A Chantagem escrita por Kaline Bogard


Capítulo 6
Parte 06


Notas iniciais do capítulo

Olá!!

Esqueci que hoje é quinta xD To de férias e completamente fora da casinha.

Dia 14 de janeiro vou colar em Sampa, na Avenida Paulista. Quem for da cidade aparece por lá. Vai ser legendário :D



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A sala principal daquela casa seguia o padrão dos demais cômodos, já não desconhecido para Kiba: um lugar austero, com decoração quase inexistente e móveis em tom neutro. A única coisa destoante no ambiente era um grande recipiente de vidro ocupando parte significativa da estante de madeira, que parecia estar cheio de areia, com vãos perceptíveis e arvorezinhas minúsculas em cima.  Já tinha visto algo assim na televisão uma vez, era um formigueiro.

Perdeu um segundo tentando espiar, curioso. Mas nova ordem do dono da casa acabou com o súbito interesse em formigas.

— Sente-se.

Kiba obedeceu. Foi acomodar-se no confortável estofado, mas antes tirou a mochila das costas e a colocou sobre o colo, mantendo-a meio abraçada. Atento para qualquer movimento estranho em que precisasse usá-la como arma e correr pra fora da casa.

Aburame Shino continuou de pé, olhando o garoto de cima, dando a impressão de avaliar a situação.

— O que você quer? — Kiba não aguentou o silêncio por mais tempo.

— Quero que devolva o que me roubou.

A acusação confundiu o outro.

— Mas eu não roubei nada! — franziu as sobrancelhas sem entender a exigência.

Em resposta, Aburame pegou o celular do bolso da calça e desbloqueou a tela. Tocou duas ou três vezes, atrás de um arquivo. Então aproximou-se da mesinha de centro e colocou o aparelho sobre o tampo, deslizando-o em direção ao garoto.

— Então explique isso.

Kiba pegou o telefone e descobriu um vídeo pausado. Se reconheceu na imagem sem chance de equívoco. Preocupado; mas um tanto curioso, tocou no play e deu vida à gravação. 

Não havia som. Assombrando, viu-se agachado mexendo numa das gavetas da cômoda. Então o Kiba da gravação parou de procurar nas roupas e levou a mão ao bolso. Pelo angulo da câmera, quem assistia tinha a nítida impressão de que enfiava algo no bolso da bermuda!

— E-está enganado! — gaguejou sentindo um frio na barriga — Eu não roubei nada!

— Então o dinheiro sumiu por mágica...? — Aburame cruzou os braços. Dava a impressão de indiferença, mas tal postura não enganou Kiba nem por um segundo.

— Como é que eu vou saber?! — um misto de sentimentos o inundou. Não pensou que seria chamado ali pra ser acusado de roubar! Estava esperando só a acusação por invasão...

— Então vamos deixar o juiz decidir isso.

— E eu vou contar que você estava chantageando minha amiga com propostas obscenas! Você será preso como um depravado virtual!

O dono da casa, por fim, sentou-se no sofá do outro lado e cruzou as pernas. A postura confiante colocou Kiba imediatamente na defensiva.

— É a sua palavra contra a minha gravação. Qual você acha que vale mais? — deu uma breve pausa — Ou tem alguma prova de que eu fiz qualquer coisa contra essa sua amiga?

A pergunta fez Kiba hesitar.  Se tinha alguma prova? Não exatamente. Era a palavra de Hinata (em quem confiava cegamente), talvez alguns prints da conversa dela com o perfil do depravado. Não sabia se Aburame Shino usava o perfil real ou um fake. Era mais provável que fosse a segunda opção, que ele se escondesse atrás de um nick inexistente. E tanta confiança na postura só poderia indicar que ele apagou o rastro e seria difícil ligá-lo à chantagem feita contra Hinata.

— Eu não roubei nada! — repetiu, colocando o celular sobre a mesinha de centro. Se continuasse com aquilo na mão era bem capaz de jogar na cara do homem — Se é dinheiro que você quer, me diz quanto foi e eu dou um jeito de arrumar! É um chantagista mesmo!

— Chantagista? E você é o quê? Um ladrão?

— Já disse que não peguei nem um centavo! Não sou ladrão! — o medo de ser assassinado, a essa altura, já havia desaparecido por completo. O que sobrepujava era a irritação por estar sendo acusado de um crime que sequer cometeu!

— Repito: é a sua palavra contra o meu vídeo.

— Tá, entendi. Não sou tão burro assim, você quer me extorquir dinheiro! E quanto é que você quer que eu pague?

O homem saboreou o momento por um instante. Kiba remexeu-se inquieto, segurando a mochila com força para evitar acertá-la na cabeça do dono da casa.

— Quinhentos mil dólares.

 Tempo deu a impressão de parar.

— Q-quinhentos mil dólares?! — aquilo soava como tanto dinheiro, que a mente do pobre garoto não conseguiu calcular. Porém, em seguida, caiu em si sobre o disparate da acusação — Não tem condições de enfiar esses dinheiros no bolso!! — esbravejou — Só se eu fosse um ninja! Você é louco o quê?!

Juiz nenhum no mundo acreditaria naquela mentira.

Mas, para receio de Kiba, Aburame suspirou.

— Não falo de dinheiro em espécie. O que sumiu foi Bitcoin — explicou.

— E que porra é Bitcoin?

— Um tipo monetário. Eu tinha um cartão com quinhentos mil créditos virtuais convertidos em dólares. Vale exatamente o mesmo que dinheiro real, e pode ser usada em qualquer transação na internet.

Kiba já tinha ouvido falar daquilo, claro. Não se lembrava que o nome era “Bitcoin”, porque nunca tinha dinheiro real... quem dirá dinheiro virtual...? E... aquela grana toda estava em um cartão?!!

Sentiu o rosto ficar lívido, enquanto relembrava a gravação. Com essa nova informação, a cena mudava totalmente de figura! Acreditar que ele enfiou um cartão no bolso seria plausível. Nada absurdo, pelo contrário.

— Porra, cara. Não fode... eu juro que nem sabia disso — passou a mão pelos cabelos bagunçados, em desespero — Convertendo pra iene da quanto?

— Alguns milhões — Aburame respondeu como se não fosse nada.

— Milhões?! — Kiba saltou do sofá, transtornado, a mochila quase caiu no chão. Ele mal tinha trocados o suficiente pra pagar o ônibus!

— Imagino que não tenha como devolver. Espere a visita do meu advogado, até lá pode ir imaginando o que fazem com ladrõezinhos como você na cadeia...

Na cadeia? Na cadeia??? Pois cadeia era a última das preocupações de Kiba. Sequer conseguia imaginar o que Tsume ia fazer quando descobrisse que o filho era acusado de invasão e roubo. E que supostamente surrupiara quinhentos mil dólares! Aí sim seria morto, lenta e dolorosamente. Se a mãe prezava algo na vida, era a dignidade e a predominância dos valores. A mulher sempre falava com orgulho sobre como criara bem a ambos os filhos.

E lidar com tal acusação destruiria seu futuro. Poderia dizer adeus a qualquer faculdade, à carreira como policial. Nunca seria detetive e jamais faria da sociedade um lugar melhor, salvando vítimas e prendendo bandidos de verdade.

Seria o fim da sua vida.

Sem forças, voltou a sentar no sofá. Abraçado a mochila de um jeito diferente do anterior. Antes, a usaria como arma de defesa. Agora estava mais para um pedaço de madeira que o salvava de afundar de vez.

A mente era um mar branco de confusão, incapaz de encontrar solução para o problema em que se envolvera.

Até ouvir a voz de Aburame Shino ecoar cheia de confiança, embora completamente fria.

— A não ser que me divirta um pouco.


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Notas finais do capítulo

Propaganda pra quem gosta desse casal:

Nova história escrita pela Takkano:
https://fanfiction.com.br/historia/750100/Encontro_em_familia/
(em andamento)

História que ganhei da Ariane:
https://fanfiction.com.br/historia/750543/Algemados/
(oneshot)

Nova história que eu postei:
https://fanfiction.com.br/historia/750544/aquilo_que_se_esconde_no_amor
(oneshot)

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Acho que 2017 se tornou um bom ano para ShinoKiba, o fandom ganhou pessoas incriveis, tanto leitores quanto autores. E eu ganhei amigas que quero levar para a vida toda.

Obrigada a você que chegou aqui, apoiando o ship do jeito que foi possível. Eles são um amorzinho juntos. Merecem tudo de bom!! E que a dose se repita em 2018!!

Vejo vocês no ano que vem chegando!! ABRAÇOS!!



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