Criminal Minds - I found Love escrita por Roza Hathaway Belikov


Capítulo 23
Capítulo




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“Sabemos que o mundo nunca será o mesmo. Algumas pessoas riem e algumas pessoas choram. A maioria permanece em silêncio.”

Robert Oppenheimer

Ninguém espera por um acidente quando ele chega; bem pelo menos ninguém pede para sofrer um acidente – a não ser que seja a pessoa a provocá-lo, sendo assim ninguém espera pelo impacto devastador e isso acaba com você quando ele chega te destrói de maneiras jamais imaginadas, arrebenta praticamente tudo por dentro – os órgãos tem sorte se conseguir aguentar a lesão sem um machucar o outro ferozmente, ou sem um osso se partir e machucar algo por estar fora do lugar.

Danos físicos, isso era cruel e a recuperação dolorosa demais, mas ainda tinham cura, levaria tempo, mas funciona. Agora se tratando da alma então é algo bem mais complicado, mais fácil de dar errado e estragar todo o resto.

Adalynd nunca falou nada sobre os dois piores anos de sua vida por razões óbvias e completamente dolorosas – primeiro porque foram momentos ruins e depois porque ela não tinha o menor interesse de ser o centro das atenções por algo assim e então ter que ficar revivendo esses momentos, mas era algo que mesmo que doesse ela tinha que fazer naquele momento.

Elliot era com certeza o cara mais bonito e carinhoso que ela já havia visto em sua vida, era meio galinha considerando a quantidade de garotas que davam encima dele é claro, mas mesmo assim ele costumava ser gentil com todo mundo e isso era legal e então de um jeito estranho ele se apegou a ela.

Adalynd se lembra da primeira vez que ele a chamou pra sair depois de meses dando em cima de metade do campus, era pra ser apenas uma bebida depois da faculdade lá pelas 22h00min – ela não bebia na época então foram apenas para conversar e foi mágico então é uma pena que toda a magia um dia acabe.

A mudança começou de um jeito tão sutil que mesmo se tentasse a ruiva jamais poderia prever ou sequer ver chegando, primeiro Elliot se tornou cada vez mais ciumento, então ela parou de ver seus amigos, não falava mais com sua irmã como antes, então depois eles brigavam quase todas as semanas se ela sequer olhasse para alguma coisa e Elliot desconfiasse que fosse para um cara, o pior foi quando ele leu um dos e-mails no computador dela numa noite no campus, Adalynd lembra apenas de acordar no quarto com dor por ele estar chutando as costas dela forte o bastante para manda-la para o hospital, ele se manteve longe por duas semanas e quando voltou passou as semanas seguintes se desculpando e sendo um perfeito príncipe que por um momento quando ele prometeu ter se arrependido e mudando Adalynd acreditou e isso o fez ficar apenas mais esperto, ele começou a ir além, gritava com ela em lugares públicos e no dia seguinte se desculpava com flores e beijos e mais promessas vazias e então começou a bater nela em lugares que não deixaria marcas visíveis e então sua família estava na cidade.

Adalynd não sabia até então, mas aquele era um momento do qual provavelmente nunca mais se esqueceria na vida, os pais dele eram perfeitos, pessoas doces e boas e isso a fez perceber que também não faziam ideia do psicopata que era o filho, mas tudo bem ela não abriria a boca e então conheceu Vicent, irmão de seu namorado e imediatamente isso a apavorou, porque ele era doce e gentil e percebeu que havia algo errado quando encarou o pescoço dela e notou uma marca roxa mal coberta por maquiagem, ele obviamente não ficou feliz e a cena nunca sairia de sua cabeça.

— Ah querida, ficamos tão felizes em saber que nosso filho havia encontrado alguém que o fizesse feliz. – Disse Elyzzy mãe de Elliot e Vicent com um largo sorriso, ela era uma dessas mulheres há qual o tempo parecia ter poupado, era linda, com cabelos negros lisos descendo pelas costas, se vestida muito bem e era divertida.

— Estou orgulhoso da mulher que encontrou meu filho, essa mocinha com certeza é perfeita e te fara muito feliz.  – Disse Anderson, pai dela que apenas de sempre estar sério era a pessoa mais doce e sentimental que Adalynd já conheceu em sua vida, era uma pena que aparentemente ele tão pouco conhecia o verdadeiro filho que tinha. – Agora quem sabe Vincent toma exemplo e finalmente arranja uma noiva.

— Qual é não foi pra isso que estávamos aqui. Além disso, creio que isso é uma conversa... Pra outra hora. – Rebateu Vincent encarando Adalynd com um meio sorriso que logo se desfez quando ele finalmente percebeu o que estava errado naquele cenário. – Adalynd, eu posso falar com você no corredor?

Adalynd entrou em alerta por dentro.

— Está tudo bem? – Perguntou Elliot prestando atenção em sua namorada e em seu irmão, discretamente apertando a perna dela por baixo da mesa com força. – Adalynd, meu amor. Tudo bem?

— Tudo bem, eu só preciso... Ir ao banheiro, se puder dar licença um momento, eu... Volto num minuto. – Disse Adalynd levantando rapidamente tentando esconder a expressão de dor praticamente correndo para longe da mesa.

— O que você... Adalynd, por favor, espera! – Pediu Vincent levantando também e indo atrás dela segurando seu braço com cuidado a fazendo parar. – Que porra meu irmão fez com você? E não tente me enganar, seu pescoço está roxo e eu sei o irmão de merda que eu tenho e meus pais nem sonham.

— Vincent, eu estou bem. Por favor, só deixa isso pra lá, não quero confusão. – Mentiu Adalynd segurando as lágrimas.

— Então ele machucou mesmo você, aquele filho da mãe não vai escapar dessa numa boa. – Concluiu Vincent fechando os punhos ao olhar para trás e perceber seu irmão se aproximar. – Ótimo, eu queria mesmo conversar com você.

— O que está acontecendo aqui? – Perguntou Elliot entrando no corredor tentando se aproximar de Adalynd, mas Vincent não permitiu. – O que estavam fazendo? O que disse pra ele?

— O que está dizendo? Nada! – Protestou Adalynd se encolhendo junto à parede. – Qual é Elliot, pare com isso, seus pais estão aqui e não devíamos brigar e sim aproveitar o jantar, por favor.

— Certo, mas conversamos mais tarde sua vadia! – Advertiu Elliot com raiva a puxando pelo braço com força.

Aquela cena foi o que entregou tudo.

— Desgraçado! Você bateu mesmo nela, não é? – Esbravejou Vincent irritado o empurrando com raiva.

— Cala a boca Vincent, você não sabe do que está falando. Volte pra sala de jantar e segure nossos pais lá enquanto eu converso com a minha namorada um momento. – Pediu Elliot com raiva sem tirar os olhos de Adalynd.

— Vai para o inferno seu desgraçado! Não vou a lugar algum e permitir que machuque a moça de novo, mas você sim se não quiser que eu chame a policia. – Ameaçou Vincent irritado empurrando o irmão pra longe Adalynd que tremia chorando.

Tudo aconteceu tão rápido, Eliot virou o corpo com raiva socando seu irmão que caiu no chão e então eles começaram a se socar ali mesmo, Adalynd começou a gritar pra pararem e isso chamou a atenção para os pais deles que entraram correndo assustados sem entender nada, mas não era preciso. Adalynd ainda tremia quando tentou puxar Elliot pra longe, ele estava com raiva e seu irmão já estava bastante machucado foi quando ele acertou o cotovelo com força no rosto de Adalynd fazendo a mesma cair para trás segurando o rosto e os pais dele gritando. Elliot congelou, levantou um segundo depois quando Adalynd também se levantou e lhe deu um tapa, o que não esperava era que Elliot fosse revirar então ela não pensou muito e apenas fechou o punho e bateu contra o nariz dele o fazendo gritar; havia quebrado o nariz dele.

— Mãe chame um taxi e tira Adalynd daqui, eu vou chamar a policia. – Avisou Vincent levantando e tirando o casaco, cobrindo os ombros de Adalynd que havia entrado em choque.

O restante dos acontecimentos se tornou um borrão em sua cabeça, ela se lembra de transferir a faculdade e prometer a si mesma não contar aquilo pra ninguém e por anos assim o fez, até aquele momento.

Spencer não conseguiu pensar sequer numa frase decente para confortá-la naquele momento, ele estava com tanto ódio que poderia facilmente matar Elliot se o mesmo aparecesse na sua frente. Ele apertou forte Adalynd em seu colo que chorou tanto a ponto de que agora mal conseguia respirar direito.

Spencer finalmente um pouco mais calmo levantou da cama, então entrou no banheiro pegando um frasco pequeno laranja tirando dali dois comprimidos e então pegou agua de uma garrafinha de havia ali e os entregou para Adalynd que franziu a testa.

— São calmantes bem leves, estavam no banheiro e eu achei que ajudariam mais do que um banho agora, você não está bem. Tome, eu prometo que vou ficar aqui a noite toda meu amor. – Garantiu Spencer voltando a sentar ao lado dela com cuidado.

Adalynd não queria dormir e provavelmente ter pesadelos, mas mesmo assim pegou os comprimidos e a agua, após tomar os remédios fazendo uma careta deitou na cama puxando Spencer junto de si e desabou em lágrimas de dor e lembranças.

— Me perdoa, por favor! – Pediu entre soluços.

— Não faça isso com si mesma minha pequena, você não tem do que ser perdoada por nada que aconteceu. – Advertiu o gênio fazendo uma careta alisando as costas dela. – Você não fazia ideia de quem Elliot realmente era quando se conheceram então a culpa do que aconteceu não é sua. Está tudo bem agora, ele não pode mais te machucar meu anjo, eu não vou permitir que aquele monstro desprezível chegue perto de você desse jeito de novo um dia meu amor. Confie em mim, por favor,

Adalynd acreditava nele, sabia que estava sendo sincero, mas mesmo assim falar sobre aquele assunto a fez reviver toda a dor que enfrentou então mesmo se sentindo segura precisava chorar até que toda aquela sensação fosse embora e foi exatamente isso que ela fez, apertou Spencer e se deixou chorar até que finalmente os calmantes fizeram seu papel e ela adormeceu mesmo que com o rosto todo manchado de lagrimas.

Naquele momento Spencer prometeu a si mesmo que faria sua pequena Valente ser feliz e esquecer toda a dor que viveu.


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