A Guerra Contra Meus Sentimentos escrita por teffy-chan


Capítulo 2
Capítulo 2 - Preparativos




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"Com quem você está ajustando seu modo de viver?
Em seu sorriso disfarçado, uma parte importante está faltando"

 

~~~~~X~~~~~X~~~~~

 

 

— Eles estão se aproximando — Len falou ao escutar uma sonora explosão — Precisamos reunir os outros, depressa…
— Já estamos cuidando disso — Lily o interrompeu — Mandamos pessoas pelas rotas 5 e 8, mas o ataque parece ser mais intenso do que de costume, então vamos precisar do máximo de pessoas possível. Len, onde está sua irmã?
— Hã… — Len e Piko se entreolharam, sem saber o que responder. Se dissessem que a garota tinha ido explorar uma fonte de água recém-descoberta sozinha apenas porque queria lavar o cabelo com algo que não fosse água barrenta, Lily ficaria no mínimo furiosa.
— Onde está a Rin? — a mulher repetiu, dessa vez mais severa.
— Parece que ela ouviu boatos sobre a existência de uma nova fonte de água potável e foi investigar se era verdade — Len respondeu, o que não era exatamente uma mentira de qualquer forma. Não que ele estivesse dizendo totalmente a verdade também. Bem, era uma boa resposta de qualquer maneira, não era?
— Ela foi sozinha? Sem me consultar? Sem nem pedir a ajuda de vocês? — Lily estranhou.
— Ela parecia muito empolgada — Piko respondeu — Mas nós podemos ir na frente, ainda têm outras rotas que não foram usadas, certo?
— Bem, sim, mas… — Lily hesitou, encarando o garoto — Eu acho melhor você voltar para casa, Piko.
— O que?! Por que?
— Bem, você é o único herdeiro do clã Shion, você sabe. E, se eu tomar a iniciativa de te enviar em uma missão e algo acontecer com você… eu realmente não quero ser a responsável por isso…

Ali estava. Favoritismo. Todos o tratavam assim. Piko conhecia a mãe de Len há muitos anos, a mulher sempre foi gentil com ele, mas, quando o assunto envolvia a guerra, Lily acabava agindo como as outras pessoas no fim das contas. Só o via como "O herdeiro do clã Shion".

Piko detestava participar de missões, detestava ter que lutar, mas, depois da conversa que havia tido com Len, tinha conseguido criar um pouco de coragem para lutar, achava que conseguiria participar de uma batalha mais ativamente dessa vez. Era raro ele tomar uma iniciativa dessas para partir em uma missão. E, quando o fazia, o proibiam de ir. Parecia uma piada cruel do destino.

— Agradeço a preocupação, mas eu sei me cuidar sozinho — Piko respondeu, cerrando os punhos.
— É claro, tenho certeza de que sabe — Lily respondeu, embora o seu tom de voz dissesse o contrário — Mas você precisa entender que é o único herdeiro dos nossos líderes. Eu não posso me responsabilizar se algo te acontecer…
— Tudo bem, já entendi. Vou voltar para casa então — Piko expirou com força, dando meia-volta. Pôde ouvir a mulher suspirando aliviada atrás dele, o que só o deixou mais irritado.
— Espera, Piko — Len o segurou pelo pulso — Eu vou com você.
— O que? — Piko o encarou surpreso.
— Eu prometi que ficaria ao seu lado, lembra? — Len respondeu baixinho — Se você vai voltar para sua casa, então eu vou com você.
— Len, espere — Lily chamou — Já falei que precisamos do máximo de pessoas disponíveis para lutar.
— Os pais do Piko devem estar organizando outros grupos por lá também, mãe. Eles são os líderes da facção, lembra? - Len respondeu - Só vou partir de um ponto diferente.
— Muito bem então — Lily concordou — Já que é assim, então vá junto com o Piko e faça o possível para protegê-lo. Eu vou procurar a Rin enquanto isso.
— Tudo bem.
— Ah, e Len! — Lily chamou antes que ele se afastasse — Tome cuidado — ela pediu e o garoto acenou com a cabeça, dando meia-volta e correndo na direção oposta, com Piko em seu encalço.

Não levou muito tempo para chegarem até a casa do clã Shion. O lugar também não era o que se podia ser chamado de "casa", pois as paredes possuíam alguns furos de balas perdidas e uma janela tinha uma pequena rachadura no vidro, mas, de todas elas, era a maior e a que estava em melhores condições. Kaito e Miku, que estavam do lado de fora e organizavam as pessoas em grupos, instruindo-as sobre como deveriam contra-atacar, viraram-se na direção dos garotos quando os dois se aproximaram. Kaito manteve sua expressão severa, mas Miku deixou escapar um pequeno suspiro de alívio ao ver que o filho estava bem.

— Piko — Miku chamou, se aproximando dele enquanto Kaito continuava instruindo os demais — Você demorou. Não deveria sair por aí sozinho enquanto estamos no meio de um ataque — ela retomou seu tom rígido outra vez.
— Desculpe, mãe. Eu não fui longe, a casa dos Kagamine é aqui perto, você sabe — Piko baixou a cabeça — E nós não estávamos sendo atacados quando eu saí.
— Não importa — ela ignorou a resposta do garoto, embora seu argumento fosse válido — Nós estamos sendo atacados agora, então precisamos de toda ajuda possível. E isso inclui você.
— Eu? — Piko repetiu — Mas eu sou enviado apenas em equipes de espionagem ou quando precisamos recolher informações do inimigo…
— Sua mãe acabou de dizer que precisamos de toda ajuda possível, não ouviu? — Piko ergueu a cabeça e viu seu pai se aproximando, os braços cruzados de forma severa — Você já tem quatorze anos, Piko, precisa começar a encarar a verdadeira guerra e não se ater a simples missões de espionagem.
— Mas…
— Eu posso ir com ele? — Len perguntou subitamente.
— Len? — Miku voltou-se para o garoto, surpresa — Tem certeza?
— Precisam de toda ajuda possível, certo? — o garoto lembrou — Minha mãe iria me enviar na missão de qualquer jeito, eu apenas pedi para ela me deixar vir até aqui com o Piko. Então, já que estão enviando as pessoas em grupos, me deixe ir com ele. Por favor.
— Tudo bem. Não vejo motivo para me opor — Kaito respondeu — E você já tem alguma experiência em batalhas, talvez o Piko possa aprender alguma coisa com você.
— Muito bem então, garotos. Estamos enviando as pessoas em duplas, então isso é perfeito, na verdade. Ainda precisamos de alguém para cobrir a rota 3 — Miku falou — Segundo um de nossos informantes, quem está guardando o local é a Kasane Teto.
— Uma garota? — Piko perguntou — Ei, você já lutou com garotas antes, Len?
— Na verdade não…
— Vocês dois, não baixem a guarda apenas porque se trata de uma garota! — Kaito exclamou — Não importa se é homem ou mulher, guerra é guerra. E você já atacou crianças antes, se lembra, Piko? Não tem muita moral para falar sobre isso.

Piko baixou a cabeça de novo, se remexendo incomodado ao se lembrar daquilo. Era verdade, ele já tinha enganado várias crianças antes, atacado-as sem que elas nem mesmo percebessem. Mas atacar uma garota diretamente… será que ele conseguiria?

— A Kasane Teto tem uma ótima mira, então tomem cuidado. Lembrem-se, vocês não precisam matá-la. Apenas deixá-la ferida ou inconsciente já será o suficiente — Miku falava enquanto o garoto voltava à realidade. Eles ouviram o barulho de tiros, cada vez mais perto. Nesse ritmo, chegariam ao esconderijo deles — Droga, eles estão se aproximando… vocês precisam ir, depressa.
— Nós iremos pela rota 1 — Kaito informou — E lembre-se, Piko: Se nós não voltarmos, você será o novo líder da facção Shion, então volte vivo, não importa como.

Antes que o garoto pudesse falar alguma coisa, os dois deram meia-volta e partiram tão depressa que Piko não teve tempo nem mesmo de dizer "boa sorte". Ou de se despedir.

"Se nós não voltarmos, você será o novo líder da facção Shion"

As palavras de seu pai ecoavam em sua cabeça. Ele corria o risco de perder seus pais, mas, para Kaito, Miku, e todos os outros membros da facção, o fato de ele ser o único herdeiro do clã Shion era mais importante do que a possibilidade de ele se tornar órfão. Ele tinha que voltar vivo, era sua obrigação. Porque ela o único herdeiro que Kaito e Miku possuíam.
Que ótimo. Pressão zero.

— Vamos, Piko. Precisamos nos apressar — a voz de Len o despertou de seus pensamentos depressivos. Viu que o amigo pegava as armas que restavam dentro da casa de seus pais, e lhe entregou algumas. Um fuzil Colt M4A1 e um revólver calibre 36 (que o garoto quase deixou cair. Era terrivelmente desajeitado com essas coisas) enquanto trazia uma metralhadora Thompson e duas pistolas, uma Taurus e outra Colt, para ele mesmo usar.
— Espere. Faltou uma coisa — ele voltou para dentro de casa e pegou uma pequena cesta com doces feitos por sua mãe, trancando a porta em seguida — E é melhor trocarmos — ele tomou a pistola Colt da mão de Len e lhe entregou o fuzil — Não sou bom com armas de cano longo.
— Tudo bem, mas… sério que você vai levar doces? — Len ergueu uma sobrancelha.
— Você sabe o motivo… — Piko resmungou.
— Você é quem sabe. Mas, se a Kasane Teto rir da sua cara, dizendo que você levou doces como oferenda de paz ou coisa parecida, não conte comigo para te dar apoio moral — Len riu, dando meia-volta.
— Len! — Piko exclamou.

Pronto, aí estava. Ele iria começar a fazer mais uma vez um discurso sobre como levar os doces era importante, embora odiasse aquela tarefa, por ser humilhante e eficaz ao mesmo tempo. Suspirou, preparando-se para escutar aquilo pela enésima vez, mas se enganou:

— Obrigado — Piko agradeceu subitamente. Len virou-se novamente para encará-lo e viu que o amigo parecia acanhado por algum motivo, o que era estranho. O normal seria se ofender ou se irritar com o que ele havia dito — Por vir junto comigo na missão. Quero dizer, você poderia formar dupla com alguma outra pessoa mais experiente, mas decidiu vir comigo…
— Ei — Len chamou — Eu disse que te apoiaria, lembra? Prometi que ficaria ao seu lado e te ajudaria sempre. E não costumo quebrar promessas.
— Sim… você tem razão — ele respondeu. É verdade, Len era a pessoa em quem ele mais podia confiar. Se conheciam há anos, e até hoje ele nunca tinha quebrado uma promessa — Farei o possível para não ser um peso para você.
— Você não vai ser, eu sei disso — Len garantiu — Você pode não ser bom em lidar com armas de fogo, mas essa não é a única coisa que importa em uma guerra. Você tem vários outros talentos, então confie mais em si mesmo — ele deu um tapinha no ombro do garoto — Porque eu confio. Confiaria minha vida a você, então pare de duvidar de si mesmo — ele deu meia-volta outra vez — Agora vamos. Estamos perdendo tempo aqui — Len começou a caminhar pela rota indicada, sendo seguido pelo amigo, que mal podia acreditar nas palavras dele. Como Len podia confiar tanto em alguém como ele? Len era otimista demais… mas ele não queria decepcioná-lo. Então precisaria dar o melhor de si para fazer jus às expectativas do amigo.

Ainda que o seu melhor nunca parecesse ser o suficiente.
Mesmo que Len fosse apenas seu "amigo"… e sempre seria.


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Notas finais do capítulo

Heey~ pessoas, finalmente o segundo capítulo!
Pois é, a história mal começou e eles já vão pra guerra... será que eles vão conseguir lutar contra uma garota ou vão acabar pegando leve e quebrar a cara? :v
E como eu prometi, aqui estão mais imagens, dessa vez dos pais do Piko:

Kaito:
http://s1151.photobucket.com/user/teffy-chan88/media/9d1b0bb0ed50bcd2be20733a8dbb41df_zpspw34kyhp.jpg.html

Miku:
http://s1151.photobucket.com/user/teffy-chan88/media/hatsune_miku__love_is_war__by_dhymz91-d5v8dwn_zpsuhvnbgs1.jpg.html

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Kissus^^



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