A estratégia escrita por HeloLovegood


Capítulo 10
Biblioteca


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores, finalmente o capítulo aguardado. Feliz natal meus amores, considera esse capítulo meu presente de natal para vocês.
Ps: Respondo todos os comentários amanhã e muito obrigada quem comentou, vocês são demais, muito obrigada.
Boa leitora amores.



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No dia seguinte, ela resolveu que não iria mais procurá-lo, nunca mais queria falar com ele.
Ainda estava bastante magoada, o coração tinha um buraco enorme e que seria difícil cicatrizá-lo. Se sentia besta e idiota demais, por ter caído numa cilada tão ridícula quanto aquela. Ainda sentia náuseas dos dois, pois aquilo havia sido desumano e baixo demais, até mesmo para eles.
Se levantou da cama e tomou banho rapidamente colocando o uniforme de qualquer maneira.
Não iria faltar aula por causa dele, não merecia isso, também havia prometido para si mesma que não derramará mais nenhuma lágrima, não vale a pena.
Ela jogou contra gosto, a mochila sobre os ombros e fez um coque no cabelo, somente para não ter que domar as madeixas.
Foi pro salão principal e observou seus dois melhores amigos. Quis chorar novamente somente pelo fato de Rony ter alertado ela que, Fred não era homem para ela.
Por que não havia escutado seu melhor amigo? Tudo poderia ter sido mais fácil e muito menos dolorido.
Ela sentou do lado de Harry, que pareceu prestar bastante atenção nela naquela manhã. Se tinha alguém naquela escola que poderia entender que algo não estava bem com ela somente por um simples olhar, esse alguém era ele.
– Bom dia. - Hermione pronunciou simplesmente e pegou uma maçã.
– Dia. - Os dois responderam em uníssono.
– Mione. - Harry começou cauteloso. - Você está bem?
– Sim, porquê eu não estaria? - Retorquiu mordendo um pedaço da maçã.
– Você parece um pouco abatida e seus olhos estão inchados. - Harry falou preocupado. - Se é por causa de Fred...
– Não, não é por causa dele. - Ela falou terminando de comer. - Vou para a biblioteca.
– Mas temos aula? - Rony falou confuso.
– Eu só vou pegar um livro e encontro vocês na sala. - Ela disse caminhando apressadamente para fora do salão.
Hermione chegou na biblioteca em poucos minutos, não queria encontrar Jorge pelo caminho, talvez ela estivesse com medo do que poderia fazer.
Caminhou entre as prateleiras e pegou um livro qualquer. Só queria esquecer por um momento, tudo o que estava acontecendo.
Se sentou numa mesa afastada e colocou o livro de capa preta e meio empoeirado sobre ela e começou a folheá-lo, podendo perceber que algumas páginas tinham um tom amarelado.
Voltou o livro pro começo e iniciou a leitora, mas sua mente parecia não querer processar nada que tinha lido até aquele momento e não tinha passado nem da primeira frase do livro.
Foi quando, de repente, a porta da biblioteca foi aberta no estrondo e Jorge Weasley apareceu na porta.
Ele parecia procurar alguém pelo local e tinha um sorriso gigante estampado no rosto, um sorriso que não dava fazia dias, e quando finalmente a encontrou foi disparado na direção dela alargando mais o sorriso, se é que era possível.
Enquanto ela fechou as mãos em punho, por debaixo da mesa e contando até quinhentos caso precisasse para se acalmar e não matar aquele ruivo que, naquele momento, estava parado na frente dela.
– Ele acordou, Hermione! - Exclamou ainda sorrindo. - E falou que quer ver você.
Hermione não pronunciou nada e voltou sua atenção para o livro, praticamente o ignorando.
Jorge percebeu que havia algo errado e diminuiu um pouco o sorriso.
– Por que está agarrada com esse livro, não me ouviu? Fred acordou e quer ver você. - Repetiu novamente e continuou tendo apenas silêncio como resposta.
Hermione fingiu que havia terminado aquela parte e virou a página ainda sem olhá-lo.
– Por que está me ignorando? - Jorge falou perdendo a paciência. - Para de ler isso. - Falou pegando o livro da mesa e ela finalmente o emcarou, mas para surpresa dele seus olhos transmitiam ódio.
– Me dar o meu livro! - Exclamou com raiva, mas tentou se controlar.
– Eu vou te dar esse seu livro velho, quando me explicar, o que está acontecendo? - Perguntou confuso e seu sorriso tinha desaparecido.
– O que está acontecendo? O que aconteceu, é que vocês dois não poderão mais me fazer de idiota!
– Você se lembrou? - Ele perguntou, num misto de surpresa, culpa e tristeza.
– Sim, me lembrei e aliás parabéns aos dois. Vocês foram muito convicentes, a trouxa aqui caiu nessa armação como uma idiota. Me diga quantas vezes, vocês dois riram pelas minhas costas?
– Hermione...não é nada disso...
– Cala a boca! - Exclamou com ódio e descumpriu a promessa que fez mais cedo, pois voltou a chorar novamente. - Eu não quero ouvir mais mentiras, isso foi muito cruel e baixo demais, até mesmo para vocês dois. Tudo isso para quê? Porquê? Só para não levar castigo da mãe? Resolveram me usar, me enganar e me fazer ficar apaixonada por ele! - Exclamou desabando na cadeira e soluçando de tanto chorar. - Eu tenho nojo de vocês dois, agora sai daqui e diga ao Fred para nunca mais falar comigo.
Jorge ficou sem reação por alguns segundos, ainda processando toda aquela informação, observou a garota chorando, resolveu devolver o livro, o deixando sobre a mesa e foi embora da biblioteca sem falar mais nada.
***
Fred havia acordado e escutou alguém falando algo e resolveu prestar atenção, sem abrir os olhos.
– Cara, acorda logo. - Jorge falou sentado na beirada da cama. - A vida está dureza sem você, não estou conseguindo dormir direito e estou emagrecendo tanto que daqui a pouco não preciso mais de vassoura para voar. Até os longros está difícil de fazer, porque não consigo me concentrar. Acorda logo mano, sinto sua falta. - Jorge falou entristecido.
– Também sentir a sua.- Fred falou abrindo os olhos.
– Você ouviu tudo? - Perguntou perplexo e coçando a nuca.
– Ouvi, também escutei a parte que você não vive sem mim. - Fred parou para analisá-lo. - Você está mal mesmo. Eu acho que devo está mais bonito que você.
Jorge não conseguiu pronunciar nada e abraçou o irmão apertado.
– É bom ter você de volta, maninho. - Falou ainda abraçado com ele.
– O que deu em você? Está muito carinhoso pro meu lado. Se eu não te conhecesse bem...
– Pelo visto você está ótimo. - Jorge falou se afastando dele.
– Sim, mas cadê a Hermione?
– Ela...a última vez, que eu vi ela, tinha ido na biblioteca.
– Então traga ela aqui, estou com saudades dela. - Fred falou com os olhos brilhando.
– Está bem, vou chamar a sua Hermione. - Falou saindo correndo da ala hospitalar.
Fred esperou ansioso, pela volta de Jorge, mas teve que aturar madame Pomfrey passar uma pasta amarelada nas suas costelas e beber uma poção transparente com gosto de cera de ouvido. Ele sabia o gosto, pois comeu no feijãozinhos de todos os sabores.
Mas quando a porta da ala hospitalar abriu, ele abriu um sorriso enorme que logo dissipou, quando percebeu o irmão entrar sozinho, cabisbaixo.
– O que aconteceu? - Perguntou ficando preocupado. - Cadê a Hermione?
– Você não está com fome? - Jorge mudou o rumo da conversa. - Posso ir para a cozinha e pegar algo com os elfos.
– Por que está mudando de assunto? Eu não quero comida nenhuma. Eu quero a Hermione. Onde ela está? - Perguntou ficando preocupado.
Jorge suspirou derrotado, estava querendo adiar a notícia e contar quando ele estivesse mais recuperado, mas estava sem escolhas. Ele sentou na cama novamente e encarou ás próprias mãos, pensando numa maneira pelo menos razoável para contar o que tinha acabado de acontecer.
– Ela...ela...
– Não vai me dizer que ela se machucou também? O Malfoy vai me pagar, eu vou arrancar todos os pêlos daquela doninha.
– Não, ela está bem. - Jorge explicou, ainda sem encará-lo.
– Então o que está acontecendo? Por que ela não veio com você? Por um acaso, ela não quer me ver?
– Na verdade não. - Jorge finalmente falou. - Quando a encontrei na biblioteca, ela falou um monte pra mim, disse que...ela se lembrou de tudo. - Falou triste.
– O quê? - Fred perguntou incrédulo, não poderia ficar sem sua Hermione, ele não iria conseguir mais viver sem ela. - Você está brincando, não está Jorge? - Perguntou com pingo de esperança. - Diz pra mim, que isso é uma trollagem e que daqui a pouco, ela vai entrar por aquela porta e me abraçar. Por favor, diz para mim que isso é mentira! - Exclamou sentindo lágrimas se formando nos seus olhos.
Jorge apenas negou com a cabeça, ele não estava mentindo, talvez desejando naquele momento que estivesse, somente para fazer Fred não sofrer daquela maneira.
– Ela não vai vim e ainda mandou recado para você nunca mais falar com ela. - Jorge completou sentindo seu coração doloroso, por ver o irmão naquele estado.
Fred começou a chorar e Jorge o abraçou apertado.
– Ela me odeia não é? Acha que tudo que eu disse é mentira, que eu não a amo. Mas eu a amo, não consigo mais ficar sem ela, não consigo mais respirar sem ela, não consigo mais viver sem ela. - Falou a última parte soluçando.
***
Fred tinha saído da enfermaria. Recebeu visita de Lino que pelo menos, o fez esquecer por alguns minutos os problemas.
Mas ele iria procurá-la e fazer ela perceber que tudo começou por um plano, mas seu amor é verdadeiro.
Entrou no salão principal, olhou diretamente para a mesa da grifinória e viu Hermione conversando animada com seus amigos ou talvez fingindo que tudo estava bem.
Ele respiro fundo e começou se aproximar dela com passos largos.
Hermione estava fingindo que tudo estava bem, que não tinha sido tonta o suficiente para cair numa armadilha daqueles dois e muito menos dar um gostinho de satisfação ao Rony para jogar em sua cara que havia avisado.
Ela não queria e nem merecia olhares de pena dos próprios amigos e talvez no fundo do seu coração estivesse preocupada sobre o que eles seriam capazes de fazer com os gêmeos se descobrissem toda a verdade.
Ela sentiu alguém atrás de si e respirou profundamente quando percebeu que era ele.
– Oi. - Falou para todos, mas precisamente a encarando.
– Oi. - Responderam Harry e Rony em uníssono.
Hermione não respondeu e voltou sua atenção para o prato que tinha pudim, estava no horário da sobremesa.
– Posso falar com você, Hermione? - Fred perguntou, ainda a observando.
– Não, ainda não acabei.
– Mas é importante, McGonagall está chamando você na sala dela.
– Eu? - Perguntou perplexa. - Ela disse o que era?
– Não, não faço a mínima ideia. - Respondeu com maior cara de inocência que poderia fazer.
– Eu vou ver o que ela quer. - Hermione falou e se levantou deixando meio pudim no prato para atrás.
Fred não perdeu nenhum minuto, e saiu correndo atrás dela.
Quando ela estava virando um corredor, sentiu uma mão segurar seu braço e virou rapidamente encarando ele.
– Eu mentir, McGonagall não quer ver você. - Fred admitiu ainda a segurando.
– Claro, mais mentiras. Não sei ainda porquê acredito em alguma coisa que você fale. - Ela disse ficando séria.
– Me desculpa, foi a única maneira que encontrei para que falasse comigo.
– Com mais mentiras? Será que não percebe o quanto isso é errado. O quanto tudo o fez comigo até agora foi baixo e desumano? O quanto me arrependo de ter me apaixonado por você.
– Eu sei que mereço ouvir cada uma dessas palavras ou até pior. Eu fui um idiota, desumano, nojento, trasgo, imbecil, sujo e baixo. Mas tem uma coisa nessa história toda que eu não me arrependo, foi ter conhecido você melhor, ter percebido o quanto você é linda, quanto seu sorriso é lindo, o quanto faz tantas coisas pelos outros sem cobrar nada, se arrisca para ajudar os melhores amigos. Você é uma garota especial, não tem ninguém em Hogwarts que seja tão inteligente quanto você, mas isso não é segredo para ninguém. Através dessa estratégia maluca que descobrir que não consigo mais viver sem você, sem seu sorriso lindo, nossas brigas e seus ataques de ciúmes, às vezes bastante dolorido. - Falou passando a mão no braço dele, onde ela havia jogado a sacola do vestido. - Esse plano desumano, me fez perceber o quanto você é incrível e eu estou apaixonado não, não estou apaixonado, eu te amo.
– Suas palavras foram bonitas, mas só isso não é suficiente. É só palavras que podem ser ditas da boca para a fora. Eu não confio mais em você, não consigo acreditar por mais que eu tente que tudo que está me dizendo agora seja verdade. Você quebrou minha confiança em você e isso é igual a um cristal, quando se quebra não tem volta.
– Eu te amo. - Falou a abraçando apertado, enquanto ela apenas chorou molhando a blusa dele. - Eu estou dizendo a verdade, acredita em mim por favor, Hermione. - Ele falou também chorando. - Eu sei que eu sou um canalha, um idiota e cafajeste ou seja lá qual xingamento mais que eu mereça, mas a única coisa que é verdade, é o amor que sinto por você. - Falou a beijando, mesmo ela tentando empurrá-lo para interromper, não conseguiu, pois ele é mais forte que ela.
O beijo durou pouco, às lágrimas de ambos ainda escorrendo, isso deixou o beijo salgado e mais melancólico.
– Eu não consigo acreditar em você. - Ela falou conseguindo se afastar dele. - Por favor, finja que eu não existo.
– Eu não vou desistir de você, Hermione. Você ainda vai voltar pra mim.
***
Fred ficou deitado na cama, encarando o teto, às cortinas em volta aberta. Segurou fortemente uma foto de Hermione que tinham tirado em hogsmeade, eles dois sorriam e se abraçavam.
Jorge entrou no dormitório e percebeu o irmão cabisbaixo. A aparência era deplorável, seus olhos viviam inchados pelas constantes noites mal dormidas e choros pela falta dela, havia também emagrecido muito, pois não se alimentava direito, barba por fazer e olhos tão tristes como ele jamais viu antes. Era como se ele tivesse morrido, mesmo existindo.
– Fred se anima. - Ele falou se aproximando do irmão. - Você não pode continuar assim, quanto mais sem comer direito.
– Por que vou me cuidar? Se eu não tenho motivo para viver. Eu fui um idiota, canalha e imbecil. Eu tive a garota mais maravilhosa do mundo e deixei que fosse embora... Eu perdi a única mulher que eu amei na vida.
– É assim que você quer conquistá-la? Se auto destruindo? Sem querer continuar vivendo e se matando aos poucos? Isso não é caminho certo. Como quer que ela te perdoe, se nem você mesmo está se perdoando?
– Me deixa em paz Jorge. - Fred falou virando pro lado oposto e começou a chorar novamente.


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Notas finais do capítulo

Vou confessar que estou com dó dele, mas para merecer nossa Mione ele precisa sofrer não é amores? Beijos.



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