Mais que uma escolha escrita por nanacfabreti


Capítulo 4
Irresistível




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 Totalmente entregues aos nossos beijos, declarações, mãos que corriam por cabelos, costas, peitos, só nos demos conta de que alguém se aproximava, quando esse alguém já estava quase chegando ao caminhão.

—Droga! —praguejei baixinho. —Deve ser meu pai. —Senti o nervosismo tomando conta de mim.

 Alex arregalou os olhos, entendeu o tamanho do problema. Ele colocou o dedo indicador nos lábios pedindo silêncio, segurou minha mão e caminhou no sentido contrário de onde vinham os passos.

 Conseguimos sair dali sem sermos flagrados.

—Sério, eu vou voltar, nem sei o que dizer aos meus pais. —Percebi que já era hora de sair do fantástico mundo de Alex.

 —E se você ficar aqui essa noite? —ele perguntou como se acabasse de ter uma ideia brilhante.

 Comecei a rir.

—Acho que você bebeu de mais, não é?

—Vamos lá, eu falo com seus pais —Alex insistiu, estava falando sério.

 —Tchau Alex, eu vou ver como estão as coisas...Já  devem estar me procurando. — Dei as costas para ele.

 —Só mais um beijo então. —Ele me puxou pelo braço e depois sugou meus lábios como se quisesse me engolir.

 Foi difícil sair dali, me afastar dele, isso em todos os sentidos.

                                        *******

—Lia, até que enfim... —Minha mãe veio até mim, assim que me avistou voltando com cara de cachorro que fez xixi no tapete.

—Eu fui dar uma olhada nas coisas e depois fiquei no caminhão descansando um pouco —menti descaradamente.

Ela desfez a cara de preocupação.

—Tudo bem, você foi ótima hoje, e graças á Deus, estamos sendo bombardeados de elogios por nosso trabalho.

 Ela estava mesmo muito feliz.

—E aí, já vamos?

—Já ,combinamos de vir retirar as coisas na segunda-feira de manhã.

 Movimentei minha cabeça tentando encontrar o Alex, estava em dúvida entre me despedir dele ou não. Sequer tive de pensar muito, virei meu o rosto e lá vinha ele. Recomposto, segurando uma taça de champanhe em uma das mãos e um prato de doces na outra.

Senti o ar faltando-me.

—Boa noite —ele começou com um cinismo sem igual. —Vim dar os parabéns pelo trabalho. Todos estão admirados.

—Não imagina como isso me deixa feliz. —Minha mãe não escondeu sua satisfação. —E obrigada, afinal ,você ajudou, não é filha?

 Olhei para Alex, toda a volta de seus lábios estavam avermelhados. Imaginei que eu devia estar do mesmo jeito, e se minha mãe juntasse um mais um...

—Sim... você foi de grande ajuda. —Encarei-o com reprovação.

—Imagina, foi um prazer e na verdade, estou até pensando em pedir um emprego pra vocês, eu gostei de todo esse negócio de flores...

Soltei um riso forçado, seguida por minha mãe que achou graça de verdade no que Alex falara.

 — Vamos então, não é, mãe? —Queria sair daquela situação o quanto antes.

—Espere, eu trouxe essas coisas para vocês... São doces e uma taça de espumante. —Ele colocou tudo sobre a mesa e posicionou-se do meu lado.

—Os doces nós aceitamos, agora álcool não está no nosso protocolo.

— Mas agora vocês nem estão mais trabalhando...aproveitem. — Ele piscou para mim. —Sem contar que esse champanhe tem um gosto...Inesquecível.

 “Cretino! —pensei, entendendo perfeitamente sua insinuação.

 Minha mãe pegou alguns dos doces, e depois de agradecer Alex mais uma vez, foi procurar por meu pai.

—Quer mesmo que eu me ferre, não é? —sibilei entre meus dentes, enquanto Alex e seu rosto perfeito continuavam me provocando.

 Ele balançou a cabeça e bebeu meia taça do espumante, depois, ofereceu o resto para mim. Olhei para os lados e num gole só terminei a bebida. Só mesmo o álcool poderia me livrar daquela tensão.

—Vejo que gostou do que experimentou há pouco... —Ele se aproximou mais, as mãos estavam dentro do bolso da calça. Um sedutor nato.

—Pare com isso...

—Eu paro, mas antes ouça a proposta que eu tenho pra você.

—Não! —neguei convicta. —Seja qual for a proposta, a resposta é não.

—Meu Deus! Como você é difícil Maria Cecília. —Ele fez uma careta. —Nem me ouviu ainda...

—Você é problema. —Coloquei o dedo em riste. —Já imagino a sandice que vem por aí.

 Alex olhou para cima, ele sabia que eu estava certa.

—Eu vou seguir vocês e quando seus pais dormirem, você volta pra cá comigo. —Ele cruzou os braços contra o peito. —O que acha?

 Fechei os meus olhos, era pior do que eu podia imaginar.

—Só se eu estivesse louca! —falei pausadamente.

                                              ********

 Olhei para o despertador do meu quarto, era quase uma da manhã. Tomei um banho que não durou nem dez minutos. Vesti a primeira roupa que minhas mãos alcançaram dentro do meu guarda-roupas, dei três borrifadas do meu perfume favorito, e com a adrenalina percorrendo cada milímetro do meu corpo, caminhei para fora de casa na ponta dos pés.

Abri o portão, enquanto numa prece silenciosa eu pedia para que não houvesse ninguém na rua, do contrário eu estaria aniquilada.

Na esquina avistei um carro preto, os vidros fechados e o farol aceso. Eu andava e sentia como se estivesse prestes a cometer um assalto ou sei lá o quê. O pânico me dominou de forma absurda, abri a porta do carro e entrei. Sentei no banco de passageiros,  minha cabeça girava.

 —Eu não acredito que me convenceu a fazer isso! —Encarei Alex, que estampava no rosto seu melhor sorriso.

 — Eu é que não acredito que consegui persuadir a certinha Maria Cecília. —Ele riu.

—Anda logo Alex —sussurrei como se mais alguém pudesse me ouvir —,vamos antes que eu me arrependa.

 —Ok, mas primeiro, deixa eu te falar duas coisas... —Ele se inclinou em minha direção. —A primeira, é que você está ainda mais bonita, a segunda, é que ter aceitado vir comigo, fez minha noite valer a pena!

 Respirei fundo, não estava acostumada a receber tantos elogios.

—Vamos...saia logo daqui! —implorei sem conseguir deixar de sorrir.

 Alex me obedeceu, mas não sem antes roubar-me um beijo, que me fez saber a razão de eu estar ali, no banco do seu carro.

Ainda dava para ouvir o som que vinha da festa do casamento e alguns carros permaneciam estacionados na rua. Entramos na casa por um portão que ficava na lateral, do lado oposto ao que usamos para entrar com o caminhão da floricultura.

—Tem certeza de que não vamos cruzar com ninguém? —sussurrei enquanto ele me conduzia escada á cima.

 Ele sorriu com o canto dos lábios.

—Confie em mim...conheço a família que tenho, vão ficar na festa até o dia amanhecer.

 —Confiar em você? —desdenhei assim que ele abriu a porta de um dos quartos, e sinalizou para que eu entrasse.

 Meu coração disparou quando a porta se fechou atrás de mim. Aquilo me pareceu errado, só que de um jeito bom. Nas últimas horas eu estava conhecendo a mim mesma, de um jeito novo, fugindo do habitual e nossa... Aquilo me fazia muito bem.

 —Dá pra morar aqui! —elogiei correndo os olhos pelo cômodo que tinha ao menos uns trinta metros quadrados.

 —Esse quarto é mesmo um absurdo. —Alex tirou o blazer e a gravata, colocando-os sobre uma poltrona azul que ficava num dos cantos. —Era da minha irmã e há pouco tempo me apossei dele. Gosto da vista da piscina.

—Hum... — gemi nervosa, de repente eu não sabia como agir, e a maneira com que Alex me olhava, fazia com que eu me sentisse uma presa.

—Até agora não acredito que você aceitou vir comigo. —Ele passou os dedos, repetidas vezes pelos cabelos tentando desfazer o topete. Uma mecha clara caiu sobre seu rosto.

“ Caramba... Que homem lindo!”

—Eu tenho certeza que você batizou minha bebida, — cruzei meus braços—,do contrário eu estaria quentinha em minha cama, descansando meu corpo depois de quinze horas de trabalho.

 Alex já me segurava pela cintura enquanto ria do que eu acabava de dizer.

 —Não seja por isso. —Ele ergueu uma das sobrancelhas e agarrado em mim, guiou-me até sua king-size.

 Deitei-me sem relutar, respirei fundo e os lençóis tinham o cheiro dele. Alex deitou-se a meu lado, logo depois estava inclinado sobre mim. Com uma das mãos acariciava meu rosto com tanta delicadeza que eu dormiria, não fosse a agitação que seus toques me causavam.

  Fechei meus olhos por apenas um segundo, quando voltei a abri-los me encontrei com aquele tom de verde reluzente. Ele também estava nervoso, talvez até mais do que eu, se é que eu podia me classificar assim.

 Na realidade, quando de forma insana , aceitei voltar para sua casa, no momento em que entrei naquele quarto, eu sabia muito bem qual seria o desfecho da história, e no fundo, era exatamente o que eu queria, tudo o que podia ter dele.

 Em meu íntimo, pensava que se seus toques e seus beijos me içaram do poço de tristeza em que eu estava submergida, o que mais ele tinha a me oferecer?

 Eu sorri, não para ele exatamente, sorri por como estava me sentindo e sem querer perder mais tempo, puxei-o pelo colarinho da camisa; o meu cheiro nele causou-me uma excitação anormal. Eu queria seus lábios, queria sentir mais uma, ou mil vezes o gosto dos seus beijos.

 Sua pele fervia em contato com a minha, sem desgrudar de sua boca alcancei os botões de sua camisa e comecei a abri-los, um a um. Alex livrou-se dela deixando seu peito nu, denunciar o quanto ele estava nervoso. Uma veia em seu pescoço pulsava rapidamente.

 Mordiscando minha bochecha foi sua vez de me despir. Primeiro minha blusa, depois a saia e então seu rosto mudou.

 Com o maxilar contraído Alex ficou por cerca de um minuto correndo seus olhos por mim, e eles também mostravam todo o desejo que ele sentia...Eu  já não aguentava mais.

 —Nossa Maria Cecília... você é muito bonita. —Ele falou baixo e calmamente.

  Respirei fundo sentindo seu corpo pesando sobre o meu, Alex me abraçou com delicadeza e voltou a me beijar.

 Eu não tinha muita experiência, Marcus era até o momento o único homem em minha vida e como eu já disse antes, nossa primeira vez tinha sido perfeita e as outras também, mas com Alex, um universo de novas sensações foi apresentado para mim.

  Não que eu tivesse ficado fazendo comparações, até porque, a forma com que Alex me deixava, não sobrava espaço para pensar em mais nada além das ótimas sensações que ele me proporcionava, mesmo assim era impossível deixar de analisar.

  Ele foi esplêndido, como se tudo o que quisesse era me satisfazer, dar-me prazer. Os toques delicados, quando necessário e pervertidos quando eu nem sabia que deveriam ser. Ele beijou meu corpo todo, dos pés á cabeça e cada centímetro meu, conheceu a sua boca.

Diferente de quando era com Marcus, que me fazia sentir amada, Alex me mostrou como era me sentir desejada, e, ser desejável, é um baita de um adjetivo bom, daqueles que engloba um monte de outros adjetivos.

 Enquanto descansávamos, e isso fora mesmo necessário, as mãos de Alex não me deixaram nem por um segundo. Ele corria os dedos por meus cabelos, por meu rosto, e meus seios ainda nus, pareciam ser seu lugar favorito.

—Você é linda, gostosa e está aqui na minha cama... Cara, eu sou muito sortudo!

 Apoiei minha cabeça em uma das minhas mãos, queria olhar para ele.

—Você também faz com que eu me sinta com sorte —confessei. —Talvez, amanhã eu caia em mim e veja a besteira que fiz, mas hoje...Eu me sinto afortunada!

 Alex balançou a cabeça em negativa.

 —Isso que está acontecendo entre nós, nunca vai poder ser chamado de besteira. —Ele ficou sério e sua voz pareceu-me mais grave.

 Não falei mais nada, só voltei a deitar-me de costas para ele, encaixei-me na curva do seu corpo e repousei ali, sentindo minha pele se arrepiar toda vez que sua respiração atingia minha nuca.

  Lutando para não adormecer, entendi  o tamanho do meu sono, quanto visualizei no relógio da parede que eram quatro da manhã.

 —Quer tomar um banho comigo? —ele indagou em meu ouvido.

 Um banho me pareceu uma boa ideia. Seguimos para o banheiro da sua suíte e sob a cascata de água quente, acabamos por nos amarmos mais uma vez. Novamente aquilo foi muito bom.

—Estou oficialmente há vinte e quatro horas acordada —constatei enquanto me vestia.

 —Por um bom motivo! —Alex gritou do banheiro.

 —Sim...O casamento da sua irmã —falei saindo para a sacada.

 De lá a vista da piscina era realmente linda, ainda era possível ver também uma parte de onde a festa tinha acontecido, há horas um lugar lotado de gente e agora, completamente vazio.

Com o céu escuro, as estrelas prateadas apareciam aos montes, para mim eram  cumplices da minha loucura.

—Estou morto de fome Maria Cecília...Será que sobrou alguma coisa lá em baixo? —Ele abraçou-me pelas minhas costas, repousando a cabeça na curva dos meus ombros.

 —Vamos até lá... —Apontei na direção do salão de festas. —Quem sabe não sobraram alguns docinhos... — Animei-me com a ideia.

  Tinha sobrado muita coisa, doces aos montes. Eu enchi as duas mãos. Alex imitou o meu ato, depois seguimos para a beira da piscina, bem onde eu o vira pela primeira vez.

Algumas das velas ainda permaneciam acesas, nos sentamos no chão de costas um para o outro.

 —Foi aqui que tudo começou então... —Alex conjecturou.

 —Nossa! Parece que faz tanto tempo que vim pedir pra você e seus amigos desocuparem a área. —Coloquei um brigadeiro na boca.

 —Quando a vi chegando, confesso que de cara achei você interessante, seu jeito me impactou de uma forma... —Senti que ele ria.

 —Ah! E eu achando que você era apenas um rapaz genuinamente bacana. —Continuei comendo. —Então você já estava cheio de segundas intenções quando veio com aquele papinho de ajuda?

 —Digamos que sim... —Concordou, e foi interessante não poder ver o seu rosto.

—Eu pensei: Nossa que cara legal, nem me conhece e vem sendo tão fofo comigo...

—Olha aí, eu ainda não a conheço e continuo sendo legal, e fofo com você —Alex reclamou.

—Uau! Se isso não for conhecer , eu não sei o que é então. — Senti meu rosto queimar diante dos meus pensamentos.

—Maria Cecília, eu sequer sei sua idade. —Ele virou o pescoço para tentar me olhar.

 —Boa... — Balancei a cabeça acabando de ter uma ideia. — Vamos Alex, faça uma resenha sobre mim e dependendo do seu desempenho eu libero algumas informações.

 Ele ficou quieto, diante do seu silêncio foi a minha vez de inclinar o meu corpo para tentar olhá-lo.

 Ele pigarreou limpando a garganta, depois respirou fundo.

—Seu nome é Maria Cecília, mas todos a chamam de Lia, menos eu, porque honestamente, seu nome é lindo, forte e combina perfeitamente com você. Não sei qual é a sua idade, e espero que seja mais de dezoito... —ele estralou a boca— , não sei qual é seu prato preferido, no entanto, notei que adora doces, principalmente brigadeiros e mesmo trabalhando no meio de milhares de tipos de flores a... —Ele fez uma pausa.

—Nossa...estava indo tão bem... —Sorri, satisfeita com sua definição sobre mim.

—Calma, eu vou lembrar... —ele resmungou. —Peonias...é isso.

 —Bem...continue...

—Você trabalha na floricultura dos seus pais, mas deve estar cursando uma faculdade que não tem nada a ver com isso, tipo matemática... —Ele parou porque eu comecei a rir. — Você é toda certinha, nunca deve ter tomado um porre na vida, mas tenho certeza de que á partir de hoje, vai abrir uma exceção, ao menos para um bom champanhe.

—Terminou? —perguntei querendo mais.

 —Não. Agora vem a melhor parte. —Ele respirou fundo novamente, antes de continuar. — Você é linda, sexy de forma despretensiosa, não faz tipo e nem joguinhos , tem um cheiro natural de flores e é de longe a pessoa mais interessante que eu já conheci.

Nossa! Àquela altura eu já nem queria mais saber dos brigadeiros, eu nunca antes ouvira tantas coisas positivas sobre mim, e confesso, agradeci á Deus por estarmos de costas, do contrário, Alex me veria com a maior cara de boba que já fizera em toda a minha vida.

 —É...você é mesmo bom nessa coisa de cantada. Tenho que admitir — afirmei, tentando disfarçar o quanto estava desconcertada e derretida.

 —Pare de ser chata! —ele reclamou. —Eu já disse que não são cantadas.

—Está bem, então deixa eu..Escuta e não me interrompe, senão eu paro. —avisei, pensando em como eu era péssima quando tinha que falar sobre mim.

—Só vou ouvir. Eu prometo.

 Limpei a garganta imitando Alex, antes de começar.

—Meu nome é Maria Cecília e até algumas horas atrás eu preferia ser chamada de Lia, mas ouvir meu nome dito por repetidas vezes e nas mais diversas entonações, por um carinha que conheci há um dia, fez minha opinião mudar, tanto que eu passei a adorar Maria Cecília... —Senti a vibração do corpo de Alex nas minhas costas, ele ria.

 —Vamos Maria Cecília, continue...

—Tenho dezenove anos, na verdade quase vinte, completo duas décadas daqui a dois meses. Meu prato preferido é brigadeiro, troco qualquer comida por brigadeiro. —Olhei para os vasos e sorri. —Amo as peônias, mas orquídeas brancas passaram a ter um significado especial pra mim. Trabalho na floricultura dos meus pais e embora meu sonho fosse ser farmacêutica, e não me pergunte o porquê, estudo administração.

 —Essa eu errei... —ele sussurrou.

 —Posso continuar?

—Desculpa...deve continuar, estou gravando tudo na minha memória.

—Bom, eu era, certinha até conhecer esse tal carinha...Depois disso, ele me apresentou o álcool e agora, todas as vezes que eu tomar um espumante, vou me lembrar do sabor dos seus beijos, mas isso não é o pior, ele me fez quebrar todas as regras e a ir contra muitas das minhas convicções... Depois de tudo isso ainda acabou de me descrever de uma forma fantástica e marcante. O que ele nem deve imaginar, é como com esse seu jeito insistente, fez algo tão grandioso por mim que nem em cem anos irei me esquecer. —Parei já começando a me sentir emocionada.

 —Uau! —Alex falou depois de uns bons minutos em silêncio. —Você é boa mesmo com essa coisa de cantada.

 —Digamos que eu tenho um bom professor... —Comentei virando-me completamente, ficando sentada em sua frente.

Alex e aqueles olhos verdes mais uma vez pareciam querer arrancar alguma coisa de mim, penetrar em minha mente. Enquanto me olhava esticou o braço e colocou meus cabelos atrás da orelha.

 —Que louco isso, não é? —ele finalmente disse alguma coisa.

 Fechei os olhos por alguns instantes e só quando os abri novamente, foi que percebi que o dia já estava claro.

 —Nossa! Eu estou tão ferrada... —Constatei, pensando que não saberia o que dizer aos meus pais quando eles me vissem chegando em casa, e pior, se Alex me levasse, em minutos toda a cidade saberia que eu havia dormido fora  e que minha companhia não tinha sido o Marcus.

 —Calma...você tem dezenove anos , quase vinte,  seus pais vão entender. —Ele tentou amenizar os fatos.

 —Você não conhece meus pais, e pior, não sabe o que é viver em uma cidade minúscula. —argumentei realmente preocupada.

 —Acho que eu tive uma ideia. —Alex sorriu com o canto dos lábios.

 Levantei-me, sabia que não viria coisa boa.

—Nem comece Alex...É exatamente por conta de suas ideias fantásticas que eu estou nessa enrascada.

Ele se levantou também e cruzou os braços contra o peito, em seu rosto uma expressão de desapontamento.

 —Como você é difícil Maria Cecília. —Ele me abraçou. —Pode ao menos ouvir o que tenho pra dizer?

 Ri em seu peito.

—Você vai dizer de qualquer jeito — provoquei-o, estranhando o fato de me sentir tão bem ali.

 —Vamos subir, você liga para seus pais, diz que acordou bem cedo, que encontrou uma amiga e que vieram tomar o café da manhã em Santo Valle.

—Isso é o que tem em mente? — reclamei de sua nada fantástica ideia.

—Calma, eu nem falei a melhor parte... —Ele beijou meus lábios rapidamente. —Você desliga, tira essa roupa, nós nos deitamos naquela cama enorme e confortável, dormimos um pouco, ou não, e a noite eu levo você pra sua casa.

Afastei-me dele, queria olhar para sua cara de pau.

 —Nossa, é perfeito! —Usei todo meu cinismo. —Seu plano é tão perfeito que enganaria até mesmo os agentes do F.B.I.


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Notas finais do capítulo

Ai...Ai... Maria Cecília está fora da casinha mesmo... Mas também, eu até que entendo!
Galera, beijo no coração e até a próxima!



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