Point Of View Regina

— Fui à sua casa e me falaram que estaria aqui – ele diz visivelmente sem jeito, assim como eu, por sorte a Zelena me cobre com um hobby de Emma e tudo fica menos tenso – o que me trás aqui é que vim te avisar que foi marcado o julgamento do Gharam e isso será extremamente cansativo, ainda mais do que suponhamos – ele diz e o observo confusa – temos vários casos arquivados e um caso em aberto que foi atrelado ao seu. Ao que parece, o caso em aberto estava para ser revogado e pedido condicional... Você se tornou uma testemunha memorável, você e algumas provas

— Provas? – pergunto confusa – que provas?

— Fitas de áudio – Emma responde pálida

— E como você sabe disso? – Zelena tira as palavras de minha boca

— Porque o caso em aberto é o da Lena – ela conclui, ainda mais pálida, nos mostrando o envelope

— Vem cá – a puxo – senta aqui no sofá... Respira devagar

— Toma isso aqui – Zelena entrega um copo com agua e abaixa seu corpo na nossa frente – tenta se acalmar – fala enquanto passa a mão de leve em seu braço

— Como eu me tornei testemunha no caso da Lena? – pergunto intrigada

— A policia achou fitas de áudio quando você foi sequestrada, uma dessas fitas tinha o passo a passo do assalto da loja de conveniências, nela é possível ouvir claramente o atual culpado tentando ajudar a vitima e o Graham discutindo, logo depois ouve-se o tiro e o choro de uma criança – o advogado explica e vejo Swan levar as mãos ao rosto

— Calma, amor... Hei – a abraço de lado e aperto seu corpo ao meu enquanto ela chora

— Sinto muito, srta Swan – ele fala e sorrio fraco – na sua notificação explica tudo, srta Mills! Mas uma vez, sinto muito

— Zel, você abre a porta, por favor? – a olho e ela assente – olha pra mim – puxo o rosto de Emma – vai ficar tudo bem, ok?

— É doloroso reviver tudo isso novamente – Emma fala chorando

— Eu sei, mas você não estará sozinha – enxugo seu rosto – você tem a sua mãe, Lily, Zel... Você tem a mim, Emma – falo e ela confirma, voltando a me abraçar

— Regina está certa, vamos conseguir passar por isso... Passamos antes e vamos agora – Zelena apoia

— Preciso ligar pra minha mãe e contar tudo – Emma levanta e vai até o quarto

— Você fica com ela? – Zel me pergunta e confirmo – eu vou para empresa, mas qualquer coisa me chama, ok?

— Está bem, pode ir tranquila – respondo

Duas semanas se passaram e o julgamento se aproximava, a cada dia Emma estava mais tensa, era um processo continuo tentar anima-la. A semana da nossa formatura chegou, estávamos eufóricas com tudo isso, fomos pegar nosso vestido, testar a maquiagem e penteado, dar entrada nos documentos para a colação de grau... Nossa! Realmente estávamos eufóricas. Combinamos de nos encontrar na minha casa, eu e as meninas, seria uma noite de garotas antes do dia da formatura. Alex levou Maggie, Kara e a comida chinesa; Ruby levou Zelena e a tequila; Mary levou... Bem, a Blanchard deveria ter levado vinho, mas esqueceu; eu levei a Emma e queijos para comer com o vinho que Mary não comprou.

— Bem, eu comprei uma lembrancinha pra vocês, meninas – Zelena nos entrega caixinhas com uma pulseira

— Ah Zel, você é muito fofa mesmo – Alex agradece

— Bem, eu não queria parecer egoísta, mas só trouxe um presente para Regina – Emma dispara

— Trouxe? – falo manhosa e escuto risadas – o que tem pra mim? – ela me entrega uma caixa que me surpreende, tratava-se de um conjunto com um par de brincos e um colar – isso é perfeito, Emma – dou-lhe um beijo

— Não sei se combina com seu vestido, mas olhei esse conjunto com pérolas negras e lembrei de você – Emma da de ombros

— Você hein... Não precisava se preocupar com isso – falo batendo em seu ombro – mas são perfeitos

— Eu sei, mas quis mimar minha garota – Emma rebate e todas sorriem com minha cara boba

— Eu também tenho um presente – Maggie fala e todas olhamos para Alex

— Outro? – Alex diz surpresa

— Na verdade, esse é para Regina – Ela fala e me deixa sem jeito

— Para mim? – a olho confusa e pego o envelope que me entrega – posso abrir agora? – ela confirma

— “O sucesso é daqueles que batalham... Lembro que sempre te falava isso!” – olho para Maggie assustada e ela faz sinal para que prossiga – “Oi filha, é o papai! Sempre acreditei que este dia chegaria, você se esforçou e buscou a cada dia o seu sonho. Merecidamente venceu, e hoje os aplausos são todos para você! Obrigado por me encher de orgulho e por me mostrar que vale a pena seguir em frente” – olho para Maggie chorando – como assim?? O que é isso?

— Continue – ela pede

— “Minha Valentina, o que você alcançou hoje é uma pequena parte do que você ainda pode conquistar com o seu talento, não duvido disso, Agora você inicia uma nova etapa da sua vida, serão novos desafios e possíveis tempestades, mas tenho certeza que você irá superar com proeza. Parabéns pela formatura, minha pequena lua! Você merece toda a felicidade e sucesso. Att, papai” – termino de ler e caiu em lagrimas, não consigo tirar os olhos da carta

— Tem outra dentro do envelope, você viu? – Maggie observa e olho

— “Esta é uma conquista importante, porque é mais um passo rumo ao sucesso, e você deve se orgulhar, pois foi conseguida graças ao seu esforço. Me desculpe por não acreditar, mas hoje sei que você vai longe” – falo com voz embargada – “Você é uma pessoa especial e merecedora, pois lutou com força em todos os momentos e quando caiu voltou a se levantar, soube continuar lutando até conseguir o desejado, assim como te ensinei. Forte, guerreira, imponente como uma Rainha, minha Vitória. Parabéns, filha! Ass.: Cora”

— O que é tudo isso Maggie? – Emma pergunta tão confusa quanto as meninas

— Você quer me ver sofrer hoje, Maggie? – pergunto indignada – que diabos de presente é esse?

— Não entendeu, não é? – ela sorrir – seus pais não sabiam que você estaria se formando amanhã, viu a data?

— Então é ainda pior – falo olhando as datas – você forjou a escrita deles?

— Acho que você leu coisas especificas de vocês, não teria como saber – ela de ombros e levanto da cadeira furiosa e confusa – seus pais estão vivos, Regina – ela diz antes que eu fale qualquer coisa

— Meus... Hã? Não! – falo desnorteada

— Senta aqui e te explico tudo – ela segura minha mão e me guia para o lado da Emma – quando você foi enterrada viva fui até o hospital com você, fui chamada pelo Henshaw antes de conseguir ver a Alex. Ele e a agente Arias me contaram que existiam especificidades ocultas em seu caso, uma delas é que seus pais estavam sendo ameaçados e eles colocaram agentes disfarçados próximos a sua casa – ela continuava – eles viram algo errado e protegeram seus pais antes que fossem carbonizados

— Mas acharam dois corpos... Eu enterrei dois corpos – falo ainda sem entender nada

— O Diretor do FBI me disse que eles chegaram primeiro em sua casa, foram eles que indicaram à equipe medica que deveriam confirmar a morte de duas pessoas, seus pais queriam te proteger e o FBI decidiu que seria perigoso para vocês se Gharam achasse que Oswald não cumpriu sua missão de mata-los

— Eles? – tento puxar o ar que fica cada vez mais rarefeito

— Hei, hei, hei... Respira – Emma faz uma espécie de massagem em meu peito – alguém pega agua pra ela

— Tá aqui – Mary entrega o copo e me ajuda a beber, pois minha mão tremia muito

— Eu quero vê-los, quero agora – falo ainda ofegante

— Calma, respira – Maggie tenta me acalmar

— Você sabia disso? – pergunto a Alex

— Soube no dia do baile – ela fala com pesar

— Não fica brava com ela, eu a obriguei a ficar calada, qualquer informação antes da hora certa poderia colocar seus pais e você em risco – Maggie volta a explicar

— Brava? – sorrio ainda em lagrimas – meus pais estão vivos, acha mesmo que vou perder tempo ficando brava? – solto um sorriso ainda maior e olho para Emma – eles estão vivos – me permito derramar mais algumas lagrimas e vejo as meninas igualmente emocionadas – mas quando vou vê-los?

— Tentei adiantar e trazê-los para sua formatura, mas não consegui – ela me olha com pesar

— Mas quando, Maggie? – troco lagrimas por euforia – quero datas... Horário...

— Calma – ela sorrir – me deram de três a quatro dias

Estava tão eufórica que mal consegui dormir, algo me diz que minha maquiadora sofreria para fazer a maquiagem que havíamos testado. Nosso quarteto foi dividido entre maquiadores, cabelereiros, manicure, massagista... Queríamos tudo que era nosso por direito, David havia nos liberado para curtir o dia e dispensamos as namoradas, namorado e noiva para ser algo só nosso, nos veríamos apenas na hora da formatura. A hora se aproxima, cada uma vai para seu provador e somos bobas o suficiente para contagem regressiva antes de sairmos todas de uma vez.

— Um... – Alex grita

— Dois... – Mary segue

— Três – Ruby finaliza a contagem e saímos

— Nós realmente somos muito gatas – brinco e elas sorriem

Como teríamos uma festa black and White os formandos deveriam está a caráter, eu optei por um vestido longo preto, ele era justo no corpo e com algumas aplicações no fim, foi simplesmente amor a primeira vista. Ruby optou por um vestido mais curto, ficava na altura da metade de sua coxa, também preto, justo até a cintura e mais solto no seu decorrer. Mary também optou por algo mais curto, mas seu vestido fazia a diferença por ser branco, um modelo mais romântico assim como nossa menina sensível. Falando em diferença, Alex escolheu um vestido preto com formas que imitavam flores na cor branca e cinza, fora uma fenda espetacular que ia até uma de suas coxas. Era fato, estávamos perfeitas! Fomos até a faculdade, onde seria a cerimonia, todos os nossos convidados nos aguardavam na entrada, ao nos ver, a reação foi a mesma, estavam pasmos.

— Acho que nunca te vi assim, Alex – Kara fala boquiaberta e abraça a irmã

— Você veio dona Miranda? – a abraço

— Acha que perderia a formatura das minhas três noras e a melhor agente do mundo – ela fala espontânea e nos faz rir

— Espera, três noras? – Ruby questiona

— Essa menina aí – dona Miranda aponta para Zelena – é um dos meus tesouros

— Ah, a senhora é realmente preciosa – Zel vai abraça-la

— Essa seria a hora de parar de babar e da um beijo na namorada – Lily fala e arqueio a sobrancelha para Emma entender que penso o mesmo

— Na bochecha – aponto quando vejo que ela vai se dirigindo a boca – meu batom, amor – faço biquinho quando ela me rouba um selinho

— Meninas, vamos entrar em minutos – um amigo nosso nos chama

Fomos para nossas posições e curtimos o nosso momento. Mary foi escolhida para fazer o discurso representando nossa turma, Sr. Gold foi o nosso homenageado e discursou em agradecimento. Chegou a hora tão esperada, fomos ouvindo nossos nomes e um a um se dirigia ao palco para cumprimentar a banca, receber o diploma das mãos do Reitor e receber os cumprimentos do nosso professor homenageado. Aos poucos a fila foi tendo o seu fim e pudemos comemorar recebendo o titulo de graduados. Assim que somos liberados, corro para os braços de Emma e recebo um abraço caloroso.

— O que foi amor? – ela diz enxugando meu rosto assim que a solto

— Eu não consigo falar o quanto estou feliz – falo e ela volta a me abraçar

— Vocês aqui, nossa formatura, agora vamos comemorar com nossos amigos e família – falo com voz embargada – meus pais...

— Hei, parou! Nada disso – Ruby interrompe emocionada – enxuga esse rosto porque hoje vamos beber muito e só quero que sua maquiagem seja borrada se o motivo for a Emma

Nós sorrimos e seguimos para onde seria o coquetel que a turma havia preparado. Pra ser bem sincera, foi uma grande decepção! Musica chata, comida ruim, só se salvavam as companhias.

— Hei garotas, estou saindo daqui e vou para casa do Jeff – um amigo nosso fala – ele disse que todos estavam convidados

— Festinha no Jeff? Claro que vamos – Ruby fala animada e Zelena a encara – nem vem, o Jeff dá as melhores festas do curso de direito

— Levem suas acompanhantes, quanto mais gente melhor – ele fala e sai

— Nós vamos, certo? – Mary quase suplica e nós sorrimos

— Até a Mary não aguenta isso aqui... Vamos! – Ruby fala e nem nos da tempo de responder, sai puxando a Zelena e a seguimos

Trilha sonora: Fifth Harmony - He Like That

Assim que chegamos na calçada da casa ouvimos a musica alta e gritos de animação. Fomos entrando e Ruby tratou de correr para a mesa de bebidas, existiam pessoas na sala dançando, nos corredores se beijando, o Jeff em cima do sofá com uma garrafa de tequila na mão...

— Aqui está muito barulho, é melhor eu ir embora – Dona Miranda fala

— Eu vou com você – dona Elisa concorda

— Heeei, vocês vieram – o Jeff vem até nós – Ruby, traz bebidas... O que as senhoras querem beber? Temos de tudo – ele puxa Miranda e Elisa para a mesa de bebidas e começa a misturar varias coisas para que elas bebam.

Emma me puxa para o centro da sala e começamos a dançar no ritmo da dança. Swan cola seu corpo a minhas costas, colocando uma de suas mãos no meu abdômen, fazendo meu corpo seguir o mesmo compasso do seu. Levo uma das mãos até sua nuca, apoiando ainda mais meu corpo ao seu. A musica era sensual, o que favorecia ainda mais ao clima que minha namorada estava querendo criar, viro e fico frente a frente com seu corpo, num súbito golpe eu sinto suas mãos me puxarem e escorregarem para minha bunda.

— Estamos em um local publico – falo ao seu ouvido

— Você acha realmente que alguém aqui vai se importar se eu te beijar? – Emma dispara

— Então o que você está esperando? – falo e sinto sua mão apertar minha bunda

Começamos apenas com insinuações, nossos lábios ficavam se triscando de leve. Nesse momento Emma vem tocando sensualmente os meus lábios com sua língua, sexy e devagar. Sinto uma suave mordida e isso é meu impulso para segurar sua nuca e começar o nosso beijo até intensifica-lo, apertando mais os lábios uns nos outros, ganhando intensidade.

— Vocês sabem que lá em cima existem quartos, certo? – Ruby fala em voz alta e algumas pessoas param para nos olhar

— Ruby – a repreendo sem jeito enquanto nos olham

Pumps and a bump, pumps and a bump/ Salto alto e uma bela bunda, salto alto e uma bela bunda

I'll be that girl with the pumps and a bump/ Eu vou ser essa garota de salto alto e uma bela bunda

A festa aconteceu ainda melhor do que imaginávamos, bebemos muito, dançamos, Miranda e Elisa fizeram novos amigos e peguei Lily ficando com um garoto perto do banheiro, claro que essa parte era um segredo nosso. Pude ver Emma rebolando e sentir suas mãos passearem por meu corpo quando eu fazia o mesmo que ela. Saímos um pouco antes da festa acabar, Emma me levou em casa e seguiu para a sua. O dia seguinte não nos permitiu fazer muitas coisas, fomos ao trabalho praticamente arrastadas, novamente a ressaca havia nos pegado. O dia se passou maçante e ao seu fim pudemos dizer “ate que enfim o dia acabou, precisamos dormir”. No dia seguinte, nosso expediente foi tão entediante como o anterior, nenhum caso grande ou instigante.

— Meninas, poderiam vim aqui? – David nos chama para a sala de reuniões

— Alex – vou até ela e a abraço – Maggie? Emma?

— Estamos em uma reunião do clube da Luluzinha? – Ruby brinca – se for, você precisa sair David

— Rê, senta – Emma fala e a obedeço sem entender nada – Maggie, a palavra é sua

— Regina, eu estou te devendo algo, certo? – a olho sem acreditar – Emma conversou com o David e ele nos avisou que grande parte do pessoal havia saído... Ele nos cedeu essa sala para que pudéssemos ficar mais a vontade e pedi que suas amigas estivessem

— Maggie, isso é o que estou pensando? – pergunto com os olhos já marejados

— Oi minha menina – escuto uma voz soar e me levanto

— Filha – minha mãe profere chorando

Corro até seus braços e a sinto me abraçar forte, não me lembro de em algum dia ter recebido um abraço seu assim, tão forte, aquilo era perfeito. Eu não conseguia parar de chorar, sentia meu corpo todo tremer e algo extremamente bom me inundar. Ela desfaz o abraço, segura meu rosto e apenas me olha, sem falar nada! Um policial ajuda meu pai a se levantar da cadeira de rodas que ele estava e sinto o toque de sua mão em meu braço. O abraço forte, mas com carinho, ele parecia fraco e não queria machuca-lo ainda mais. Sinto um leve carinho em meus cabelos enquanto ele me falava palavras bonitas ao pé do ouvido, me dizendo o quanto estava orgulhoso do que eu me tornei e de como nunca duvidou disso.

— Bem, vamos deixa-los a sós agora – David fala, me fazendo desfazer o abraço

— Espera, quero apresentar vocês – falo rapidamente e tento enxugar as lagrimas que continuam caindo – esses são meu pais, Cora e Henry... Pai, mãe esses são meus amigos... Alex, Ruby, Mary, David que é meu chefe, a Maggie vocês já conhecem e... Bem... – estendo a mão para Emma – mãe, não pira... Essa é a Emma, minha namorada – falo e observo suas feições

— Vem cá menina – meu pai estende os braços e Emma vai até ele para abraça-lo

— Mãe? – olho para ela

— Eu sempre soube – ela de ombros – desde o seu baile... Fico feliz que, apesar de ser mulher, ela tem te feito feliz

— Sei que precisa de tempo para se acostumar a isso... – falo para ela

— Tive tempo para me adaptar a isso... – ela me interrompe – uma das regras que eu e seu pai estipulamos para que nos “matassem” foi não deixar de participar da sua vida

— Nos informaram quando se mudou para cá, quando entrou na faculdade, quando fez suas primeiras amigas em Seattle – meu pai olha para Mary e Ruby – quando começou a trabalhar – olha para o David – alguns... Como chama agora? – ele olha para minha mãe

— Ficantes – minha mãe sussurra

— Ok, eu entendi – falo sem jeito

— O que seu pai está tentando dizer, é que nos informaram sobre seu relacionamento e como estava feliz, estamos bem com isso – minha mãe conclui

— Sua mãe surtou, mas agora está bem – ele sussurra e fala como se minha mãe não pudesse ouvir, mas todos ouviram

— Agora vamos, vocês precisam de um tempo para conversar – Emma fala olhando para eles

— Vocês podem ir lá para casa – Mary oferece – eu vou sair com David, lá vocês podem conversar a vontade

Emma deixou eu e meus pais na porta do apartamento, conversamos muito, cozinhei para eles e me explicaram que não quiseram trocar os nomes e entrar para o programa de proteção a testemunhas, ao invés disso, ficaram em um tipo de unidade do FBI. No começo achei toda historia estranha e perguntei porque só voltaram agora e me explicaram que precisavam que Graham fosse preso para que eles estivessem livres. Fora que ambos seriam testemunhas no julgamento e não queriam que eu soubesse de sua “não-morte” em um tribunal. Uma semana se passou desde que os reencontrei, almoçamos juntos em quase todos os dias da semana, em alguns desses a Emma estava conosco. No meu dia de folga pudemos fazer um passeio, tomar sorvete, terminar a noite com pizza lá em casa junto com as meninas. Meu pai ainda estava fraco e não conseguia passar muito tempo em pé, me explicaram que havia levado uma queda e por isso a fraqueza. A semana foi proveitosa, mas uma nova notificação nos avisa que a data do julgamento chegou. No dia, logo de manhã, encontro com Emma e sua família na porta do fórum.

— Regina – Henry corre e se agarra a minha cintura

— Você veio? – pergunto espantada

— Vim sim – ele sorrir

— Mas já está indo – Emma corrige – nosso acordo foi dá um beijo na Regina e ir embora com a Lily

— Madrinha – ele pede fazendo biquinho

— Emma – faço o mesmo e ela revira os olhos

— Vão falar sobre minha mãe, tenho esse direito – ele bate o pé no chão e fala bravo

— Deixa ele ficar, não vai acontecer nada demais – dou de ombros

— Não queria que você revivesse tudo isso, Henry – Emma fala e ele a olha com carinho – tudo bem, mas se as coisas ficarem tensas demais para sua idade... Você sai com a Lily – ela olha para sua irmã que confirma com a cabeça

Entramos, o advogado do réu já estava sentado, mas ele ainda não estava. De repente dar-se inicio ao julgamento, chamam o réu e o Graham entra olhando para mim, cada olhar seu causava um efeito aversivo em meu corpo, Emma percebe e segura minha mão com carinho, Henry, que está do meu outro lado, tenta imitar a atitude da madrinha e faz o mesmo. O Juiz entra, os advogados de defesa fazem suas primeiras arguições, duas testemunhas são chamadas e o promotor deixa claro que o caso 001258 – caso da Lena – estaria em processo também naquele dia, sendo assim, chamaram August para depor.