Another Me escrita por warick


Capítulo 6
Capitulo 5 – Ritual de purificação.


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, desculpem a demora, eu estava fazendo vestibular e deu preguiça depois disso.



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Finalmente depois de sete meses eu entendi a técnica de fortalecimento, perdi dois meses tentando mexer o núcleo de lugar, coisa que Malcon explicou que isso não era prejudicial mas também não era o que eu queria fazer, nos meses seguinte eu fui tentar manipular a magia que tem dentro do núcleo.

Mesmo eu reclamando várias vezes sobre meditar e estudar para o Malcon eu estava feliz com a minha vida, na minha vida anterior eu imaginava várias vezes como seria ter magia, como eu iria usa-la e como seriam as aventuras que eu ira ter.

Tia Catherine passava de vez em quando em casa para tirar uma folga da pesquisa que ela estava fazendo, duas coisas que eu nunca entendia dela era onde ela tirava o dinheiro para viver pesquisando e por que diabos ela não se declarou para Malcon, ele não era alguém que iria fazer algo sem pensar 10 000 vezes antes de fazer, na minha mente ele tinha a personalidade daquele professor legal do colégio, aquele professor que na juventude se aventurou um pouco, mas se assossegou e começou a ensinar enquanto ela era aquele tipo de mulher de origem nobre que gosta de sair e meter a mão na massa.

Mas como eu nunca tive nenhum relacionamento romântico muito duradouro eu não iria opinar mesmo.

E finalmente nesses meses que se passaram desde que eu recebi minhas memorias nós começamos a fazer um real plano, não era muito diferente do que eu já tinha planejado, mas pelo menos coletamos bastante informações.

Harry Potter vivia mesmo com os Dursley e não parece ser maltratado, ele não tinha a atenção necessária que uma criança precisa, mas nada como abuso, Little Hangleton tem uma casa velha protegida com várias magias negras, Sirius Black não teve julgamento e Peter Pettigrew realmente vive na casa dos Weasley.

Essas duas últimas partes eram algo que eu não gostei de deixar como está, por um lado é alguém inocente que está na prisão e no outro lado é um assassino que está vivendo em uma casa cheia de crianças. Será que o que nós estamos fazendo é algo certo?

Suspirei mais uma vez e coloquei meu livro de runas na mesa, eu não gostava de ser o manipulador, eu deveria parar de forcar no que iria acontecer por causa de minha inação e pensar mais no que não iria acontecer por causa de minhas ações.

Cansado dessas questões filosóficas decidi meditar.

Sentei na posição de lótus no chão de meu quarto, em menos de 2 minutos consegui encontrar meu núcleo e me mergulhei nele, a sensação de estar único com a sua própria magia era incrível, você se sentia todo poderoso e também totalmente calmo, era algo difícil de se explicar em palavras, enquanto eu estivesse assim nenhum problema iria me incomodar, é uma pena que eu ainda não consigo chegar nesse estado sem estar parado.

Eu apelidei esse estado de modo sábio... por motivos.

Um som retumbou no meu quarto, abri meus olhos e me levantei, depois de muitas vezes que Malcon teve que subir para me chamar ele decidiu criar um alarme para fazer isso, e só para exagerar ele fez um som para cada coisa, um para treino, um para café da manhã, um para almoço, um para jantar, um para colocar o lixo para fora, um para quando eu estou atrasado para a escola, um para quando eu tenho que limpar algo, ....

Era tantos alarmes que eu nem me dei o trabalho de decorar nenhum deles, simplesmente eu vou para onde ele está e encaro ele da maneira mais irritante possível.

— Temos treinamento agora. – falou Malcom 5 minutos depois de eu ter achado ele na cozinha.

— Realmente precisamos do alarme?

— Sim. – respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. – Mas se te incomoda tanto, eu te deixo desligar ele.

— Sério? – perguntei alegremente. – Como eu desligo ele?

Ele sorriu para mim.

— Boa sorte descobrindo.

Eu devia ter percebido que isso iria acontecer.

— Então. – falou Malcon quando chegamos no dojo – Hoje vou te ensinar o básico de controle elemental, existem os 5 elementos básicos: Água, Fogo, Ar, Terra e Energia e também existem as milhares de combinações entre eles. Cada combinação é diferente entre si como a terra é diferente da rocha e da lama, cada um deles tem uma peculiaridade para ser manipulado. Agora para o início o que você precisa saber é que cada pessoa tem um elemento que é mais fácil de manipular, por exemplo, o meu é terra, e tem elementos que é muito difícil de controlar. Eu não conheço nenhum outro método para descobrir a tua afinidade sem ser por tentativas.

— Qual elemento é difícil de controlar para você?

— Nenhum dos 5 é difícil para mim, eu tenho problema com as combinações que não envolvem terra.

— O que eu tenho que fazer para manipular eles? – perguntei.

Malcom caminhou até um armário que tinha no dojo e pegou 4 objetos, quando ele voltou eu vi que eram: um tipo de rocha que tinha várias cores, um jarro ornamentado com água dentro, uma vela pintada de um jeito que ela parecia estar em chamas e um isqueiro.

— Um isqueiro, sério?

— Como você quer que eu acenda a vela?

— Magia?

— Controlar algo conjurado por outra pessoa é algo difícil de se fazer. Quer começar por qual?

— Água, sempre quis conseguir controlar água.

— Por que isso? – perguntou curioso.

— Água é o elemento mais útil que existe, você consegue fazer toda a limpeza da casa facilmente se você conseguir controlar a água.

Ele revirou os olhos.

Com um movimento de pulso a varinha apareceu na mão dele e ele conjurou uma bacia de madeira, Malcon pegou o jarro e despejou um pouco de água dele na bacia.

— Não tinha dito que controlar algo conjurado é difícil...?

— Você vai estar tentando manipular a água não a tigela.

Abri a boca para falar algo, mas logo fechei.

— Essa água é muito especial por isso não desperdice, eu peguei de um lago onde uma poderosa ninfa da água vivia, eu escapei por pouco de ser afogado por ela e eu não quero passar por isso de novo.

— Por que ser água de ninfa tem tanta importância?

Malcon engasgou com minha pergunta e corou um pouco.

— Ninfas da água são seres de magia, elas irradiam magia de água onde elas passam e no lugar onde elas habitam a concentração de magia de água é realmente grande, essa água que eu peguei tinha uma concentração grande de magia da ninfa, mas depois de tantos anos e algumas vezes que eu usei, a magia foi se esvaindo deixando somente resíduos...”

“...um dia por sorte eu estava indo jogar essa água fora por achar que a utilidade dela tinha acabado eu tropecei e por reflexo eu levitei magicamente o que eu estava segurando, quando eu me recuperei da quase queda eu vi que o jarro estava se mexendo de forma estranha, eu investiguei o que estava acontecendo com o para isso acontecer e vi que era possível manipular a água com muito menos magia do que era o normal.”

— Interessante. – eu estava espantando, a quantidade de coisas que Malcon descobria por esse tipo de acidente estava ficando realmente grande. – Mas como eu faço isso?

— Você tem que mandar um pouco de magia para a água e tenta harmonizar com o elemento.

— Mandar magia para a água? – perguntei.

Ele acenou com a cabeça.

— Como eu faço isso?

— Fazer o que? – perguntou confuso.

— Mandar magia para a água.

— Ainda não te ensinei a fazer isso?

— Não.

— Não tentasse sozinho?

— Não, depois daquele papo de núcleo magico que poderia ser ferido por uso excessivo de magia eu achei melhor que eu esperasse você dizer que estava seguro antes de tentar qualquer coisa.

— É bom ser precavido. – concordou Malcon. – Isso é algo fácil de se fazer, só é preciso concentrar um pouco de magia na palma de sua mão ou nos seus dedos e dar um pequeno ‘empurrão’ na magia, o problema no começo é acertar o que você quer.

Eu concentrei no meu núcleo magico, demorou um pouco para encontrar, e como tinha sido explicado eu concentrei um pouco da minha magia na palma da minha mão e dei um ‘empurrão’.

Boa notícia: eu consegui empurrar a magia para fora de meu corpo.

Má noticia: a magia saiu pelas costas de minha mão, consegui tirar o meu rosto do caminho da bola de magia, que se chocou na parede e sumiu com um pequeno estalo.

Péssima notícia: Malcon viu isso e estava gargalhando.

— Uma ótima tentativa, só tenta da próxima vez lançar na direção certa. – ele comentou sorrindo.

Suspirei, essa tarde seria deprimente.

Depois de muito treinamento eu descobri que eu não tenho nenhuma afinidade para os 4 elementos e que Ar é o meu pior, possivelmente por não termos algo que ajude na manipulação como a vela com sangue de dragão ou a pedra tirada de um encontro de 5 linhas Ley, e não testamos a minha afinidade para energia pois é teorizado que quem criou essa ideia dos 5 elementos contou magia em sua forma bruta como energia, e Malcon não tinha nenhuma ideia do que fazer.

A partir desse dia eu virei piromaníaco.

É sério.

Eu sempre quis estalar os dedos e uma chama aparecer acima da minha mão.

Ainda bem que eu tenho total controle do fogo, que senão eu teria queimado algo.

Minhas roupas.

Meu cabelo.

A casa.

Várias e várias vezes.

Malcon até proibiu de brincar com fogo dentro de casa, principalmente na biblioteca.

Mas é tãaaao legal.

Um mês depois perdeu um pouco da graça, principalmente por ter que ficar parado para achar meu núcleo antes de conseguir fazer qualquer coisa.

—----

— Tens que decorar isso para semana que vem. – falou Malcon depositando uma folha na minha frente.

A folha tinha duas linhas, uma que era em uma língua que eu não entendia e a outra era como recitar o que estava escrito na primeira linha.

— Para o que vai ser isso? – perguntei.

— Para o seu primeiro ritual.

— Sério? – perguntei incrédulo. – Qual ritual vai ser? Invocar um familiar? Ritual para aumentar minha força? Aumentar minha magia?

— Um ritual de purificação.

Por um momento fiquei desanimado, mas depois eu me lembrei do que ele falou sobre rituais de purificação e do que eu achava deles na minha outra vida.

— E isso é o que eu vou ter que recitar? – perguntei olhando para o monte de palavras estranhas.

— Sim, não se preocupe temos uma semana para o dia, eu vou te ensinar tudo o que você precisa aprender para ir tudo certo no dia.

— Quando vai ser? – perguntei.

— Dia 23 de dezembro, na lua cheia.

Eu só tinha uma última dúvida.

— Mas porque agora? – perguntei.

— Eu quis primeiro esperar para o teu núcleo magico se estabilizar, mas você se lembrou de sua vida passada então eu esperei um pouco para ver o quanto você melhoraria sentindo a sua magia, agora que você consegue manipular os elementos a sua vontade você conseguirá sentir o quão bom o ritual realmente vai ser.

— Você esperou quase 1 ano só para me mostrar que o ritual é bom?

— Sim, você vai ver.

Revirei os olhos, Malcon de vez em quando gostava de se fazer de misterioso.

— Você já fez esse ritual desde que me adotou?

— Uma vez a cada seis meses, o melhor seria mês sim mês não, mas alguns dos componentes do ritual são muito caro para fazer tão frequentemente.

Mesmo nós vivendo em uma casa tão grande quanto a nossa, nós não éramos tão bem de vida quanto se podia imaginar, Malcon trabalhava como mestre em uma escola de artes marciais por perto.

—----

Finalmente a noite do ritual chegou, passei quase todas as minhas horas vagas (ainda bem que eu estava de férias da escola) em decorar o papel que Malcon tinha me dado, era uma língua estranha, mas eu consegui recitar tudo com perfeição no quarto dia.

— Está na hora? – perguntei vendo Malcon carregando uma bolsa.

— Sim.

Caminhamos para fora das proteções da casa.

— Pegue isso. – falou Malcon entregando a bolsa.

Eu segurei firmemente a bolsa enquanto ele nos aparatava para o lugar.

A sensação de aparatar é estranha e desconfortável, não sei se eu um dia vou ser capaz de me acostumar com ela ou se aparatando sozinho é melhor.

Aparecemos em uma pequena clareira. Eu imediatamente senti frio, eu estava vestindo somente uma veste de algodão que iam até o meu tornozelo e eu estava descalço ... e sem roupa de baixo. Era realmente estranho sentir vento nas minhas partes baixas.

Na clareira tinha um pequeno altar de pedra e envolta dele tinha um círculo com alguns símbolos desenhados no chão.

— Você já sabe o que fazer. – disse Malcon colocando a bolsa que ele estava carregando no chão e se afastando da clareira.

— Eu vou ter que fazer tudo sozinho?

— Sim, esse é um ritual que você quer fazer para você mesmo, eu te acompanhei para comprar o que você vai usar hoje, mas foi você que foi comprar e os levou para casa e quando saímos de casa foi você que os trouxe para cá, isso é algo muito importante para o ritual.

Assenti, entendendo a lógica.

Abri a bolsa, primeiro eu peguei 3 cristais e os posicionei em 3 diferentes símbolos perto do altar, depois peguei 7 outros cristais e coloquei em símbolos perto do círculo de forma que o altar ficava no ponto central de tudo, então eu peguei um fio de cabelo de unicórnio enrolado em um graveto de madeira e coloquei em cima do altar, em seguida foi a vez da pequena barra de prata e por último eu tirei uma garrafa plástica de água mineral e a derramei em uma taça de madeira e a coloquei junto com as outras duas oferendas.

Eu respirei fundo e empurrando um pouco de minha magia no altar e no círculo no chão eu comecei a recitar, era muito difícil falar algo em uma língua que eu nunca aprendi o básico, mas depois de tanto esforço para aprender eu consegui.

Quando eu terminei de falar a última palavra a magia ambiente mudou, parecendo que toda a magia do lugar tinha sumido e substituída por outra coisa, o altar brilhou e as oferendas foram desaparecendo uma por uma, quando a última gota de água desapareceu a magia começou a circular em volta de mim e parte dela entrou em meu corpo.

A sensação que eu tive no momento foi que algo morno entrou em meu corpo, era complicado explicar e não era desconfortável, a magia entrou no meu núcleo e se agitou, ela se esquentou, mas ainda não era desagradável. Lentamente a magia preencheu meu núcleo e começou a se mover da mesma maneira que eu usava para usar o fortalecimento, depois de passar por todo o meu núcleo magico várias vezes a magia saiu do meu núcleo e se espalhou pelo meu corpo.

Pude sentir que a magia que entrou no meu núcleo era diferente da que saiu, parecia estar carregando algo junto com ela, a magia se moveu do mais interior do meu corpo indo para o exterior, quando ela chegou na minha pele eu vi uma fumaça colorida saindo do meu corpo e sendo sugada pelos 3 cristais mais perto de mim.

Cada momento que passava um desconforto ia surgindo em minha pele, parecia que que eu estava em uma pequena tempestade no deserto, com a areia aranhando a minha pele, eu podia sentir os poros ficarem entupidos por algo, as partes mais exteriores do meu corpo começaram a arder, até que a fumaça desapareceu por completo.

A magia que estava dentro de mim circulou pelo meu corpo mais algumas vezes soltando uma pequena fumaça aqui e ali até que que o que quer que estivesse controlando ela concluiu o que queria e mandou ela sair do meu corpo e ir para os cristais que estavam perto de mim.

Fiquei parado em silencio, tentando entender o que tinha acontecido e como aquilo aconteceu. Tudo que eu tinha aprendido de magia até agora era nada em comparação com esse ritual, até agora eu só tinha aprendido nada mais do que truques de mágica que você vê no circo, o que eu tinha feito agora era verdadeira magia, algo superior, poderoso e possivelmente divino tinha aparecido e me ajudado, não consegui parar a euforia que eu estava sentindo.

— É algo formidável não? – perguntou Malcon se aproximando de mim.

— Sim. – respondi.

— Amanha veremos o resultado do ritual, hoje você não vai poder usar mais nenhuma magia.

Eu sentia meu corpo irritado toda vez que eu me mexia, mesmo assim eu não conseguia tirar o sorriso do meu rosto.


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Notas finais do capítulo

Eu estava pensando em colocar o encantamento para o ritual, mas com alguns conselhos eu decidi contra, seria algo que bloquearia a fluidez do texto (ou pelo menos isso é o que me disseram).
O ritual seria mais ou menos assim:
De réir an tsolais a ligeann dom an oíche dorcha seo a shoiléiriú, iarr mé ort, solas na gealaí, cabhrú liom mo chorp agus mo draíocht a ghlanadh agus gach rud a bhfuil mo anam impure agam a scriosadh.
Espero que tenham gostado do capitulo e continuem lendo.



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