A Guerra Contra Meus Sentimentos escrita por teffy-chan


Capítulo 6
Capítulo 6 - Relacionamentos




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"Se eu abrir as portas do meu coração,
Provavelmente poderei ouvir batimentos mais verdadeiros"

 

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Conforme os dias foram passando, as pessoas que se feriram durante o último ataque foram se recuperando gradualmente de seus ferimentos, algumas mais depressa do que outras, dependendo da gravidade dos machucados. O ombro de Len já estava completamente curado, não havia ficado nem cicatriz. Oliver, por outro lado, continuava inconsciente no hospital. Por mais que Gumi garantisse que o garoto não corria risco de vida e que o estado dele era estável, ele não dava nenhum sinal de que fosse acordar nem tão cedo. Len, Piko e Rin adquiriram o hábito de irem visitá-lo todos os dias, mas hoje eles não o fizeram.

Alguns dias atrás, os pais de Piko disseram que tinham uma surpresa para ele. O garoto imaginou todo o tipo de coisa, menos aquilo. Supôs que seus pais só estavam esperando as coisas se acalmarem um pouco após o último ataque e as pessoas se recuperam para falarem com ele. O garoto saiu correndo de casa assim que recebeu a notícia e rumou direto para a casa dos Kagamine.

Estava a poucos passos de lá quando viu Rin saindo de casa às pressas, aparentemente indo na direção da casa dele. A garota parou abruptamente ao vê-lo. Pela expressão dela, também já devia ter recebido a notícia.

— Você já soube? — Piko perguntou sem nem cumprimentá-la.
— Então isso é verdade? — a garota estava pasma, talvez até indignada — Casamento? É sério, Piko? O que os seus pais estão pensando?
— Eu também gostaria de saber — ele suspirou — O que a sua mãe disse?
— Ela acabou de me contar as "novidades" — Rin revirou os olhos — Mamãe não parecia muito contente, mas suponho que ela não possa negar, não é? Foi um pedido do clã Shion afinal.
— Sinto muito, Rin… não queria te envolver nos problemas da minha família — Piko lamentou.
— Por que eu? — Rin exclamou, não parecendo ter escutado o garoto — Por que justo eu?
— Porque você é minha amiga de infância e a garota mais próxima de mim. Foi o que meus pais disseram — Piko respondeu, o que de fato era verdade.
— Certo, somos amigos de infância. Mas isso não é motivo para a gente se casar! — ela começou a andar de um lado para o outro.
— Eu sei, também não quero isso. Eu não gosto de você — Piko respondeu — Quero dizer, eu não te odeio, mas não gosto de você desse jeito… Rin, você é como uma irmã para mim. Céus, isso nunca vai dar certo — ele passou a mão pelos cabelos, frustrado.
— É, não vai mesmo — ela concordou — Por que seus pais querem que a gente se case afinal?
— Você sabe que eles nunca me acharam bom o suficiente para ser o herdeiro do clã Shion. Sabe que sou fraco, que não consigo lutar direito e que, não importa o que eu faça ou o quanto eu me esforce, eles nunca ficarão satisfeitos e sempre irão exigir que eu lute como você e o Len, sendo que eu não tenho habilidade nenhuma no campo de batalha…
— Sei… e o que isso tem a ver?
— Bem, você tem uma personalidade forte e é bastante determinada. Acho que é até mais forte do que eu. A facção precisa continuar pertencendo ao clã Shion, mas acho que eles pretendem que você lidere os outros daqui para a frente até…
— Até o que? — Rin perguntou quando o garoto parou de falar, com um mau pressentimento. Piko virou o rosto para o lado e ficou remexendo as mãos uma na outra, sem saber como prosseguir — Até o que, Piko? O que os loucos dos seus pais querem afinal? — ela caminhou até o garoto, que tinha virado de costas para ela, e começou a sacudi-lo pelos ombros.
— Eles querem que a gente reproduza! — ele gritou subitamente, fazendo-a se calar. Rin paralisou por um momento, em choque, e então se afastou vários passos dele. O garoto aproveitou que ela ficou em silêncio e prosseguiu — Eu não sou bom o suficiente, então eles querem outro herdeiro. Por isso pediram para a garota mais próxima de mim, nesse caso você, fazer um casamento arranjado comigo, para gerar outro herdeiro para eles.

Rin abriu a boca e fechou várias vezes, sem saber o que dizer. Depois emitiu um ruído estranho, como se tivesse se engasgado. E por fim gritou:

— Tá maluco?! Eu não vou reproduzir nada com você!
— Eu também não quero reproduzir nada com você! — Piko gritou de volta.
— Isso é bastante óbvio, considerando que você nem consegue olhar para mim — ela observou. Rin respirou fundo várias vezes, tentando se recompor, e então circundou o garoto até ficar de frente para ele de novo — Eu não vou fazer isso, Piko. Não me importa se é uma ordem do clã Shion, simplesmente não posso me casar com você, muito menos… reproduzir… e ter herdeiros… — ela virou o rosto para o lado — Por vários motivos.
— Eu sei — Piko suspirou de novo. É claro que ele entendia isso. O problema era fazer os pais dele entenderem — Não é justo você se casar com alguém de quem não gosta.
— É, não gosto mesmo.
— Também não precisa falar desse jeito — ele soou magoado — Rin, eu te disse antes que você é como uma irmã para mim. O que eu sou para você?
— Além do meu amigo de infância? — ela falou pensativa — Algo como um cunhado, eu acho.
— O qu…?! — Piko se engasgou e teve um ataque de tosse, enquanto a garota o encarava com uma sobrancelha erguida — Mas, Rin… você não tem irmãs.
— Mas tenho o Len.
— Sim, mas… o Len é um garoto — Piko lembrou, perguntando-se aonde ela queria chegar com aquela conversa.
— Acha que eu não sei disso? — ela perguntou como se estivesse ofendida — Aliás, sabe de uma coisa? Se os seus pais querem tanto unir nossas famílias, então deviam fazer você e o Len se casarem, e não eu!
— Hã, Rin… — Piko já não sabia mais o que dizer. Por que ela tinha mencionado Len? Ele não tinha nada a ver com aquele assunto. Mas se ela estava dizendo esse tipo de coisa… será que ela desconfiava sobre os sentimentos que ele nutria por Len? Ou pior ainda, se já tivesse certeza… céus, isso seria o fim, Len era irmão dela! E se Rin contasse para ele… Piko não queria nem pensar no que aconteceria — Isso é completamente impossível. Ambos somos garotos, para início de conversa, e meus pais só inventaram essa história maluca porque querem outro herdeiro. Então pare de dizer besteiras como essa — ele respondeu por fim. Droga, no fim das contas não conseguiu negar. Não conseguiu dizer que não ama Len. Logo ele, que é tão bom em mentir, não conseguiu dizer algo tão simples… porque isso partiria seu coração.
— Sabe o que é besteira? Esse casamento arranjado — Rin fez uma careta, finalmente deixando o assunto sobre Len de lado — Por que temos que fazer isso? Se os seus pais querem outro herdeiro, então por que eles mesmos simplesmente não geram outro filho?
— Ah… é verdade. Eu não tinha pensado nisso — Piko falou mais para si mesmo. Tinha ficado tão chocado com o fato de ser obrigado a se casar com Rin que nem sequer considerou essa hipótese.
— Pois então pense! — ela deu um peteleco na testa do garoto — Se você tivesse um irmãozinho ou irmãzinha, não precisaria mais carregar o fardo de ser o único herdeiro do clã Shion. E também não precisará se casar comigo e me aturar pelo resto da sua vida. Eu fico de muito mau-humor de manhã cedo, sabia?
— Tem razão — ele deixou escapar uma risada — Vou falar com meus pais sobre isso. Talvez ainda haja uma chance de nos livrarmos desse casamento estúpido.
— Então é verdade?

Os dois olharam para o lado e viram Len, que tinha surgido aparentemente do nada. Ele caminhou mais alguns passos na direção dos dois, parecendo tão chocado com aquilo tudo quanto os principais envolvidos.

— Len… então você já soube? — por alguma razão Piko se afastou instintivamente de Rin, como se não quisesse que Len o visse muito próximo dela. O que não fazia o menor sentido, principalmente agora.
— Acabei de saber — ele respondeu — Estava no hospital, visitando o Oliver, quando seus pais apareceram e me contaram a "novidade".

Piko fez uma careta. Conhecia muito bem os pais que tinha, e não queria nem imaginar a forma como eles deviam ter contado aquilo para Len.

— Len, não entenda errado… isso foi ideia do senhor Kaito e da senhora Miku, e não nossa — Rin falou gentilmente, o que era raro vindo dela — Você sabe que não nos gostamos dessa maneira…
— Você não tem que me dar satisfações sobre a sua vida amorosa, irmã — Len a interrompeu bruscamente — Eu tinha uma opinião diferente sobre esse assunto, mas parece que o meu palpite estava errado.
— Que palpite? — a preocupação de Rin de repente pareceu se tornar outra coisa.
— Acho que não importa mais — Len deu de ombros — É que eu notei que, sempre que o Oliver era convocado para uma missão você ia junto. E depois dessa última, o que aconteceu com ele recentemente…
— O que? Alguma mudança no estado dele? — Rin começou a sacudir o irmão pelos ombros — Me responda. Ele acordou?
— Não, ainda não…
— Acho que você já ficou tempo demais no hospital. Agora é a minha vez de ir até lá — Rin o soltou e caminhou a passos firmes em direção ao hospital, deixando os garotos para trás.
— Acho que o seu palpite estava certo — Piko observou.
— É sim. Mas isso não importa mais, não é? Vocês dois vão se casar afinal — ele escalou uma pedra um pouco alta demais e sentou-se nela, de forma que as pernas ficaram balançando no ar. Depois de alguns segundos de hesitação, Piko fez o mesmo e sentou-se ao lado dele.
— Isso nunca vai dar certo — Piko passou a mão pelos cabelos prateados, frustrado — Gosto da Rin, mas não desse jeito. Ela é como uma irmã para mim.
— Então acho que você vai ter que cometer incesto — Len disse como quem fala do tempo e o amigo fez uma careta — Porque os seus pais não vão mudar de ideia só por causa disso.
— Isso não tem graça, Len — Piko reclamou — Não posso me casar com ela. Não é justo com a Rin, nem comigo. Não tem como isso funcionar…

O destino gostava mesmo de pregar peças nele. Seus pais estavam mandando Piko se casar com alguém que era idêntico à pessoa que ele amava. Rin era uma perfeita cópia de Len, exceto que era uma garota. Piko teria que se casar e viver ao lado de uma pessoa parecida com Len, mas que não era ele. Aquilo era exatamente o que poderia ser chamado de ironia cruel.

— Ora, vamos. É tão ruim assim? - Len forçou um sorriso. Parecia estar tentando animá-lo, embora nem ele mesmo parecesse muito contente com a ideia — Qual o problema? Minha irmã não é boa o suficiente para você?
— Não é essa a questão…

Len jamais entenderia o verdadeiro o problema. Ele sempre ajudou Piko em tudo o que pôde, mas não poderia ajudá-lo dessa vez. Piko não podia contar a verdade para ele. Se Len soubesse a verdade, poderia odiá-lo por causa disso.
Não podia contar.
Precisava contar…

— Então qual é o problema? Lembre-se de que minha irmã se parece comigo, e algumas pessoas dizem que eu sou bastante bonito, sabe…
— Len, eu sou gay.

Len parou de falar abruptamente. Ele fixou os olhos azuis em Piko, abriu e fechou a boca algumas vezes, mas nenhum som saiu. Piko aproveitou que o amigo tinha ficado em silêncio e prosseguiu:

— Acho que meus pais finalmente perceberam e por isso inventaram essa história de casamento, antes que eu assumisse isso publicamente. Daí escolheram a garota mais próxima de mim, no caso a Rin, para se casar comigo — ele falou muito rápido, querendo explicar tudo de uma vez antes que perdesse a coragem — É por isso que algumas pessoas dizem que sou delicado. Não é só porque não sou bom em lidar com armas nem no campo de batalha. Parece que algumas pessoas desconfiam e falam isso de mim para tirar sarro. A Rin… ela falou algumas coisas antes, e acho que também percebeu… é por isso que sou uma vergonha como o único herdeiro do clã Shion…! — ele enterrou o rosto nas mãos.
— Ah — Len falou depois de vários segundos em silêncio — Então é por isso que seus pais são tão exigentes com você? Isso é um pouco clichê. Quero dizer, explica a história do casamento, mas, pensando bem, se eles querem que você e minha irmã se casem para… como vocês chamaram mesmo? "Reproduzir"… e gerar outro herdeiro, então por que eles mesmos não têm outro filho? Eles são meio burros. Sem ofensa.
— É só isso? — Piko tirou o rosto das mãos para encarar Len e viu que ele observava o céu acinzentado — Não vai… dizer mais nada?
— Como assim? — Len virou-se para ele.
— Len, o que eu acabei de te dizer… eu nunca tinha contado para ninguém antes…
— Ah, desculpe. Eu deveria me sentir honrado por ser o primeiro a saber?
— Não, seu idiota! — Piko exclamou, e respirou fundo para se acalmar — Eu acabei de falar que sou gay. Você não acha… estranho?
— Era para eu achar estranho? — Len parecia genuinamente surpreso — Então acho que tive a reação errada.

Piko não conseguia acreditar naquilo. Ele realmente não se importava? Não estava com raiva nem nojo dele, e também não estava rindo… aquela reação era muito melhor do que ele poderia desejar. Quem poderia imaginar que Len não se importaria com o fato de ele se interessar por garotos?
Bem… talvez fosse porque ele não sabia por qual garoto Piko estava interessado.

— Certo, você gosta de ficar com garotos — Len continuou falando — E daí? Não é grande coisa.
— Eu não "gosto de ficar com garotos" — Piko soou ofendido.
— Não? — Len pareceu confuso — Pensei que a definição de gay fosse uma pessoa que gosta de ficar com outra pessoa do mesmo sexo que ela.
— Bem, sim, mas… do jeito que você fala, faz parecer que eu fico com o primeiro homem que aparece na minha frente, e não é assim que funciona… — Piko virou o rosto para o lado, desconcertado.
— Ah, foi mal. Não foi de propósito — Len desculpou-se — Então… significa que existe alguém de quem você gosta?

Piko não respondeu. Simplesmente porque não sabia o que responder. O que ele poderia dizer? "Sim, e está bem aqui por sinal, que coincidência, não?". Ele não podia falar uma coisa dessas. Mas, por outro lado, era a chance perfeita para dizer a Len como se sentia… mas por que ele tinha que dizer isso a Len? Tinha jurado guardar segredo sobre esse assunto, não tinha? E não é porque Len tinha aceitado bem o fato de ele ser gay que também reagiria bem se soubesse como Piko se sentia em relação a ele.

— Entendo — Len tomou o silêncio dele como um "sim" e voltou a observar o céu cinzento — A pessoa de quem você gosta tem muita sorte por ser amada por alguém como você, sabia? Você é uma das pessoas mais bondosas e mais corajosas que eu conheço.
— Len…
— Eu sei, eu sei — o garoto o interrompeu — Você vai dizer que não é nada corajoso, que tem medo de lutar, e etc… mas você é corajoso, de verdade, Piko. Precisa ter muita coragem para fazer o que você faz durante as batalhas. Extrair informações de criancinhas e matá-las em seguida… é uma função dolorosa e pouco reconhecida. Mas eu não falo só disso. Você também precisou de coragem para me contar isso hoje. Suponho que eu deva manter isso em segredo, aliás.
— Se você puder não contar para ninguém eu agradeço muito…
— Imaginei — Len falou — Você guardou esse segredo por muito tempo sozinho, não foi?
— Mais do que imagina — Piko respondeu. E ainda estava guardando outro segredo, que ele duvidava muito que um dia contaria para Len.

Não era isso que ele queria dizer, na verdade. A reação de Len ao saber que Piko gostava de "outra pessoa" não pôde evitar de magoá-lo. Sabia que aquilo não fazia sentido. Sabia que jamais poderia contar a Len sobre os sentimentos que nutria por ele, que era Len a pessoa que ele gostava, mas ainda assim… aquela reação tinha acabado com qualquer resquício de esperança que pudesse existir de ser correspondido.
Mas ele não podia dizer nada disso para Len.

— Está vendo? Você é corajoso sim. Só não consegue perceber isso — Len deu um tapinha no ombro dele — É sério, a pessoa que você gosta, seja lá quem for, tem muita sorte. Ah… mas acho que você não. Considerando essa história do casamento…
— Acho que isso não importa — Piko respondeu, encarando os próprios pés, que balançavam no ar — Essa pessoa… eu não sei se ela aceitaria ficar com outro garoto.
— Ah é, tem isso também — Len pareceu ter se esquecido desse detalhe — Então você não sabe se ele é hétero?
— Na verdade eu não faço ideia — Piko admitiu. Pensando bem, ele nunca tinha parado para pensar nisso. Len nunca demonstrou interesse amoroso por ninguém antes, homem ou mulher. Mas isso não significava que Len fosse como ele… não, Piko estava apenas criando falsas esperanças. Não era bom ficar se iludindo assim. Len provavelmente não tinha encontrado nenhuma menina que tivesse chamado sua atenção ainda — Mas ele não parece ter as mesmas preferências que eu.
— Então você ainda não se declarou?
— Não. E provavelmente não vou.
— Por que não? — Len espantou-se.
— Tenho medo da reação dele — Piko encolheu os ombros — Não apenas de tomar um fora, mas também de estragar a amizade que temos agora. Não quero que ele passe a me odiar se souber disso.
— Acho que você devia tentar. Se você gosta dessa pessoa, ela não pode ser tão babaca a ponto de te odiar por algo assim — Len opinou — Mas só depois de se livrar desse seu casamento arranjado com a minha irmã, é claro — ele acrescentou, saltando da pedra onde estavam sentados e voltando para casa.


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Notas finais do capítulo

Olá pessoas!
E... que bomba, hein! Casamento! Com o gêmeo errado! Que sacanagem, hein kkkkkkkkk como será que eles vão sair dessa?
Deixem reviews por favor e façam uma autora feliz! *-*



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