The replicator. escrita por Any Sciuto


Capítulo 3
Desejos refletidos




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Hotchner retirou um pequeno papel de dentro de uma pasta alaranjada. Como ele desejava que aquilo não tivesse acontecido com Penelope Garcia. Ela era a única que não tinha uma licença para uma arma de fogo e apenas carregava um estilete na bolsa.

— Eles acharam a bolsa? – Perguntou Hotchner para Morgan.

— Desculpe? – Perguntou Morgan.

— A bolsa rosa que ela levava de cima para baixo e de baixo para cima. – Respondeu Hotch. – Não está em nenhuma foto do apartamento dela.

— Eu não sabia dessa bolsa. – Disse Morgan. – Posso voltar lá e procura-la.

— Mesmo assim não vai encontrá-la. – Disse Hotchner pegando seu paletó e saindo em disparada para um dos elevadores.

Morgan o segui e Reid fez o mesmo. Com certeza se David estivesse lá naquela hora ele o faria também.

— Quer explicar o que está acontecendo? – Perguntou Reid.

— Hotch enlouqueceu. – Respondeu Morgan.

— Quem levou a Penelope teve o cuidado de levar a bolsa dela.  Falou Hotchner respondendo a Reid. – Ele a conhecia bem demais para se ligar a esse fato.

— Ela pode ter guardado em algum lugar. – Falou Reid.

— A bolsa foi dada pela JJ de aniversário. – Falou Hotch. – Ela não iria simplesmente jogar fora.

— Qual a sua teoria? – Perguntou Morgan.

— Os últimos relacionamentos que ela teve. – Respondeu Hotch. – Kevin E Sam.

— Bem...  – Falou Reid. – Kevin ficou aqui o tempo todo ajudando como analista técnico. – Reid fez uma pausa.

— Qual o problema? – Perguntou Hotch.

— Sobre esse Sam não temos praticamente nada nos arquivos. – Falou Reid. – Fora o fato que eles se encontraram em um café há algumas semanas ~ocasionalmente~ enquanto ela comprava café com Kevin.

— "Ocasionalmente". – Falou Hotch. – Se com ocasionalmente você quer dizer premeditadamente então sim, foi ocasionalmente. Ele fez isso de propósito.

— Acha que ele tramou isso tudo para atrair a Penelope? – Perguntou Morgan. – Se ele encostar na minha garotinha ele vai levar uma bala na cabeça.

— Temos que ir com calma. – Hotch falou isso e as portas do elevador se abriram no andar térreo.

— Por onde quer começar? – Perguntou Reid.

— Casa da Penelope. – Respondeu Hotch abrindo uma das portas do SUV preto.

Os outros agentes o acompanharam.

Eles nem faziam noção que ela não havia sido sequestrada lá.

Hotchner viu Strauss saindo pela porta a procura dos três.

— Eu posso explicar. – Falou Hotchner.

— O diretor mandou a gente parar com a investigação. – Falou Erin. – Ou ele vai despedir a gente ou transferir para uma instalação na Antártida.

— Não pode estar falando sério. – Falou Hotchner.

— Estamos próximos dessa investigação demais. – Falou Erin. – A IRT foi chamada para assumir a investigação.

— Eles são uma equipe internacional não doméstica. – Falou Hotch.

— Bem. Aparentemente eles precisam de um tempo nas viagens então eles assumirão as investigações. – Falou Erin.

— Eu gosto muito de Jack Garrett, mas a Penelope é a minha analista. – Falou Hotch.

— Aceite e siga em frente, Agente Hotchner. – Falou Erin. – Eu realmente quero ter vocês pelos próximos anos.

— Ele está minando a investigação. – Falou Hotch. – E eu pouco ligo se ele vai me despedir ou me dar um tiro na cabeça depois.

— Mas eu me importo agente Hotchner. – Erin pareia mais nervosa naquele ponto.

— Qual é Erin – Hotch a olhou com reprovação. – Você já tentou acabar comigo há alguns anos. Fez o Gideon se demitir quando me afastou e sabe lá o que mais teria feito.

— Situação e momento diferente. – Falou Erin. – Estou passando a investigação para a IRT e não tenho intenção de devolve-la a vocês.

— Eu simplesmente não vou aceitar isso. – Hotch foi até a máquina de café no corredor.

Obviamente ele sentia algo a mais por Penelope, mas não podia deixar suas emoções o dominarem. Além de tudo ele a amava demais para aceitar passar a investigação para outra equipe. Hotch pegou o elevador para o andar da IRT e foi a sala de Jack Garrett.

— Eu sei que é sobre a investigação. – Disse Jack quando viu Hotch entrando. – Já avisei Matt e ele estará aqui em minutos.

Hotch não falou nada. Ele se sentou na pequena sala e fechou os olhos. Matt entrou na sala.

— Perdi algo? – Perguntou Matt.

— Esperamos você. – Falou Jack.

Hotch abriu os olhos. Ele realmente precisava de algumas horas de sono.

— É essa regra da Strauss. – Falou Hotch. – Olha não me levem a mal, mas eu queria investigar o sumiço da Penelope.

— Nós também queremos. – Falou Jack. – E acho que se a gente dividir a investigação discretamente a Strauss nem vai saber.

— Porque faria isso, Jack? – Perguntou Hotch. – Desobedecer uma regra.

— Porque a Penelope é uma amiga para mim. – Respondeu Jack. – E Matt a considera uma irmã.

— Vamos manter isso escondido da Strauss. – Falou Matt.

— E se ela descobrir ela demite todo mundo. – Falou Hotch. – Não posso deixar vocês serem demitidos por causa disso.

— Quem vai contar para ela? – Perguntou Jack. – Eu não. E você Matt?

— Não vou contar não. – Respondeu Matt.

— Vamos manter isso no maior sigilo. – Falou Hotch. – Não quero causar nenhum problema para vocês.

— Então vamos fazer assim. – Jack passou a pasta dos casos para Hotch. – Vocês investigam e a gente recebe os créditos para a Strauss não descobrir.

Quando Jack mencionou Strauss Hotch percebeu que a última pessoa que havia visto Penelope foi exatamente Strauss.

— No que está pensando Aaron? – Perguntou Jack.

— Strauss foi a última pessoa a ver Penelope antes do sequestro. – Respondeu Hotch.

— Eu não vejo a Strauss sequestrando a Penelope, Aaron. – Falou Jack.

— Ela afastou Penelope e a chamou para uma conversa na casa dela. – Falou Hotch.

— Isso é muito fantasioso até para você. – Disse Jack.

Hotch se levantou com a pasta escondida no paletó. Ele desceu com o elevador rápido o suficiente para não ser pego por ninguém. Ele estava violando as leis por uma pessoa a quem ele realmente gostava e faria tudo para achá-la.

Uma semana depois...

Parecia um pesadelo de pistas falsas ou frias. Hotch havia se entregado a bebida e a falta de sono estava o deixando sem humor nenhum. Ele já admitia que Penelope pudesse estar morta a uma semana e ele apenas queria encontrar seu corpo e lhe dar o descanso digno.

Eles estavam em um caso em Charleston quando Hotch teve um surto de raiva ao ver a cena do crime e quase atirou em um policial inocente que cuidava do local. JJ o impediu gritando e ele soltou a arma.

Hotch chegou em casa mais nervoso do que nunca. Tirando algumas férias ocasionais Penelope nunca havia ficado longe mais que dois ou três dias.

Jack se materializou na porta do escritório de Hotch com uma cara fechada e uma pasta parda nas mãos.

— Tem alguma pista significativa Jack? – Perguntou Hotch. – Não acho que aguentarei mais uma pista falsa.

— Essa uma semana foi realmente um inferno de falsas esperanças. – Disse Jack entrando na sala. – E apesar de Erin não ser uma das melhores pessoas em quem se confiar eu nunca teria desconfiado dela.

— Jack. – Hotch se levantou. – Está dizendo que Strauss tem a ver com o sumiço de Penelope?

— Ela pode ter seus motivos. – Respondeu Jack. – A família foi recentemente sequestrada. Eu suspeito que ela ajudou por isso.

— Eu nunca entendi a decisão de nos manter longe de tudo isso. – Falou Hotch.

 - O carro de Penelope foi encontrado numa Rua em Virginia Beach anteontem. – Jack mostrou um papel. – Eles nem tinham noção que ela trabalhava para o FBI. Matt está trazendo o carro para nós.

— Quero pericia nesse carro. – Falou Hotch.

— Será difícil. – Disse Jack. – Choveu a duas noites e o carro estava encharcado. Então qualquer prova se foi.

— E como ficamos? – Perguntou Hotch.

— Há coisas no carro que não estragaram com a chuva. A bolsa por exemplo. – Disse Jack.

— Traga-a para mim. – Pediu Hotch.

— Farei isso. – Respondeu Jack.


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