Point Of View Regina

Fico em minha posição, ainda intacta e antes que pudesse me da conta do que aconteceu eu escuto outro tiro, um dos meirinhos acertou o Oswald na testa. Graham tenta roubar a arma de um dos guardas perto dele, mas é impedido pelo meirinho que atira em seu braço. Nesse momento, olho ao redor e me dou conta do que acabara de acontecer, Emma está no chão sobre o corpo do Henry, todos choravam ao redor, os policiais entram com uma equipe medica e vejo Killian sustentar o corpo de Emma, que chora desesperadamente. Corro até a Swan para abraça-la, mas ela vira seu corpo, ficando de costas para mim. Henry foi levado rapidamente para o hospital, logo fomos avisados que ele passaria por um processo cirúrgico para a retirada do projétil e analisar os danos causados. Durante toda a espera Emma me evitou, a noticia de que Henry está bem e fora de perigo, chega aos nossos ouvidos em tom de alívio, mas era necessário esperar ele acordar. O julgamento foi suspenso até o dia seguinte, contra vontade do advogado de defesa, que alegou que seu cliente foi atingido, porém, o juiz usou um contra argumento dizendo que o tiro foi de raspão no abraço e isso não indicaria perigo para o réu. Emma continua me evitando e dona Miranda pede para que eu dê um tempo a ela. Decido ir embora, então digo boa noite as pessoas que estavam ali e todos me respondem, menos Swan. Vou para casa, mas não consigo dormir direito. Ao longo da noite, penso em Emma, Henry, na confusão que criei... Minha cabeça dizia que ali não houve culpados, apenas vitimas de uma crueldade sem fim feita por um homem sem caráter, mas meu coração não entendia da mesma forma. O dia amanhece, Mary aparece e senta ao meu lado sem falar nada.

— Apesar de continuar no sofá, fico feliz que tenha saído da posição fetal – ela comenta e a olho – grande avanço – não falo nada e encosto a cabeça em seu ombro – vocês sempre se acertam, não vai ser diferente agora

Passamos um tempo em silencio e juntas no sofá, mas logo nos levantamos, tomamos banho, Mary seguiu para Nolan Glass, sim, ainda carrega o nome daquele sem noção, ele já saiu, mas os papeis necessários para virar Nolan Morris ainda não estavam prontos. Enquanto a Blanchard ia trabalhar eu me dirigi ao tribunal. O dia foi longo, com vários depoimentos e pausas, até que o júri se retirou para decidir a sentença. Novamente vou ate o hospital, mas não consigo ver Swan, quem estava com Henry era a Miranda, que me disse que o ele ainda não havia acordado. Volto para o apartamento e sou recebida por Mary, que me faz tomar banho, comer algo e se deita ao meu lado na cama, me amparando enquanto dormia. Diferentemente da noite passada, desta vez eu consegui dormir, pouco, mas bem. A rotina desta manhã não difere da manhã passada e novamente Mary vai para o trabalho e eu vou para o tribunal, depois de receber uma ligação do advogado dizendo que nesta madrugada o júri chegou em um consenso e o juiz daria o veredito.

— Primeira jurada, diga o veredito – o juiz ordena

— Culpado – a jurada fala e volta a sentar

— Pelo crime de roubo seguido de morte, sendo confirmado 5 mortos, entre eles a sra Lena Swan do caso 001258, cujo caso está em aberto, o réu é considerado culpado – o juiz começa – pelo crime de homicídio doloso de uma testemunha do caso 00235974, policial Malone e do sr Whale o réu é considerado culpado. Pelo crime de sequestro de duas pessoas entre elas uma agente federal o réu é considerado culpado – era possível ouvir a euforia – sendo assim, determino ao réu Graham Dornan, a pena de 65 anos em regime fechado, em um presidio de segurança máxima. – ele fala e bate o martelo, finalizando sua sentença

Todos nós respirávamos aliviados com tudo, ligo para Miranda e Mary, para avisar o resultado. O juiz agora avisa que vai proferir a sentença de August e analisando seu bom comportamento e sua pena, agora por roubo e não homicídio, o juiz decidi dar ao sr Booth a liberdade condicional. Não existia muitas pessoas para comemorar essa noticia, ainda assim, fiquei feliz por saber que ele não continuara pagando por algo que não fez. Decido passar no hospital novamente e decido que só sairei após falar com Emma.

Trilha sonora: Time After Time - Cyndi Lauper (Boyce Avenue ft. Megan Davies & Jaclyn Davies)

Lying in my bed I hear the clock tick/ Deitada na minha cama, ouço o tique-taque do relógio

And think of you/ E penso em você

caught up in circles/ Presa em círculos

confusion Is nothing new/ Confusões não são nenhuma novidade

Flashback--warm nights/ Recordações de noites quentes

Almost left behind/ Quase esquecidas

Suitcase of memories/ Como uma mala de lembranças

Time after/ Repetidas vezes

Chego na porta e fico observando, Emma fazia carinho nos cabelos de Henry e conversava com ele, dizendo que ele tem que lutar e não se deixar vencer por qualquer besteira, mas quebrou meu coração quando ela falou que perdeu a Lena e não podia perde-lo também, Emma disse isso em meio a lagrimas e beijando a testa do Henry logo em seguida, mesmo com ele desacordado. Decido entrar e vou ate ela.

— Oi – falo, mas ela se esquiva – porque estamos assim? – desvia o olhar – Emma – toco em seu braço

— Eu não queria que ele ficasse – ela me olha transmitindo dor nos olhos – você me convenceu a levar uma criança para um julgamento sobre assassinato, Regina

— Emma... – tento falar

— Regina, se você não tivesse falado nada... – me interrompe e para

— Você me culpa? – a olho com olhos marejados – é isso Emma?

— Você me convenceu, Regina – ela se afasta de Henry e vou para perto dela – esse é o controle que você tem sobre mim

— E apesar de me culpar e de se afastar de mim eu continuo aqui... Esse é o nível de controle que VOCÊ exerce sobre mim – dou ênfase

— Nós brigamos por besteiras, somos toxicas uma à outra, vale a pena continuar? – Emma fala quebrando nosso coração – nessa semana mal nos falamos, Regina... Esse é o nosso momento a sós e estamos brigando

— Estava com meus pais essa semana, Emma – a olho perplexa – você sabe o que é pra mim reencontra-los

— Ok, agora eu sou o monstro – ela fala em um tom mais alto

— Você se coloca na função de vitima e culpada novamente, eu não faço isso, você faz sozinha – a repreendo – eu fiquei com meus pais e te deixei de lado, mas eles foram o que mais pedi a Deus durante anos, achei que entenderia

— Quando estou do seu lado parece que preciso lutar contra tudo o que quero e acredito – ela finalmente fala, depois de minutos de silencio – vivo em uma dualidade sem fim, Regina... Eu não sou Emma quando estou ao seu lado

— Então por que continua comigo? – pergunto cruzando os braços

— Porque te amo! – ela grita

— Para de amar algo toxico – falo no mesmo tom

— Eu não consigo – responde gritando novamente

— Isso não está nada bom – eu falo levando minhas mãos a cabeça

— Precisamos de um tempo – ela diz em tom normal – é melhor nos afastarmos

— Então chegamos a um acordo? – eu a olho

— Sim, daremos um tempo – ela olha em meus olhos

If you're lost you can look--and you will find me/ Se você estiver perdido pode ver e vai me encontrar

Time after time/ Repetidas vezes

If you fall I will catch you--I'll be waiting/ Se você cair, eu vou te segurar, estarei esperando

Time after time/ Repetidas vezes

Nos olhamos nos olhos por um tempo, fui vendo sua respiração acalmar a medida que a minha ficava mais ofegante, parece que nossos olhos discordaram do que nossa boca acaba de proferir e como um súbito surto nós nos beijamos. Sinto a mão da Swan agarrar minha nuca e beijar minha boca como se não houvesse amanhã, me fazendo retribuir na mesma proporção.

— Desculpa, não te culpo – ele fala com dificuldade, entre meus lábios

— Eu também não queria falar metade do que falei – digo do mesmo jeito

— A única coisa que falei de verdade é que te amo – ela diz e suas mãos saem da minha nuca para irem para minha cintura – poderia gritar... Te amo – ela grita e tapo sua boca – desculpa – ela sussurra sorrindo – a gente vai da um jeito em tudo – concordo – não desiste de mim, por favor

— Parem de gritar – Henry fala com dificuldade

Eu e Emma nos entre olhamos e nossos olhos conversam novamente, ela corre para Henry e eu para a porta, onde começo a gritar por um medico.