Zohar escrita por AnneFanfic


Capítulo 42
Influências




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Quando as amigas influenciam.

 

 

Hallo meine Liebe!!

Zohar abriu os olhos instantaneamente e ficou parada olhando para o teto, tentando entender se tinha mesmo escutado a voz de Sarah falar em alemão do lado de fora do quarto ou se aquilo tinha sido apenas um sonho. Ela esperou alguns segundos e ouvindo nada além do canto dos pássaros, virou-se na cama, ficando de costas para a porta, e fechou os olhos.

—Zoe!- Sarah escancarou a porta inesperadamente e entrou no quarto.

No susto, Zohar se sentou na cama à tempo de ver ela saltitando e esbanjando todo seu bom humor em um sorriso aberto. Humor era uma coisa que Zohar sabia que Sarah tinha de sobra, mas às vezes aquilo a tirava do sério, principalmente quando ela resolvia usar aquele seu dom sem estabelecer limites logo nas primeiras horas da manhã e sem aviso prévio.

—Para de berrar Sarah!- ela resmungou, tampando os ouvidos e fazendo cara feia, esperando que ela se tocasse do inconveniente.

Mas aquilo não aconteceu. Sarah se sentou na beirada da cama, sorrindo mais ainda ao ver a reação de Zohar com sua entrada super discreta, e passou a mão nos cabelos dela, ajeitando-os.

—Alegre-se amiga! Hoje é meu último dia aqui com você.- ela ficou olhando para Zohar com o sorriso no rosto.

—Mas precisa berrar? Eu detesto acordar aos berros!

—Eu sei.- Sarah riu. –Por que você acha que eu fiz isso?

—Pra eu ficar com raiva de você e desejar com todas as minhas forças que você vá embora de uma vez.

Sarah pulou em cima de Zohar, abraçando-a fortemente e ignorando o protesto dela.

—Seguinte: Se arruma aí e desce.- Sarah se levantou e foi na direção do corredor. –Temos altos lugar pra ir hoje.

Ela se escorou na porta e cruzou os braços, esperando Zohar se levantar. Mas ao invés de se mexer, ela ficou parada olhando com cara de desconfiada.

—Onde?

—Isso você só vai saber quando chegar. Confie em mim, você vai gostar.

Zohar fechou os olhos e passou a mão no rosto.

—Eu detesto quando você diz pra eu confiar em você.

Sarah gargalhou.

—Poxa, amiga! Assim você fere meu coração. Faço tanta coisa por você...- ela sorriu de canto, já imaginando a incredulidade de Zohar quando chegassem ao local planejado.

—Você só me faz me arrepender de sair com você, Sarah.

—Mas no fim do dia você agradece minha existência na tua vida que eu sei. Te espero lá embaixo pr’o café e depois a gente sai, tá’ legal? E não demora senão venho aqui cantar Let It Go no seu ouvido até você pular pela janela.

Ela fechou a porta e deixou Zohar sentada na cama. Ela olhou pela janela e viu que o dia estava nublado mais uma vez, assim como todos os dias em que Sarah ficou em casa. Ela se perguntou onde ela ia parar dessa vez, sabendo que no mínimo iria tomar um bom banho de chuva, e resolveu se levantar.

Depois de tomar banho e lavar os cabelos, secá-los e descer as escadas na intenção de tomar café, ela topou com Sarah deitada esparramada no sofá da sala, mexendo no celular. Não teria estranhando aquele fato se ela não estivesse com as sobrancelhas franzidas, roendo as unhas nervosamente e resmungando alguma coisa que era impossível de entender.

—Tá’ tudo bem?- Zohar perguntou, se aproximando e sentando-se em um dos sofás para colocar uma meia no pé.

—Tudo ótimo!- Sarah respondeu, largando o celular sobre o sofá e mudando completamente a expressão. –Me diz uma coisa...- ela fez uma pausa enquanto amarrava os cabelos em um coque. –Você tem medo de altura? Não né?

Aquela pergunta tinha sido feita sem que Sarah erguesse os olhos para encará-la e nesse momento Zohar teve uma ideia do que ela queria dizer com altos lugar pra ir.

—Ai, Sarah...- Zohar colocou as mãos no rosto. –Vai, fala. Onde a gente vai... Não, onde você quer me levar, afinal...

Sarah riu e se recostou no encosto do sofá, finalmente olhando na direção dela.

—É só uma ponte suspensa.- deu de ombros.

—Ponte suspensa? Enlouqueceu?

—Você nem sabe como é! É muito legal!

Zohar também se recostou no sofá e encarou Sarah nos olhos.

—Poderia ser pior...

—Tipo o que? Rapel?- Zohar questionou.

Sarah riu, preferindo não comentar que fazer rapel era uma das coisas que ainda queria fazer na vida, e desconversou.

—Não sei o que exatamente, só podia ser qualquer outra coisa além de uma ponte suspensa...- ela comentou, e logo tirou um pedaço de papel do bolso. –Vai ser legal, você vai ver. Já até fiz um roteiro. É aqui na cidade vizinha, não fica muito longe.- ela balançou o papel para Zohar e começou a ler. –A gente sai daqui e vai direto fazer a trilha...

—Trilha?- Zohar interrompeu, incrédula.

—É, ué. Como a gente vai chegar lá em cima?— ela viu a cara de desgosto de Zohar e fez um aceno com a mão. –Relaxa, é super de boa.

—Essa ponte aí está a quantos metros acima do nível do mar?

—Não sei. Mas é lindo lá de cima. A vista é incrível! Essa ponte faz a conexão entre dois pequenos morrinhos, que estão próximos um do outro. Acho que dá uns...- ela parou para pensar, enquanto Zohar apenas prestava atenção à todas as palavras e expressões da amiga. –Acho que tem uns vinte metros de comprimento. A ponte, no caso.

Zohar riu e balançou a cabeça.

Sarah, por sua vez, preferiu ignorar a cara de deboche de Zohar e continuou a falar sobre o roteiro do passeio.

—Então a gente faz a trilha, atravessa a ponte, desce por outra trilha, vamos até o centrinho da cidade e almoçamos por lá, depois podemos tomar um sorvete enquanto caminhamos pela pracinha e voltamos pra casa. Fim de um dia perfeito.- Sarah abriu o sorriso, mostrando os dentes alinhados e aguardando uma reação de Zohar.

—E a chuva?

—Não vai chover.- ela disse com convicção. –Topa o desafio?

—Choveu a semana inteira e não vai chover hoje?

—Eu olhei a previsão, relaxa.

Zohar ponderou por uma fração de segundos e soltou um longo suspiro.

—Você ultimamente tem me convencido a fazer várias coisas, hein?- Zohar comentou, lembrando-se das longas e intermináveis horas de séries policiais e dos filmes de terror que ela não conseguia gostar, mas que Sarah insistia para que ela visse na expectativa de ter alguém para debater cada acontecimento, e das fracassadas experiências culinárias que Sarah fazia e dava para Zohar provar. No fim tudo se tornava divertido com Sarah ao seu lado, mas ainda assim, aquelas coisas não eram o seu gênero preferido de atividade recreativa.

—Isso é um “eu topo”?

—Tá’. Vamos.- Zohar rolou os olhos, concordando meio à contra gosto, depois de ponderar a ideia por um tempo. 

Por mais que  atravessar uma ponte suspensa não fosse algo que a agradasse totalmente, aceitar alguns dos desafios malucos de Sarah a ajudavam a quebrar os próprios limites pessoais, e era isso que ela tinha em mente ao aceitar aquele convite. Ela tinha que convencer o seu cérebro traumatizado a enfrentar os próprios medos.

Sarah saiu de onde estava, pulou para o lado de Zohar e a abraçou, feliz da vida.

—Depois disso, seu próximo desafio vai ser sair com um boy lindo e maravilhoso que eu vou te apresentar

—Esquece.- Zohar se desvencilhou de Sarah e imediatamente se levantou, iniciando a caminhada em direção à cozinha. –Já tomasse café?

—Não, né. Estava te esperando.

 

***

 

O relógio no painel do carro de Sarah marcava nove horas quando elas iniciaram o percurso até à cidade vizinha, que ficava há poucos minutos dali. Olhando pela janela Zohar pode ver as pequenas montanhas que Sarah tinha apontado. De fato elas não pareciam muito altas, mas só de pensar na uma hora de caminhada que teria que fazer para poder chegar à tal ponte suspensa, sentia dores nas pernas.

Sarah olhou de soslaio para Zohar, que observava a paisagem ao longo da estrada, e aumentou o volume do rádio que tocava sua música preferida. Enquanto fazia um cover da música, muitas vezes fazendo sua voz se sobressair à do cantor de modo que Zohar ria com todas as suas palhaçadas, ela pensou se deveria ou não contar para ela o que tinha escutado de Namjoon naquela madrugada que tinha passado.

Desde o dia que tinha dito para Zohar que não desistiria até conseguir falar com Namjoon, ela não tinha mais tocado no assunto, e nem Zohar tinha feito muitas perguntas. Sabia que se contasse que ele tinha desligado na cara dela outras duas vezes, e que na tentativa seguinte ele tinha despejado todas aquelas calúnias sobre elas,  Zohar ficaria chateada e insistiria para que parasse de tentar ligar de vez. Ela já tinha aceitado que Taehyung não ligava porque não queria, mas Sarah simplesmente não queria desistir. No começo ela queria pelo menos uma informação que pudesse esclarecer a situação, mas depois das ligações desligadas em sua cara e todas aquelas palavras, ela tinha comprado a briga para si. Agora a coisa era entre ela e Namjoon.

Ela parou com o cover por um momento ao se lembrar de Namjoon e desejou que ele tivesse uma dor de barriga bem forte, onde quer que ele estivesse. A mensagem que tinha enviado de madrugada antes de pegar no sono ainda não tinha sido respondida, mas ela não hesitou em mandar mais um lembrete pra ele naquela manhã, enquanto aguardava Zohar descer do quarto.

—Você conhece a irmã da Lauren?- Zohar perguntou, tirando Sarah dos seus pensamentos.

—Oi?

Zohar olhou para o lado e viu Sarah fazer uma cara engraçada.

—Que pergunta aleatória é essa?

—É que eu tava’ pensando aqui...- Zohar sorriu, se explicando.

Bizarro. E depois eu que sou a louca.- Sarah comentou, e imediatamente lembrou-se da mensagem que Namjoon tinha enviado. E lembrar-se dele, por um motivo tão banal, a irritou profundamente.

—Mas o que tem ela?

—Você conhece ou não?

—Só de ouvir falar.- deu de ombros, olhando de relance para Zohar e voltando a se concentrar na estrada. –Na verdade, acho que vi uma foto uma vez. Por que?

Zohar ficou pensativa por um momento e virou o rosto para olhar a amiga.

—Ela tá’ precisando de alguém pra cuidar da casa e da filha dela em Londres e a Lauren falou com minha mãe.

Sarah absorveu aquilo por alguns instantes e então sorriu.

—Isso é ótimo!- ela olhou para Zohar e desfez o sorriso ao ver a cara inexpressiva dela. –Não é?

—Eu não sei!- Zohar voltou a olhar pela janela, remoendo todos os pensamentos e considerações que teve durante aqueles últimos dias.

Tinha pensado sozinha sobre aquilo durante todo aquele tempo, mas finalmente decidiu pedir uma opinião da amiga, embora já soubesse o que ela diria.

—Minha mãe quer ir, mas quer que eu vá junto...

—E isso é um problema?

Khalil é o problema.

Sarah não disse nada e por um tempo Zohar também não deu continuidade ao que queria dizer. No entanto, vendo que ela carregava uma expressão apreensiva e angustiada no rosto, Sarah decidiu externar sua opinião.

—Sabe, Londres não é uma cidade tão pequena assim, pra vocês se toparem na primeira esquina que viraram. E você nem sabe se ele ainda mora por lá, ele já pode estar bem longe. Acho que você está sofrendo por antecipação sem motivo.

Zohar não disse nada, pois sabia que ela tinha razão. Contudo, aquela espécie de instinto de sobrevivência a fazia querer fugir de tudo que pudesse trazer qualquer lembrança daquele momento horrível.

Ela soltou um longo suspiro e esticou seu braço para fora da janela, sentindo o vento passar por entre seus dedos.

—Você acha que eu deveria ir, então?

—É claro!- Sarah respondeu sem titubear. –Fica até mais fácil pra eu te convencer a sair na night.

Zohar riu, olhando de relance para a amiga, percebendo os cabelos dela sendo agitados pelo vento. Sarah era tão maluquinha, tão espontânea, que Zohar às vezes sentia inveja da forma como ela vivia a vida. Ter a amizade dela era a coisa mais preciosa que tinha, depois de sua mãe. E tinha a convicção que faria tudo o possível para não deixar aquela amizade morrer com a distância ou o tempo.

Mesmo que para isso tivesse que atravessar uma ponte suspensa.

Depois de chegarem à cidade vizinha, estacionarem o carro em um local apropriado e se embrenharem morro acima numa caminhada que pareceu durar uma eternidade e não apenas uma hora e pouco, como Sarah tinha dito, tendo como companhia um homem que Zohar nunca tinha visto na vida, mas que Sarah parecia conhecer muito bem e que as guiou até o local designado, Zohar se deparou com a tal ponte suspensa. Ela olhou furiosa para Sarah, que fingia ignorá-la, e se aproximou do inicio da ponte para ver a altura em que estavam.

—Onde eu estava com a cabeça quando aceitei essa maluquice?!- resmungou enraivecida, encarando Sarah.

Sarah riu e se aproximou.

—Acredite, não é tão ruim quanto parece.

—Olha essas madeiras! Tu acha mesmo que isso aguenta nosso peso?

—Eu já atravessei essa ponte um milhão de vezes!- Sarah retrucou dando ênfase à quantidade de vezes, olhando para o céu e erguendo as mãos. –Fala pra ela Shakespeare!

—Shakespeare?- Zohar olhou de Sarah para o homem que as acompanhava, e que ria com a discussão das duas.

—Não chega à um milhão, mas umas novecentas e noventa e nove vezes, acho que sim.

—Viu?- Sarah voltou a olhar para Zohar, cruzando os braços. –Vai desistir agora?

—Desculpa, mas só acho que estou com um pouquinho de medo, né? Posso?- Zohar replicou num tom azedo, voltando a encarar a ponte.

—Claro que pode!- Sarah retrucou. –Mas não deixa ele te impedir de realizar a maior das tuas aventuras, garota. Segura na mão do medo e arrasta ele por essa ponte com você.

Zohar sorriu com a personificação do medo que Sarah criou e baixou um pouco a guarda.

—Acho que ele é mais forte que eu...

—É só você acertar um chute no meio das pernas dele que ele perde a força rapidinho.- ela emendou rapidamente, fazendo com que Zohar e o acompanhante delas rissem.

—Já disse como você é lou...

—Não! Não me chame de louca!- Sarah rosnou, arregalando os olhos na direção de Shakespeare e deixando-o assustado. –Acerto um chute nas suas partes se você só pensar em me chamar de louca, garoto!

Ele olhou espantado para Zohar, querendo entender o que tinha acontecido ali, e resolveu se calar e manter distância das duas.

—Tá’ legal. Quem é a primeira?- ele perguntou por fim, colocando a mão na cintura e olhando de uma para a outra.

Sarah voltou a olhar para a amiga e segurou na mão dela.

—Quer ir primeiro, depois de mim ou vamos juntas?- abriu o sorriso.

Zohar olhou para cara dela e fez uma cara de choro.

—Não sei qual das três opções é pior.- ela respondeu olhando em volta e percebendo que Shakespeare segurava o riso. –Eu ainda não entendi se o nome dele é Shakespeare mesmo ou se é alguma apelido...- sussurrou para Sarah, que deu de ombros.

—Importa?

—To’ tentando me distrair.

—Ela quer saber se teu nome é Shakespeare mesmo ou se é só um apelido ridículo.- Sarah se virou na direção do rapaz.

—Sarah!- Zohar arregalou os olhos, sentindo-se totalmente sem graça com aquilo e dando um empurrão de leve na amiga.

—Não era pra te distrair?

—Eu não disse que o apelido dele era ridículo!

—Sim, é só um apelido. Ridículo, eu sei.- ele deu de ombros, sorrindo, e deu uma piscadinha para Zohar, que imediatamente desviou o olhar.

—Viu?- Sarah voltou a olhar para a amiga, dando uma piscadinha para ela também, apenas para atormentá-la. –Mas e então? Vamos juntas ou prefere ir sozinha?

—De um jeito ou de outro você vai mesmo balançar a ponte pra me ver sofrer...

Sarah balançou a cabeça, sorrindo.

—Eu jamais faria isso com você.

 E por algum motivo Zohar sentiu segurança nas palavras de Sarah.

—Acho melhor eu ir sozinha.

—Tá’. Então eu vou na frente e te espero do outro lado, pode ser?

Zohar confirmou com um aceno de cabeça e colocou a mão na boca, mordiscando as unhas para aliviar a ansiedade. Ela observou Sarah segurar em ambas as cordas que serviam como um corrimão para quem passasse pela ponte, e atentou para a forma como ela pisava nas tábuas. Mas só quando ela estava mais ou menos na metade do caminho foi que ela voltou a ser a Sarah de sempre e começou a se balançar na ponte para que ela fosse de um lado para o outro.

—Agora sim! Travessia com emoção!- ela disse, olhando por cima do ombro com um sorriso travesso estampado no rosto, em seguida tirando a mão das cordas e iniciando uma corrida até o fim da ponte, que tremia a cada passo dado.

Zohar viu tudo com as mãos agarradas na cabeça, sentindo o pavor que parecia passar bem longe de Sarah.

—Sarah, para de ser louca!- Zohar gritou, quando a amiga alcançou a terra firme do outro lado.

E do outro lado Sarah pisava firme no chão e agarrava os próprios cabelos.

—Céus!- ela berrou de volta. –Por que é que o m u n d o resolveu me chamar de louca de uma vez só?!

Zohar riu da indignação de Sarah e se aproximou da ponte, esperando que ela parasse de se mexer completamente. Ela segurou nas cordas e colocou o primeiro pé sobre a tábua. Ter visto Sarah correr por ali a tinha convencido de que não era arriscado assim, mas em hipótese alguma iria fazer o que ela tinha feito. Por isso, dando um passo de cada vez, tentando focar sua atenção na madeira sob seus pés e não no que estava a metros abaixo da ponte, ela foi dando um passo de cada vez até chegar ao outro lado. Seu coração batia acelerado, seus ombros estavam rígidos com a tensão da travessia, mas o que mais a fez se sentir confiante foi Sarah ter esperando do outro lado da ponte em silêncio, sem se mexer ou fazer gracinha, prestando atenção a cada passo que dava. Quando pisou em terra, Zohar arregalou os olhos e colocou a mão no peito, mal acreditando que tinha realmente cruzado aquela ponte.

—O medo tá’ chegando aí.- Sarah brincou, ao ver Shakespeare aparecendo logo atrás de Zohar.

Zohar riu e deu espaço para que o rapaz se aproximasse.

—Pronta para outra rodada?- ele fez menção de voltar para a ponte, mas Zohar negou veementemente com a cabeça, se afastando dele e se aproximando de Sarah.

—Deu por hoje.

Sarah passou o braço em volta dos ombros de Zohar e deu um beijo na cabeça dela, por cima do hijab.

           

Depois de conversarem um pouco e rirem com as brincadeiras de Sarah, os três iniciaram outra trilha, dessa vez para saírem dali e voltarem para a civilização.

Estavam no meio do caminho quando Zohar questionou se teriam que, além da uma hora de trilha, caminhar até a base do outro morro para chegarem ao carro. Tal perspectiva quase a fez entrar em pânico, mas Shakespeare a tranquilizou, dizendo que tinha deixado seu carro na base do morro para leva-las até o carro delas.

—Ele não é um doce?- Sarah sussurrou para Zohar, diminuindo o ritmo do passo para deixar que ele se afastasse um pouco. –Ele deixou o carro aqui e foi à pé até o outro morro esperar a gente, só pra’ gente não precisar caminhar daqui até nosso carro.

Zohar sorriu e olhou de relance para Sarah. Concordava que, tirando o apelido estranho, ele até que parecia legal.

—Que tal?

Zohar olhou para Sarah.

—Sim? Não? Talvez?

—Do que tu’ tá falando?

Dele.— Sarah fez um aceno com a cabeça na direção do rapaz, que continuava caminhando alguns metros à frente delas.

Zohar abaixou a cabeça, cuidando onde pisava, e sorriu.

—Ai, Sarah...

Ai, Zohar...!

Sarah fez uma carranca e se afastou da amiga, acelerando o passo para se aproximar do rapaz.

—Ei, Medo!- Sarah o chamou.

E ao ouvir aquilo e ver que o rapaz tinha mesmo parado e se virado para Sarah, Zohar parou de caminhar e começou a rir descontroladamente.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Sarah é meio doidinha mas é a fada madrinha da Zohar, né non?
hahah'

Mais de 3 mil e 400 palavras minha gente! Tô' amando escrever bastante assim. ♥
E vocês? hahah'




Quem quiser compartilhar nos comentários o que estão achando do desenrolar da fic, ficarei feliz em ler e responder.

Leitora Daniela Lopes, eu não sei se você passou por aqui durante o domingo para ver se a fic tinha sido atualizada. Desculpe a demora, mas aqui está o capítulo. Feliz Aniversário! ♥
E obrigada também leitora Cherrie, por ler minha fanfic mesmo atrasada para o trabalho e com apenas 15% de bateria.
Essa fic não seria a mesma sem você. (hahahah. NÃO MESMO, OK?!)

Beijos :*



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