“What are you afraid of?

And what are you made of?

Flesh and bone

And I'm running out of time”

Flesh and bone – The Killers

Ele se afastou de todos quando haviam aportado no que havia se transformado seu QG temporário. Sequer tinham um nome ainda; eram apenas um bando de pessoas reunidas com habilidades especiais. Mas não ele.

Barry Allen era rápido. Mas não apenas em sua aceleração, mas na recuperação de seu corpo. Diana nunca havia visto algo assim em um terráqueo antes. Quem dera Steve tivesse esse superpoder! Talvez ele tivesse resistido...

Arthur era o comandante dos oceanos. Era poderoso, vil, sagaz. Ele poderia parar um exército inteiro com uma tsunami. Sua desenvoltura e tenacidade garantiriam que seguisse em frente sempre.

Victor era mais máquina do que homem. Mas Diana reconhecia que por trás de toda aquela faceta, ele tinha um coração de menino. Ainda assim, o poder que carregava nas mãos, poderia destruir o mundo tão facilmente quanto o homem que haviam trazido dos mortos. Que Hera lhe perdoasse por isso. Trazer um homem de volta dos mortos! Mesmo que fosse Superman... mesmo que não fosse humano.

E Clark, bem, ele era o Superman. O que mais poderia ser dito do único homem que poderia medir forças com ela?

Diana era a princesa amazona, a futura líder de seu povo se um dia sua mãe viesse a faltar e ela precisasse reinar. O seu poder vinha do sangue dos deuses—o sangue de seu pai—, herdado pelo desejo de sua mãe em ter uma criança.

Mas Bruce Wayne, o que ele tinha além de dinheiro e brinquedos interessantes?

Ele era um homem, feito de carne e osso, sem a avantajada recuperação de Barry ou os músculos de aço de Victor. Era apenas um homem, muito bem treinado, mas que tinha as limitações de um ser humano, ainda que ele estivesse muito acima da média, segundo os padrões.

E, agora, mais do que nunca, Diana reparava nisso enquanto Bruce despia a armadura, a expressão cansada evidenciando as dores que se espalhavam por seu corpo.

Carne e osso. Você é feito de carne e osso.

A princesa amazona aproximou-se com um suspiro nasalado e posicionou-se atrás dele.

− Deixa que eu faço isso.

Não foi um pedido. Conversou com ele na vã tentativa de distraí-lo da dor que viria a seguir. O gemido de dor foi inevitável para Bruce, mas seu ombro deslocado estava no lugar. Na mente de Diana, a imagem dos hematomas espalhados no corpo de Bruce pontilhavam seus pensamentos. Um único soco do Superman havia feito isso. O que aconteceria quando ele encontrasse um inimigo tão poderoso quanto Clark que não tivesse misericórdia alguma? O que Bruce faria quando ficasse mais velho ou quando sua sorte acabasse?

Ela não conseguia simplesmente vê-lo desistindo da máscara. Ou de tudo o que havia construído até então.

− Você poderia ter morrido ali, sabia? – Uma vã tentativa de colocar juízo na cabeça de um homem.

− Estava disposto a realizar essa troca. – Encheu os copos com whisky e estendeu um para a heroína.

Diana entreabriu os lábios, como que para dizer algo. A vida não era como alquimia. Não existia esse negócio de troca equivalente. A ressurreição do Superman era a prova mais concreta que tinham disso.

− Não faça isso outra vez. – ela disse, acotovelando-o de leve entre as costelas. Bruce grunhiu de dor.

− Colocar a minha vida em risco para trazer um de vocês de volta? – Soltou um riso nasalado.

− Bruce Wayne, bilionário e piadista. Você está se superando. – Diana encolheu os ombros. – Apenas... evite, okay? Você não está mais sozinho, homem de carne e osso.

Bruce sorriu de canto, enchendo os copos deles novamente.

− Um brinde a isso então, princesa.

Os dois bateram os copos de leve e beberam. Diana o protegeria. Pois embora fosse de carne e osso, Bruce tinha uma vontade de ferro para seguir atrás das coisas que desejava.