A Chantagem escrita por Kaline Bogard


Capítulo 4
Parte 04


Notas iniciais do capítulo

Olá!!

Alguém quer um pouco de sono? Não...?
Sdds solidariedade '-'



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A segunda-feira começou como um dia típico qualquer. As aulas do período da manhã passaram morosas, boa parte das quais Kiba cochilou sobre a carteira. Matemática lhe dava um sono danado. E dor de cabeça na época das provas.

Na hora do almoço, alguns alunos do 2-3 foram comer no gramado de fora do colégio, porque havia um espacinho lá em que era possível espiar o vestiário feminino. E os meninos arriscavam a vida tentando ter vislumbres de sutiãs cor-de-rosa ou calcinhas azul-bebê indo despreocupados de um lado para o outro.

Kiba nunca sentiu muito interesse em participar disso. Ás vezes aceitava o convite, apenas para evitar as provocações que sofria quando não ia com os demais. Aparentemente a turminha de amigos não entendia como um garoto não queria espiar garotas seminuas!

Para evitar a situação, quando sabia que as outras turmas teriam aulas de Educação Física, Kiba escapava para o almoço antes e ia comer no telhado, usufruindo de muita paz sossego, obrigado.

Mas naquela segunda-feira, ele tinha incentivo extra para correr para o telhado: sua franquia de internet esgotou na primeira semana de uso (como de costume), e pedir dinheiro pra mãe seria a certeza de levar uns tapas na orelha. Então se aproveitava de um ponto excelente no telhado onde podia roubar sinal de Wi-Fi da escola (Shikamaru conseguiu a senha).

Recostado na grade de proteção, com o bento no colo e hashi na mão, ele sacou o velho celular do bolso do uniforme e abriu o navegador de internet.

Estava morrendo de curiosidade sobre aquele cara que andou ameaçando Hinata. Ele não parecia do tipo covarde que desiste fácil, mas vai saber...

Conseguiu encontrar um perfil “Aburame Shino”, marcado como privado. Daqueles que só mostram as informações para os amigos e seguidores. E foi o mesmo para mais duas redes sociais.

— Que caralho — resmungou com a boca cheia de arroz e salmão — Qual o sentido em manter tudo secreto?!

Não podia fuçar as informações. E todos os três perfis não tinham foto de identificação.

Suspeito...

E se criasse um perfil fake para enviar um pedido de amizade e assim ter acesso às informações restritas...?

Melhor não. O assunto era página virada na vida de Hinata. Para que ficar cutucando e caçando sarna pra se coçar?

Bloqueou a tela e colocou o aparelho no chão, e se concentrou totalmente no que restava do almoço. Não podia reclamar: sua mãe tinha um dom incrível na cozinha. Tudo o que ela preparava possuía um gosto suculento. E Hinata lhe dera uma caixinha cheia de macarrons importados, em forma de gratidão. A amiga descobriu há tempos que comida é um dos pontos fracos de Kiba.

E ele aceitou o doce sem hesitar! Não era do tipo que ajuda por causa de recompensas, ninguém ignorava isso. Assim como todos sabiam que jamais recusaria algo de comer. Podia viver bem dentro de tal paradoxo.

O verão estava caminhando para o fim, os dias se tornavam mais curtos, num paralelo desanimador com o ano letivo, que também estava mais perto do término do que Kiba gostaria.

No próximo semestre estaria no terceiro ano, momento decisivo na vida dos alunos. Já sentia um pouco da pressão mesmo estando no segundo ano. Os professores cobravam resultados melhores e jogavam na cara que o futuro não seria muito bom caso não se esforçasse.

Shikamaru era exemplo vivo disso. O rapaz estava afastado de tudo o mais, dedicado quase cem por cento do tempo em estudar. Ele queria ir para uma faculdade fora de Konoha, uma com as maiores concorrências do país. Precisava se matar de estudar para atingir a alta nota de corte.

Já Kiba não fazia questão de ir para uma faculdade assim tão boa. Seu sonho era se tornar policial, um detetive. E ajudar a prender bandidos e proteger os cidadãos.  Sabia que para chegar tão longe, suas notas precisavam melhorar drasticamente. Só faltava coragem para colocar em prática.

Não criara um plano B. Carreiras elite como Medicina e Direito estavam totalmente fora de seu alcance (nem Kiba era tão iludido a ponto de pensar o contrário).

Enfim, planejar não era exatamente o seu ponto forte.

Terminou o almoço e atacou os macarrons, muito alegre por não precisar dividir com Naruto ou Chouji. Não era sempre que podia degustar doces importados.

O segundo período se dividia entre aula de História Japonesa e Inglês. A primeira era bem do interesse de Kiba, por mais incrível que pudesse parecer. Adorava estudar os períodos feudais e suas peculiaridades.  Já a segunda matéria, era bem tediosa. Não conseguia pronunciar muitas das palavras estrangeiras sem sentir como se desse um nó na língua ou pior: com um sotaque tão carregado que fazia os colegas de classe sempre rir.

E o dia de aula terminava com as atividades do Bukatsu. Naquela segunda-feira teria um treino extra com o clube de futebol, pois o colégio caminhava para as competições de inverno e já tinha jogo marcado para o próximo sábado. Kiba não estava no time principal, mas era um dos primeiros reservas a ser chamado caso algo acontecesse.

Levava o clube de artes marciais mais a sério, porque gostava da prática e ainda ajudava a melhorar o currículo escolar, ponto que faria a diferença ao ser aceito por uma faculdade, caso sua média no vestibular não fosse tão alta (provavelmente não seria mesmo).

Os alunos do clube se aqueceram, depois o time principal se dividiu em dois e começou a treinar em meio campo. Kiba acomodou-se num dos bancos dos reservas e ficou assistindo. O técnico e a ajudante pareciam felizes com os resultados.  Tudo corria bem.

Então Kiba ouviu um sinal sonoro vindo de sua mochila.  Não era permitido usar celular durante as aulas, mas não era como se alguém ali se importasse de verdade.

Curioso, pegou o aparelho. Talvez fosse Naruto ou Chouji, marcando algo para depois das aulas.

A mensagem veio no Line, de um número restrito! Kiba nem sabia que se podia receber mensagens restritas no aplicativo! Tocou de leve sobre ela. O aparelho velho e a conexão fraca com o Wi-Fi da escola fizeram a mensagem demorar para aparecer. Acostumado com isso, o garoto não se importou em esperar.

Hoje, 18h.

Era o que dizia.

— Aff — resmungou, guardando o aparelho. Só podia ser algo do besta do Naruto: marcar dia e horário, mas não o local! Provavelmente o amigo conseguiu a proeza de se bloquear de alguma forma, por isso a mensagem com remetente em restrição. Não podia nem responder xingando a burrice.

Guardou o celular e voltou a acompanhar o treino.

O capitão da equipe marcou um gol, de cobrança de escanteio. Foi uma jogada impressionante, que fez o queixo da plateia cair um pouco. O capitão era um terceiranista que deveria ter se afastado, para poder estudar pro vestibular. Mas o senpai amava tanto o futebol que não conseguia sair do time.

Kiba queria ter paixão por algo assim, algo a que pudesse se dedicar.

Novo alerta informou que chegara mais mensagem em seu celular. Com certeza o idiota do Naruto informando o lugar em que iriam.

Pois acertou em metade da questão. Acabara de receber o local em que deveria ir hoje às dezoito horas. Porém, quem o chamava não era o amigo de infância. Era alguém muito diferente, terrivelmente diferente. O choque foi tão grande que ele não teve reação imediata.

Abrindo lentamente, frame a frame, graças à conexão falhada, carregava uma foto. Um printscreen, na verdade.

Kiba se reconheceu na imagem nítida: estava agachado no quarto de Aburame Shino, vasculhando uma das gavetas da cômoda.

O aparelho tremeu uma última vez na mão subitamente molhada de suor, surpreendendo-o.

Venha sozinho”.


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Notas finais do capítulo

começou

*insira aqui uma risada diabólica*



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