Zohar escrita por AnneFanfic


Capítulo 11
Um pouco mais...




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Dormi.

E quando acordei vi que ele estava segurando minha mão.

 

 

 

Zohar abriu os olhos, deparando-se com o interior do carro ora ou outra iluminado pela luz que vinha de fora, e percebeu alguém ao seu lado, muito próximo. Ela levantou a cabeça quando percebeu que estava encostando-se no ombro desse alguém e ao olhar para o lado viu Taehyung a poucos centímetros do seu rosto, olhando-a.

Ela olhou nos olhos dele por uma fração de segundos e afastou-se imediatamente, sentindo seu rosto esquentar conforme o pulso do seu coração aumentava o ritmo. Foi quando percebeu que ele estava segurando sua mão.

Ficou olhando para suas mãos unidas por um tempo muito curto, mas suficiente para notar a sensação de estar segurando a mão dele, e olhou para ele novamente. Ele sorriu pra ela e fez um carinho na mão dela com o polegar antes de abrir a mão.

Olhando para as mãos novamente ela viu que ele não tinha retirado sua mão da dela, mas apenas abertos os dedos, dando a ela a opção de retirar a mão ou não.

Zohar pensou em retirar a mão, por simples vergonha de estar tão perto dele, encostando nele. E pelo susto, já que jamais imaginou isso acontecer. Mas por um momento pensou também em como a mão dele era quente e como isso fazia ela  ter vontade de segurá-la por mais tempo. Pensar nisso a fez se sentir ainda mais envergonhada. Ele tinha segurado sua mão primeiro, mas continuar segurando a mão dele quando ele tinha dado a opção de retirar... O que ele poderia pensar? E afinal, por que ele estava fazendo aquilo?

Chegamos!- bradou Sarah do banco da frente, quebrando o silêncio do carro e fazendo ambos puxarem sua própria mão para si e olhar para qualquer lugar exceto um para o outro.

Após a última curva da estrada, Sarah dirigiu mais alguns metros e parou em frente a um portão, onde ela acionou o controle remoto, fazendo-o abrir.

Zohar olhou pela janela, agora com o ambiente externo já mais iluminado por alguns postes, e o que viu foi uma espécie de casa no campo.

Atravessaram cem metros de campo aberto, andando por uma estrada de chão que levava até a casa de madeira de dois andares. No caminho ela conseguiu ver algumas árvores e pensou que o lugar devia ser bonito à luz do sol.

Assim que estacionaram em frente a casa, uma mulher apareceu na varanda e ficou esperando por eles. Sarah saiu do carro e correu fazendo um estardalhaço para abraçar a mãe, deixando Zohar e Taehyung para trás.

—Chegamos...- disse ele antes de saírem do carro.

Zohar olhou para ele por um tempo e abaixou os olhos, fazendo apenas um aceno com a cabeça e esboçando um fraco sorriso.

—Tá tudo bem?

—Sim.- ela respondeu, olhando para as próprias mãos. –Na verdade... Você vai embora...- olhou para ele.

Ele abriu o sorriso.

Não se preocupe com isso agora. Vamos sair do carro primeiro.

Zohar não entendeu o que ele quis dizer com aquilo e também não entendeu o motivo de ele estar sorrindo daquele jeito quando estava prestes a ir embora para nunca mais se verem. Ela sabia que uma hora iriam se separar, isso seria inevitável, mas sentiu-se desapontada, ainda mais depois dele ter sido tão prestativo e carinhoso como foi durante todo aquele tempo. A afeição e o cuidado dele por ela desde o momento em que se viram, tinha aberto uma porta no coração dela que a permitiu confiar nele desde o início, aceitando a amizade sincera e instantânea que surgiu entre eles. Queria tê-lo como amigo e por isso lamentava a ideia de ter que se despedir. Como, então, ele podia estar sorrindo assim?

Saíram do carro e caminharam até a varanda.

A mãe de Sarah se aproximou de Zohar com os braços abertos.

Oi, minha querida.- ela deu um abraço tão afetuoso que a fez esquecer-se do que pensava.

Zohar nunca se sentiu tão bem em receber um abraço de uma pessoa estranha como se sentiu naquele momento. Sentiu-se amada e soube naquele momento que seus próximos dias ali seriam bons, o que despertou nela a vontade de chorar, sentindo o carinho que a mulher fazia em suas costas.

De repente lembrou-se de sua mãe e imaginou como ela estaria sem ela e se algum dia iria voltar a vê-la. Sabia que sim, mas estar ali, abraçando aquela mulher tão afetuosa, sentiu um aperto no peito da saudade que estava sentindo e quis que ela estivesse ali junto dela.

—Pode me chamar de Suzan, ok?- ela se afastou e segurou a mão de Zohar.

Zohar olhou nos olhos dela e não conseguiu segurar as lágrimas. Aquilo tudo era tão inacreditável, tão bom de estar acontecendo que ela não conseguia acreditar que realmente estava livre daquele pesadelo para estar junto de pessoas que se importavam e que iriam ajudá-la.

—Você está chorando...?- a mulher perguntou, com uma voz tão terna que fez Zohar chorar pela segunda vez naquela noite.

Suzan segurou o rosto de Zohar com as mãos e secou as lágrimas com o polegar.

—Você é muito bem vinda aqui, ok? Estou aqui para te ajudar no que você precisar.

Zohar olhou nos olhos da mulher à sua frente e esboçou um sorriso, deixando as últimas lágrimas escorrerem por seu rosto.

—Venha, vamos entrar. Preparei um lanche pra vocês. Imagino que estejam cansados.- ela olhou para a filha, que não perdeu tempo em entrar na casa, e então visualizou Taehyung no último degrau da escada. —E você? Quem é?- ela abriu o sorriso.

—É o super-homem dela, mãe. Foi ele que ajudou ela a sair do casamento.- Sarah gritou da cozinha.

O rosto de Suzan se iluminou e ela foi rapidamente na direção dele para dar um abraço.

—Heróis são sempre muito bem vindos aqui.- ela o abraçou, e ele sorriu sem jeito. —Mas vamos entrar e conversar melhor sobre o que aconteceu...

Ela os direcionou até a porta e de repente Sarah saiu por ela carregando um pedaço de pão em uma mão e um copo de suco na outra.

—Tenho que voltar correndo, mãe. Te ligo quando chegar.- ela deu um beijo apressado no rosto de Suzan e desceu as escadas da varanda com rapidez.

—Sarah, você não pode viajar à noite, assim...! Durma aqui essa noite. É perigoso.

—Não posso.- ela respondeu em pé ao lado da porta do motorista, olhando então para Taehyung. —E você, não vem?

Taehyung olhou para Zohar, ao seu lado, e voltou sua atenção para Suzan, já se sentindo um tanto sem graça com o que tinha para falar.

—Será que eu... posso dormir aqui essa noite?


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