Sentenced to love escrita por Cyz


Capítulo 4
Meu infinito particular


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal... Como prometido teremos mais capítulos hoje e espero que gostem de ler tanto quanto eu gostei de escrever!
Esse cap é embalado ao som de uma música incrível e que gosto muito... aqui tá o link para a música (adoro essa música hahahaha)
Coldplay - A Sky Full Of Stars
https://www.youtube.com/watch?v=zp7NtW_hKJI

vocês irão saber a hora certinha do play

Sem mais enrolação, bom capítulo e, desde já, desculpem os erros.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/746602/chapter/4

Point Of View Emma

— Eu tenho uma ideia e pode ajudar, falo sério! – a srta Mills não esperou os próximos gritos do Nolan e entrou na sala fechando a porta – Robin levou o caso ao juiz e o pedido de anulação da patente foi negado, certo? – ela pergunta, mas não espera nossa resposta e continua – possivelmente o advogado da defesa derrubou nossa liminar dizendo que eles conseguiram a patente primeiro e, mostrando o documento, eles convenceram o juízo, certo?

— Até agora você acertou tudo, mas não entendi onde você quer chegar – Nolan diz aproveitando uma pausa da srta Mills para respirar.

— ISSO!! Isso é perfeito – ela diz animada – minha ideia vai funcionar.

— E qual é sua ideia afinal!? – pergunto impaciente.

— Vou explicar, mas não podemos perder tempo! Sr Nolan, liga pra o Robin e pede pra ele marcar uma reunião com o outro advogado, convocando também os clientes dele – a Mills falava cada vez mais animada.

— O que deu em vocês hoje? Porque todo mundo acha que pode me dar ordens? – David foi até a porta e gritou a ordem para Ariel, que logo obedeceu.

Regina falava sua ideia de forma animada e confiante, aquela confiança fez minha raiva ir embora aos poucos. Como pode ser tão linda!? Em certo momento eu parei de prestar atenção no que ela falava, comecei a observá-la e tudo me encantava; seus olhos brilhavam enquanto falava, um sorriso confiante brotou nos seus lábios, ela se movia com delicadeza e empolgação por toda a sala e parecia que com isso conseguia hipnotizar todos ali presentes.

— O que você acha da ideia, Emma? – escutei alguém falando de longe – Emma!?

— Oi Ki-Killian! O que disse? – falei desnorteada olhando para o Killian que estava ao meu lado.

— O que achou da ideia? Eu gostei, a patente não vai ser nossa, mas podemos sair com um lucro incrível e investir na empresa, o que acha? – Killian me questiona novamente.

— Eu concordo! – respondo sorrindo – parece que alguém conseguiu conquistar todos nessa sala – completo olhando para a srta Mills.

Voltamos para a nossa empresa para colocar o plano em ação; ainda no caminho, nós ligamos para a Zelena e ela foi preparando tudo. Chegando lá, fiz todos os ajustes necessários no aplicativo, enquanto isso, Jones e Zelena preparavam o nosso site e os anúncios para as redes sociais. De repente o telefone toca, não demora muito e a Zel vem me avisar que o David confirmou tudo e a reunião seria daqui a meia hora na nossa empresa, assenti com a cabeça sem tirar os olhos do computador, a ideia era boa, mas existia a chance de não dar certo e isso me deixava nervosa.

— Emma, estão subindo! – Zelena falou da porta.

— Já acabei! Zel, leva eles para nossa sala de reuniões e pede ao Jones pra fazer ‘sala’ e jogar charme enquanto o David não chega – falo apreensiva

— Calma, o David já chegou, está na sala do Killian! Vou pedir pra vim ate aqui e falar com você – ela disse tentando me tranquilizar.

Pude ver a partir da porta de vidro o Killian passando e conduzindo os advogados e Kristin até a sala de reuniões. Ela não mudou nada, continuava com o mesmo ar superior e sorriso debochado de sempre.

— E aí, pronta? – disse o David animado

— Na verdade não! – falo nervosa – você tem certeza disso srta Mills? – pergunto olhando para ela que me responde com um sorriso que instantaneamente alivia o peso da dúvida.

— Vamos, não se preocupe – David diz me guiando à porta.

Ao entrar na sala, vejo o Jones aliviando o clima tenso dando em cima de uma das advogadas, o sorriso arrogante da Kristin e os advogados com aparências nada agradáveis.

— Olá Emma, quanto tempo! Incrível como o tempo não passa pra você, continua linda – Kristin falou ao me ver chegar

— Pena que não posso dizer o mesmo – falo entre dentes – podemos começar logo? – digo sentando ao lado de Killian – esses são meus advogados Nolan, Locksley e srta Mills. A srta West é nossa secretária e gostaria que ela estivesse presente na reunião para tomar nota de tudo.

— Nossa, Emma! Não sabia que precisava de tantas pessoas para te defender! Isso é para a defesa do caso ou para te proteger de mim? – Kristin fala me encarando.

Antes de dar qualquer resposta, sinto uma mão em meu ombro e vejo que é o Nolan me poupando do estresse da resposta.

— Nossos clientes gostariam de um acordo – David fala iniciando a reunião

Vejo os advogados sorrindo e a Kristin que continuava me encarando.

— O que podemos dar é o valor do acordo inicial que vocês já negaram, 10 milhões – o advogado responde.

— Na verdade, nós continuamos achamos que esse valor é baixo – Locksley toma a frente – nós sabemos que nossos clientes produziram o aplicativo, então cabe a eles os direitos...

— Sr Locksley, poupe seus argumentos – o advogado fala interrompendo – seus clientes podem ter feito algo e dizendo isso não estou confirmando que tenha acontecido, estou apenas usando suas palavras, então, supondo que isso tenha acontecido, nossa cliente possui a patente logo os direitos são dela, fora que sua liminar foi recusada e o processo está parado – ele diz com um meio sorriso.

Vejo que David e Robin se entreolham e isso me deixa nervosa; essa não era a reação esperada?

— Acontece que nossos clientes tiveram uma ideia e vocês sabem que como advogados nós orientamos, mas não podemos obrigá-los a nada, nem mesmo a desistir de suas próprias ideias, correto sr Locksley? – David falava com um tom irônico.

— Correto sr Nolan! – Robin respondia usando o mesmo tom – hoje eles nos informaram que pretendem lançar o aplicativo em seu site de forma gratuita e se é o que desejam...

— Eu peço aos advogados que aconselhem seus clientes a reconsiderar, se isso acontecer nós os processaremos e com certeza ganhamos o caso – o advogado falava animado.

— Bem, teríamos um problema! Meus clientes estão começando e possuem poucos lucros, ambos possuem em seu nome apenas as casas onde moram e o prédio da empresa é alugado – David falava como se caçoasse dos outros advogados e olha para o Robin como quem espera que ele complete seu pensamento.

— Verdade, a empresa poderia declarar falência e o preço a pagar seria mínimo, infelizmente vocês não ganhariam quase nada – Robin completa fingindo um pesar.

— Pois é, e eles ainda pensaram em lançar nas redes sociais um anúncio, o que dizia mesmo? – David fala como se tentasse lembrar, obviamente fingindo.

— Para os primeiros 50 downloads o aplicativo possuirá uma função extra e mais memória gratuita para arquivar em nuvem – Regina falou empolgada – acho que era isso que falava o anúncio, olhei rápido! – ela completa tentando controlar o riso.

— E vocês querem me convencer que a ideia foi toda deles? – o advogado falou incomodado.

— A ideia foi nossa, não é Emma? – Killian falou sorrindo.

— Sim – falo virando o notebook – ficamos tão empolgados que fizemos melhorias no aplicativo fora, é claro, as vantagens para os 50 sortudos, basta um clique!

— E quando a Emma clicar ali – Killian diz apontando para o notebook – a Zelena clica ali – completa apontando para a Zel que vira seu tablet e mostra o anúncio.

— Vocês realmente estariam dispostos a ser processados, declarar falência e perder tudo só por causa desse aplicativo? – Kristin fala em tom de dúvida.

— Eu estaria e você Swan? – Killian pergunta.

— Não é só por um aplicativo, Kristin! E sim, estou disposta! Construímos tudo uma vez, podemos fazer quantas vezes forem necessárias – falo confiante

Ver o desespero dos advogados me fazia pensar que poderia dar certo, Kristin pede um minuto com os advogados e cedemos. Não demora muito e eles nos chamam com uma proposta.

— 40 milhões! – o advogado fala sem pestanejar.

— Vamos lá, vocês devem ter concordado em 60 milhões, você disse 40 porque sabia que eu teria um contra ataque e pediria 50, vocês iriam se entreolhar e fingir que concordam, moral de tudo? Nos dariam menos do que merecemos e sairiam no lucro – David fala fingindo estar impaciente – qual é! Vocês não estão lidando com amadores.

— Ou ofereceriam 10 milhões para ter acesso as melhorias feitas pela srta Swan – Regina completa.

Pela surpresa do David e do Robin essa ideia não estava nos planos, mas parecia ser algo bom! A discussão sobre os valores começou e os advogados começaram a se exaltar, até que a Kristin pede silêncio e me olha.

— 70 milhões, com direito a suas melhorias e ao arquivo completo! Essa é minha última oferta – Kristin fala ainda me olhando – nem pense em falar nada – ela completa apontando para o David, ao ver que ele falaria algo.

Olho para o Killian e ele sorri, como quem confirma.

— A resposta é sim, você pode cuidar disso David? – falo olhando para ele

David assentiu, os advogados levantaram alguns pontos que deveriam ser colocados no acordo e eu observava a Regina anotando tudo. Não demorou muito e vejo os advogados sendo direcionados à porta pela Zelena.

— Foi bom te ver Swan, um dinheiro gasto com você sempre é um investimento – Kristin fala arrogante.

— Sempre é bom te provar que sou melhor, Bauer – provoco utilizando o mesmo tom.

Vejo a porta da sala de reuniões fechando e corro para abraçar o Killian, nesse mesmo instante escuto todos comemorando na sala.

— Uau, isso foi incrível! Não pensei que conseguiríamos, não que eu desconfiasse da sua mente brilhante srta Mills – Killian diz usando um tom galante e olhando para Regina que sorri.

— Obrigada, nossa! Obrigada! – falo e em um impulso a abraço.

 

Point Of View Regina

 

Era tão bom vê-la sorrir em alívio, ver seus olhos brilhando de alegria e animação, como se esse momento não fosse o bastante, ela me abraça! Sentir seu corpo quente colado ao meu e ouvir seu sussurro ao meu ouvido dizendo repetidas vezes obrigada, não queria que aquele momento acabasse, eu tinha começado o dia anterior gritando pra mim mesma que ela era uma cliente e foi isso que afastou outros pensamentos, mas e agora? Infelizmente o abraço foi desfeito e só vejo seus olhos fixos ao meu, ali não existia a malícia de ontem ou a raiva de mais cedo, apenas pureza vinda da mais clara alegria.

— Temos que comemorar essa vitória, Swan - o sr Jones falava animado

— Concordo! E vocês estão convidados - a srta Swan falou olhando para seus três advogados - srta Mills, você pode chamar suas amigas do elevador e Zel você está convocada

— Nem precisa mandar, chefe - a moça falou animada, fazendo uma continência

— Conheço um lugar ótimo, uma boate que inaugurou a pouco tempo - sr Jones disse.

Naquele momento meu corpo estremeceu, boate...  Vejo que todos aceitaram a ideia, sr Nolan pegou o celular para avisar a Mary e convidá-la, a srta West saiu da sala confirmado sua presença e falando algo sobre arrumar-se para noitada e eu fiquei imóvel.

— Não gostou da ideia? - ouvi alguém perguntar me tirando dos meus devaneios – lá não é tão barulhento quanto imagina, podemos nos divertir e qualquer coisa saímos e procuramos outro lugar – ele completa dando de ombros.

— Cla-claro sr Jones - falo temerosa

— Me chama de Killian, quem salva minha pele ganha o direito de me chamar pelo primeiro nome - ele fala galante

— Então srta Mills, vá para casa e vista seu melhor visual balada - a srta Swan fala colocando a mão no meu ombro.

— Pode me chamar de Regina - falo com um leve sorriso.

Precisava sair dali, me despedi de todos e fui para a porta do prédio ver se conseguia um táxi, claro que nenhum estava disponível. Nesse momento, vejo alguém parar ao meu lado e olho espantada, era o Robin que prontamente me ofereceu uma carona e não desistiu até que aceitei.

— Regina Mills, aquele carro era de quem eu acho? - Mary pergunta espantada

— Eu sabia que eu era um bom cupido, você é que estava fazendo jogo duro - Ruby disse aos gritos

— Nada aconteceu, saímos da reunião e ele me ofereceu carona, agradeci, desci do carro e só! - falo ainda aérea

— Você não acha que para alguém que ganhou um caso você está muito triste, não!? - Alex fala me analisando - está tudo bem?  - ela completa

— Sim Alex, só estou cansada, não queria ter que ir a essa boate!  - falo em um desanimo notório

— Pensa assim Rê, você toma um banho pra relaxar e nós escolhemos sua roupa - Ruby fala me empurrando pelos ombros em direção ao banheiro e continua - depois você se veste, faz uma maquiagem e coloca um salto, aí quem sabe a gostosa da Emma Swan não deixa de ser platônica e vira carnal!

— Ruby!  - digo corando e a repreendendo

— O que!? - ela pergunta em uma inocência fingida - se não tiver coragem de cara, pode tomar algumas doses e tudo bem.

— Eu vou tomar meu banho, Ruby - falo empurrando-a para fora do banheiro e fechando a porta

Não podia negar que essa ideia de Ruby não era tão absurda assim, balanço a cabeça em negativa e sorrio.  Não demorou muito e já estava nua em meu banheiro sendo guiada pelo cansaço até minha banheira, tomei um banho quente e demorado, que foi interrompido com batidas na porta.

— Regina da pra sair logo daí?  Desse jeito você vai estragar meus planos - Ruby fala batendo incessantemente na porta

Meu sossego durou menos do que eu imaginava, saiu da banheira e me seco rapidamente pegando meu roupão e abrindo a porta.  As meninas já estavam arrumadas e lindas, não demorou muito para ser puxada até meu quarto e ver um vestido em cima da cama, como se esperasse por mim. Ruby escolheu bem, eu não teria escolhido melhor, era um vestido preto feito em um tecido de alfaiataria, possuía um brilho sutil e tinha o comprimento certo, com altura no meio das coxas, além de alças largas e um decote em V, sutil e sensual na medida certa. Me visto rapidamente e faço uma leve maquiagem, colocando apenas um batom mais forte com o intuito de dar um up em meu visual. Saiu e vou até a sala, Alex faz um sinal pedindo para que eu der uma volta e assim faço, recebendo gritinhos e expressões surpresas.

— Eu quase infartei, imagina a Swan! – Ruby fala empolgada – vai com calma Regina, não sabemos se ela é cardíaca - completa roubando risos.

— É impressão minha ou esse scarpin deixou seu bumbum maior? – Alex fala analisando meu corpo.

— Alex!! Dá pra parar de me olhar assim? – digo sentindo-me corada.

Nosso táxi chega e em poucos minutos estamos na entrada da boate. Ao descer do táxi meu coração batia forte, minha garganta já estava seca e um desespero tomava meu corpo, tentei me controlar colocando um sorriso forçado no rosto, mas acabei hesitando ao chegar perto da porta.

— Tá tudo bem Regina?  - Alex pergunta preocupada

— Sim Alex, só que faz tempo que não entro em um lugar assim - falo tomando um impulso e entrando de uma vez

Não demora muito e vemos Swan e seus amigos que acenam nos chamando, nos juntamos a eles e logo pedimos algumas bebidas. O desconforto inicial diminuiu depois da terceira margarita e até arriscava mexer um pouco o corpo e me soltar no ritmo da música.

— Emma, para de olhar ou toma uma atitude - escuto alguém falar e resolvo não dar atenção, continuava dançando sozinha.

Em poucos minutos ela apareceu do meu lado com o que parecia ser um sorriso novo, esse não tinha um pouco de malícia, era a própria malícia.

— Aceita dançar comigo srta Mills? – perguntou sorrindo

— Se me chama pra dançar, ganha o direito de me chamar de Regina, srta Swan - respondo olhando em seus olhos

— Se aceita flertar comigo, ganha o direito de me chamar de Emma - ela fala exibindo seu sorriso cafajeste e pegando o copo de minha mão.

Vejo que Emma entrega meu copo nas mãos da Ruby, que me olha boquiaberta, reação que parecia se propagar para Zelena e Alex,  pessoas mais próximas a nós naquele momento. Começamos a dançar ainda timidamente, de repente trocam a música e começa a tocar “a sky full of stars”, adorava aquela música! Começou com uma batida mais lenta e fecho os olhos para sentir a música, movimento meu corpo de um lado para o outro, soltando meus braços e deixando meu corpo seguir o ritmo de forma inconsciente, fico assim até que a música ganha compasso mais agitado e abro os olhos, vejo a Emma me olhando com um sorriso encantador.

— Porque você está me olhando assim? – falei tentando entender

— Por que você tem um belo sorriso, dança bem e eu adorei seu estilo balada, srta Mills – ela reponde em meio a risos.

Nesse momento o ritmo da música volta a ser mais lento e ela se aproxima de mim, segurando minhas mãos e as colocando acima da minha cabeça, descendo suas mãos pelos meus braços e pela lateral do meu corpo, parando na minha cintura, dançamos assim, juntas e com olhares fixos, um misto de malícia e delicadeza. Sem que perdêssemos o ritmo da música, que agora está mais forte e constante, coloco minhas mãos no topo de sua cabeça e desço até sua nuca, em um carinho sutil. Ela me vira, colando as minhas costas em seu corpo e assim dançamos até que a música ganha o fim, me viro e nossos olhares se conectam instantaneamente, mas logo são interrompidos pelo sr Jones, que nos chama e nos conduz até o local que todos estavam. Logo que chegamos somos recebidas com olhares curiosos e sorrisos maliciosos, acho que nos empolgamos ao longo da dança.

— Pedi rainbow shot – Killian falou apontando para os drinks – cada um pega um shot e vamos brindar.

— Vamos brindar com isso, Killian? – Emma pergunta confusa.

— Sim, Swan! Pega logo! – ele responde impaciente.

— Brindamos a uma boa aliança – Killian fala levantando o seu shot e todos olham confusos – nossa! – diz balançando a cabeça negativamente, parecendo decepcionado – 70 milhões!

Todos sorriem e brindam, virando de uma vez o rainbow shot. O coquetel desce queimando um pouco em minha garganta, o que me faz pensar que o meu shot tinha um teor alcoólico razoável. Conversamos, rimos... A música estava agradável e em um volume suportável aos ouvidos, apesar de se tratar de uma boate. O clima estava alegre, até que sinto que estou sendo observada, olho para o lado e vejo um homem me observando, quando ver que o notei, levanta o copo como um cumprimento e eu apenas me viro, ignorando-o. A sensação de ser observada não vai embora, começo a me sentir mal com isso, um incomodo inexplicável, olho novamente para ele e o vejo com um sorriso que me lembra tudo o que sempre quis esquecer, viro novamente e sinto minha garganta travar, levo minha mão ao peito na tentativa vã de me acalmar.

— Rê, tá tudo bem? – Ruby fala preocupada.

— Regina? – Alex diz se aproximando de Ruby, o que chama a atenção dos demais.

— O que houve? – Killian diz tocando meu ombro.

Esse simples gesto desperta em mim um turbilhão de sentimentos, não conseguia falar e nem me mexer, apenas repeli meu corpo ao toque do sr Jones. O ar foi ficando rarefeito, nesse momento vejo a Alex se aproximar de mim e a Emma dizer que iria me tirar dali. Sou conduzida por Emma até o banheiro, vejo que ela pega um lenço e umedece levando-o ao meu rosto.

— Eu-eu... Emma! – tento falar com voz falha

— Shiiii... Não fala nada! Não precisa explicar nada. – ela diz fazendo um leve carinho em minha bochecha.

— Me tira daqui – falo em sussurro.

Emma assentiu com a cabeça e me guiou até a saída, abriu a porta do seu carro e me ajudou a entrar. Ficamos ali paradas por um tempo, Emma pediu para que eu me concentrasse em sua voz e respirasse fundo, começou a falar comigo e o ar começou a voltar aos poucos.

— Pronto, Regina! – falou com uma voz serena no intuito de continuar me acalmando – Continua respirando, ok? Vou pegar meu celular e mandar uma mensagem para o Killian avisando que vou te levar para casa – ela dizia tudo de forma pausada e com tom atencioso.

Guio Emma até meu apartamento apenas falando as direções, sem conversas. Chegamos e olho para a rua, não conseguia sair do carro, meu coração volta a perder seu ritmo compassado e sinto meu peito subir e descer rapidamente. Emma toca meu braço e sinto um choque interno me levando, novamente, a todos os pensamentos que gostaria de evitar. Algumas lágrimas começam a deslizar sobre meu rosto e não consigo tirar os olhos da entrada do prédio que eu morava, pensando em como toda aquela situação me fazia lembrar do meu passado. Escuto Emma tirar o cinto e vejo que faz o mesmo com o meu, ela sai do carro e abre a porta do meu lado.

— Vamos entrar? – ela falou e assenti com a cabeça

Subimos até meu andar e andamos lentamente até a porta, nós sempre deixávamos uma chave reserva em baixo do vaso, aviso isso a Emma e ela abaixa para pegar. Entro no meu apartamento olhando para cada canto, dessa forma eu tentava me convencer que eu não estava no passado, eu estava segura, mas a única coisa que consegui foi chorar, de inicio um choro leve, porém meus olhos encontram os da Emma e sinto vergonha por ela me ver daquele jeito; tento respirar para, assim, parar de chorar, mas o que antes eram algumas lágrimas torna-se um choro descontrolado, apesar de silencioso. Aquilo não parecia assustar a Emma, ela simplesmente me olha com carinho e me conduz ao sofá.

— Calma srta Mills – ela diz com um sorriso carinhoso – tenta respirar, Regina, eu estou aqui! Eu estou com você! – ela falou me abraçando e afagando meus cabelos.

Ficamos assim por alguns minutos, horas... Não sei ao certo! Minha cabeça estava posicionada na curva do seu pescoço e estávamos acomodadas no sofá, eu recebia um leve carinho em meus cabelos e o som da nossa respiração era o único barulho naquele momento. Decido levantar minha cabeça com medo das possíveis perguntas que poderiam existir.

— Não vou perguntar nada, não se preocupa! – ela diz parecendo ler meus pensamentos – O que acha de deitar um pouco? Amanhã tudo vai parecer melhor – ela diz se acomodando no sofá e posicionando uma almofada em suas pernas, oferecendo-as como travesseiro.

Deito em seu colo e rapidamente fecho meus olhos, queria acreditar que tudo pareceria melhor, mas eu bem sabia que na manhã seguinte existiriam perguntas e essas não poderiam ser respondidas. Sinto a mão da Emma em meu rosto e em seguida um carinho, ela parecia se importar, poderia ter ficado na boate e deixado a Alex me trazer, mas escolheu cuidar de mim, me escolheu! Fazia tanto tempo que ninguém me escolhia, sem encontros arranjados, palavras soltas sem sentido... Meus pensamentos sessam e aos poucos meus olhos pesam, simplesmente adormeço!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Doida pra saber o que acharam... *-*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sentenced to love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.