Made of Stone escrita por littlefatpanda


Capítulo 17
XIII. De todos os calmantes do mundo


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! ♥



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O que aconteceu naquela tarde só ficaria claro, para mim, anos depois, quando eu relembrasse daquele momento. E tudo o que eu sinto é pesar pelo menino que o Alex foi, e que nós, ainda mais meninos do que ele, não éramos capazes de ajudar. Mas a verdade é que, mesmo que soubéssemos da dor que havia ali, encrustada em sua alma, não havia absolutamente nada que pudéssemos fazer para amenizá-la.

Será verdade, então, que as coisas acontecem como devem acontecer?

Infelizmente, ainda não existe uma resposta para esta pergunta.

*

Quando eu preciso de um tempo longe desse planeta, desta realidade, é muito fácil ir para longe. Eu desenho. É a minha válvula de escape. Ao passo que desenho, eu esqueço todo o ambiente à minha volta, e estou completamente mergulhado naquele pedaço de papel.

Então, quando estou nervoso, chateado, irritado, com a cabeça cheia, este é o meu maior calmante. Melhor do que qualquer chá de maracujá.

— Posso ver?

Fechei o caderno em um vulto, assim que ouvi a voz de Alex praticamente no meu ouvido.

— Não — retruquei, focando os olhos nos negros.

Alex franziu o cenho, como se, de fato, isto o chateasse.

— Ah, vamos, Caleb — pediu de novo, descendo os olhos para o caderno preso em meus dedos. — Deixa eu ver!

Estávamos no intervalo e, com preguiça de ir lá fora, ficamos dentro da sala mesmo. Eu estava sentado na minha classe quando Alex apareceu por trás, aproveitando que eu não o vira nem ouvira entrar na sala. Babaca.

— Caleb, nunca te pedi nada — chorou ele, com a mão no peito. Estreitei os olhos. — Tá, pedi algumas coisas. Mas nunca algo que eu quisesse tanto, tanto, tanto — falou, alargando os olhos ao passo que repetia o “tanto” dele. Revirei os meus.

Ele havia puxado uma cadeira e sentado ao meu lado.

— Tá bom, coisa chata.

Resmunguei ao abrir o caderno, tomando o cuidado para não abrir em nenhuma página proibida. Deixei que visse meu desenho inacabado, que durou todo o primeiro período de aula para fazer.

Ontem estava passando o filme do E.T., aquele antigo, e eu não consegui tirar aquela cena famosa da cabeça até pôr no desenho. O garoto carregava o E.T. na bicicleta enquanto flutuavam com a lua atrás e parte das árvores abaixo. 

Girei o rosto para ver o que ele havia achado, mas seus olhos estavam em mim, com a sobrancelha arqueada. Uni as minhas, estranhando.

— O quê?

— Você me chamou de “coisa chata”? — questionou, parecendo incrédulo, mas divertido com o fato.

— É o que você é — me limitei a dizer, descendo os olhos para o meu próprio desenho.

— Bom, você é uma coisa fofa. 

Girei o rosto para ele novamente, indignado, mas ele apenas sorriu. Observei-o por alguns segundos, desde os olhos enegrecidos até a boca que se abria com majestosidade para mostrar os dentes perfeitos. Bom, depois de analisar um pouco, e procurando defeitos - porque poxa vida! -, já sabia que os dentes de baixo eram bem tortinhos. 

Desviei o olhar, desconfortável, e apenas o relanceei para ver que finalmente puxou meu caderno para analisar o desenho.

— Eu adoro esse filme! — revelou, no mesmo instante, rindo. — Tá, eu sei que eu vou estar em risco de piada aqui — começou, o que chamou a atenção dos outros dois que estavam sentados na nossa frente —, mas eu chorei muito assistindo o E.T.

Comecei a rir na mesma hora, Mason e Ian também. Alex balançou a cabeça, sorrindo também, antes de ficar sério e fazer cara de choro. — Tem um coração que bate aqui dentro — falou, teatralmente.

Rimos ainda mais, ao passo que ele levantou o caderno para que Mason e Ian vissem também meu desenho. Puxei-o assim que pude, fechando-o mais uma vez e enfiando na mochila.

— E o meu desenho, sai quando? — questionou ele, apoiando as costas na cadeira e colocando as mãos na cabeça.

— Nunca.

Não era mentira, tá?

Eu já tinha desenhos do Alex, sim, mas ele nunca os veria.

— Vocês viram como ele é comigo? — reclamou para os demais, indignado.

— Com você? — retrucou Ian, desviando os olhos castanhos para mim. — Caleb também não quis nos desenhar. Já cansamos de pedir — contou, julgando.

Não é que eu não goste de desenhar pessoas, é que eu não sou tão bom nisso. Eu sempre desenho, mesmo assim, mas para treinar e para não mostrar para ninguém. Quando eu ficar bom nessa arte, talvez eu mostre um ou dois desenhos.

Menos para o Alex. Para ele, não.

— Como foi na junção de vocês? — perguntou ele, subitamente, ao mudar de assunto.

Mason e Ian começaram a tagarelar, como se só estivessem esperando por esta pergunta. Ian se divertiu, ao contrário de mim, porque se deu bem com um garoto e uma garota, amigos de Cristina, e ficaram a noite toda falando de jogos esportivos - os preferidos dele. Mason, em algum momento, se sumiu com a ruiva e só voltou alguns minutos depois, com as bochechas e as orelhas vermelhas, enquanto Cristina parecia normal. 

Eu sofri, fingindo adorar as conversas que puxavam comigo, mas com a mente voltada para o garoto que agora me encarava por uma resposta.

— E você, se divertiu? — perguntou, sem qualquer traquinagem na voz. Assenti, mas ele estreitou o olhar. — Bebeu muito? — Riu.

Aproximei-me um pouco do Alex, para que os outros dois, entretidos em uma conversa, não ouvissem: — Tanto quanto pude.

Alex gargalhou, e eu ri com ele.

Não demorou muito para o sinal bater e a sala começar a encher, mais uma vez. Alex, então, nos deixou por ali, mas combinamos que iríamos na casa dele mais tarde.

Era mais difícil enjoarmos agora, já que haviam quatro casas diferentes para revezarmos de ir juntos. Não é como se planejássemos alguma coisa, tipo jogar videogame. Só íamos, jogávamos conversa fora, olhávamos um filme, comprávamos besteiras pra comer e em algum momento íamos embora.

De todas as casas, a que eu menos gostava era a do Alex. Talvez porque eles estavam ali há pouco tempo, ou talvez seja a própria casa mesmo que era grande demais, mas ela parecia vazia. Era fria também, e era branca demais, e silenciosa demais, e haviam muitos, muitos vidros dispersos por toda ela. A maioria das portas eram de vidro, e haviam poucos retratos e pouca coisa que fazia dela familiar.

A única parte que eu gostava era do quarto do Alex, que era aconchegante, como uma lareira em meio ao Polo Norte. E graças, era quase sempre ali que ficávamos. 

A mãe de Alex nos recepcionou no hall de entrada, porque estava passando por ali no momento. Usava uma roupa branca, e supus que era por ser farmacêutica, com um crachá. Os cabelos loiros estavam um pouco bagunçados no coque já não mais firme, os olhos cansados, e parecia mais magra. Ou já era e eu não percebi? 

— Ah, oi, Alex — cumprimentou, forçando um sorriso pra nós. — Trouxe os amigos? — perguntou, embora pudesse nos ver com clareza.

— Sim — murmurou ele, enquanto cumprimentávamos. Ian se aproximou e deu um abraço na tia, educado, que apenas sorriu. — Por que tá aqui neste horário? — perguntou, curto.

— Eu pedi que me trouxessem pra buscar uns documentos para o seu pai — falou, levantando uns papéis para que Alex visse. Então, caminhou até um balcão para buscar uma pasta branca ali deixada. — Ele vai viajar no fim de semana e precisa disto pra acertar as coisas.

Aquilo fez com que Alex parasse e virasse para a mãe. Já estávamos quase nas escadas, já que a mãe dele já parecia estar saindo, mas Alex se interrompeu ali.

— Ele vai viajar? — perguntou, franzindo o cenho. — Ele vai pra casa? Alguém comprou?

A mulher suspirou, tentando encontrar algo dentro da mochila depois de haver enfiado os documentos dentro dela.

— Sim — respondeu, distraída. — Quero dizer, comprar não, um casal vai alugar a casa, e seu pai precisa estar lá pra resolver as questões da papelada. 

— Quero ir junto — anunciou ele, de imediato.

Aquilo chamou a atenção da mulher. — Por quê? — questionou, confusa.

— Porque sim — respondeu ele, rápido, como se estivesse na defensiva.

— Você nunca quer viajar com seu pai — insistiu ela, analisando-o bem. Pisquei, alternando meu olhar de um para o outro. — Por que quer ir agora?

Alex suspirou, se virando para a gente, ao terminar de caminhar até a base da escada. — Porque sim, mãe — retrucou, parecendo irritado. — Só avisa a ele que vou junto.

Mason, Ian e eu começamos a subir as escadas, mas a mãe dele o chamou.

— Alex, não me dê as costas enquanto eu estou falando! — brigou ela, caminhando um tanto em direção à escada também. — Eu te fiz uma pergunta.

— E eu respondi — grunhiu ele, e quando parei, junto dos outros, sem saber o que fazer, senti sua mão espalmar em minhas costas para que eu subisse. — Depois a gente conversa, que saco!

— Alex! — E dessa vez, gritou. Alex parou um tanto, e cheguei a sentir na minha nuca o suspiro pesado que ele deu. — Eu estou falando com você, mas que coisa! — falou, a voz afinada pela alteração.

Virei para trás, relanceando os outros dois e então Alex, que fechava os olhos e respirava fundo.

Sua mãe, lá embaixo, do lado esquerdo das escadas, tinha as mãos na cintura, mas não fez menção em subir. Apesar dela parecer irritada, a voz era delicada e fina, e não conseguia pôr muito medo em mim, quem dirá em Alex. Eu não saberia dizer se é por ser controlada e não estar mesmo irritada, ou se aquele era mesmo o jeito dela.

— Tá sempre agindo desta forma comigo, sempre evasivo, sempre respondão. Eu sou sua mãe! — desabafou, parecendo perder a paciência mesmo. — Volta aqui, eu quero falar contigo! 

Alex não se virou, apenas deu uma olhada para trás para resmungar: — Eu já disse que agora não. Depois conversamos — insistiu, e a voz falha não denunciava nervosismo, mas raiva.

— Eu não me importo que seus amigos estejam aqui — falou, por fim, e eu quis me enfiar debaixo do carpete. — Caramba, Alex! Eu não posso ter um diálogo com você desde que a Agatha...

Agatha.

Aquilo pareceu despertar a fúria do garoto no degrau abaixo de mim, porque ele se virou como um vulto, calando sua mãe e descendo duro tão rápido quanto um leopardo até parar há centímetros dela. 

Alex praticamente apontou o dedo na cara da mãe, e eu podia ver as orelhas vermelhas de raiva, antes de grunhir: — Não ouse — grunhiu, pausadamente — falar o nome dela. Não fale nunca dela. 

Aquilo pareceu realmente assustar a mulher, que tinha mão no peito e os olhos azuis alargados, olhando para o filho como se não o reconhecesse. E não soube o que dizer. 

Alex não esperou sequer meio segundo depois disto antes de subir as escadas de dois em dois degraus e praticamente nos empurrar até o segundo andar. Passou por nós em direção ao quarto, resmugando.

— Alex! — A mãe dele gritou uma última vez quando pareceu se recuperardo choque, do andar de baixo, mas eu sequer olhei para trás.

— Vamos logo — reclamou, e o seguimos com rapidez.

Assim que adentramos todos no quarto, Alex bateu a porta e passou a chave com agilidade. Em seguida, tirou os calçados com ódio, saltando um para cada lado e caminhou em direção à gaveta de sua mesa. De lá, tirou um isqueiro e do bolso da calça tirou uma cartela já aberta de cigarros. Pulou a cama, já que tinha um monte de roupa no chão em frente à ela, bloqueando a passagem, e foi parar na varanda. Acendeu um cigarro e começou a fumar, apoiando-se na grade, como se para se sustentar.

Mason, Ian e eu apenas nos entreolhamos ao ver todo o desenrolar da cena, sem nos atrevermos a dizer uma palavra.

Quem é Agatha?, questionou Mason, apenas com os lábios, mas nós dois negamos. Ninguém sabia. 

Passado um minuto, mais ou menos, começamos a relaxar. Alex continuou na varanda, de costas para nós, com sua fumaça. Sentei em sua cama, Mason e Ian sentaram nos dois puff’s que haviam ali.

— Podem jogar, se quiserem — resmungou Alex, quebrando o silêncio do local, sem se virar para nós. 

— Ok — confirmou Ian, incerto. — Podemos arrumar aqui então?

Alex só resmungou positivamente.

Ajudei os dois com os fios, já que todo o videogame estava desmontado e misturado com os fios de aparelhos de som em cima da mesa dedicada à música. Arrumamos tudo e começamos a jogar, em silêncio.

Aos poucos, fomos relaxando o suficiente para conversar e rir, mesmo que pouco, sobre os jogos. 

 Joguei só a primeira partida com o Ian, e então passei para o Mason.

Relanceei a case de violão ao lado de cá da cama, e a ergui para repousá-lo sobre a cama. Abri a case assim que descobri como, e dei de cara com aquele instrumento de madeira escura vernizado. Passei, também, por cima da cama, mas com o violão grudado no meu corpo, com medo de deixar cair. Adentrei na varanda, vendo que Alex agora estava apoiado bem no lado esquerdo dela, tragando o cigarro.

Eu estava tão acostumado com o Alex que o cheiro já não me incomodava. 

— Alex? — chamei, vendo que ele virou para mim, parecendo nem ter percebido que eu estava ali. Mostrei-lhe o violão. — Por que não toca um pouco?

Aquilo trouxe confusão para os olhos escuros, e apenas permaneceu com eles em mim, como se esperasse uma explicação.

Olhei para as três bitucas de cigarro que estavam no piso da varanda e em seguida ergui o olhar para o quarto cigarro, em suas mãos. Vi que ele seguiu meu olhar.

— Toma — falei, estendendo o violão para ele, que pegou com a mão livre. Com a minha outra mão, peguei o cigarro pela metade da sua mão, e ele apenas deixou, com uma sobrancelha arqueada. — Me dê este — pedi, jogando-o no chão e pisando em cima.

Foquei os olhos nele mais uma vez.

Alex tinha uma áurea sinistra perpassando pelos olhos peculiares, e apesar de haver relaxado o semblante das rugas, aquela obscuridade ainda estava ali. A respiração estava apressada, como se o nervosismo ainda não houvesse deixado seu corpo, apesar dos cigarros, que obviamente fumava para se acalmar.

— Você vai acabar pegando um câncer ou algo assim — comentei, explicando. — Fumou quatro cigarros em uns dez minutos — contei, incomodado pelo fato. — Achei melhor que trocasse o cigarro pela música.

Alex se permitiu sorrir, sem muita vontade, ao assentir. Ajeitou o violão nos braços, apoiando o cotovelo na base da varanda e erguendo o pé para fazer o mesmo, de forma que o apoiasse no joelho. Passou os dedos pela corda em um movimento lento, apenas uma vez, deixando o som se repercutir até sumir. Então, ergueu os olhos para mim. 

— Eu ainda não sei tocar — admitiu, retornando-os para o instrumento.

— Mas não precisa ser uma música — adiantei, sincero, tentando dizer que não precisava ser uma música feita ou específica.

Alex assentiu, perdendo o sorriso mínimo que havia no rosto.

Reposicionou as mãos no instrumento, e percebi que suas mãos estavam trêmulas. Ele as sacudiu rapidamente para volver a fazê-lo. Fungou, começando a dedilhar rapidamente, sob os acordes que havia aprendido com Ben nas últimas semanas. A respiração ainda estava apressada e a expressão voltou a se tornar tensa, com as rugas entre as sobrancelhas e os lábios franzidos. Dedilhou devagar, já que ainda era um aprendiz, e construiu notas tão tristes e lentas que tive que me esforçar para não chorar. 

Me apoiei do lado direito da varanda, que não era muito grande, de frente para ele. Do meu lado esquerdo, Mason e Ian jogavam, mas eu podia sentir ao menos um par dos olhos deles na gente.

Eu não entendia o que é que o deixava tão triste, mas eu sabia que ele estava sentindo dor. 

Agatha seria alguém da família, alguma amiga, alguém que morreu, talvez? Alguém que quebrou seu coração, que o magoou, que deixou uma marca grande nele?

Aos poucos, a expressão sombria se tornou apenas soturna, como se a raiva fosse se esvaindo aos poucos. As mãos pararam de tremular, e ele passou a repetir as mesmas notas tristes, a mesma melodia bonita que parecia sair de dentro dele. A respiração pareceu normalizar aos poucos, concentrado naquele pedaço de mundo em suas mãos, e em externar o que sentia.

Não cantou, não chorou, não falou mais nada.

Eu sabia que, ao menos naquele momento, ele havia fumado para se acalmar. Também sabia que o meu calmante era o desenho, e que o dele provavelmente seria a música. 

Sorri fraco, percebendo que eu estava correto.

Se ao menos ele trocasse cada tragada de cigarro por uma melodia diferente, além de mais saudável, talvez o efeito fosse mais eficiente.

Alex fechou os olhos, e apenas se deixou levar, até que o céu mudasse de cor, até que fôssemos embora, até que se sentisse melhor. Ao menos, foi o que pensei.

A última visão que tive do Alex antes de fechar a porta atrás de mim, foi dele sentado em sua cama, soturno, abraçado no violão e cercado de música.


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Notas finais do capítulo

Este foi curtinho, mas é porque esta parte não consegui encaixar em outro capítulo. E era bem necessária para a história, então aqui está. Tristin 3

Ok, galerous, estamos próximos do fim.
Do fim da primeira parte né, não se assustem AHAHAHHAHA.
Eu dividi a histórias em lindas 5 partes (3 pequenas e 2 grandes, mais ou menos), ou seja, ela vai alcançar os 60 capítulos, mais ou menos, igual a primogênita, Made of Fire.

Amem, odeiem, mas me digam o que acharam!
Att: 06/2021.



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