando acordou. – Eu preciso muito ir ao banheiro.
— Não vou te soltar. – Falou Sam.
— Então vou ter que fazer isso aqui? – Ela perguntou. – Não é uma coisa muito higiênica.
— Você vai tentar alguma gracinha. – Falou Sam.
— Eu não me arriscaria de tentar sair daquela janelinha minúscula que deve ter no banheiro. – Garcia falou. – Uma mão na barra com uma algema e a outra livre para eu fazer... Você sabe.
— Por que você faria um trato assim? – Perguntou Sam.
— Eu quero ir ao banheiro caramba. – Garcia estava irritada. – É realmente humilhante ter que fazer xixi com platéia.
— Está certa. – Sam tirou uma das algemas de Penelope e manteve o braço solto em sua mão enquanto tirava a outra algema.
Depois algemou os braços dela por trás e a levou até o banheiro. Como ela previu. Uma janela minúscula. Mal entrava ar.
Sam algemou uma das mãos na barra de auxilio de metal e fechou a porta esperando na frente dela com um outro guarda.
Ela urinou com dificuldade por causa das drogas que recebeu e saiu depois de lavar a mão que ela conseguia se soltar.
Sam abriu a porta e amarrou a mão solta.
— Eu realmente gostaria de lavar a outra mão também. – Falou Garcia. – É uma higiene que eu não abro mão.
Sam virou Garcia e colocou a outra mão embaixo da água corrente.
— Hora de voltar. – Disse Sam. – Eu quero mais coisas de vocês.
Garcia foi colocada na maca de novo, e algemada, assim como sua IV voltou para seu braço e ela reclamou da dor.
— Certo. – Sam abriu a torneira para o liquido azul passar.
— Porque diabos está fazendo isso? – Perguntou Garcia. – E quanto tempo eu vou passar por isso?
— Aquela noite de natal. – Falou Sam. – Eu vi você saindo com seu chefe e entrando no carro dele. Eu tentei ter coragem alguns meses antes para sei lá, termos um lance. Aí você saiu com Morgan para um jogo e eu de longe vendo os olhares entre você e Morgan. – Sam estava transtornado. – Aí vocês foram para o restaurante e eu dei um jeito de te dar alguma droga na esperança que você fosse demitida do FBI, mas Hotch e Morgan te protegiam ainda mais.
Garcia não conseguia acreditar no que estava ouvindo.
— Eu matei aquelas pessoas para sei lá, chamar a atenção da sua equipe e chamar a sua atenção. – Sam pegou um bisturi e foi em direção de Garcia. Ele o colocou perto do braço dela. – Eu queria te machucar e muito.
Ele a derrubou da maca violentamente. Ela sentiu uma dor aguda e depois viu o pé de Sam chegando mais perto até acertar seu estomago outra vez e mais vezes. Ela se encolhia de dor a cada chute cada vez mais forte que Sam aplicava nela. Ela contou cinco chutes antes de apagar completamente.
E assim ficou por algumas horas.
— Onde eles estão indo? – Perguntou Garcia. Ela já havia se tocado que eles não a escutavam.
— Ao seu cativeiro. – Respondeu Roberta. – E se você fechar os olhos pode se transportar para lá.
Garcia fechou os olhos com medo do que iria ver.
Ela sentiu algo duro sob seus pés quando elas chegaram.
— Uau. – Falou Roberta. – Isso foi incrível.
— Onde a gente está afinal? – Perguntou Garcia olhando.
Ela olhou em volta e reconheceu o quarto onde estava inicialmente. Ela viu uma poça de sangue e tentou ir até onde ela começava.
— Pode ser perigoso. – Roberta a deteve com uma mão. – Você realmente quer ir?
Garcia acenou positivamente. Ela caminhou até o início da poça de sangue.
Ela virou a cara quando se viu no chão, com machucados horríveis por todos os lugares.
— Se serve de consolo você não sentiu nem metade disso. – Roberta terminou de falar e a porta veio a baixo.
— Eu a encontrei. – Gritou Hotchner entrando. – Penelope. Acorde. – Hotch colocou a cabeça dela no colo e Morgan chegou em seguida checando os sinais vitais.
— Eu acredito que ela se foi Hotch. – Falou Morgan.
Hotch desabou em lagrimas. Ele a segurava com cuidado. Os outros agentes entraram no cômodo e viram Penelope já sem vida. Reid se abaixou em frente a amiga e deixou que as lagrimas o dominassem.
— Deus. – Reid conseguiu dizer apenas. – Ela não pode simplesmente ter ido. – Falou Reid.
Rossi só conseguiu ficar na porta. Ele mal olhava para Penelope. Só conseguia mesmo era se imaginar torcendo o pescoço de Sam a ponto de degolar ele.
JJ se aproximou da amiga e a tocou nos cabelos loiros manchados de sangue.
— Ela sofreu? – Perguntou inconscientemente JJ.
— Eu acho que não. – Falou Reid tentando aclamar a amiga. – Ela provavelmente desmaiou no quinto chute e morreu logo em seguida.
Garcia assistia a aquela cena toda chorando.
— Mas eu não posso ter morrido. – Falou Garcia.
— Bem. – Falou Roberta. – É tudo uma questão de escolha.
Garcia se viu outra vez no cemitério. Sua equipe não estava lá dessa vez. Havia um grupo diferente em frente a um caixão. Eram flores negras no lugar das rosas que estavam no de Penelope. Em vez de uma foto em cima do caixão totalmente preto e sem quase nada de decoração havia uma inscrição: perdedor.
Ela se aproximou de uma foto que encontrou do falecido e viu que era uma foto de Sam.
— Eu não entendi. – Disse Penelope.
Roberta havia sumido. Ela viu um outro rosto conhecido no enterro. Ela veio ao seu encontro.
— Então... Você fez sua escolha. – Falou a garota.
— Que escolha? E quem é você? – Perguntou Penelope.
— Sabe. Quando você é uma vítima fatal você espera ser lembrada. – Falou a garota. – ainda mais se depois seu computador é investigado.
— Eu realmente não me lembro de você. – Falou Garcia.
— Trish. – Falou a garota. – Trish Laeke. Vítima de suicídio. – Ela parou e pensou.- Bem. Nem tanto suicídio. Mais por causa de um jogo bobo e idiota.
— Eu lembrei. – Disse Garcia.
— Você já fez uma escolha? – Ela apontou para o caixão. – É você ou ele.
Garcia acordou na maca outra vez. A dor que a invadiu quando tentou se mexer era consequência de várias agressões.
— Eu peço desculpas pelo modo que agi. – Falou Sam. – Prometo ser um Lord a partir de agora.
Sam abriu o liquido verde de novo.
— Volte a dormir. – Disse Sam. – eu vejo você em breve.
Ela lentamente foi apagando.
— Hotch. – Ela falou baixo antes de apagar.
Sam deu um olhar enfurecido para Garcia. Ele quis joga-la no chão e agredi-la ainda mais, mas isso realmente poderia matá-la e ele se conteve. Por hora.
UAC...
Hotch se empenhou em achar Sam e Garcia. Ou achar Garcia e depois Sam. De qualquer jeito ele a encontraria.
— Ele a levou em uma van. – Lembrou Erin. – Eu me lembrei disso agora. Haviam dois enfermeiros ou algo assim com ele.
Hotch se sentou a rente de Erin.
— A gente pode te ajudar Erin. – Disse Hotch. – Confirmamos o sequestro de seus filhos. Isso é uma situação compreensível. Você saíra com uma acusação de cumplicidade forçada. Nem vai ser presa ou demitida do FBI.
Erin olhou para Hotchner. Ela se lembrou de quando ele e Morgan a ajudaram com a bebida.
— Eu vou ajudar. – Falou Erin.
— Consegue lembrar os números da placa? – Perguntou Hotch.
— JYW4567. – Falou Erin. – Van prata. Três portas. Duas na parte da frente e uma do lado. Tinha um tipo de logo na parte da frente o que eu me lembro de achar estranho.
— Sabe que logo era? – Perguntou Hotch. – Erin. Feche os olhos.
— Era uma alface. – Falou Erin.
— Isso ajuda muito. – Falou Hotch.
Ele parou na porta do escritório de Rossi e bateu.
— Alguma pista? – Perguntou Rossi.
— O suficiente para acha-la. – Respondeu Hotchner.
— E quanto a Erin? – Perguntou Rossi.
— Talvez ela consiga ficar no emprego. – Respondeu Hotchner.
Hotchner foi até a sala de Penelope onde Kevin estava temporariamente.
— Procure pela Van e pela alface. – Falou Hotchner.
— Alface? – Perguntou Kevin.
— A van tem o logo de uma alface. – Falou Hotchner.
— Está certo. – Respondeu Kevin. – Restaurante Alfonso's.
— Vamos pegar esses filhos da puta. – Falou Hotchner.
Hotchner, Rossi, Reid e Morgan foram ao elevador seguidos por JJ e Blake. Eles chegariam até Penelope de um jeito ou de outro.
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