Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 71
ZIA - Alguns deuses não devem ser subestimados


Notas iniciais do capítulo

olá!!
viram as notícias de q vai ter série de PJO no Disney + ? XD
tô empolgada e preocupada ao mesmo tempo. vamos ver o q sai né? torcendo pelo melhor.
aproveitem o capítulo novo. talvez... só talvez... saia mais bem rapidinho. n sei. as vezes acho q tô postando muito rápido e prefiro dar um tempo pra vcs respirarem e fazerem outras coisas da vida.



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ZIA

O problema de se andar invisível perto demais de outra pessoa que também está invisível é que… bem… ambos estão invisíveis. Foi bem difícil me aproximar da pirâmide de de Kukulcán enquanto me preocupava com a possibilidade de sem querer esbarrar em Carter e Magnus. Desviar dos monstros era também uma preocupação. Uma vez ou outra me pareceu que algum monstro suspeitava que alguém estava andando escondido no meio da multidão, quer ele estivesse suspeitando de mim ou de Carter com Magnus.

Como se para sanar minhas dúvidas de onde Carter e Magnus estavam, depois de desviar de vários monstros e começar a chegar perto das escadas, vi como a base das escadas, que tinha formato de cobras, criou vida. As duas cobras, uma de cada lado, criaram vida, se desprenderam dos degraus e focaram seus olhares num ponto um pouco à minha diagonal para frente e para a direita. Carter e Magnus, presumi. 

Não demorou muito para o barulho e a movimentação feita pelas cobras atraírem a atenção não só dos monstros ao redor, como também dos monstros que estavam junto com Kukulkán… e do próprio Kukulcán que saía do pequeno cômodo de pedra que adornava o topo da pirâmide. Com os espectadores prestando bastante atenção no que as cobras iriam fazer, elas atacaram e foi nessa hora que parte do plano já começou à ir por água abaixo. Uma boa parte de Carter e Magnus apareceu finalmente quando eles tiveram que usar cada um sua espada para parar o ataque das duas cobras.

A espada deles fez um barulho meio irritante de metal contra pedra quando impediu que as cobras de pedra os mordesse. Eu não tinha planos de deixar o plano ir por água abaixo. Eu não podia ver no meio daquela confusão, mas queria acreditar que Alex tinha prosseguido com sua parte do plano. 

Eu tinha que improvisar para tentar voltar os planos para os trilhos. Assim, eu acelerei meus passos para diminuir a distância entre nós tentando ainda não sair debaixo de meu manto. No caminho, preparei minha varinha o mais rápido e ao mesmo tempo o mais discretamente que consegui e invoquei o feitiço que queria quando fiquei perto o suficiente dos dois.

Com um pouco de magia, consegui criar, mesmo que apressadamente, uma parede de fogo que impedia os monstros no pé da pirâmide de se aproximarem. Queria ficar ali mas, tinha que torcer para acreditar que Carter conseguiria enrolar ao menos um pouco a situação. Como as duas cobras estavam focadas neles, ameacei seguir em frente pelos degraus torcendo para ninguém ter notado que aquilo era um trio, não uma dupla. 

— Quê que isso?! - exclamou Magnus levando um susto com o fogo provavelmente e quase estragando o segredo que era minha presença.

— Fui eu. - mentiu Carter respondendo ao susto dele e, com certo esforço, movimentando a espada repentinamente para o lado tentando se livrar da posição em que havia travado com a lâmina na boca da cobra.

A cobra que se focava em Carter ameaçava atacar novamente, só que ele conseguiu pegar sua varinha e soltar um Ha-di nela. O olho esquerdo da cobra e parte de seu rosto explodiu em vários pedacinhos enquanto eu continuava a subir silenciosamente.

— Parece que temos visitas… - disse Kukulcán - Isso… foi inglês, certo? Por acaso são os garotos que ouvi falar que estão atrapalhando os planos em Nevada?

— ISSO AÊ! E A ESPADA TAMBÉM - esbravejou Jacques.

— Jacques… Não acho que seja a gente de quem ele fala… nunca fomos em Nevada… - sussurrou Magnus.

— Ah… - murmurou Jacques meio desapontado - Então não, foi mal. É engano.

— Só queremos tirar nossos amigos daqui. - disse Carter tentando ser um diplomata. 

Como tinha algo mais a fazer, parei de prestar tanta atenção no que acontecia ali. Ouvi o choque de pedra e metal mais algumas vezes e minha cabeça começava a imaginar o que estaria acontecendo entre Carter, Magnus e as cobras. Mas, ao mesmo tempo, meu coração palpitava cada vez mais forte enquanto me aproximava do topo, exatamente onde Kukulcán estava.

Também ouvia os monstros lá embaixo ficando mais agitados gritando coisas num idioma que eu não entendia uma palavra, e isso era preocupante. Aparentemente respondendo à esses gritos de raiva e talvez motivação, Kukulcán levantou as duas mãos de forma apaziguadora tentando tranquilizar a multidão de monstros sedentos de sangue.

— Calma. Calma. Vamos dar aos nossos convidados espaço, sim? - disse ele usando palavras que pareciam bem tranquilas e diplomáticas, mas no seu rosto eu não via nada disso - Todos fiquem quietos e não interfiram.

Eu parei no meio das escadas quando tudo ficou silencioso. Ousei olhar para trás e notei que as cobras também haviam parado de atacar Carter e Magnus apesar de uma delas já estar quase sem cabeça e a outra ter perdido dois ou três dentes. Ainda faltavam muitos degraus para que eu chegasse até o topo da pirâmide, mas a presença de Kukulcán já era sufocante. Ele parecia ser dois metros fácil, a pele era verde-escura e tinha olhos de cobra. Quando falava, deu para ver duas presas ameaçadoras que poderiam ser facilmente confundidas com presas de vampiro, mas eram mais finas e longas, como as de uma cobra.

Enquanto eu subia e notava que a quantidade de cobras rastejando no chão aumentavam quanto mais perto eu chegava dele, ele continuava a falar com Carter e Magnus.

— Então, os três que encontrei na praia são seus amigos então? - perguntou ele. 

— Sim… - disse Carter - Só queremos levar eles para um lugar seguro e aí iremos embora.

— Uhum… - resmungou Kukulcán olhando para as unhas despreocupadamente - E… eu deveria devolver eles para vocês por qual motivo? Me parecem um jantar interessante depois de todo o trabalho que eu tive para limpar essa área e El Dorado da maioria dos semideuses… Sei que alguns escaparam, mas por enquanto foi o suficiente para o que eu precisava.

Eu engoli em seco com nojo e repúdio com a possibilidade dos três virarem jantar de cobra. Isso me deixou mais determinada a tirar eles dali. Bem, isso, e o fato de que vi um passarinho azul entrando no cômodo de pedra no topo da pirâmide. Alex, pensei, torci.

— Sabe… - continuava Kukulcán - Eles parecem bem apetitosos. O grandão principalmente. Ouvi dizer que lutou bravamente para defender os menores, até matou três monstros sozinho.  Eu valorizo isso. Um bom e sanguinário guerreiro.

— Se valoriza ele, podia só deixar ele ir embora, não? - tentou Magnus - Parece uma valorização melhor do que só virar jantar.

— Talvez do seu ponto de vista… - dizia Kukulcan dando de ombros enquanto eu, com o coração na mão, chegava nos últimos degraus da pirâmide - Mas vocês também estão tentando algo escondido de mim.

Foi tudo muito rápido. Ele repentinamente estendeu a mão em minha direção e eu senti uma força invisível me empurrando para trás. Teria rolado escada abaixo se a direção não tivesse sido torta. Assim, eu rolei alguns degraus e dolorosamente caí da escada direto para um dos enormes degraus mais altos do que eu que demarcavam cada nível da pirâmide. O manto de linho negro que me escondia caiu inútil no meio do caminho e senti meu braço ralar, minha cabeça bater e minha mão desesperada e inutilmente tentar parar a queda. A dor era desconcertante. 

Largada no chão de pedra, senti que talvez tivesse dado um jeito no pulso. Me dei alguns segundos para me contorcer de dor enquanto ouvia o grito de desespero e preocupação de Carter chamando o meu nome.

— Acharam que eu não iria perc - - dizia Kukulcán que repentinamente parou de falar quando um dos monstros que estavam no topo falou alguma coisa fora de meu entendimento.

Em meio à minha dor, abri um pouco os olhos e vi um pássaro ridiculamente enorme voando para longe carregando com as patas um dos semi-deuses maias. Não sabia que espécie de pássaro era aquela, então não posso dar muitos detalhes e também não estava bem o suficiente para pensar tão longe assim. Mas consegui me preocupar o suficiente em se iriam chegar longe o suficiente, pois o pássaro, Alex, parecia achar sua carga um pouco pesada demais.

Aconteceu alguns segundos de silêncio em que todos, inclusive nós, olhávamos para Kukulcán que não parecia nem um pouco feliz. Eu arrisquei tentar ao menos me sentar. Minhas pernas doíam um pouco mas o pior parecia mesmo ser minha cabeça e meus braços, principalmente o braço que tentou impedir a queda. 

Kukulcán se virou para um dos monstros que estavam mais atrás dele. A estrutura da pirâmide não deixava eu ver a cena completamente, mas podia ver que o monstro ficou com tanto medo que mal se mexia um milímetro sequer. Posso não saber o idioma maia, mas deduzi que as palavras que Kukulcán disse em seguida envolviam algo sobre a incompetência do monstro de ficar de olho para que o jantar de seu líder não fugisse como tinha acabado de fazer. O monstro se encolhia aparentemente arrependido e resmungava o que eu achava serem pedidos de desculpa. 

Ninguém se mexia, ninguém mal respirava. Todos pareciam ter medo de Kukulcán e, com esse sentimento partilhado por todos os monstros aparentemente sem exceção, foi natural ficar tão travada quanto os outros monstros e acho que Carter e Magnus sentiram o mesmo. 

Eu não podia ver muito além dos rostos do monstro e de Kukulcán, então consegui ver a cara de surpresa e dor que surgiu no monstro junto com um barulho nojento e estranho causado por um ataque sutil e rápido da mão direita de Kukulcán na altura do peito do monstro. Quando Kukulcán afastou o braço dele de novo, o monstro caiu no chão vítima de um ataque que não pude ver e, quando o deus cobra se virou para a gente de novo, seu braço estava sujo de uma substância lilás gosmenta que eu não queria pensar muito sobre o que que era.

— Desculpe a breve interrupção… - disse Kukulcán numa simplicidade que nem parecia que tinha acabado de atacar um dos seus - Ensinar esses seres inferiores o que é obediência e dedicação às vezes não é fácil. Ficam se distraindo por qualquer coisinha. E falhas não são aceitas. Mas, devo-lhes os parabéns, conseguiram salvar um de seus amigos. Vamos resolver isso, sim? Nós e vocês. E quando digo nós, não incluo nenhum dos que não estão em minha pirâmide comigo! 

A frase final ele disse mais alto para que todos os monstros no chão pudessem ouvir. Ela foi acompanhada de um sorriso que poderia ser descrito como no mínimo meio arrepiante. 

—Meu objetivo aqui foi cumprido. Seus amigos são meros bônus. - explicou Kukulcan - Conseguiram tirar um deles de mim.

— E vamos salvar os outros dois. - afirmei com mais confiança do que realmente sentia.

— Veremos. - disse Kukulcán dando de ombros.

Notando que ele foi andando em minha direção, apesar da dor, eu me preparei para o que estava por vir segurando firmemente a minha varinha enquanto forçava minhas pernas à me deixarem de pé. Encarei Kukulcán como se tentasse passar silenciosamente a pergunta de “quer mesmo encarar?”, quando lá no fundo era eu que estava apreensiva enquanto pensava em qual magia seria mais efetiva naquele momento.

Apesar de minha preparação para o que veria, eu não previ que Carter saíria de seu cantinho para tentar me defender. Foi tão repentino que acho que nem as cobras de pedra que deveriam ficar de olho nele e em Magnus esperavam por essa e, exatamente por isso, ele conseguiu correr escada acima até onde eu e Kukulcan estávamos. 

— Ei! - exclamou Magnus surpreso.

Carter lançou um ha-di contra a mão de Kukulcan que, embora não tenha sido o suficiente para fazer um estrago muito grande, vi que deixou uns buracos pelas escamas de cobra que adornavam sua mão. E, talvez mais importante do que isso, ganhou alguns segundos preciosos para mim. 

— A’MAX! - esbravejei direcionando minha varinha para o deus que começou a arder com as chamas que saíram de minha varinha.

Pegando a deixa, Carter foi criativo ao se juntar na briga contra Kukulcan comigo no segundo seguinte ao meu feitiço ao lançar outro.

— HA-WI! - exclamou ele dando um soco no ar enquanto o feitiço criava um punho gigante dourado-avermelhado que acertou o deus em cheio.

A confusão já estava uma loucura à esse ponto. E piorou quando o golpe de Carter fez Kukulcán dar alguns passos para o lado e quase tropeçar nos degraus antigos desgastados pelo tempo. No meio disso tudo, eu ainda ouvia o tilintar de metal e pedra numa luta provavelmente entre Magnus e as duas cobras de pedra.

Meu ataque e o de Carter, pra piorar, não pareceram ter afetado tanto assim o deus. Ele havia perdido sim algumas das escamas, mas também parecia mais irritado. Enquanto ainda pegava fogo nas penas que faziam parte de sua roupa, ele direcionou o braço até Carter e, no meio do caminho, esse braço se transformou numa cobra que, apesar das tentativas de Carter de se defender, o abocanhou no pescoço.

— Não sei que tipo de magia é essa que usam… - disse Kukulcán - Mas não vão me derrotar tão fácil quanto pensam.

Eu já preparava uma magia para salvar a Carter, cujo sangue do pescoço começava à escorrer lentamente, quando Kukulcan apontou para mim com sua mão e uma força invisível me empurrou para trás mais uma vez. Eu caí no chão menos dolorosamente que da outra vez, pois ainda estava nos enormes desníveis da pirâmide, não na escada. Contudo, assim que caí no chão, uma cobra enorme surgiu do nada e numa velocidade irreal para uma cobra, me enrolou me impedindo de me mexer.

— Seria interessante simplesmente ter uma luta contra vocês e os matar… - disse Kukulcan - Mas acho que estou mais interessado à juntá-los ao meu banquete. Afinal, me fizeram perder um dos aperitivos.

Foi nesse momento também que um passarinho se aproximou e se transformou em Alex.  Alex pareceu achar que os salvamentos podiam esperar um pouco, eu e Carter parecíamos precisar de mais ajuda. Assim, pouco depois de surgir, ela foi logo atacando Kukulcán com seu garrote. O fio se enroscou no pescoço do deus pronto para o decapitar, mas ele colocou a mão esquerda no meio do caminho enquanto a direita, transformada numa cobra, segurava Carter pelo pescoço.

Acho que nesse ponto ele julgou que tinha outras prioridades acima de Carter pois o soltou da pegada da mordida de cobra mas logo o envolveu pela cintura com o corpo esguio da cobra que era seu braço enquanto os joelhos de Carter tentavam segurar seu peso sozinhos. 

—S-Solta… ele! - exclamei tentando me soltar da pegada da cobra ou ao menos soltar minha varinha para fazer algo de útil. 

Ele me escutou do jeito que eu não queria. Meu coração se apertou quando Carter, que já estava com uma expressão preocupante, foi solto de qualquer jeito no nível seguinte inferior da pirâmide. 


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Notas finais do capítulo

por hoje é só.
querem um tempinho pra respirar? querem o próximo o mais rápido possível? acham q os planos da galera vão dar certo? contem-me mais XD



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