A primeira semana de aulas, havia passado bastante corrido e todos tiveram que estudar bastante nas horas vagas, pois os professores não deram nenhuma trégua ao passar vários trabalhos, só o professor Bins, tinha passado três rolos de pergaminho para entregar na próxima aula.
Mas isso não abalou nenhum dos alunos, pois resolveram descansar naquela sexta - feira, depois da primeira aula de defesa contra as artes das trevas, pelo qual todos os alunos do salão comunal não pararam de conversar a respeito dele, incluindo o trio de ouro.
– Não vejo nada demais nesse professor. - Rony resmungou, observando Lilá Brown falar com empolgação sobre ele.
– Ele foi o melhor até agora. - Harry pronunciou entusiasmado. - Foi ótima a maneira que ele ensinou, pela primeira vez conseguir aprender alguma coisa. - Harry parou para olhar Hermione, que passou todo o momento quieta e escrevendo um dos trabalhos. - O que você achou dele, Mione?
– Bem...é um ótimo professor. - Respondeu contra gosto e voltou a escrever.
– Você não parece gostar dele. - Rony falou a encarando atentamente.
– Digamos que, ele fala sobre as artes das trevas com adoração. - Hermione pronunciou, aquilo que estava incomodando desde que saiu da sala do professor.
– Você está paranóica. - Rony rebateu. - Ele falou sobre as maldições, como qualquer outro professor.
– Eu tenho que concordar com Rony, eu não acho que tenha algo errado com ele, quero dizer...- Harry ficou nervoso, pela expressão da garota que parecia chateada. - Mione, acho que não tivemos professores confiáveis nesse cargo a tanto tempo que você está confundindo...
– Esquece. - Ela resolveu encerrar o assunto, nem mesmo Harry tinha ficado ao lado dela, mas isso não significa que não vá fazer sua própria pesquisa sobre o professor mais tarde. - Eu só disse o que pensei sobre ele. - Completou escrevendo com mais voracidade.
– Mas o quê você tanto escreve? - Rony perguntou esticando a cabeça para olhar o pergaminho.
– Estou fazendo os trabalhos.
– Mas isso é só para semana que vem, acho que deveria aproveitar a folga. - Ele rebateu.
– E deixar tudo para última hora igual vocês dois? Sem chances. - Resmungo encarando os dois.
Eles se entre olharam e antes que pudessem dizer qualquer coisa, ela continuou.
– E nem pensem copiar de mim, vocês nunca aprendem nada, esse ano não vou ajudá-los. - Ela falou guardando o material e saindo da grifinória.
Resolveu continuar estudando no salão comunal dos monitores, passou pelos corredores vazios, enquanto todos os outros decidiram ficar no jardim ou perto do lago, aproveitando o final de tarde.
Parou de frente ao quadro, que exibia um leão e uma cobra, às cores laranja e verde completava o pequeno quadro.
– Fogo de dragão. - Falou olhando o quadro, que moveu para a direita dando acesso ao salão comunal.
Ela entrou e depositou seu material sobre a mesinha de centro verde, de frente ao sofá elegante de três lugares, da cor laranja. Às paredes tinham cores verdes e laranjas e duas escadas separavam os dormitórios.
O lado direito, a porta era verde e desenhado um brasão da sonserima e escrito em prata Blásio Zabini e no outro lado, porta vermelha e também contendo o brasão da grifinória e escrito em laranja Hermione Granger.
Seu quarto era pequeno, mas confortável. Se lembrou da primeira vez que chegou naquele local e conheceu seu novo quarto, o quanto havia ficado apreensiva imaginando que não se sentiria tão bem quanto imaginava e poderia sentir falta da grifinória e não só dos seus amigos.
Mas se surpreendeu, quando observou um pequeno pedaço da sua casa presente ali. O seu quarto tem uma cama de casal grande com lençóis laranja e vermelho, uma escrivaninha para fazer os trabalhos escolares e uma estante repleta de livros e um banheiro próprio, porém era da cor branca e uma banheira grande, pelo qual aproveitou para se banhar aquela semana inteira e esquecer por alguns minutos os seus problemas.
Para completar, o salão comunal também havia uma lareira que quebrou um pouco o clima gélido das masmorras e deixou agradável.
Subiu às escadas e entrou no seu quarto e foi até a estante escolhendo um livro qualquer.
Se sentou escorada na cabeceira e folheou o livro, depois abriu a primeira página, começando a leitura.
***
Todos estavam reunidos no salão principal, saboreando o grande banquete do jantar.
Hermione estava aérea a conversa dos meninos, que estavam conversando sobre o quadribol.
– Amanhã vai ser os testes, confesso que mesmo treinando essa semana toda, estou com medo de errar. - Rony desabafou ficando meio pálido.
– Você já jogou antes e foi muito bem Ron. - Harry o encorajou.
– Valeu Harry. - Respondeu ficando um pouco mais aliviado e virou-se para Hermione. - Você vai assistir nosso teste, não vai?
– Não sei Rony, eu não gosto de quadribol. - Falou tentando escapar.
– Mas você é nossa melhor amiga e precisamos do seu apoio. - Rony protestou.
– Está bem, eu vou. - Respondeu contra gosto, ela queria ficar no seu dormitório lendo a tarde inteira, mas resolveu apoiá-los, embora soubesse que Harry já estaria no time automaticamente, afinal ele é o melhor apanhador que grifinória já teve.
– Só tente não usar o feitiço confundus, dessa vez. - Harry falou, a deixando corada.
– Vou tentar. - Respondeu dando um sorrisinho.
***
Depois do banquete, ela foi fazer a ronda. Após dar algumas detenções a alguns alunos que estavam perambulando pelos corredores, só faltava dois minutos, para encerrar e ainda tinha que verificar o último corredor. Se aproximou dele a passos largos, teria um minuto, para olhá-lo e mais um para voltar às masmorras, caso acontrario, poderia ser encontrada por Filch e teria problemas.
Hermione estava quase no final do corredor, quando escutou barulhos vindo do armário de vassouras, os sons pareciam que...ela balançou a cabeça negativamente e abriu a porta com voracidade e ouviu gritos da garota que estava somente de sutiã e saia do uniforme e o garoto estava sem camisa.
Hermione ficou constrangida, perdida entre dar sermão e castigo sobre o flagra ou sair dali rapidamente fingindo que nada aconteceu. Mas resolveu agir profissionalmente e encarou a garota que era Lilá Brown e McLaggen.
– Não é permitido ficar a essa hora, fora de sua casa. - Ela falou levantando uma das sobrancelhas.
– Não é nada demais Granger, você é tão careta. - Brown falou enteada e colocou a blusa.
– Isso é contra regras e terei que dar detenção. Menos cinco pontos para a grifinória de cada um.
– Eu acho que não precisa chegar nesse extremo Hermione. - McLaggen falou tocando o queixo dela.
– É Granger para você, não temos intimidades. - Falou o encarando com nojo e tirou a mão dele com brutalidade.
– Não temos, porquê você não quis. - Ele acrescentou mordendo o lábio inferior.
– Como detenção, terão que limpar todos os troféus de horgwarts, sem magia. - Acrescentou ainda mais irritada.
– Isso é um absurdo...- Lilá tentou argumentar, mas foi cortada.
– Agora vão para o dormitório, está tarde. - Ela falou interrompendo a garota que resmungou saindo dali, furiosa.
– Não sabia que tinha tantos ciúmes de mim. - Falou sorrindo largamente. - Nos vemos depois Mione.
Hermione ficou incrédula, observando às costas do garoto que sumiu pelos corredores.
Como alguém pode ser tão doente assim? Ela se sentiu enojada só dele ter encostado nela e ele tem um ego tão grande quanto deveria, ao ponto de imaginar que ela estivesse com ciúmes dele? A última coisa que sentiria por ele seria ciúmes. Resolveu sair do armário e voltar para às masmorras, quando foi empurrada para dentro com voracidade, a fazendo cair no chão e o armário foi fechado com brutalidade.
Ela colocou às mãos no chão, impedindo que seu rosto batesse com força e se sentou no chão pronta para dar castigo que aquele ser nunca mais iria esquecer na vida, porém ficou surpresa quando percebeu que era Blásio Zabini.
– Você enlouqueceu? - Perguntou furiosa.
– Ah fica quieta, Granger. - Respondeu escorado na porta.
– Como se atreve a falar assim comigo? - Perguntou tremendo de raiva e se levantou num sobressalto.
– Ele pode nos ouvir. - Falou escorando o ouvido pela porta, querendo escutar algo do outro lado.
– Como assim? - Perguntou sussurrando, ficando assustada.
– O Filch. Quem mais seria? - Respondeu como se aquilo fosse óbvio.
– Mas estamos no horário da ronda e...
– Só o que horário da ronda terminou faz vinte segundos, e vi aquela gata estranha que, provavelmente vai nos dedurar e não vai dar tempo de chegar nas masmorras, antes que aquele velho nos achem.
Hermione entre abriu a boca para argumentar, porém fechou rapidamente quando ouviu a voz do zelador.
– Quem está aí? - Perguntou Filch olhando todos os lados, atentamente.
Madame Norra, miou alto, como se estivesse avisando que tinha alunos por perto.
– Eu sei minha querida, eu vou pegá-los, não tiveram tempo de chegar na suas casas, eu vou achá-los. - Filch falou caminhando reto pelos corredores e não verificou a porta do armário.
Quando ele virou saindo dali, Hermione pôde soltar o ar que nem havia percebido que tinha prendido.
– Essa foi por pouco. - Ela falou aliviada.
– Ele não parece ser tão inteligente, faz perguntas como se fossem respondê-lo ao invés de correrem.
– Bem, qualquer um pode deduzir que não tenha uma boa saúde mental, pela forma que ele conversa com aquela gata, ele trata ela como se fosse gente. - Hermione respondeu.
– Vamos embora daqui. - Ele falou indo até a maçaneta, mas quando tentou abrir, percebeu que estava trancada. - A porta não abre. - Ele falou colocando mais força tentando abrir, mas não conseguiu.
– Ah, sai da frente. - Ela falou irritada e puxou ele para longe, sacou a varinha e pronunciou. -alohomora.
Entretanto, a porta continuou fechada, ela tentou outros dois feitiços e nada.
– A porta não abre de jeito nenhum e já usei todos os feitiços que sei para destrancar. - Hermione falou ficando desesperada.
De repente, apareceu algumas palavras na porta.
" vocês devem está pensando como vou sair daqui? A essa altura já usou todos os feitiços? E mesmo assim continuou trancados? Vamos dar uma pequena ajuda...façam a única coisa que qualquer um faria num armário de vassouras. E na próxima tentem outro lugar para fazer certas coisas."
Hermione leu e releu aquelas palavras bufando de raiva, quem seria louco suficiente para azarar um armário de vassouras? Ao ponto de só abrir se...Não, só tinha dois alunos de hogwarts que pensariam numa palhaçada dessas.
Alguém pode matar o gêmeo que falta? Ela pensou furiosa e olhou para Zabini que, para sua surpresa, parecia bastante satisfeito pela recém descoberta.
– Teremos que nos beijar para a porta abrir.