Like a back in black - Velhos companheiros escrita por Andrew Ferris


Capítulo 6
Mágoas entorpecentes


Notas iniciais do capítulo

Dose dupla pra vocês! Boa leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/746717/chapter/6

Chris observa o corredor de relance antes de voltar ao sofá do cômodo para tentar controlar o eufórico Janin Hontown, que não para de fazer perguntas para Amy, como um repórter que tem sorte por encontrar aleatoriamente duas estrelas em um simples hotel do interior de uma cidade esquecida pelo mundo.
— Janin, pode tentar falar mais baixo antes que outra pessoa bem antenada descubra Amy e eu - Pediu Cornell escorando as costas na parede e cruzando os braços par a observar o ridículo comportamento do jovem, que enrubesce de tanto olhar para a vocalista inglesa. Amy por sua vez troca de cigarro a cada dez minutos, divertindo-se com o rapaz audacioso.
— Você namora atualmente?
— Me arrependo amargamente, mas sim, namoro - Respondeu a jovem trocando uma olhadela com Chris, que balança a cabeça inconformado, soltando um sorriso sem graça enquanto Janin pensa em qualquer outra coisa para perguntar.
— Qual a música favorita entre as que você criou?
— Já é a terceira vez que você pergunta isso - Recordou Amy dobrando uma perna sobre a outra com um sorriso divertido - Da primeira perguntou qual eu considero ser minha melhor música e na segunda qual a minha melhor música.
— Nesse caso - Chris sibila para que os dois abaixassem o tom de voz, mas Janin fica revoltado.
— Relaxa, ninguém te conhece mesmo.
— Agora pouco você quase chorou ouvindo minhas músicas, seu ingrato - Reclamou Cornell apanhando uma porção de discos para analisar as capas dos álbuns.
— É que para nossa infelicidade, eu sou mulher - Afirmou Winehouse cutucando seu cigarro para espalhar as cinzas no tapete, que Hontown colhe sem demora, fotografando o chão e a mão de Amy com o cigarro.
— O que está fazendo? - Perguntou a jovem intrigada.
— Vou leiloar as cinzas do cigarro com meus amigos - Esclareceu o jovem suspirando com a beleza da vocalista inglesa.
— Faça um favor e tente leiloar minhas cinzas quando meu corpo for cremado - A garota ri com diversão, mas Janin e Chris se entreolham sem encergar graça na brincadeira enquanto a jovem quase despenca do sofá de cara no chão, expondo mais de suas pernas do que o pretendido. Chris olha para o outro lado, observando o luar iluminando o corredor do hotel enquanto a noite passa apressada. Amy levanta a cabeça e boceja cansada quando percebe o amigo olhando o corredor como se tivesse algo que valesse a pena ser visto no meio da escuridão sem fim.
— Acho que está tarde, Janin, é melhor irmos dormir.
— Espere, vocês estarão aqui pela manhã, não estarão? - Indagou Hontown adquirindo um tom deveras preocupado.
— Não pretendemos - Revelou a jovem levantando-se do sofá sem demora - Estamos fazendo um tour secreto pelo país e temos objetivos a cumprir.
— Tour?
— Temos de encontrar um amigo que mora longe daqui - Resumiu Cornell coçando o olhos com a manga da camiseta de manga comprida enquanto Janin torna a admirá-lo.
— Nesse caso, podem fazer aquilo que eu te pedi inicialmente, Chris?
— Não.
— O que você pediu, Janin? - Perguntou Winehouse empenhada em deixar o jovem contente.
— Queria que ele cantasse Back to black, mas ele disse - Amy puxa Chris em direção ao sofá e aponta para o violão.
— Está bem, mas depois desta está tudo acabado - Determinou Cornell sentindo-se contrariado enquanto busca as notas da música no violão do jovem, o que o deixa intrigado. Por quê Chris mentiu dizendo que não conhecia a música?
— Achei - Disse por fim - Pode começar - E Amy começa. Tomada por uma longa tristeza, como se deixasse de ser aquela suave e bela garota para se tornar uma mulher melancólica e em agonia, que canta dinamicamente e com pouco ímpeto, sem tirar o cigarro da mão enquanto canta. Ela encara Chris, cuno rosto parcialmente iluminado pela luz fraca do cômodo tem detalhes e covas de seu rosto valorizadas na distinção entre luz e sombra, o que a leva a sorrir sem jeito, sentando-se no sofá para ficar no mesmo nível que Cornell. Este toca com os olhos semifechados, curtindo a melodia que executa com tamanha profundidade e sentindo-se angustiado ao perceber que estava chegando ao fim.
— You go back to her, and I go back to black - Assim que a última nota ressoa no violão, Janin aplaude a dupla com lágrimas no rosto, como se estivesse assistindo a cerimônia do Oscar ou um filme lindo demais para ser meramente assistido.
— Gente, esse foi sem dúvidas o melhor dia da minha vida - Ecclamou o jovem abraçando o casal, que se encaram alegremente por promover ao jovem pequenos e célebres momentos de alegria antes de retornarem ao seu quarto. Depois que Amy sobe a escada, Chris puxa Hontown de lado e o observa com urgência no olhar.
— Janin, eu te suplico apenas uma coisa, não conte a ninguém sobre o que aconteceu hoje, entendeu?
— Tour secreto. Eu entendi - Recordou o jovem vom um sorriso torto.
— Foi bom te conhecer garoto, quem sabe nos reencontramos qualquer dia desses - Chris está prestes a subir a escada quando volta e impede Janin de entrar no quarto - Lembre de iniciar as aulas de teclado - O jovem sorri com empolgação enquanto entra no seu quarto, já Chris volta abalado para seu quarto, onde Amy termina de fumar outro cigarro.
— Fume menos, desse jeito Janim vai doar suas cinzas logo menos - Comentou Cornell trancando a porta, ajeitando seu travesseiro e cobertor sobre o tapete limpo ao lado da cama espaçosa onde Amy se deita com um joelho sobre o outro, o vestido revelando parte das coxas finas e brancas da inglesa.
— Pare de cortar meu barato, foi só uma brincadeira - Declarou a jovem sentando-se na cama sem compreender aquela chamada.
— Nem ele viu graça na sua piada infame - Amy ri como se aquilo fosse de fsro uma piada, então silencia-se sobre um olhar de censura do americano.
— Você se importa com isso? - Questionou a jovem em tom de desafio.
— Com isso?
— Se Janin doará minhas cinzas?
— Vai morrer precocemente desse jeito - Amy torna a rir tão alto e com tanta vontade quanto riu no cômodo abaixo acompanhada por Janin.
— Olha quem fala, senhor "Virgem das drogas", mestre em dizer o que os outros devem fazer sem olhar pro próprio umbigo.
— O que está querendo dizer?
— Que você anda com dois quilos de cocaína na bolsa, o que é ilegal em alguns países e em alguns estados americanos. Vai me dizer que guardou tudo isso por que sentiu que Kurt Cobain, o babaca-prodígio, estava na casa do seu amigo?
— Não.
— Você guardou essa cocaína para dar para algum colega traficante?
— Não.
— Então você admite que usa drogas um pouco pesadas e que não tem o direito de me censurar? - Questionou Amy levantando-se furiosa da cama.
— Não.
— Não?
— Sim, eu cheiro essa merda, mas não, eu me vejo com o direito de te censurar. Não sou mais um garoto. Você, pelo contrário, acabou de sair das fraldas. Se continuar nesse ritmo, se chegar na minha idade, vai parecer minha vó no leito de morte.
— Por que faz diferença pra você como vou ficar ou não?
— Não faz diferença.
— Que ótimo - Exclamou Amy apagando o cigarro em cima da mesa e voltando a se deitar, furiosa com aquela conversa sem sentido - Pois eu posso dizer por mim mesma. Pra mim faz toda a diferença - A garota vira o rosto para o outro lado, enquanto Chris se magoa um pouco pelo rumo que as coisas tomaram. Ele não queria que sua nova amiga se sentisse ofendida ou qualquer coisa do gênero, mas também não queria se responsabilizar por coisas passageiras como o profundo arrependimento que lhe causa uma estranha dor no peito. De qualquer forma, eles tinham de dormir para acordar cedo na manhã seguinte, quando teriam de seguir viagem a caminho da casa de Dave.
Longe dali, na garagem de Tom, que estava fora resolvendo problemas pessoais, Kurt solta gemidos proveitosos com nada além da luz de um abajur lhe provendo distinção de espaço. Não que ele precisasse disso.
— Garota, você definitivamente é muito boa - Elogiou o vocalista enchendo a boca com chicletes - Quer um? Eu não ligo se grudar na vassoura, depois de uma semana eu tiro - A garota se retira dentre as pernas de Kurt, que se levanta ajustando a blusa cinza cujo numero bem maior que o seu onde havia uma etiqueta escrito "Tom" e parte para recuperar oque havia acabado de perder.
— O que foi? Foi algo que eu disse? - Ele começa a massagear a jovem, que não demora muito para se excitar com a situação e jogar-se sobre Cobain quando o telefone toca, separando novamente o ex-Nirvana de seu tão desejado prazer.
— Quem é? Afinal de contas quem é?
— Essa é a casa de Tom Morello?
— Pode ser a casa de Tom Morello, pode ser a casa da sua mãe ou pode ser a casa de um cara querendo comer sua mãe. No entanto, essa também pode ser a casa onde um sujeito simples e humilde está há dezesseis horas tentando transar e essa porcsria de telefone não para de tocar, então me diz logo que porra você quer antes que eu trucide sua mãe daqui a pouco - O sujeito do outro lado da linha não melhora o tom de voz arrogante, mas parece ter ficado mais estressado.
— Sabe onde está o senhor Cornell?
— Sei sim, a essa hora deve estar transando com a amiguinha inglesa, agora me deixa em paz que eu também tenho o direito de transar - Bufando cheio de indignação, Kurt respira fundo, joga os cabelos ruivos meio grisalhos para trás e procura sua garota, que não estava mais na garagem de Tom.
— Katrina? Katrina? Katrina, meu bem? Já terminei, pode voltar - Cobain se levanta do sofá sem vestir nada, procurando a jovem por toda a casa sem sucesso e encontrando-se novamente sozinho - É bom que o Chris esteja transando, senão isso não valeu a pena.
— Em um prédio onde quase todas as janelas estavam fechadas, um investigador particular joga a bituca de seu cigarro em um cinzeiro velho, procurando sem atenção seu copo americano cheio de uísque e tomando um bom gole da bebida enquanto verifica seu esquema em uma folha de papel. Números telefônicos, histórico de visualizações, informes da clínica e o recente depoimento do sujeito no telefone. Agora ele tinha o que precisava para ligar para seus clientes.
— Senhor Winehouse? Que bom que está acordado.
— Eu disse que poderia ligar a qualquer hora, senhor Goestenberg - Declarou o pai de Amy arrumando seu cabelo rebelde para trás enquanto o detetive se põe a falar.
— Eu liguei para avisá-lo que até o final da tarde de amanhã saberei o paradeiro de sua filha.
— Só isso?
— Conversei com um conhecido do outro fugitivo, o senhor Cornell, mas não tenho certeza se era o proprietário do imóvel. O sujeitinho bem insuportável me disse algumas coisas que talvez lhe interessem - O senhor Winehouse escuta as palavras sem alterar seu humor ou tom de voz, como se a situação fosse totalmente previsível.
— Não quero que ela se meta em problemas de novo. Pode encontrá-la o mais depressa possível?
— Farei o meu melhor, senhor Winehouse.
— Tenho certeza de que fará. Você é um dos melhores detetives particulares dos Estados Unidos, estou certo?
— Sem dúvidas, senhor.
— Antes de me telefonar, lembre-se de ligar para aquele número que lhe passei, sim?
— Sim senhor, tudo sairá como nos conformes.
— Assim espero.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Kurt não sabe, mas suas ações podem mudar muito o destino de Chris e Amy, o que esperar dessa dupla?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Like a back in black - Velhos companheiros" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.