The replicator. escrita por Any Sciuto


Capítulo 6
Vida.




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Erin meio que sentia mal com os olhares dos dois agentes a sua frente. Ela nunca tinha feito um interrogatório na vida e muito menos havia sido interrogada.

— Por onde devo começar? – Perguntou Erin.

— Talvez pelo começo. – Falou Hotchner. – Pelo motivo que fez você ajudar no sequestro da Penelope.

— Eu não tive escolha. – Falou Erin. – Um dia cheguei em casa depois do trabalho e tinha um homem no meu escritório mexendo na pasta do replicador. Eu queria chamar a polícia, mas ele disse que iria matar meus filhos. Então eu não fiz nada.

— Como conseguiu atrair a Penelope para lá? – Perguntou Hotch.

— Sam me disse o que fazer. – Erin começou.

— Sam? – Perguntou Hotchner. – Eu sabia que devíamos ter checado esse cara.

Erin olhou para os agentes. Ela nem poderia dizer que estava surpresa por eles estarem investigando.

— Sei que nos mandou parar. – Falou Hotch prevendo o que Erin iria dizer. - - Não poderíamos ficar de braços cruzados. Jack não teve nada a ver com isso.

— Eu sei. – Falou Erin. – Na verdade eu passei a investigação para ele na esperança que isso acontecesse. Era esperado que vocês se unissem.

— O que aconteceu na sua casa? – Perguntou Hotch.

— Quando ela chegou lá a gente foi para o escritório e começamos a conversar. Sam estava escondido em uma parte escura da sala, ela nem o notou lá. Eu sabia que haveria uma deixa e eu a fiz. – Erin se culpava demais por isso. – Ela tentou sair da sala e eu tranquei antes de ela conseguisse. Sam a agarrou por trás e colocou o pano no nariz dela. Ele a agarrou por trás e prendeu os braços.

— Pare! – Gritou Hotch. – Chega.

Hotch saiu da sala nervoso batendo a porta atraindo a atenção de Rossi e JJ.

— O que deu nele? – Perguntou JJ.

— Ele e Strauss conversaram sobre como ela ajudou no sequestro de Penelope e ele ficou puto da cara. – Respondeu Morgan se juntando aos dois agentes.

— Muito ruim? – Perguntou Rossi.

— Muito. – Respondeu Morgan. – Tenho certeza que ela vai ser demitida ou processada.

— Ela falou porque ela fez isso? – Perguntou Rossi.

— Ela disse que os filhos oram sequestrados. – Disse Morgan. – E eles realmente foram. Ela disse que só tinha a opção de ajudar ou Sam mataria os filhos dela.

— Sam? – Rossi perguntou – O ex da Penelope? Porque ele faria isso?

— Temos que achar ele primeiro – Respondeu Morgan.

Esconderijo de Sam....

Local desconhecido...

Garcia estava amarrada a uma maca. Sam estava ao seu lado controlando a respiração dela. Ele queria algumas respostas e se ela morresse talvez ele nunca teria.

— Muito bem, Gatinha. – Falou Sam. – Você precisa respirar fundo agora.

Mais líquido caiu pela IV no braço de Garcia.  Ela respirou fundo o suficiente para sentir um desconforto.

— Hum. – Foi tudo o que ela conseguiu dizer diante da dor que o líquido causou quando entrou nela.

— Vou começar com uma pergunta bem básica. – Falou Sam se levantando. – Qual o seu nome?

Penelope tentou lutar contra a vontade falar.

— Penelope Grace Garcia. – Ela respondeu depois de um tempo.

— Ok. – Falou Sam. – Vamos as difíceis. Com quantos caras você já dormiu?

— Isso realmente importa? – Garcia encontrou alguma força para perguntar aquilo.

— É o motivo de estar aqui. – Respondeu Sam.

— Kevin, Hotch e Shane. – Ela respondeu.

— Uau. – Sam falou. – Nunca pensei que você fosse alguém que dormisse com um dos chefes.

— Eu nunca faço isso geralmente. – Falou Garcia. – Apenas aconteceu.

— Ele tem um bom desempenho? – Perguntou Sam.

— O melhor que já tive. – Falou Garcia.

— Você não me inclui na sua lista. – Falou Sam.

— O que a gente teve não significou muita coisa. – Falou Garcia. – Lembre-se que eu não posso mentir.

— Bem. – Disse Sam, abrindo o canal verde. – Para mim significou demais.

Garcia viu o liquido verde entrando em suas veias a contragosto.

— Vamos fazer uma pausa. – Disse Sam. – Isso vai te ajudar a dormir um pouco.

Garcia relaxou e apagou aos poucos.

— Durma gatinha. – Falou Sam para uma Garcia totalmente apagada.

— É bom finalmente conhecê-la. – Falou Roberta. – Agora porque não me acompanha e veremos o que deu errado?

— E eu vou gostar? – Perguntou Penelope.

— A morte não é uma coisa legal de se viver duas vezes. – Respondeu Roberta. – A minha foi tranquila, mesmo do jeito que foi. Primeiro você sente que está no escuro e nunca vai sair de lá, mas depois quando começa a luz você reconsidera.

Garcia se viu outra vez no sonho.

— Vem. – Disse Roberta. Ela pegou a mão de Garcia e a levou para longe dali.

Ela conseguia ver os rostos tristes dos agentes chorando na frente do caixão dela.

— Feche os olhos. – Falou Roberta. – Só funciona se você fechar os olhos.

Garcia fechou os olhos a contragosto. Ela sentiu que um vento começou.

— Pode abrir. – Falou Roberta.

Garcia estava na UAC quando abriu os olhos. Ela viu Morgan e JJ junto com Rossi e Reid. Apenas Hotchner não estava lá com os outros. Blake chegou um pouco depois. Roberta a pegou pela mão e entrou na sala de Hotchner. Ele estava ao telefone.

Penelope queria gritar para chamar Hotchner.

— Ele não vai ouvir. – Lembrou Roberta.

— Senhor eu entendo. – Hotchner falou ao telefone. – Ela está lá com ele. Precisamos agir. Sim. Eu entendo que é arriscado e que ela pode estar morta. Vai ser bem feito. – Hotchner desligou o telefone se levantou passando por Garcia sem perceber.

— Tenho uma localização. – Gritou Hotchner para a equipe. Eles pegaram suas armas e distintivos e saíram correndo. Garcia entrou junto no elevador com Roberta.

— Onde eles estão indo? – Perguntou Garcia. Ela já havia se tocado que eles não a escutavam.

— Ao seu cativeiro. – Respondeu Roberta. – E se você fechar os olhos pode se transportar para lá.

Garcia fechou os olhos, mas acordou na maca onde esteve presa algumas horas atrás.

— Caramba. – Ela falou quando acordou. – Eu preciso muito ir ao banheiro.

— Não vou te soltar. – Falou Sam.

— Então vou ter que fazer isso aqui? – Ela perguntou. – Não é uma coisa muito higiênica.

— Você vai tentar alguma gracinha. – Falou Sam.

— Eu não me arriscaria de tentar sair daquela janelinha minúscula que deve ter no banheiro. – Garcia falou. – Uma mão na barra com uma algema e a outra livre para eu fazer...  Você sabe.

— Por que você faria um trato assim? – Perguntou Sam.

— Eu quero ir ao banheiro caramba. – Garcia estava irritada. – É realmente humilhante ter que fazer xixi com platéia.

— Está certa. – Sam tirou uma das algemas de Penelope e manteve o braço solto em sua mão enquanto tirava a outra algema.

Depois algemou os braços dela por trás e a levou até o banheiro. Como ela previu. Uma janela minúscula. Mal entrava ar.  

Sam algemou uma das mãos na barra de auxilio de metal e fechou a porta esperando na frente dela com um outro guarda.

Ela urinou com dificuldade por causa das drogas que recebeu e saiu depois de lavar a mão que ela conseguia se soltar.

Sam abriu a porta e amarrou a mão solta.

— Eu realmente gostaria de lavar a outra mão também. – Falou Garcia. – É uma higiene que eu não abro mão.

Sam virou Garcia e colocou a outra mão embaixo da água corrente.

— Hora de voltar. – Disse Sam. – Eu quero mais coisas de vocês.

Garcia foi colocada na maca de novo, e algemada, assim como sua IV voltou para seu braço e ela reclamou da dor.

— Certo. – Sam abriu a torneira para o liquido azul passar.

— Porque diabos está fazendo isso? – Perguntou Garcia. – E quanto tempo eu vou passar por isso?

— Aquela noite de natal. – Falou Sam. – Eu vi você saindo com seu chefe e entrando no carro dele. Eu tentei ter coragem alguns meses antes para sei lá, termos um lance. Aí você saiu com Morgan para um jogo e eu de longe vendo os olhares entre você e Morgan. – Sam estava transtornado. – Aí vocês foram para o restaurante e eu dei um jeito de te dar alguma droga na esperança que você fosse demitida do FBI, mas Hotch e Morgan te protegiam ainda mais.

Garcia não conseguia acreditar no que estava ouvindo.

— Eu matei aquelas pessoas para sei lá, chamar a atenção da sua equipe e chamar a sua atenção. – Sam pegou um bisturi e foi em direção de Garcia. Ele o colocou perto do braço dela. – Eu queria te machucar e muito.

Ele a derrubou da maca violentamente. Ela sentiu uma dor aguda e depois viu o pé de Sam chegando mais perto até acertar seu estomago outra vez e mais vezes. Ela se encolhia de dor a cada chute cada vez mais forte que Sam aplicava nela. Ela contou cinco chutes antes de apagar completamente.

E assim ficou por algumas horas.

— Onde eles estão indo? – Perguntou Garcia. Ela já havia se tocado que eles não a escutavam.

— Ao seu cativeiro. – Respondeu Roberta. – E se você fechar os olhos pode se transportar para lá.

Garcia fechou os olhos com medo do que iria ver.

Ela sentiu algo duro sob seus pés quando elas chegaram.

— Uau. – Falou Roberta. – Isso foi incrível.

— Onde a gente está afinal? – Perguntou Garcia olhando.

Ela olhou em volta e reconheceu o quarto onde estava inicialmente.  Ela viu uma poça de sangue e tentou ir até onde ela começava.

— Pode ser perigoso. – Roberta a deteve com uma mão. – Você realmente quer ir?

Garcia acenou positivamente. Ela caminhou até o início da poça de sangue.

Ela virou a cara quando se viu no chão, com machucados horríveis por todos os lugares.

— Se serve de consolo você não sentiu nem metade disso. – Roberta terminou de falar e a porta veio a baixo.

— Eu a encontrei. – Gritou Hotchner entrando. – Penelope. Acorde. – Hotch colocou a cabeça dela no colo e Morgan chegou em seguida checando os sinais vitais.

— Eu acredito que ela se foi Hotch. – Falou Morgan.

Hotch desabou em lagrimas. Ele a segurava com cuidado. Os outros agentes entraram no cômodo e viram Penelope já sem vida. Reid se abaixou em frente a amiga e deixou que as lagrimas o dominassem.

— Deus. – Reid conseguiu dizer apenas. – Ela não pode simplesmente ter ido. – Falou Reid.

Rossi só conseguiu ficar na porta. Ele mal olhava para Penelope. Só conseguia mesmo era se imaginar torcendo o pescoço de Sam a ponto de degolar ele.

JJ se aproximou da amiga e a tocou nos cabelos loiros manchados de sangue.

— Ela sofreu? – Perguntou inconscientemente JJ.

— Eu acho que não. – Falou Reid tentando aclamar a amiga. – Ela provavelmente desmaiou no quinto chute e morreu logo em seguida.

Garcia assistia a aquela cena toda chorando.

— Mas eu não posso ter morrido. – Falou Garcia.

— Bem. – Falou Roberta. – É tudo uma questão de escolha.

Garcia se viu outra vez no cemitério. Sua equipe não estava lá dessa vez. Havia um grupo diferente em frente a um caixão. Eram flores negras no lugar das rosas que estavam no de Penelope.  Em vez de uma foto em cima do caixão totalmente preto e sem quase nada de decoração havia uma inscrição:  perdedor.

Ela se aproximou de uma foto que encontrou do falecido e viu que era uma foto de Sam.

— Eu não entendi. – Disse Penelope.

Roberta havia sumido. Ela viu um outro rosto conhecido no enterro. Ela veio ao seu encontro.

— Então...  Você fez sua escolha. – Falou a garota.

— Que escolha?  E quem é você? – Perguntou Penelope.

— Sabe. Quando você é uma vítima fatal você espera ser lembrada. – Falou a garota. – ainda mais se depois seu computador é investigado.

— Eu realmente não me lembro de você. – Falou Garcia.

— Trish. – Falou a garota. – Trish Laeke. Vítima de suicídio. – Ela parou e pensou.- Bem. Nem tanto suicídio. Mais por causa de um jogo bobo e idiota.

— Eu lembrei. – Disse Garcia.

— Você já fez uma escolha? – Ela apontou para o caixão. – É você ou ele.

Garcia acordou na maca outra vez. A dor que a invadiu quando tentou se mexer era consequência de várias agressões.

— Eu peço desculpas pelo modo que agi. – Falou Sam. – Prometo ser um Lord a partir de agora.

Sam abriu o liquido verde de novo.

— Volte a dormir. – Disse Sam. – eu vejo você em breve.

Ela lentamente foi apagando.

— Hotch. – Ela falou baixo antes de apagar.

Sam deu um olhar enfurecido para Garcia. Ele quis joga-la no chão e agredi-la ainda mais, mas isso realmente poderia matá-la e ele se conteve. Por hora.

UAC...

Hotch se empenhou em achar Sam e Garcia. Ou achar Garcia e depois Sam. De qualquer jeito ele a encontraria.

— Ele a levou em uma van. – Lembrou Erin. – Eu me lembrei disso agora. Haviam dois enfermeiros ou algo assim com ele.

Hotch se sentou a rente de Erin.

— A gente pode te ajudar Erin. – Disse Hotch. – Confirmamos o sequestro de seus filhos. Isso é uma situação compreensível. Você saíra com uma acusação de cumplicidade forçada. Nem vai ser presa ou demitida do FBI.

Erin olhou para Hotchner. Ela se lembrou de quando ele e Morgan a ajudaram com a bebida.

— Eu vou ajudar. – Falou Erin.

— Consegue lembrar os números da placa? – Perguntou Hotch.

— JYW4567. – Falou Erin. – Van prata. Três portas. Duas na parte da frente e uma do lado. Tinha um tipo de logo na parte da frente o que eu me lembro de achar estranho.

— Sabe que logo era? – Perguntou Hotch. – Erin. Feche os olhos.

— Era uma alface. – Falou Erin.

— Isso ajuda muito. – Falou Hotch.

Ele parou na porta do escritório de Rossi e bateu.

— Alguma pista? – Perguntou Rossi.

— O suficiente para acha-la. – Respondeu Hotchner.

— E quanto a Erin? – Perguntou Rossi.

— Talvez ela consiga ficar no emprego. – Respondeu Hotchner.

Hotchner foi até a sala de Penelope onde Kevin estava temporariamente.

— Procure pela Van e pela alface. – Falou Hotchner.

— Alface? – Perguntou Kevin.

— A van tem o logo de uma alface. – Falou Hotchner.

— Está certo. – Respondeu Kevin. – Restaurante Alfonso's.

— Vamos pegar esses filhos da puta. – Falou Hotchner.

Hotchner, Rossi, Reid e Morgan foram ao elevador seguidos por JJ e Blake. Eles chegariam até Penelope de um jeito ou de outro.


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