We Found Love escrita por sweetie


Capítulo 5
Amelia




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/747780/chapter/5

Sentada perto da janela, olhando as pessoas passar, a pequena Amelia esperava ansiosamente seu pai chegar os doces que lhe prometeu de aniversário. Ela estava fazendo nove anos, e Robert tinha prometido alguma coisa gostosa e colorida da confeitaria para a filha, se ela ajudasse a mãe com a entrega das roupas, sem reclamar. Sua mãe, Eliane, trabalhava lavando e passando a roupa das pessoas, e ela costumava fazer o serviço de entrega.

Era normal que as crianças mais pobres já trabalhem desde cedo, mesmo que fossem como Amelia, apenas ajudando os pais. Assim como seu melhor amigo da casa ao lado, Rory, que ia junto para o trabalho de ferreiro e estava aprendendo aos poucos como forjar as espadas, elmos e armaduras para a Guarda Real e outras pessoas com mais dinheiro que compravam.

Mas seu pai estava demorando muito, e já ia dar oito horas da noite. Normalmente ele chegava a casa quando o relógio marcava sete horas, Amelia sabia disso porque, todos os dias, esperava pelo momento que seu pai entrava pela porta. Não porque todos os dias ele trazia algo da confeitaria, mas porque ela tinha medo que do dia que ele não voltasse, como aconteceu com o tio de Rory. "Nesses dias difíceis - dizia seu pai. - nem todos conseguem voltar para a sua família inteiro ou com segurança, no fim do dia".

Então ela resolveu ir procurar seu pai. Sua mãe estava ocupada demais passando as roupas para entregar no dia seguinte, e Amelia foi cuidadosa na hora de sair. Sabia que ele devia estar trabalhando com o pai de Rory, ou estava na floresta caçando algum animal para o jantar. Antes de ir para dentro das matas procurá-lo, foi falar com Rory que estava sentado no portão de sua casa. Ele era um menino baixinho, de cabelos loiros caídos na testa.

— Rory. - disse se aproximando. - Você voltou cedo com seu pai.

— Oi, Amy. - o menino sorriu ao vê-la. - Eu vim na frente, meu pai ainda tinha que terminar de forjar uma espada, mas já estava ficando tarde.

— Você sabe se meu pai estava junto com ele?

— Seu pai? Não, eu não o vi por lá hoje.

Isso não era um bom sinal, pois significava que ele estava na floresta e a floresta era um lugar perigoso, mas ela iria procurá-lo mesmo assim.

— Certo, obrigada. - disse se afastando, caminhando em direção as matas.

— Ei, Amy. - o garoto a chamou, e saindo correndo atrás da menina. - Aonde você vai?

— Na floresta, procurar meu pai.

— Você está maluca! - disse Rory. - Vai se perder, e já está escurecendo, é perigoso!

— Eu não estou pedindo que venha comigo.

— Eu sei.

— Então, até mais. - ela deu as costas, sabendo que ele a seguiria. Ele sempre seguia.

E ele foi. Depois de pensar por uns minutos, decidiu que se quisesse conquistar a menina um dia, ele não podia passar por um garotinho assustado, ela tinha que ver que ele era corajoso e não tinha medo de ir à floresta mais assustadora de todas, mesmo que estivesse escuro e ainda mais assustador do que o normal.

...

Depois de meia-hora andando pela trilha, as crianças ouviram vozes, e uma delas era do pai de Amelia. Por sorte, eles foram espertos e andaram com calma até o lugar de onde a voz vinha. Se tivessem ido correndo teriam o mesmo destino que o pai dela.

Um dos guardas que tinha ficado encarregado de levar o pai da garota de volta a cidade em segurança, desobedeceu às ordens de Thomas, e estava agora discutindo com Robert. Fazendo um joguinho para que ele pudesse executá-lo com uma desculpa, enquanto as Amy e Rory, abaixados atrás de arbustos e pedras observavam tudo.

— O que está esperando? - perguntou o homem, irritado. - Pegue a espada.

— Por favor. - Robert implorava. - O Senhor disse que eu estava livre.

— Pois o bastardo do Rei não está aqui agora, e quem dita às regras sou eu. - afirmou o Guarda. - Pegue a espada, e lute comigo. Se ganhar, é livre para ir. Se não... - ele sorriu, maliciosamente.

Robert não tentaria correr, ele sabia que era atrapalhado demais para isso e sem dúvidas o guarda, que aparentemente se chamava Robb, seria mais rápido do que ele. Sua única chance estava na espada no chão, o que não era muito dado que ele sabia apenas forjar espadas, não usá-las. Mas precisava tentar, poderia acabar morto do mesmo jeito, mas pela sua mulher e filha esperando em casa, iria tentar.

Pegou a espada, sem muito jeito e ergueu. É claro que em poucos segundos, a espada já estava no chão, e ele também, com dois cortes no braço. Amelia observava tudo, se segurando para não chorar, enquanto o homem cortava seu pai, torturando-o e finalmente, quando se cansou de seus joguinhos, o matou sem piedade.

Depois que o homem saiu, ela e Rory esperaram mais uns minutos para o caso de ele voltar e correram até Robert, que já estava morto. A menina chorou, e chorou, achava que nunca mais ia parar de chorar, que aquela dor nunca iria embora. Amelia teria pesadelos com o homem da Guarda que matou seu pai durante semanas.

Rory tentou amparar a menina, mas ele estava igualmente assustado. Podia não ser seu pai, mas ver alguém e ainda mais alguém conhecido ser assassinado em sua frente, não era algo fácil de lidar, ainda mais quando se tem nove anos. Mas mesmo assim, levou Amelia de volta para casa, que nem teve tempo de escutar os berros da mãe, não depois de contar o que tinha acontecido na floresta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Digam-me se devo continuar postando ou não.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "We Found Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.