A guerra eminente terminou, mas levou consigo pessoas que lutaram bravamente naquela guerra terrível, levando consigo; Lupin, Tonks, Snape, Dumbledore e tantos outros. Mas como todos esperávamos Harry Potter conseguiu derrotar Voldemort novamente e todos finalmente puderam viver em paz no mundo bruxo.
Fred conseguiu por um triz escapar da morte e atualmente está trabalhando junto com Jorge na gemialidades Weasley.
Hermione havia conseguido encontrar seus pais e restaurar a memória que, mesmo aborrecidos, ficaram felizes por tê-la de volta e decidiu passar o restante do verão na companhia deles para recuperar o tempo perdido.
Harry ficou bastante deprimido depois da guerra, uma parte dele estava feliz e aliviado por derrotar o pior bruxo de todos os tempos, por outro lado não conseguia deixar a culpa de ver tantas pessoas inocentes sendo mortas diante de seus olhos e sem poder fazer nada para salvá-los.
Ele havia destruído Voldemort, mas isso não traria Tonks, Snape, Dolby, Cedrico e tantos outros, principalmente seus pais, ele sentiu seu estômago revirar e pela primeira vez, depois de tanto tempo chorou pela morte de todos eles.
Harry queria ter tido a escolha de não colocar ninguém em perigo e muito menos que tivessem se sacrificado por ele.
Luna Lovegood também permaneceu na toca o verão inteiro, pois sua casa havia sido destruída pelos comensais da morte e no meio de todo aquele caos, seu pai tinha desaparecido, não soube sobre seu paradeiro ou se havia sobrevivo em meios aos escombros, aquela casa que viveu tanto tempo com seus pais não existia mais, talvez tenha acontecido o pior com o Sr. Lovegood, mas Luna não desistiu do pouco que restou de sua esperança que ele ainda estava vivo.
Perdas e sofrimentos os uniam mesmo inconscientemente.
***
Luna estava sentada no quintal da toca, sentindo a grama macia e vento gelado passeando pelo seu rosto e esvoaçando seu cabelo loiro, os olhos azuis sonhadores estavam opacos e tristes, mesmo se sentindo calorosamente acolhida com os Weasley. Sentia que estava incomodando certos momentos e isso a desconcertou.
Ninguém havia falado ou mencionado nada, pelo a contrário, todos a acolheram, foram gentis, atenciosos e principalmente a fizeram se sentir parte da família, mas no fundo sabia que não pertencia ali.
Olhando a grama, lembrou dos momentos que passou ao lado dele e sem perceber sentiu lágrimas escorrendo pelo seu rosto.
— Sinto sua falta pai. - Mumurou para si mesmo enxugando às lágrimas.
— Tenho certeza que ele também senti, onde estiver. - Harry falou simplesmente e sentou ao lado dela. - Me desculpe, ouvir o que tinha dito e...
— Tudo bem. - Falou entristecida. - Eu sinto falta dele, das férias de verão que passávamos pesquisando e sobre o Pasquim que ele escrevia. Sinto falta até de ler o artigo do jornal, sempre me deixava ler primeiro. - Desabafou sem o ver e mantendo o olhar para a frente.
— Pelo menos você passou algum tempo com ele. Eu não tenho nenhuma memória dos meus pais, só os conheço por fotografia e quando a dor da perda cresce eu não tenho lembranças para me consolar.
— Mas eles te ama e sempre vão está perto de você, te protegendo. - Luna falou virando para Harry e sorriu.
— A culpa é minha, se eu não tivesse nascido, talvez eles ainda estivesse vivos. - Harry desabafou o que estava pensando há semanas, desde o fim da guerra. - Todos Luna se sacrificaram, tivemos tantas perdas e andei pensando no que eu havia feito para evitá-las e não fiz nada. - Harry parou para olhar ela que estava numa expressão tão serena que nem parecia que tinha ouvido o que acabou de pronunciar e percebendo o silêncio vindo da parte dela, prosseguiu. - Eu vi Dumbledore morrendo diante dos meus próprios olhos e fiquei paralisado, assistindo vendo ele perder a vida, também teve Cedrico que vi Voldemort o matando e não fiz nada, eu poderia tê-los salvados e ...
— Harry, você é não é culpado. - Luna começou quando Harry interrompeu a própria fala. - O único culpado disso tudo é você sabe quem. Não fique se torturando pensando nas perdas e muito menos sentindo o fardo de tudo. Dumbledore iria falecer de qualquer maneira por causa da horcrux que ele usava no dedo, ele pediu ao próprio professor Snape para matá-lo, caso Malfoy falhasse. - Luna observou Harry atentamente e notou sua expressão séria e pensativa, como se tivesse vagando nas próprias lembranças. - Sobre Cedrico, eu não sei o que aconteceu nessa última tarefa, mas tenho certeza que você teria o salvado se tivesse escolha. Você me salvou do porão dos Malfoy, salvou Hermione da morte na mansão e salvou Gina no segundo ano do diário de Tom Riddle, ela me contou. Você salvou todos nós quando derrotou você sabe quem pela segunda vez, se não tivesse nascido como disse, estaríamos perdidos. - Luna terminou olhando nos olhos verdes do garoto que, deu um meio sorriso.
— Obrigado.
Ela asssentiu e ambos voltaram a olhar para frente sem pronunciar nada, apenas compartilhando a mesma dor, a dor de perder quem mais amam.