Iwaizumi nunca odiou a cidade marítima da qual nasceu e viveu boa parte da sua vida. Mesmo que ela fosse pequena e todo mundo conhecesse todo mundo, ele adorava o mar, o cheiro da maresia ou a areia quentinha de fim de tarde quando visitava a praia.

Mas havia muito mais do que ele adorava além dos benefícios de se morar no litoral, este que levava o nome de Oikawa Tooru.

Ele amava. Amava os cabelos castanhos, a excitação do mesmo por coisas toscas, a fragilidade do garoto que vivia com os joelhos esfolados ou tropeçando, amava sua fobia por insetos, ainda que ele o ajudasse a caçar alguns besouros algumas vezes. Amava como à medida que foram crescendo, Oikawafora sendo capaz, cada vez mais, de dominar seus pensamentos e tomar a respiração e as palavras de sua boca. Ele amava. Amava-o por completo. Mesmo que perdesse as estribeiras e a paciência, com essa mesma pessoa que amava, vez ou outra.

Iwaizumi estava perdido por Tooru, se perdia por Tooru. Estava perdidamente apaixonado por Tooru.

No entanto, mesmo com todo esse amor, nem mesmo Iwaizumi poderia prever Oikawa indo embora, ou sequer prever as lágrimas rolando por sua bochecha, muito além da tristeza pela despedida de ver o amigo se afastar de si.

Hajime conseguia senti-lo escapulir de seus braços, escorregar por seus dedos em uma sensação tortuosa de puro desespero e tudo que tinha ao alcance era ouvir as ondas batendo no casco, marcando em sua memória o som de sua ida.

Pobre, Iwaizumi. Tudo que mais desejava era que Oikawa se perdesse por si como se perdia por ele, que se ancorasse em si e degustasse de todo o amor que tinha para oferecer, mas Tooru tinha sua âncora reservada para outras paradas, em outros mares, em outro alguém.

E não havia nada que pudesse fazer, se não o observar indo em busca de uma pessoa a quem jurava de pés juntos e dedo mindinho que um dia teria sido ele.