Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 27
MESTIÇO - Está formado o exército?


Notas iniciais do capítulo

não era pra eu estar escrevendo mas eu n estou bem aí descontei tudo escrevendo. talvez vcs vão gostar já que está saindo mais cedo e mais coisa né?

CAPÍTULO CONTÉM SPOILERS DE PROVAÇÕES DE APOLO : TUMBA DO TIRANO



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MESTIÇO

Acho que posso dizer que nenhum de nós estava a fim de mais nenhum tipo de problema à aquela altura e só queríamos voltar para casa. Especialmente porque um funeral nos aguardava. Chega dava pra sentir o peso no coração. Parecia até que tinha sido ontem que tínhamos feito um funeral para Gunilla e outras valquírias. Com Magnus ainda desacordado, sobrou para mim carregá-lo enquanto Odin ia embora e Heimdall aparecia com a Bifrost. O humor um tanto depressivo de todo mundo impediu que perguntássemos porque estávamos indo para Nova Iorque e não para Boston. Quer dizer, pelo menos Heimdall deu um pulinho na Turquia para deixar Sam e Amir, mas depois disso, o resto do grupo inteiro foi para Nova Iorque. Claro que em outras situações eu teria adorado fazer uma visita à alguma parte legal de Nova Iorque. Mas aquela não era a situação ideal.

Heimdall nos deixou diante de uma mansão de vários andares e aparência luxuosa que eu nunca havia visto. Virei para trás, para onde ele estava com a Bifrost, para perguntar se não rolava uma caroninha até Boston, mas, assim que abri a boca pra perguntar ele desapareceu! Mas que droga! Eles nos mandam pra esse bando de droga perigosa, geralmente para arrumar problemas resultantes dos assuntos inacabados DELES, perdemos um dos nossos e eles nem se quer se preocupam em nos deixar no lugar certo?!  Nem pra uma carona que prestem eles se prontificaram!?!

Bufei com raiva e revirei o olhar enquanto Anúbis batia na porta da casa.

— Hey! - disse - Certeza que é uma boa sair batendo assim na casa dos outros?

— Eu sei quem mora aqui… - ele disse.

Alguns minutos depois a porta se abriu. Quem à abriu foi uma garota loira de mechas coloridas que segurava um estranho bastão de madeira e, ao lado dela, estava um menino de cabelos negros segurando uma espada arrepiante. Não é todo dia que as pessoas abrem à porta armados hoje em dia! Como se isso ainda não fosse o suficiente, ainda tinha um garoto loiro alguns metros atrás deles segurando um arco e flecha.

— Hazel? Reyna? Frank? - disse o menino de cabelos negros surpreso.

Quanto à menina loira, por um momento achei que ela fosse atacar Anúbis, que estava mais perto da porta, mas tudo o que ela fez foi o abraçar.

— Idiota! Achei que disse que não iria demorar muito - reclamou ela.

— Não estava em meus planos demorar tanto assim. Peço desculpas - respondeu ele.

— Nico! O que está fazendo aqui? - perguntou Hazel indo até o garoto de cabelos pretos, Nico, aparentemente, e o abraçando embora ele não parecesse estar muito acostumado com abraços - Até o Will está aqui também!

— Oi… - disse o garoto loiro com o arco e flecha. Will, deduzo.

— Coisas aconteceram recentemente e.. pediram para nós ajudarmos à cuidar daqui - explicou Nico.

— Onde é “aqui” exatamente? - perguntou Mallory - Alguém bem que poderia dar alguma droga de explicação! Já passamos por muito e não estou nem um pouco afim de ter que aturar outra sessão de combate no momento.

— Eu que deveria estar perguntando quem são vocês… - disse a garota loira de mechas coloridas segurando na mão de Anúbis - Já teria dado um ha-di em vocês só pelo susto que nos deram por terem acionado os alarmes! Se não estivessem com Anúbis eu já…

— E com Reyna, Hazel e Frank… - disse Nico interrompendo brevemente.

— Quem? - perguntou a garota loira olhando para o garoto que logo apontou para cada um enquanto repetia os nomes.

— Reyna, Hazel e Frank - disse o garoto e cada um dos donos de cada nome levantaram a mão uma vez.

— E o resto das pessoas? - perguntou a garota loira perdida e Nico deu de ombros.

— Sadie! O que foi? O escudo sentiu algo mágico! - exclamou uma voz feminina vinda de dentro da casa.

A dona da voz, era uma menina de cabelos curtos e pele levemente bronzeada que segurava um bastão de madeira parecido com o de Sadie. Atrás dela, outros três jovens vinham correndo. Dois segurando os bastões, outro segurando uma espada encurvada que reconheci como sendo uma arma árabe ou de algum lugar por ali perto. Eles estavam vindo claramente prontos para encher a gente de porrada e, ali estava eu, meio inútil segurando nossa Bela Adormecida, a princesa Magnus.

— Wow! Uma Kopesh! Olá! - disse Jacques fazendo os novos conhecidos se sobressaltarem e olharem para ele de olhos arregalados.

— E eu achando que já tinha visto de tudo nessa vida! Sua espada fala?! - exclamou a menina que, por eliminação, deve ser a tal de Sadie.

— É uma reação normal - disse Alex que já segurava seu garrote pronta para qualquer eventual batalha.

— Shiuu.. fiquem quietos - reclamou Jacques flutuando até o menino que segurava a Kopesh -  Já que não deu certo com a Contra-corrente, ao menos deixe eu tentar pegar uma Kopesh. São de beleza tão exótica…

— F-Fique l-longe… espada d-demoníaca! - disse o menino meio em dúvida entre ser bravo ou medroso.

— Calma! - disse Reyna de forma firme. Essa garota deve ser mesmo uma boa líder - Todos calados! Desse jeito não vamos chegar a entendimento algum. Temos claramente aqui a prova de que parte do grupo se conhece… Nico. Explique mais, por favor.

Notei que ela deve dar alguma importância às palavras do garoto de cabelos negros. Me pergunto se todos os demais dariam também. Quanto à mim, só queria terminar tudo com aquela palhaçada. Estava doido pra enfiar o machado em algo. De preferência algo relacionado à morte de TJ. Ao lembrar de quando, tantos anos atrás, mal conseguimos nos suportar, era estranho pensar que agora eu estava extremamente irritado com a morte dele.

— Hazel… - disse ele apontando para a menina - É minha meia irmã. Filha de Plutão. E eu sou filho de Hades, forma grega de Plutão. Ela fica lá na costa oeste, em Nova Roma, pra onde Percy e Annabeth foram. Frank e Hazel também vem de lá, são pretores do Acampamento Júpiter, a versão romana do Acampamento Meio-sangue.

— Por favor diz que “pretores” significa uma coisa boa - disse a garota de cabelos curtos.

— Significa que eles mandam no lugar. - explicou Will.

— E você… seria? - perguntou Alex já afrontando o garoto loiro.

— Will. Meu namorado - disse Nico.

— Tão bonitinho ver que você finalmente tem coragem de me chamar de namorado na frente dos outros - disse Will com um sorriso fazendo Nico corar.

— Se ficar enchendo o saco assim eu começo a te chamar de “coisa irritante” - disse Nico e Will riu diante da frase. Tá, acho que eu ri também e lancei um olhar de cúmplice para Mallory que o retornou. Me lembrou bastante de como a gente costumava se tratar às vezes.

— E os outros? - perguntou Sadie apontando para nós com o nariz.

 

— Eles eu não sei - disse Nico dando de ombros - Mas Reyna... filha de Belona, deusa romana da guerra e caçadora de Ártemis.

— Como assim caçadora de Ártemis? - perguntou a garota Sadie tão confusa quanto eu.

— Ártemis manda você caçar um cervo aqui ou ali pra fazer o jantar? - perguntei também.

— Não. - respondeu ela curvando as sobrancelhas claramente estranhando minha pergunta - Somos um grupo de garotas que juramos lealdade à Ártemis e lutamos ao seu lado.

— E ficam jovens para sempre. - comentou Will para minha leve surpresa... porque.. bem... também estou na mesma idade faz um tempo.

— Jovens pra sempre?! - exclamou Sadie surpresa.

— É... mas tem que rejeitar o amor... não ter namorados ou namoradas... Não sei se a troca é muito justa. - comentou Will.

— Não me pareceu justa... - comentou Anúbis e... acho que tenho que concordar com ele.

— De toda forma... Acho justo rolar uma apresentação do lado de vocês também agora, não? - eu disse.

— A casa é deles. - disse Nico dando de ombros e apontando para a garota loira de mechas coloridas - Mais especificamente de Sadie e do irmão dela, Carter, que deu uma saída. São magos egípcios.

— Tava demorando… - Reyna disse bufando.

— Obrigada pela consideração - retrucou a menina de cabelos curtos cruzando os braços.

— Magos egípcios, semideuses romanos,semideuses gregos… - disse Mallory levantando um dedo para cada palavra e se adiantando até Sadie e estendendo a mão para ela - Prazer, semideuses nórdicos.

— Nórdicos? - disse Sadie levemente surpresa ao pegar na mão de Mallory lançando também um olhar para Anúbis que confirmou com a cabeça.

— Podemos ser amigos? Ou ao menos nos suportar? - disse Mallory no que eu acho que foi o tom de voz mais gentil que ela conseguiu arrumar no momento - Heimdall mandou a gente pra cá, seu aparentemente namorado divino lutou ao nosso lado e temos uma bagagem em forma de uma Bela Adormecida que bem que adoraríamos jogar em algum lugar.

— Vamos tirar o ano para conhecer todos os semideuses possíveis? - perguntou Sadie.

— Inclusive, acho que Odin quer que trabalhemos juntos. - disse Anúbis.

— Era onde estava? Com Odin? - perguntou Sadie olhando para Anúbis apenas afirmou com a cabeça.

— Trabalhar junto? - perguntou a garota de cabelos curtos - Mais gente para nos ajudar com toda essa situação?

— Me parece que temos muito para conversar então… - disse Frank - mas muita coisa aconteceu e alguns de nós bem que poderiam usar uns minutos para organizar a cabeça e descansar. Podemos explicar tudo que aconteceu também. Mas, por favor, acredite em mim quando falamos que não queremos fazer mal algum à sua casa. Ah, sim… e me chamo Frank.

Depois de Frank ter falado como um perfeito diplomata, Sadie olhou para ele de cima à baixo avaliando provavelmente se deixaria nosso grupo entrar ou não. A postura da loira era bem clara, se a casa era dela, a palavra final também seria. Sem falar mais nenhuma palavra, Sadie virou de costas puxando Anúbis com ela.

— O banheiro é primeira porta à direita, podem deixar a Bela Adormecida no sofá. - disse Sadie.

— Valeu. Aliás, sou Alex. - disse Alex já entrando enquanto Frank respirava aliviado e Reyna abria um pequeno sorriso que parecia esconder algo nele também.

— E… vocês são? - perguntei ao entrar e passar pela menina de cabelos curtos e os outros três que estavam atrás dela.

— Zia - disse a menina de cabelos curtos.

— Cleo - disse a segunda menina.

— Sean - disse um menino que olhou rapidamente para Mallory, que também entrava, mas logo desviou o olhar.

— J-Julian - disse o menino que segurava a kopesh nervosamente enquanto Jacques ia flutuando em sua direção.

— Mestiço, prazer - eu disse.

— Olá, Julian! Será que me daria a honra de alguns minutos à sós com sua bela Kopesh? Como se chama querida? - disse Jacques no tom mais galanteador que conseguiu arrumar.

Não sei se a espada do menino estava caindo nas cantadas de nossa espada, só sei que o menino parecia que não sabia onde enfiar a cara de tanta vergonha. Ele olhou para mim pedindo ajuda desesperadamente com o olhar.

— Se eu fosse você, encostava sua espada na parede e deixava os dois pombinhos se resolverem. - eu disse.

— O-Okay… - disse o garoto de forma insegura.

Na hora Jacques foi flutuando até a espada e começou um longo discurso misturado com cantadas podres enquanto contava da vez que deu um pulinho em Alexandria. Quanto à mim, fiz exatamente o que falaram e deixei Magnus no sofá. Soltei um pesado suspiro e vi que o banheiro já tinha uma fila se formando e provavelmente era Mallory quem estava lá dentro. Perto de mim, Alex se sentou no chão encostando as costas no sofá e olhando para Magnus.

— Ainda não caiu a ficha né? - perguntou Alex.

— Não acho que vá cair tão cedo - eu disse me largando no tapete que tinha na frente do sofá.

— Realmente tenho muito pra conversar com você. - eu ouvi Sadie dizer perto dali para Anúbis - Mas acho melhor depois…

Ela estava de braços cruzados encostada na parede olhando para nós atentamente mas aparentava estar cansada.

— Qual a história de vocês? - perguntou Zia.

— A resposta pra essa pergunta talvez esteja relacionada com a pergunta que eu quero fazer… - disse Reyna - Por acaso vocês tem algo haver com o que o Percy e a Annabeth nos contaram em Nova Roma?

— Eles bem que mencionaram algo haver com Egito. - disse Hazel.

— Tivemos alguns problemas com monstros quando eles estavam aqui. - disse Cleo - Antes de irem, disseram que iam tentar descobrir mais sobre o que estava acontecendo.

— Agora me arrependo de não ter parado para ouvir mais o que ele queria falar - disse Reyna - Estava já tão atarefada e pouco depois Hazel veio com esse sonho que ela teve com Plutão mandando ela ir para a Turquia.

A menção do tal sonho de Hazel fez com que cada um começasse o relato de suas aventuras. O que foi bom para que todos pudéssemos nos conhecer melhor e não ter que perguntar qual o nome do outro pela segunda vez porque a memória falhou. No decorrer dos relatos, também trocava a pessoa que estava dentro do banheiro.

— E isso nos leva à uma das coisas que eu queria falar… - disse Sadie olhando para Anúbis séria depois de conversamos muito - O livro de Thoth sumiu. Não estava aqui depois que voltamos do Acampamento Meio Sangue.

Anúbis olhou pra ela mais branco do que ele já era. Como é que ele não ficou com câncer de pele ou algo do tipo morando no Saara daquele jeito? Benefícios de deuses? Enfim…

— Isso é ruim. - disse Anúbis que parecia estar apertando as mãos como punhos fortemente provavelmente tentando manter a calma..

— Parece mais do que só “ruim” - disse Will.

— E eu tinha esperanças de que pudéssemos encontrar o contra feitiço no livro - disse ele suspirando.

— Isso não nos impede de olhar nos outros livros daqui - disse Cleo dando de ombros - Temos muitos… talvez consigamos achar algo.

— Posso pedir para Sam enviar a foto que ela tirou para vocês - disse Alex.

— Temos que manter contato sempre que pudermos. - disse Mallory. Eu havia ficado olhando para ela a conversa quase inteira fingindo não notar que ela tinha saído do banheiro com os olhos vermelhos - Além de vinganças na lista, isso não parece também um problema trivial…

— E a porcaria do mundo adora se colocar em perigo. Pff - eu disse reclamando e cruzando os braços.

— Gente? - disse Magnus se levantando fracamente do sofá e olhando ao redor meio perdido.

Ele olhou para todos os rostos que estavam ali encarando ele e esfregou os olhos ainda perdido. Como falar para ele de TJ? Provavelmente foi essa a pergunta que eu, Mallory e Alex nos fizemos quando nos entreolhamos. Sem falar de toda essa confusão que teríamos que explicar de novo! Dritt!

Eu suspirei e fui andando até o pobre Magnus que ainda estava perdido em tudo o que estava acontecendo.

— Podemos voltar depois. Por agora, acho que temos um compromisso em Valhalla - eu disse.

— Temos? E… ei… quem são essas pessoas? Onde estamos? Cade o TJ? - perguntava Magnus perdido.

— Magnus…- disse Alex mas logo parando sem saber o que falar.

Mallory se aproximou dele e colocou a mão em seu ombro. Sem necessitar de qualquer palavras, deu para ver pela cara de Magnus que ele entendeu o que o silêncio significava.


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Notas finais do capítulo

nem só de batalha se faz uma fic. hora de sociabilizar e fazer tretas e relações entre os personagens



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