Família De Marttino - Unidos Pelo Amor(Degustação) escrita por moni


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Boa Noiteeeeeeeeeeee
To adorando contar essa história e feliz que estão gostando.



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   Hannah

   Minhas pernas doem e meus pés devem estar cheios de bolhas, mas valeu a pena. Ele disse sim. Não esperava por alguém tão jovem. Morri de vergonha, mas não ligo de me humilhar se for preciso, luto por dois agora. Não posso me dar ao luxo de fraquejar, me envergonhar ou o que seja.

   Pagar a hospedagem em Florença, viajar até San Gmignano e comer, levou todo meu dinheiro. Por sorte me informaram que os trabalhadores aqui da Vila ganham hospedagem e alimentação além do pagamento. Uma semana e um dinheiro razoável para conseguir um quarto quem sabe no vilarejo por que passei e com sorte consigo um emprego. Aí eu começo a sonhar com meu bebê e a vida que vamos construir juntos.

   Fabrizio é um nome muito forte e pelo modo como ele se comportou, dá para ver que ele também é forte e decidido. Meus dedos tremem quando pego a ficha. Me sento na cadeira ao lado dos outros trabalhadores, uma senhora me sorri.

   Preencho a ficha com meus dados, nome completo, idade, endereço eu não tenho e deixo em branco pensando se não vai ser isso a me tirar a esperança. Talvez ele se preocupe em contratar alguém que não tem nem endereço fixo.

   Pergunta se tenho experiência e formação. Deve ser a pior ficha de trabalho que alguém já preencheu. Não tem nada. Seguro social, nada. Só nome e idade, além do número de identificação.

   Cheguei por último, então fico por último, ele vai conversando com as pessoas em uma sala. Enquanto espero fico olhando as centenas de toneis de vinho. O perfume do ambiente me enche a boca d’água. Meu estômago resmunga. Perdi as contas de quanto tempo andei. Minha cabeça dói um pouco e a mesa posta com queijos, pães e vinho me deixam com ainda mais fome.

   As pessoas vão saindo da sala e caminhando para a mesa. Vê-las comer só atiça a minha fome. Nunca vi queijo mais lindo. Um homem corta uma fatia dele e leva a boca e não consigo desviar os olhos daquela cena.

   ─Hannah! – A voz de Fabrizio chega a mim junto com um toque em meu ombro e já sei que não foi a primeira vez que me chamou. Fico morta de vergonha. – Vamos?

   Eu o sigo até a sala, ele me oferece a cadeira, agora que parei de andar começo a sentir os pés doloridos e as pernas cansadas. Penso se isso não fez mal ao bebê. Toco a barriga. O movimento involuntário me emociona.

   Penso em meu filho mesmo quando não devia. Ele não é só uma ideia em minha mente. Já ganhou vida. Mudo de posição com medo de Fabrizio desconfiar. Duvido que me de uma chance se souber que estou grávida.

   ─Esqueceu de anotar o endereço e telefone de contato. – Ele diz me estendendo a ficha. Balanço a cabeça em negação.

   ─Eu... eu não tenho um endereço, nem ninguém que possa entrar em contato. É para se informar sobre mim? Sou honesta. Pode acreditar na minha palavra, aprendo bem rápido. Não vou fazer corpo mole.

   ─Calma. Já tem o emprego. – Ele diz com olhos que lembram... carinho talvez.

   ─Desculpe. Eu morava em Florença, perdi o emprego, morava em uma hospedaria lá, como vim em busca de trabalho eu... não tenho casa, nem parentes.

   ─Tudo bem. Está começando. Boa sorte. – Seu sorriso se amplia e sinto confiança. Também alivio. – Pagamos no fim da colheita. Leva uns sete dias, as vezes um pouco mais, depende do grupo. Tem moradia, alimentação. Começamos todas as manhãs as sete, quando mais cedo melhor. Por conta do sol. Duas horas de descanso pela hora do almoço e paramos ao anoitecer.

   ─Consigo. – Digo firme. Tenho que ser bem firme para ele acreditar na minha capacidade. Olho nos olhos dele, para não achar que estou mentindo.

   ─Que bom. Agora o que acha de ir comer alguma coisa com os outros? Antes que devorem aquele queijo. – Meu rosto cora ainda mais, ele viu que estava olhando o queijo. – Daqui a pouco mostro suas acomodações. Descanse hoje. Pode conhecer o vinhedo, dormir, sei lá. O resto do dia está livre e amanhã as sete começamos.

   Estendo a mão e ele aperta. A mão é grande, cobre a minha, é forte e quente. Seu sorriso é mesmo bonito, mas eu não consigo sorrir de volta. Só desfaço o contato e caminho em direção a porta.

   ─Ah! Obrigada. Eu esqueci de agradecer.

   ─De nada. O queijo! – Ele brinca e afirmo. Deixo a sala e realmente não penso muito. Só caminho até o queijo de uns três quilos amarelo e perfumado. Corto uma fatia, minha boca engue de água, mordo e dá até vontade de chorar.

   Não consigo parar e tomo um copo de suco de uva para acompanhar, alguns tomam uma taça de vinho e vejo como elegiam a bebida, mas eu quero mesmo é abraçar o queijo e leva-lo comigo para sempre.

   Entupida. É como me sinto meia hora depois quando sou a única ao lado da mesa. Mastigo o queijo e não sei mais se o amo tanto assim.

   ─Pessoal! – A voz de Fabrizo soa alta e me assusto. – Desculpe, Hannah. Vamos conhecer as acomodações? Hannah, pode me esperar aqui?

   ─Posso. – Eu digo preocupada. Ele desaparece e decido que cabe um último pedaço do queijo antes de irmos embora.

   Me sento novamente abraçada a minha mochila. Depois de comer tanto e andar tanto só o que sinto é sono. Me encosto na cadeira e fecho meus olhos. Só para descansar um pouquinho.

   ─Hannah! – O toque em meu ombro me desperta num sobressalto. – Desculpe. Está cansada, não levei em conta que caminho até aqui, uma distância que eu nem sei expressar. Devia ter te acomodado primeiro.

   ─Estou bem, Fabrizio. Te chamo assim mesmo? Pelo nome?

   ─Sim. Por favor. – Fico de pé. Tenho vontade de sentar de novo de tanto que meus pés doem.

   ─Não estou nem cansada! – Dou de ombros e o sorriso generoso que recebo deixa claro que ele não acreditou.

   ─Vamos. – Começamos a andar, dou um último olhar para o queijo, indecisa se o amo ou odeio. – Tem bastante queijo lá dentro. – Ele diz apontando a grande mansão de pedras. – Estamos com um pequeno problema de acomodações. Você vai ficar na mansão. Uma moça sozinha... não achei boa ideia ficar com os outros. Nunca se sabe.

   Nunca. Ainda mais quando se é alguém imbecil e fácil de iludir como eu. Encaro o chão com vontade de chorar. Ainda choro todas as noites de medo e vergonha.

   ─Os donos vão aceitar isso? Eles sabem? Trabalha aqui faz tempo? Estou sendo inconveniente?

   ─Não, apenas apressada! – Ele brinca enquanto caminhamos muito devagar e não sei se ele anda assim ou se está preocupado comigo. Acho que estou mancando um pouco. – Vamos ver. Eles sabem é claro. Trabalho aqui a vida toda. Não está sendo inconveniente. Sou Fabrizio De Martino Sayer.

   ─Ah! Desculpe. É o dono. Não sabia. – Agora sim que estou com vergonha.

   ─Não se preocupe, não é grande coisa. Tem mais donos do que terras. – Ele diz fazendo um movimento amplo.

   ─O importante é que tem trabalho e um lugar para morar. – Que coisa estúpida para se dizer.

   ─Com certeza. – Ele ri. Subimos os degraus da mansão. Pela porta da frente. Ajeito a camiseta e passo a mão pelos cabelos que devem estar deprimentes.

   A sala é muito bonita. Me sinto ainda mais desajeitada, ele toca meu cotovelo me conduzindo e o sigo pela casa. Passamos em frente uma sala menor.

   ─Fabrizio. – Sigo o som da voz. É uma senhora de cabelos brancos. Elegante e sorridente sentada numa poltrona perto de uma grande janela com um bordado em mãos.

   ─Oi vovó. – Ele entra na sala e fico da porta. Não recebi convite, não vou entrar. A senhora deixa o bordado de lado para receber o beijo do neto. – Essa é a Hannah. – Ele me aponta de pé na porta. Aceno um tanto sem direção. Ela faz sinal me convidando, força um pouco o olhar e ajeito de novo os cabelos.

   ─Que namorada linda, querido. Como vai Hannah?

   ─Vó, não é namorada. Ela vai trabalhar conosco na vindima.

   ─Ah! – Ela diz num meio suspiro que não decifro o significado. – Muito bonita você é Hannah. Quantos anos tem?

   ─Dezenove. – Em um dia solitário e triste sem ninguém para comemorar comigo como muitos outros antes desse. Dou meu melhor sorriso para a senhora gentil.

   ─Ela vai ficar aqui, vovó. Pensei em leva-la lá para casa, mas mamãe achou melhor aqui.

   ─Valentina é sabia. Bem-vinda, Hannah.

   ─Obrigada senhora...

   ─Pietra, mas se me chamar de vovó não vou me incomodar. – Meu sorriso se alarga, que sonho seria ter uma avó. Nem ouso chama-la assim. Do jeito que sou sozinha é capaz de sofrer me despedindo daqui uma semana.

   ─Vamos, Hannah. Achar a tia Gabriela. – Fabrizio me conduz mais uma vez, aceno para a senhora que volta ao seu bordado.

   Chegamos a sala de jantar e depois a cozinha. Tudo vazio. Fabrizio suspira.

   ─Minha casa chama mansão De Martino! – Ele resmunga fazendo uma voz engraçada. – Grande coisa. Nunca se acha ninguém. Tia Gabriela! – Ele grita quando andamos de volta a sala. – Tia!

   Uma mulher muito bonita e sorridente desce as elegantes escadas de madeira.

   ─Aqui! – Ela diz me sorrindo e depois encarando Fabrizio. – Viu o Tigrão?

   ─Correndo as videiras. – Ele avisa. – Tia, essa é Hannah. Ela vai ficar hospedada aqui...

   ─Eu sei, Valentina me telefonou. Como vai, Hannah?

   ─Bem, obrigada, senhora.

   ─Gostou disso, Fabrizio? Senhora! – Ela ri de si mesma, me beija o rosto. – Senhora Gabriela Canavarro De Martino Terceira. Apenas Gabriela. Está ótimo.

   ─Como quiser. – Nem sei como me comporto. Tanta coisa cara e elegante a minha volta. Eles são tão distantes da minha realidade.

   ─Pode ir, Fabrizio. Cuido da Hannah. – Ela diz ao sobrinho. Fabrizio me olha. Não sei o que dizer, parece que ele também não. Confio nele, sou esse tipo de garota burra que confia nas pessoas. Me sinto bem com ele e me despedir e ficar sozinha me deixa desconfortável.

   ─Fica bem, minha tia é legal, todos são. É uma casa de família. Está segura aqui.

   ─Obrigada, por tudo, pela chance, eu trabalho bem, não vou decepcionar.

   ─Não acho que possa fazer isso. – Ele diz com a mão ainda em meu cotovelo. É bonito, mas isso agora é a última coisa que me importo. Já sei que isso não significa nada, só que ele tem mais chances de magoar as moças burras como eu.

   ─Estou com tempo livre. – Gabriela diz e despertamos, desfazemos contato. Ele olha para a tia. Meio atrapalhado pela primeira vez.

   ─Obrigado, tia. Vou voltar ao trabalho.

   Assisto enquanto ele atravessa a sala e então olho para Gabriela. Que bonita e sorridente ela é. Parece o tipo de pessoa que está sempre feliz.

   ─Vou te mostrar seu quarto. – Ela aponta a escada. Olho surpresa. Não tem uma ala de empregados? Vou ficar aqui.

   ─Subir as escadas?

   ─Se souber voar aceito uma carona. – Gabriela brinca e acabo sorrindo. – Sim, é só a mochila? – Afirmo. – Então vem.

   Dou uns passos a seu lado e seu olhar segue para meus pés, em seguida meu rosto. Esse negócio de estar mancando vai acabar me prejudicando.

   ─Eu vim andando de San Gmignano. Só preciso descansar um pouquinho e melhoro. – Me explico. Ela para no meio da escada.

   ─Veio a pé? – Afirmo. – Isso que dá aquele menino só pensar em trabalho. Fabrizio podia ter te encontrado pela estrada se não estivesse aqui trabalhando. Pietra já foi melhor. – Não entendo uma palavra, mas não quero perguntar.

   Mais uns degraus e um garotinho descia as escadas apressado. Estaca quando nos vê. Me olha um momento, encara a mãe.

   ─Essa é a Hannah. Ela vai trabalhar aqui na vindima.

   ─Muito prazer, Hannah. – Ele me estende a mão. Aperto. O garotinho uns degraus acima com um rosto corado. – Sou o Pietro, tenho quatorze anos.

   ─Quatorze? Quanto tempo eu dormi? Noite passada tinha onze.

   ─Mãe! – Ele reclama entredentes.

   ─Quatorze! – Gabriela se corrige. Depois me indica a escada e continuamos subindo enquanto o garotinho desaparece. – Arrumou um admirador. – Ela diz rindo. – Ele tem onze anos, mas gostei da tentativa.

   Ela me leva por um corredor cumprido, cheio de portas, com tapetes, quadros e um aparador com espelho e um vaso elegante com flores.

   ─Aqui. – Gabriela abre a porta de uma suíte que me deixa encantada. – É o quarto de hospedes. Fique à vontade.

   ─Vem mais alguém dividir o quarto comigo?

   ─Não. – Ela garante. – É seu. Descanse esses pés. Vou te trazer uma pomada ótima que minha filha usa quando sente dores. Vai aliviar bastante.

   ─Obrigada, Gabriela.

   ─Bobagem. Vá desfazendo a mala que já volto.

   Não faço nada, apenas sento na cama macia encantada com tudo. Nem cinco minutos depois Gabriela está de volta. Me entrega a pomada na mão.

   ─Deixa eu ver como estão esses pés? – Balanço a cabeça negando. – Mocinha. Nem o Tigrão conseguiu fugir de mim. – Ela me ajuda a tirar os sapatos. – Menina. Olha isso. Hannah, você precisa cuidar disso. Se devolver você assim, sua mãe vai me dar uma bronca.

   Gabriela encara meus pés com a mão na cintura. Tem uma bolha ou outra. Nada que um banho quente e um esparadrapo não resolva.

   ─Minha mãe faleceu. Eu estou bem. – Ela deixa os olhos subirem até meu rosto.

   ─Sinto muito. Também perdi minha mãe jovem. Também caminhei por essa estrada uma vez. – Ela me dá um sorriso nostálgico. – Descansa. Sirvo o almoço a uma hora. Espero por você.

   Balanço a cabeça pensando se tem um modo de fugir desse almoço. Não da comida, por que realmente não ando conseguindo dizer não a comida, mas a companhia. Nem posso me imaginar sentada a mesa com essa gente rica.

   Gabriela sai fechando a porta e fico sozinha. Olho para meus pés pensando que vai doer enfia-los na água morna, mas vai ser bom.

   Depois de um banho, uma massagem com a pomada e alguns esparadrapos nos pés eu me deito um pouco. Acho que consigo descansar um pouco até a hora do almoço. Fecho meus olhos. A cama é tão macia, os lençóis perfumados.

   Abro os olhos um minuto depois. Me sinto descansada e com fome. Penso no queijo, sim, eu o amo. Procuro pelo relógio na cômoda, três da tarde. Salto da cama. Era para descer a uma hora.

   Quero chorar de vergonha. Meu coração bate tanto que nem sei o que fazer. Minhas mãos tremem quando lavo o rosto e escovo os dentes e os cabelos. Ajeito a roupa para desamassar um pouco.

   Desço sem saber que direção tomar. Onde ir e o que dizer. Meus pés estão muito melhores e ando normalmente. A pomada é mesmo boa.

   A casa está bem vazia, acho que é isso de vindima. Prefiro pegar o caminho da cozinha. Também não tem ninguém. Só o perfume de molho vermelho que me deixa com mais fome. Um miado me desperta. Um gato branco de pelos longos e olhar soberbo está sobre um armário, sorrio. Tão lindo.

   ─Oi, vem cá, vem! – Convido. Ele salta de um armário ao outro até estar sobre uma cadeira a minha frente. Me aproximo. Afago os pelos com cuidado.

   ─Morgana! – Uma jovem de vestido azul rodado com laço na cintura entra na cozinha. – Achei você. – Ela me sorri. – Oi.

   ─Oi. É sua?

   ─É... pode se dizer que sim, normalmente ela pensa que eu é que sou dela. – A menina me conta pegando a gata no colo. – Beatrice.

   ─Hannah.

   ─Veio para vindima, não é? – Afirmo. Olho em torno um tanto sem graça.

   ─Gabriela me disse que o almoço seria a uma hora.  Adormeci e quando me dei conta...

   ─Perdeu a hora. – Ela diz tranquila. Olha em torno. – Vamos lá em casa? Eu fiz uma torta de uva, receita da tia Kiara. Já ia me servir de uma fatia quando dei falta da Morgana.

   ─Eu não sei se posso. Eu acabei de chegar, não sei como funciona tudo isso.

   ─Funciona assim, você é livre e estou te convidando. – Morgana salta do colo dela para o meu e acho que nunca toquei num bicho tão macio. Envolvo os pelos dela. – Pelo visto, Morgana está insistindo.

   ─Obrigada. – Deixamos a casa pelos fundos. Fico curiosa sobre quem ela é. Não sei direito onde estamos indo, mas a fome anda mandando em mim. Chegamos a uma linda casa de três andares. Não é muito grande, mas é tão bonita quanto a mansão. Uma sala confortável, que passamos sem parar e em seguida uma sala de jantar com uma mesa para oito pessoas, logo depois a cozinha ampla.

   Morgana salta dos meus braços e caminha pela casa dona de si e de tudo a sua volta.

   ─Senta. – Beatrice me convida, é uma jovem bonita, cabelos longos e escuros, olhos escuros também.

   ─Docinho! – Uma voz grave e masculina chega a nós quando me sento.

   ─Aqui, papai! – Ela responde colocando a torta perfumada sobre a mesa. Um homem muito alto e forte invade a cozinha. Tem cabelos até os ombros e tatuagens pelos braços.

   ─Que cheiro bom. – Ele para quando me vê. – Boa tarde.

   ─Boa tarde, senhor.

   ─Kevin, apenas. É a Hannah? – Faço que sim. – Bem-vinda.

   ─Obrigada.

   ─Quer torta, papai?

   ─Sim, mas depois. Vou resolver umas coisas antes. Quando o Fabrizio chegar diz para me esperar aqui. Não demoro. – Fabrizio, então esse é o pai dele? Beatrice irmã?

   ─Onde vai com tanta pressa, Forasteiro? – A mãe de Beatrice, basta olhar para saber. Ela envolve a cintura do homem que beija seus lábios com carinho.

   ─Problema na maquinha de separação. Vou consertar e já volto. Te amo, Primeira Dama.

   Ele parte e a mãe de Beatrice me sorri, se senta ao meu lado na cadeira vazia.

   ─Hannah?

   ─Isso. – Eu confirmo, todo mundo sabe meu nome. Eles são bem atentos aos funcionários.

   ─Sou Valentina, mãe do Fabrizio e da Batrice. Austin e Luigi também.

   ─Família grande. – Comento e ela afirma.

   ─Sim. Cadê seus irmãos? – Ela pergunta a filha.

   ─Austin ainda está no vilarejo com o Vincenzo. Luigi foi agora com o Matteo busca-los. Fabrizio está vindo. Disse que ia só resolver qualquer coisa com a Bella.

   ─Não sei se é certo eu estar aqui. – Pode ser que Fabrizio chegue e se incomode, já me hospedou na mansão e chega em casa e estou na sua cozinha comendo da sua torta com a mãe e a irmã? Ele pode achar que não é profissional.

   ─Claro que é. Experimenta a torta. Beatrice está aprendendo.

   ─Mamãe, assim ela vai achar que é uma cobaia. – Beatrice reclama. Valentina sorri.

   ─Somos. – Ela brinca comigo e sorrio. Não vejo a hora de provar a torta que está muito perfumada. As duas esperam que dê a primeira garfada, é deliciosa. Suspiro de olhos fechados aproveitando o sabor suave.

   ─Perfeita. Uma delicia. Obrigada. – Digo com toda honestidade. As duas gostam de saber e experimentam. Esqueço um pouco todo resto e só me dedico a comer a torta como se fosse a última refeição. Por isso meu dinheiro não deu para nada. A fome está me tomando de um jeito que nunca pensei.

                        


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Notas finais do capítulo

Beijosss
Instagram Autora Mõnica Cristina



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