Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 43
ALEX - Corrida de golfinhos


Notas iniciais do capítulo

Hello!! Olha quem voltou de viagem XD
não, eu não escrevi o capítulo super mega rápido. Eu apenas já deixei ele escrito antes de viajar para poder postar quando voltasse. eu literalmente cheguei hoje em casa :)
bem, divirtam-se XD

**** notas importantes para esse capítulo: ****

ps: Ripdtide é o nome da contracorrente em inglês
ps2: the Ridtide Cocktails é um bar de verdade que achei por acaso enquanto procurava um lugar para eles comerem na costa de São Francisco. Realmente tem uma pizzaria do lado.



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ALEX

Aquela grande e famosa ponte vermelha que era o cartão postal de São Francisco fazia eu ficar com vontade de simplesmente tirar férias. Sério… nessas missões malucas vamos para lugares completamente diferentes mas mal tínhamos tempo para aproveitar eles porque estávamos preocupados tentando não morrer (O que costuma ser uma prioridade bem válida).

Com fome e com frio, paramos o bananão na praia que parecia ter visto dias melhores. A escada de pedra que levava para a pista estava meio quebrada e com alguns ferros enferrujados retorcidos, mas a vista que se tinha para o Oceano Pacífico era simplesmente espetacular.

— Então… - eu dizia enquanto conversava com Frank - Você tinha dito que era filho de quem mesmo? Já tá ficando difícil decorar todo mundo.

— Ares - respondeu ele enquanto, depois de todos terem saído do Bananão, Magnus diminuía o barco de tamanho e guardava no bolso - Você era de Loki né?

— É. É. - eu disse botando as mãos no bolso - O que raios Ares tem pra você conseguir se transformar também? Só de ouvir falar em ‘Ares’ eu, por algum motivo, só lembro do Kratos.

— Quem? - perguntou Hazel completamente perdida na referência.

— É um personagem de um jogo chamado God Of War. - explicou Mestiço enquanto subíamos o pequeno barranco de areia em direção ao par de ruas que beirava a orla de São Francisco.

— Não sei se deveria ficar surpresa por você conhecer o Kratos. - eu disse levemente surpresa.

— Pff - disse Mestiço dando de ombros - A papelada para botar um tal de Playstation no salão está rodando à anos. Mas, dizem as fofocas pelo menos, que esse ano deve finalmente dar certo, parece que vai ter um God of War bem Viking.

— E com certeza aquele bando de Viking grosso de Valhalla deve ter ficado bem animado - disse Mallory.

— Felizmente não pode sair matando ninguém no salão - disse Magnus - porque eu realmente fiquei interessado.

— Mas… voltando a sua pergunta… - disse Frank - Não vem do meu pai, é uma coisa que é passada na minha família.

— As festas de família deviam ser bem animadas. - disse Magnus - Já pensou? Alguém chega gritando “CORRIDA DE GOLFINHO DA PISCINA!!”

— Gostei da ideia de corrida de golfinho! - disse Tyson.

— Também não era bem assim. - disse Frank dando uma leve risada.

— Vamos procurar um lugar para ficar… - disse Annabeth.

— E comer. - completou Percy.

— E comer… - concordou Annabeth - Podemos conversar direito então e repassar tudo que aconteceu.

— De preferência que seja um lugar onde eu possa conversar com a Mademoiselle Contra-corrente sem vocês ficarem atrapalhando - pediu Jacques.

Seguindo o pedido, entramos em uma das ruas e começamos a olhar ao redor procurando alguma coisa para comer. Por incrível que pareça, não tinha nenhum Burger King, nem Mcdonald's, nem Starbucks à vista. Na verdade, acho que estávamos em uma área bem afastada do centro de São Francisco, pois a sensação que dava era de que estávamos em uma cidadezinha do interior.

Enquanto procurávamos por algo, notei o detalhe fofo de que Percy e Annabeth estavam de mãos dadas. Acho que não escondi direito o sorrisinho que deve ter aberto em meu rosto ao notar isso, pois logo senti o olhar de Magnus em cima de mim. Era como se ele perguntasse silenciosamente “E ae? Mãos dadas ou nem?”.

Mesmo se uma parte de mim achasse a ideia até interessante, eu revirei os olhos antes de segurar a mão de Magnus.

— Só porquê você tá me olhando com cara de cachorrinho sem dono. - reclamei.

— Estou é? - perguntou Magnus surpreso.

— Está! Está sim. - eu disse enquanto desviava o olhar.

Voltando a olhar ao redor fugindo do olhar de Magnus tentando ignorar a possibilidade, remota, de minhas maçãs estarem vermelhas, notei que Frank e Hazel estavam verdadeiramente vermelhos. Tipo, muito vermelhos. Acho que o fato de Percy e Annabeth estarem de mãos dadas acabou afetando eles também, mas eles já pareciam tímidos demais para fazer o mesmo. Na verdade, era como se estivessem esperando silenciosamente para descobrir quem seria que faria o primeiro movimento.

De toda forma, fui tirada de meus devaneios quando ouvi a voz de Jacques.

— Hey! Olha aquele bar! É perfeito para um encontro com a Contra-corrente! - exclamou Jacques.

— Qual? - perguntou Magnus.

— Aquele!! - Insistiu Jacques.

— Jacques, você não tem mãos! - reclamou Mallory - Só gritar ‘aquele’ não vai ajudar muito.

— Ah… acho que ele está falando daquele ali - disse Reyna apontando para um bar do outro lado da rua.

Era uma construção pequena e completamente azul com duas pequenas palmeiras na frente. Ironicamente, o nome do bar era ‘The Riptide Cocktails’. Notar esse mero detalhe me fez dar uma leve risada que foi compartilhada por Magnus e Annabeth.

    - O quê? - disse Percy ainda tentando entender e logo exclamando - Ah… entendi...

— É até azul. - disse Annabeth olhando para Percy - Parece até que foi feito para você o bar.

— O nome do bar é Riptide! - riu Tyson mais tardiamente.

— Coincidências e ironias? - disse Percy dando de ombros.

— Vamos nele! Vamos nele! - gritou Jacques.

— Não. - disse Reyna com firmeza - Não vamos entrar em um bar de coquetéis com um grupo onde parte é menor de idade!

— Tsc. - reclamou Jacques - Rápido, Magnus, me passe para o Percy!

— Quê? - disse Magnus perdido.

— É. Você ouviu - disse Jacques - Vocês podem ir atrás do seu Mc Lanche Feliz que eu vou lá para ter um encontro com a Contra-corrente.

— Não está nos meus planos entrar nesse bar também… - disse Percy coçando a nuca - Aliás, aquela loja ali pouco depois parece ser uma pizzaria.

— Podemos comer lá - disse Hazel enquanto Jacques suspirava tristemente, derrotado.

Para completo desagrado de Jacques, entramos na pizzaria. Era um lugar pequeno mas confortável. Estava vazio, com exceção de uma garota sentada solitariamente comendo pizza ao lado de uma parede cheia de fotos velhas em preto e branco. Como nosso grupo era grande, tivemos que juntar as mesas. Depois de escolhermos os sabores das pizzas no longo cardápio que estava preso ao teto, nos sentamos e fomos logo para as conversas importantes.

— Bem, expliquem essa reunião de vocês e essa Leucothea - pediu Reyna.

— Desde das coisas que aconteceram em Nova Iorque, estávamos tentando procurar mais informações sobre o que exatamente está acontecendo. - disse Annabeth - Não achamos muita coisa, até que Tyson veio com a ideia da Leucothea.

— Ela é a mãe de um dos generais do papai - disse Tyson.

— Qual especificamente? - perguntou Percy.

— Quem exatamente é seu pai? - perguntei.

— Poseidon. - disse Tyson orgulhoso e eu fiquei boquiaberta.

— Pera! Você é irmão do Percy?! - eu exclamei surpresa.

— Não sei porque tanta surpresa… claro, a semelhança é… gritante… - disse Mallory com sarcasmo - Mas, mesmo assim, não esqueça Alex que você tem um cavalo como irmão.

— Ah, verdade. - eu disse.

— Um cavalo? - perguntou Frank confuso.

— De oito patas. - expliquei - Mas voltemos para a Leucothea. De quem ela é a mãe?

— Palaemon. - disse Annabeth - Deus dos tubarões.

— Acho que podemos agradecer o fato de essa batalha agora a pouco não ter se tornado uma carnificina então - disse Hazel.

— Talvez… - disse Mestiço - Mas certamente seria interessante. Foi bem nostálgico certamente.

— Pode não ter tido tubarões, mas tinha uns monstros bem… criativos… - disse Hazel - Aquela coisa laranja com tentáculos e cara redonda, por exemplo.

— Parecia um Grindylow… - disse Annabeth pensando.

— Já começou a virar especialista nas outras mitologias depois de tudo que aconteceu? - perguntou Frank que provavelmente estava tão surpreso quanto eu por ela conhecer o monstro. Annabeth, contudo, se remexeu na cadeira meio desconfortável.

— Bem…  - disse ela - Até tentei mas… não é o caso do Grindylow. Os Grindylows aparecem em Harry Potter. Achei parecido.

— Vocês chegaram a ouvir algo de interessante nessa reunião? Quem estava lá? - perguntou Reyna enquanto nos entregavam as nossas pizzas uma a uma.

— Pela conversa que ouvimos, Naunet estava lá até pouco antes de chegarmos. - disse Annabeth - Aqueles monstros com o qual lutamos também estavam lá.

— Acho que vi Ketos lá… - disse Percy olhando para Frank - Lembra dela?

— Ah… A Kate né? Acho que sim… - disse Frank que tinha resolvido não comer pizza e sim um salgado qualquer, aparentemente ele tinha intolerância à lactose e queijo, ingrediente bem presente numa pizza, tem lactose.

— Mas, sinceramente, eu não reconheci mais ninguém. - disse Percy dando de ombros - Não chegamos a ouvir muita coisa antes de nos perceberem.

— Mas uma coisa é certa, Naunet não trabalha sozinha. - disse Annabeth pegando um pedaço da pizza de galinha - Ela não parecia ser a pessoa a única pessoa importante ali. Ouvimos os monstros conversarem entre si algumas coisas… “Temos que confiar no plano. Quetzalcoatl acha que é bom começar por ele e então subir para o norte.” “Acham que vão usar o Stonehenge?”

— O Stonehenge? - repetiu Mallory surpresa.

— O que ele pode ter a ver com isso tudo? Ele tem magia também? - perguntou Mestiço fazendo as mesmas perguntas que eu queria fazer.

Era verdadeiramente frustrante não saber tudo o que acontecia. Mesmo assim, eu prestava atenção em cada palavra daquela discussão enquanto entendia cada vez mais como aquele problema era grande. Resolvi me concentrar na minha pizza de bacon enquanto os outros falavam. Era tão mais fácil simplesmente se concentrar na pizza, mas não tínhamos esse direito. Principalmente quando Mestiço pedir uma pizza de frutos do mar para experimentar, mas ninguém parecia afim de encarar a pizza depois de lutar com um bando de monstros do mar.

Só de pensar nas duas palavras mais chamativas da conversa até então, Quetzalcoatl e Stonehenge, eu comecei a ter certeza de que era um bom sinal o fato de nosso grupo ser tão grande. Afinal, o Stonehenge, ficava lá na Inglaterra e Quetzalcoatl, se a memória não me falha, era um deus asteca. O que significava que existia chances de ele viver logo ali embaixo, no México. E, ainda por cima, no meio disso tudo, eu ainda estava curiosa com a pessoa que eu vi na Turquia usando roupas amarelas e azuis. Ainda não tinha descoberto nada mais sobre isso. Mas, considerando aquele pedaço novo de informação, decidi, por enquanto focar no Quetzalcoatl.

—  Quetzalcoatl… - eu disse atraindo a atenção de todos para mim - Ele é um deus asteca né?

— Acho que sim. - disse Annabeth.

— Estamos aqui, semi-deuses nórdicos, gregos e romanos. Deixamos magos egípcios lá do outro lado dos estados unidos. Quais as chances de existirem semi-deuses ou algo do tipo dentre os astecas?

— Eu diria que são bem altas. - disse Reyna e todos nós nos entreolhamos.

— De toda forma, não conhecemos nenhum. - disse Hazel.

— Vamos seguir o plano de manter contato entre nós. - disse Reyna - Seja por mensagem de Íris ou o que for. Mesmo se tivermos que usar o celular.

— Isso não seria meio perigoso? - perguntou Hazel.

— Ah é… vocês não podem usar o celular… - disse Magnus.

— Atrai monstros. - explicou Tyson.

— Usaremos uma mistura dos dois já que vocês e os egípcios não relataram problemas desse tipo. - disse Reyna.

— Acha que é besteira acreditar que existe outras pessoas lidando com esse problema? - perguntou Percy olhando para Reyna - Antes de nos conhecermos vocês resolveram parte de um problema que estávamos resolvendo também.

— Melhor seguir uma abordagem pessimista. - disse Mestiço suspirando pesadamente enquanto dava uma grande mordida em sua pizza.

— Podemos tentar averiguar alguma movimentação na Inglaterra e no México - disse Reyna - Não que vá ser fácil. Mas podemos tentar.

A pizza lentamente ia acabando enquanto usávamos o tempo para atualizar a todos de tudo que havia sido descoberto. Inundações, obeliscos, magia, deuses. Eventualmente, quando eu já estava me esparramando na cadeira com a barriga cheia, Hazel sugeriu que talvez fosse uma boa ideia informar o máximo de pessoas possível ao menos o básico do que acontecia. Afinal, isso certamente parecia espalhado demais.

Eu já estava bem cansada e, por isso, não resisti à fechar os olhos por uns segundos e, talvez um ou dois minutos depois, deitar a cabeça no ombro de Magnus que rapidamente parado feito uma estátua. Provavelmente estava vermelho também, mas eu estava cansada demais para averiguar isso.

Acho que o cansaço tinha se espalhado para os outros, pois a conversa foi morrendo até passar para coisas triviais. Foi nesse ponto que eu abri os olhos. Uma mera mexida da minha cabeça foi o suficiente para que eu pudesse ver parte do rosto de Magnus e comprovar que ele estava realmente vermelho. A minha frente, Frank e Hazel conversavam entre si.

— Seria legal ter passado um pouco mais de tempo em Vancouver… - disse Frank baixinho na conversa que tinha com Hazel mas, como eu estava perto o suficiente, eu também conseguia ouvir.

— Sente falta de lá? - perguntou Hazel.

— Às vezes. - disse Frank.

— Podemos passar lá depois que tudo isso acabar. - sugeriu Hazel.

— Nunca acaba. Sempre tem algo a mais. - disse Frank e Hazel soltou um suspiro, provavelmente concordando - Mas um dia passamos lá com calma com certeza. E você? Sente falta de Nova Orleans e de Seward?

— Não sei… talvez… - disse Hazel.

Eu senti que eu não deveria estar ouvindo essa conversa, mas minha curiosidade foi mais forte do que eu.

— De algumas coisas, de outras não. - continuou Hazel - Mas eu certamente iria querer ir até os dois, para ver como estão as coisas agora.

Notando que a conversa entre os dois parecia ter morrido, resolvi finalmente ter a outra parte da conversa que me interessava.

— Frank… - eu disse - Sabe aquela ideia de corrida de golfinho?

— Ãh? Ah! Sei - disse Frank - O que tem?

— Pode anotar na sua agenda, porque eu vou querer fazer - eu disse abrindo um sorriso desafiador e levantando a cabeça do ombro de Magnus que, nesse ponto, estava me olhando com olhar surpreso e logo soltando uma risada.

— Sério? - perguntou Magnus.

— Sério mesmo - eu afirmei - Por… razões científicas.

— Razões científicas? - perguntou Annabeth se juntando a conversa com uma breve risada.

— Quais seriam essas? - perguntou Frank.

— Comparar a eficiência de nossas transformações - eu disse.

— Uma corrida não me parece o melhor jeito de comparar isso - disse Hazel com um sorriso divertido.

— Mas me parece o jeito mais divertido - eu disse dando de ombros.

— Vou deixar anotado na minha agenda pra quando o verão chegar então - disse Frank.


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Notas finais do capítulo

por hj é isso. espero que tenham gostado. não esqueça aquele comentário legal ;)



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