Point Of View Regina

Assim que chegamos ao hospital corremos para o quarto do David. Me surpreendo assim que entro por ver que todos estão juntos, inclusive Alex e Maggie.

— Hei – David exclama meio grogue assim que nos vê

— Seu miserável, nunca mais inventa um susto desses – Emma bate nele e o abraça forte – eu tive tanto medo de te perder – bate nele novamente

— Desculpa por toda preocupação que causei – ele fala com certa dificuldade

— Bom, aproveitando que todo mundo está aqui... Recebi seus resultados – Foreman começa – você perdeu parcialmente a sensibilidade do lado direito

— Ele não sente o lado direito – Emma pergunta espantada

— Ele sente tudo, mas a sensação é como se ele tivesse recebido uma anestesia e o efeito ainda não passou por completo – Chase explica – ele sente um formigamento, dormência

— Porque tenho dificuldade para falar? – David pergunta pausadamente

— O lado esquerdo do cérebro tem algumas funções, como você sofreu uma lesão nessa parte, teve algumas sequelas, mas pelo o que vimos, todas são reversíveis – Foreman explica – a sensibilidade que perdeu vai voltar a medida que seus nervos forem se regenerando, claro que vai ser preciso fisioterapia, acompanhamento com um fonoaudiólogo e um acompanhamento meu também... Se você seguir tudo direitinho tudo pode voltar ao normal

— Inclusive a fala? – David pergunta

— Sim, inclusive a fala – ele confirma e Nolan sorrir – você está ótimo, mas quero que fique aqui por mais uns dois dias, só por precaução

— E eu? – Alex aproveita o embalo

— Bem, mocinha – Chase vira para ela e cruza os braços – você é uma das pacientes mais teimosas que já tive, então sei que não vai ficar quieta em casa – ele diz e Maggie concorda – sendo assim, só vai sair quando realmente confiar em você sozinha por aí

— Eu fico quieta – ela olha quase que em desespero e todos sorriem

— Alex, você tem feito os treinos cardiorrespiratórios que passei? – Chase pergunta e Maggie nega com a cabeça

— Tenho – ela confirma rapidamente

— Mais um motivo para não te liberar, nós dois sabemos que isso é mentira... Se você fizer tudo direitinho e se comportar, penso na possibilidade de te dar alta junto com o David – Robert estica a mão – temos um trato? – ela confirma e aperta a mão de seu medico – Maggie, olho nela

— Depois de dias tão tensos, merecíamos uma diversão – Lily fala se jogando ao lado de David

— Que tal um baile? Mover o esqueleto e comemorar a volta do meu menino – dona Miranda arrisca uns passinhos e nós gargalhamos

— Meu amor – Lily se aproxima dela – vamos combinar uma coisa? Troca baile por festa e eu te ensino um passinho melhor do que essa coisa bizarra

— Coisa bizarra? – Miranda finge ofensa – na minha época isso era um arraso

— Isso foi a quantas décadas? – Emma brinca

— Algumas – Miranda sorrir – poderíamos fazer um baile a fantasia

— Festa – Lily corrige

— E sou eu quem vai cuidar de tudo – ela fala olhando para a Lillith que se desespera – shiii... Não quero um comentário, mocinha! Prometo que todos irão se divertir... Você pode levar sua noiva e sua família agente Danvers

— Só Alex – ela sorrir

— Espera... Noiva? Agente? – David pergunta confuso

Naquele momento nós percebemos o quanto era necessário atualizar o David de algumas coisas, resolvemos fazer isso pela ordem cronológica dos fatos. Falamos do acidente de Emma e nesse instante eu e Alex nos entre olhamos, pois eu ainda não havia contado para Swan que aquilo foi proposital. Falamos sobre a recuperação dela depois da amputação e ele parecia em choque com tudo aquilo, a forma que encontrou para dar consolo tardio foi abraçar Emma e beijar sua testa, como se quisesse mostrar que agora ele está ali. Depois contamos da situação da firma e como tem sido trabalhar para o Glass, essa foi a deixa para falar sobre a demissão da Alex e o fato dela ser uma agente enviada para me proteger. A Danvers achou justo contar as vezes que saiu do trabalho colocando sua mãe como desculpa e acabou pedindo perdão por tudo. O próximo passo foi apresentar a Maggie e dizer que ela foi a encarregada pelo meu caso, quando ele ainda era da policia civil e foi aí que ela conheceu sua atual noiva. A parte mais difícil ficou para o final, quando contei uma parte da minha historia para todos eles.

— Então você entrou na proteção a testemunha depois que ele matou o cara? – ele me pergunta ainda confuso

— Não, entrei depois que ele matou meus pais – falo com certa dificuldade – um dia me chamaram para depor e quando voltei para casa a vi em chamas, depois de horas de sufoco veio a noticia de que acharam dois corpos e eram meus pais – a voz trava e não consigo controlar minhas lagrimas – me desculpem

— Tudo bem – Emma me ampara e afaga minhas costas

— Então seu nome mudou de Valentina para Regina – David conclui

— Na verdade meu nome era Vitória – todos se espantam e Maggie sorrir – meu pai sempre me chamava de Valentina quando minha mãe não estava por perto porque era o nome que ele queria me da, mas ela não deixou... Quando eu era menor de idade fiz uma identidade falsa para ir as festas e beber e nessa identidade meu nome era Valentina, foi com essa identidade que tudo aconteceu e foi ela que o Graham viu

— Quando peguei o primeiro depoimento dela não sabia se sentia pena pela situação ou pensava em mata-la pela identidade – Maggie completa e me faz sorrir

— Que saia justa – coro com a lembrança e todos sorriem

— Enfim irmãozinho, esse é o nosso resumão para você – Lily diz e se joga novamente na cama – na verdade faltou algo nesse resumo – ela diz e nos deixa confusos – a Mary não saiu do seu lado e quando saia era porque eu e a mamãe estaríamos aqui – percebo que Blanchard fica sem graça

— Gostou tanto daqui que até se disponibilizou a te dar banho – Ruby solta e todos gargalhamos enquanto Mary tenta mata-la com o olhar

— Obrigado por tudo, Mary – ele pega sua mão e a leva ate sua boca, beijando-a

— Mãe, acabei de pensar em uma coisa, aquela casa no campo dos Vandcamp ainda está disponível para festas? Seria um bom lugar para passar um fim de semana – Emma diz empolgada

— Perfeito filha, vou ligar agora mesmo para o Fred e pergunto – Miranda sai do quarto animada

Dois dias se passam e recebemos a noticia da alta de David e Alex, que já estava impaciente com a espera. Nolan começou sua fisioterapia e consultas semanais com fonoaudiólogo, eu comecei a frequentar a terapia e sou obrigada a concordar, foi ótimo! No inicio eu confesso que não vi diferença alguma, mas a partir do momento que decidi participar e ser verdadeira comigo mesma, a mudança foi inacreditável, acho que a melhor consequência dessa terapia foi à ausência de pesadelos. Às vezes eles ainda apareciam, mas numa proporção menor e menos assustadora.

Um mês depois

— Hei... – Alex diz assim que nos vê

— Oi – a abraço e cumprimento Kara, Maggie e Elisa – estávamos só te esperando

— Sr. Nolan, você não conhece minha mãe – Alex se aproxima – essa é a Elisa Danvers

— Só David – ele sorrir – é um prazer te conhecer – ele estende a mão e cumprimenta

— Fique a vontade – Miranda diz sorridente – Regina, você dorme com Emma, Alex com Maggie, eu vou dividir o quarto com Lily e Zelena – ela distribui os quartos – Killian divide com David e Henry, Mary com Ruby e Kara com Elisa... Pode ser? – ela conclui e nós concordamos – nosso baile será amanhã, espero que tenham trazido fantasias – diz animada

— E se o Chase vier – Emma pergunta

— Ele virá, mas disse que não fica para dormir – ela explica

— Regina – escuto um grito e vejo o Henry que abraça minha cintura

— Meu amor, como você está? – me ajoelho na sua frente – senti tanto a sua falta, sabia?

— Eu também senti – ele diz enquanto se agarra no meu pescoço

— Não esqueceu de nada? – Emma reclama

— Perdeu a noção do perigo, garoto? – David se une a ela, enquanto se apoia em uma bengala

Henry os abraça rapidamente e volta a ficar ao meu lado. Passamos o dia em meio a brincadeiras e risos. A noite, os preparativos para o baile já estavam encaminhados e cada um possuía uma função para que juntos pudéssemos acabar mais rápido. O nosso menino já estava lutando contra o sono, havia acabado de tomar banho, mas ainda assim queria ficar conosco.

— E se eu te contasse uma história? – pergunto

— Já sou grandinho, Regina – ele resmunga e todos sorriem

— Mas para isso não tem idade, já ouviu o menino sol que nunca queria ir dormir? – instigo sua curiosidade e ele nega com a cabeça – que tal se despedir de todos e irmos para o quarto?

Henry prontamente se despede e me estende a mão, me guiando até seu quarto. Depois que o ajeito na cama acabo me lembrando do meu pai, da forma que ele me embrulhava como um pacotinho na cama e seu beijo de boa noite depois de uma historia de ninar e me abençoar.

— Preparado? – pigarreio tentando me concentrar - Há muito, muito tempo, há milhões de anos atrás, não existia nada à face da terra… Nada de nada! Nem mesmo pessoas ou animais. Em contrapartida, o céu já era habitado: o Sol, a Lua, as estrelas… Já lá estavam todos – começo fazendo voz engraçada

Enquanto falava, via os olhinhos do Henry brilhar, como aquilo era incrível. Começo a passar de leve a minha mão sobre sua testa, ajeitando alguns fios de cabelo. Ele parecia está animado com a historia e meu medo era que ele não dormisse, ainda assim continuei.

— É por isso que nunca se deve ter medo do escuro – concluo

— Tem outra? – pergunta animado

— Que eu me lembre completa? Não! – sorrio – mas e se eu cantasse para você? – digo ao ve um violão na parede e ele se anima – mas você vai fechar os olhinhos e só ouvir

Começo a pensar em uma musica e decido tocar uma das minhas preferidas, Wicked Game. Henry sorrir de olhos fechados quando me escuta iniciar a música e sorrio em resposta mesmo sem ele ver. Após o refrão escuto Emma me acompanhando na canção e entrando no quarto, sentando ao meu lado.

The world was on fire and/ O mundo estava em chamas e

No one could save me but you/ Ninguém podia me salvar, a não ser você

It's strange what desire will make foolish people do/ É estranho o que o desejo faz as pessoas tolas fazerem

I'd never dreamed that I'd love somebody like you/ Eu nunca sonhei que amaria alguém como você

and I'd never dreamed that I'd lose somebody like you/ Eu nunca sonhei que perderia alguém como você

Percebo que ele dormiu e deposito um beijo em sua testa assim que guardo o violão.

— Vocês estavam aqui a muito tempo? – sussurro saindo do quarto e dou de cara com Lily e dona Miranda

— Nós três chegamos na parte que o sol vai brilhar no outro lado da Terra – Lily fala apontando para Emma

— Você será uma ótima mãe – Dona Miranda diz e me emociona

— Sempre sonhei com isso – olho para Emma e ela foge o olhar

Vamos para onde todos estavam, mas aquela reação de Swan não sai da minha cabeça. Nos reunimos no salão onde será a festa. Passamos um tempo conversando e Elisa se unia a Miranda para contar os micos dos seus filhos, cada história melhor do que a outra. Aos poucos as pessoas vão se despedindo e vão para seus quartos.

— Alex, podemos conversar a sós? – escuto Maggie sussurrar e Danvers confirma com a cabeça

— Meninas, eu e Maggie estamos indo – ela diz com o semblante preocupado, que era o mesmo de Maggie

— Amor, vamos também? – Emma dispara, sonolenta

— Vai indo para o quarto e logo depois eu chego – respondo

Swan se despede das meninas com um sorriso e me beija. Acompanho sua saída com o olhar, inquietamente.

— Porque sinto que você quer falar algo? – Ruby me olha desconfiada

— É que... Bem, tinha um quarto sobrando aqui... Que seria o do Robert, mas aí ele não veio – falo sem jeito e sinto minha pele queimar

— Regina Valentina Mills – Ruby se anima – você fez algo para a Emma nesse outro quarto?

— Fiz, mas não sei como levar ela até lá sem levantar suspeita – enrugo o nariz ainda com vergonha

— Só pra saber quanto vou me empenhar pra te ajudar... O que planejou? – Ruby pergunta curiosa e olho para Mary, esperando que me salve

— Nem vem, estou tão curiosa quanto a River – Mary atiça

Começo a explicar tudo o que vou fazer, mas sem muitos detalhes, esses seriam apenas à quatro paredes.

— Nossos últimos momentos foram meio desesperados, afinal faziam meses que não ficávamos juntas, mas eu quero mais... Quero nossa sensualidade de volta, nosso romantismo, as vezes parece que estamos no automático – concluo minha explicação e percebo elas me encararem perplexas – vão me ajudar ou não?

— Ainda não entendi muito bem o que devemos fazer – Mary diz confusa

— Ela quer esperar a Emma no outro quarto e quer que alguém a leve lá, sem que desconfie – Ruby diz impaciente – mas como? – ela se põe a pensar

— Ainda estão aqui? – Zelena aparece de camisola

— O que é isso minha ruiva? – Ruby dispara sacana – Regina... Acabei de pensar na sua solução – fala olhando para Zel – minha ruiva pode ir busca-la

— Primeiro, não sou sua propriedade – a ruiva se aproxima – segundo, não faço ideia do que estão falando

— A Regina quer um momento a sós com Emma e preparou uma surpresa – Mary começa

— É aí que você entra... Vai lá no quarto da Swan e inventa algo para leva-la ao quarto que seria do dr gostosão – Ruby explica

— E como eu faria isso? – Zelena a indaga

— Sei lá, delicia... Você é Zelena, sabe de tudo – Ruby dar de ombros e nos faz rir

— Precisamos conversar sobre esses apelidos – a West dispara – vou dá meu jeito, vai para o quarto, Rê – ela nos dá as costas e sai

Faço o que a Zelena pede e me visto rapidamente do jeitinho que planejei. Me olho no espelho para saber se fiquei como havia pensado e sorrio ao imaginar a cena da Swan entrando. Por fim, coloco o chapéu que completaria o visual e me sento no sofá, já a sua espera.

— Zelena, isso não pode ficar pra amanhã? – escuto Emma reclamar do corredor

— Emma, cala a boca e entra logo na droga do quarto – Zel parecia impaciente, preciso muito agradecer depois

— Que palhaçada é essa? – Emma fala assim que entra e vê algumas coisas em cima da cama, coisas que pretendia usar nessa noite – meu Deus – ela sorrir abertamente ao se dá conta que estou ali