Sentenced to love escrita por Cyz


Capítulo 24
Just breathe


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal... mais um capítulo e espero que gostem de ler tanto quanto eu gostei de escrever!
Esse cap é embalado ao som de uma música incrível que gosto muito, vocês irão saber a hora certinha do play
Sem mais enrolação, bom capítulo e, desde já, desculpem os erros.



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Point Of View Regina

Coloco uma roupa rapidamente e ao sair do quarto vejo Emma pegando suas chaves, a repreendo, mas é em vão! Vou com ela até a porta do carro na intenção tola de impedi-la, mas ela entra no carro e sai como louca me deixando no meio da rua gritando por ela. Por sorte o meu amigo chega, apenas entro no táxi, não me importando para a porta do apartamento de Emma, que deixei aberta, Archie me aconselha a ligar para o porteiro e pedir para fechar e assim eu faço, enquanto o vejo dirigir como louco atrás da Swan. Ver Emma dirigir daquele jeito me dava um desespero, meu coração estava apertado, como se eu soubesse exatamente o que vai acontecer. Escuto uma buzina insistente e começo a erguer meu corpo para ver o que é, de repente ouço uma batida. Archie me olha assustado como se quisesse saber se vi o que acabara de acontecer, eu sabia exatamente quem estava ali, mas me negava a acreditar. Archie me manda esperar e sai em busca de informação, estou desnorteada e fico atônita esperando por ele.

— O carro está destruído, Regina – ele fala com pesar – sinto muito

— Emma...  Não! – saiu do táxi e corro até onde ela estava

Algumas pessoas saem de seus carros e vão até onde ocorreu o acidente, sou amparada pelo Archie que me segura para que eu não vá até a Swan. Me desvencilho de seus braços e me arrependo de não tê-lo obedecido, o que vejo é lamentável. Emma está ensanguentada no carro, quase desacordada.

— Olha pra mim... Você não vai fechar esses olhos, me entendeu? – pergunto chorando e ela confirma

— Você me mandou te esperar... Isso é o que acontece se não te obedeço? – ela fala com dificuldade

— Cala a boca – a repreendo sorrindo – você vai sair dessa...  A ajuda já está vindo, fica forte tá?

— Lembra do que te disse hoje? – ela pergunta e fico confusa – eu te amo

— Não faz isso comigo – falo chorando

— Você tem que dizer que me ama – ela fala com dificuldade

— Eu não vou dizer...  Isso não é uma despedida... Você não vai morrer – vejo Emma tentando balbuciar algumas palavras e fechando os olhos logo em seguida – abre os olhos... Vai! Abre os olhos – grito

— A ambulância já está chegando... Se afasta – Archie fala me segurando – vai ficar tudo bem

Peço ao socorrista para levá-la ao Northwest, pois David estava lá. Entro no táxi e meu amigo nem espera meu pedido, segue para o hospital. Sei que devo ligar para a mãe de Emma, mas como vou dizer para uma mulher que perdeu o marido a menos de um mês que os seus dois filhos mais velhos estão hospitalizados por terem sofrido um acidente de carro? Chegamos ao hospital antes da ambulância, me dá um desespero só de imaginar a situação de Emma.

— Oi Regina, onde está Emma? – olho para trás e vejo o Robert

— O que faz aqui? – pergunto confusa

— Consegui o emprego e me mudei para Seattle... Emma não disse? – acho que ele percebe que não estou me importando para as informações dadas – venha, te levo até Miranda e Lily

— Elas estão aqui? – pergunto assustada

— Sim, elas vieram assim que souberam do David... Cadê a Emma? – ele pergunta confuso

— Dr. Chase, acidente de carro com uma mulher de 27 anos – uma mulher nos interrompe

— Preciso ir Regina... Laurel, leve a srta Mills até a família Swan, por favor – ele pede gentilmente e sai devagar

— É a Emma – grito antes dele chegar à porta

— Como é? – pergunta confuso

— Acidente de carro com uma moça de 27 anos... É a Emma – choro copiosamente e ele olha para Archie, que confirma

— Como isso aconteceu? – ele fala com os olhos marejados, se aproximando de mim

— Ela soube do David e saiu do carro como louca... Como vou dizer isso a Sra Swan? – pergunto e ele me abraça

Escutamos a ambulância chegar e corremos para a entrada. Chase toma a frente e pede para que eu fique afastada.

— Mulher, vinte e sete anos, pressão sete por cinco, o bpm chegou a quarenta e ela teve bradicardia na ambulância – uma moça fala rapidamente assim que abre a porta

— O que fizeram para controlar a bradicardia? – Chase pergunta enquanto examina os olhos da Swan

— Injetei uma ampola de atropina – ela responde rapidamente

— Dr, acho melhor ver isso – Laurel fala apontando para as pernas de Emma

— Ia chegar aí – a socorrista rebate

— Vamos levá-la para dentro agora – ele grita e corre com a maca

Entro e tento acompanhar o Robert, mas sou parada por algumas enfermeiras, vejo ele ditar ordens, mas não entendo quais são. Um dos médicos o para e faz sinal para que ele saia e assim ele faz.

— Sou amigo da vitima e me querem longe dela – ele fala desnorteado se aproximando de mim

— Ela vai ficar bem, não é? – pergunto tentando me controlar e ele me abraça sem dizer nada

— Hei, Emma é forte, certo? Não tem porque ter medo – ele enxuga meu rosto – me ajuda com a dona Miranda? – ele pergunta e confirmo

Fomos até a família Swan e Chase tenta explicar tudo da melhor forma possível, Miranda e Lily ficam em choque ao receber a noticia, pareciam não acreditar no que ouviam.

— Cadê a Emma? – Lilith pergunta

— Lily... – Chase tenta falar

— Onde está a minha filha? – Miranda grita

— Calma... Ela está sendo examinada, vamos aguardar – ele tenta novamente

— Qual o estado dela? – Miranda pergunta e percebo que Chase evita a resposta – não me faça perguntar novamente, Robert

— Pressão sete por cinco, teve bradicardia na ambulância e aplicaram atropina – ele fala obrigado – as pupilas estavam reativas e aparentemente normais, apesar de está inconsciente...

— E as pernas? – pergunto sem me conter

— O que tem as pernas – Lily pergunta nervosa e Chase me encara, mas não pude controlar

— Uma das pernas na Emma foi parcialmente esmagada – ele diz com pesar

Ficamos sem reação ao ouvir Chase falar, ele tenta nos acalmar e nos diz que é preciso esperar os exames e a avaliação médica. Enquanto esperamos, Miranda e Lily me colocam a par da situação do David e ligo para Mary, avisando tudo que aconteceu. Archie precisa ir embora e fico com a família Swan, não demora muito e o esquadrão apoio se une, sou amparada por Ruby e Alex, enquanto Mary vai em direção a Miranda. Robert foi em busca de informações, assim que Archie saiu e só voltou quase uma hora depois, com os olhos vermelhos.

— Esse aqui é o Dr Foreman – ele apresenta

— Fiz a avaliação da srta Swan – ele começa – os exames neurológicos indicaram uma concussão leve, nada preocupante, o coração sofreu um pouco com o acidente, mas agora ela está estável, ela teve algumas costelas quebras e escoriações...

— Estão monitorando o coração? Ela está consciente? – Miranda pergunta e o médico olha para Chase

— Ela é enfermeira – Chase responde a pergunta implícita para seu olhar

— Estamos monitorando o coração, pode ficar tranquila quanto a isso... E não, ela não está consciente, nós a sedamos – ele olha para o Chase novamente – a perna esquerda dela foi parcialmente esmagada pela porta do carro, isso causou síndrome compartimental, mas os socorristas aliviaram a pressão a tempo... No entanto, o pé dela não teve a mesma sorte e não conseguiremos salva-lo

— Como assim, síndrome compartimental? – pergunto

— Ela vai perder o pé? – Lily falou logo em seguida

— Não teria como fazer uma reconstituição? – Miranda fala ao mesmo tempo de Lily - revascularização, retirada de tecidos gangrenados... Ela pode ficar com o pé

— Calma meninas – Chase fala e olha para Foreman que lhe dá a palavra – síndrome compartimental acontece quando um músculo é lesionado, a pressão sobre o músculo esmaga os vasos sanguíneos, quando a pressão elevada não é reduzida, as fibras, os nervos e os vasos sanguíneos do músculo podem morrer – ele explica pausadamente – no caso da Swan, os socorristas fizeram uma incisão de seis polegadas na área tibial – olho para ele confusa – um corte na canela da Emma, para liberar a pressão e isso salvou a perna dela, mas o pé... – ele olha para dona Miranda – está completamente esmagado, é impossível restaurar e no estado que está, esperar mais é colocar em risco a vida dela, não podemos deixar essa inflamação atingir músculos adjacentes ou pior... Deixá-la propícia a uma infecção

— A melhor alternativa é amputar? – Ruby pergunta e ele confirma

— Dr. Foreman – uma enfermeira chama e o médico corre

Chase percebe algo que para nós é desconhecido e corre junto com o Dr Foreman, nos deixando em pânico. Minutos depois Robert volta nos dizendo que Emma será levada para cirurgia, ele explica que ela teve uma parada cardiorrespiratória, graças a bolhas de ar que estouraram em seu pulmão. isso fez com que o ar, que deveria estar apenas dentro do pulmão, começasse a vazar para a cavidade torácica. Dr Foreman aparece e nos fala que Swan está estável, mas que ele opta pela colocação de um dreno no tórax, algo temporário e que a ajudaria. Chase, sem demora, pergunta a dona Miranda se ela permite a cirurgia e ela assentiu. Horas depois fomos liberadas para ver a Emma, que ainda estava inconsciente e ligada a alguns fios que a monitoravam.

— Isso aqui é um tubo de látex entre as costelas dela – Chase explica se aproximando de mim – ele fica conectado a um frasco coletor que retira o ar do local anormal... Quando a pleura cicatrizar, o tubo é retirado... Não demora muito, só alguns dias – ele me tranquiliza

— Obrigada – é a única coisa que consigo falar

— O que é pleura? – Ruby sussurra como criança com medo

— Uma membrana que reveste os pulmões – Chase explica sorrindo e isso nos faz sorrir

— Vocês viram que ela estava com costelas quebradas, não pensaram em olhar os pulmões? – Miranda pergunta inconformada

— Nós não vimos nada de muito anormal, a senhora sabe que após um acidente assim, algumas coisas são comuns nos exames – ele se justifica – nós só tivemos ideia da dimensão quando fizemos uma tomografia computadorizada do tórax... Desculpa – ele fala cabisbaixo

— Não, Robert – ela se aproxima – eu estou estressada, não parei um segundo... Fico andando entre esse quarto e a UTI, para tentar ver o David... Eu sei que não houve erros, eu só... – ela respira fundo e Lily se aproxima – só queria que tudo fosse normal, com Richard, David, Emma... Eu não consigo me acostumar com essa nova versão da minha vida – ela chora enquanto é amparada por Lily e Chase

 

Uma semana depois

 

Passei essa última semana entre Nolan Glass e o hospital, há dias que não sei o que é dormir mais de uma hora de sono seguida. Emma havia acordado e fazia exercícios respiratórios diariamente, David continuava em coma, Mary estava quase na mesma situação que eu, estavam pensando em realocar o Nolan para um quarto, já que o estado dele é estável, dessa forma a família poderia visita-lo com mais frequência e talvez esse contato ajudasse na sua recuperação. Hoje o dreno da Emma seria retirado e ela estava eufórica com isso, em compensação, as dores na perna haviam aumentado e a cada dia os médicos se preocupavam mais com isso. Saiu do fórum e decido usar minha hora de almoço para vê-la.

— Oi amor – falo sorrindo assim que entro

— Vem cá – ela estende a mão e sorrir

— Você está pálida – falo me aproximando – e quente – complemento e olho para Miranda

— Tudo bem, só me sinto um pouco cansada – ela responde

— Olá meninas – Chase diz entrando – bom te ver Regina – ele diz preocupado – seus exames chegaram Ems... Já está recuperando a capacidade respiratória e a perna... – ele olha desconfiado para mim

— Eu não vou amputar – ela esbraveja

— Emma, seu pé só tem uma serventia nesse momento, te deixar fraca – ele insiste – fora a dor que você tem sentido... Vale mesmo a pena?

— Filha, escuta o Chase, por favor – Miranda fala em súplica

— Não, ninguém toca na minha perna – Emma grita

— Amor, você não vai usar essa perna para nada, você tem noção disso? – falo e ela leva a mão ao rosto enquanto começa a chorar – quanto mais rápido você fizer mais rápido isso acaba

— Não – ela grita novamente

— Olha pra mim Swan – Chase grita na mesma altura – aqui não é seu amigo, é seu médico... Sabe o que pode acontecer se não fizer o indicado? – ele pergunta e ela nega – primeiro ocorre a morte do tecido muscular, a liberação de mioglobina irá acumular-se nos rins e provocar insuficiência renal aguda... Fora que a liberação de substâncias tóxicas pelo tecido necrótico vai facilitar as alterações circulatórias... O fim disso, Swan, é a morte... É realmente o que quer? Um pé vale a sua vida? – Swan chora sem parar e parece buscar ar e não encontrar

— Amor – sento ao seu lado e seguro seu rosto, fazendo ela me olhar – você precisa respirar fundo, apenas respira – ela ainda chora muito, mas o ar parece ter voltado – eu preciso de você, eu te amo... Quero você de qualquer forma, contanto que esteja viva

— Você vai me amar assim...? – ela chora ainda mais

— O problema é esse, Emma? – a olho com carinho e coloco seus cabelos atrás das orelhas – eu te amo, você realmente acha que um pé vai fazer diferença no que eu sinto? – percebo que ela não para de chorar e a beijo – sente isso – levo uma de suas mãos ao meu peito – está sentindo? – pergunto e ela confirma – é por isso que estou com você... Porque você faz meu coração bater mais forte, me sinto viva quando estou ao seu lado – falo e ela não tira seus olhos dos meus – eu te amo pelo o que você é, por tudo aquilo que você representa em minha vida – selo nossos lábios novamente

— Pode preparar tudo – Emma fala assim que encerramos o beijo

Chase assente e sai da sala. Alguns minutos depois o Dr Foreman entra no quarto e examina a perna da Emma, verifica o pulso, temperatura cutânea, aparência da pele e vai explicando cada passo do que faz. A enfermeira entra e entrega a Dr. Foreman dois copos.

— Isso aqui é varfarina, um diluente para seu sangue – o médico explica e ela toma o medicamento – a cirurgia vai ser à noite, quando estiver mais próximo alguém vem te preparar, ok? E a enfermeira vai te trazer mais dois comprimidos até a cirurgia – ele fala e se retira

— Eu vou ao fórum para receber um veredito – falo olhando para o celular – mas assim que eu sair de lá venho para cá, certo? Eu prometo! – a beijo com carinho me despedindo e olho para Miranda que me libera com um olhar carinhoso

 

Trilha sonora: Breathe (2 Am)

 

Demoro um pouco mais do que pretendia, mas volto a tempo de conversar com Emma. Entro em seu quarto e a vejo chorando, meu coração aperta na mesma hora.

— Hei – me aproximo

— Nervosismo – Lily sussurra

Deito ao seu lado na cama e a envolvo, mesmo contra sua vontade.

— O que está fazendo? – ela pergunta

— Uma pesquisa revelou que um abraço forte pode diminuir o nível de estresse, diminuir os riscos de infecção, a pressão arterial e ainda ajuda no alivio da dor – falo não me importando com suas tentativas de se soltar – quanto menos você lutar mais rápido vai perceber que não vai a lugar algum, só vai sair dos meus braços quando vierem te buscar – concluo e ela me olha

— Quando a cirurgia acabar... Se eu demorar para acordar... Não olha pra minha perna – ela pede sem jeito

— Prometo, mas quero que saiba que ainda te amaria mesmo sem dentes – brinco e ela sorrir fazendo cara de nojo – seria a banguelinha mais linda de Seattle – concluo e a beijo enquanto escuto os risos de Miranda e Lily

Swan se acomoda em meus braços e ficamos assim por quase uma hora, até que Laurel entra para prepará-la para cirurgia e a leva para o centro cirúrgico. Chase fica próximo a nós e promete que nos manterá informadas.

 

Like an hourglass glued to the table / Como uma ampulheta colada na mesa

No one can find the rewind button girl / Ninguém consegue achar o botão para voltar, garota

So cradle your head in your hands / Então coloque a mão na sua consciência

And breathe, just breathe, whoa breathe just breathe / E respire, apenas respire, Respire, apenas respire

There's a light of each end of this tunnel you shout / Há uma luz no final de cada túnel, você grita

Cause you're just as far in as you'll ever be out / Porque está tão longe aí dentro, como se nunca fosse sair

 

— Posso te pedir um favor? – pergunto ao Chase e ele confirma – me explica como é?

— A cirurgia? – confirmo e ele olha para Lily que aparenta ter a mesma curiosidade que eu – após o início da anestesia, o médico faz uma incisão na pele, um pouco abaixo do joelho, aí os músculos são separados dos vasos sanguíneos e são apertados para impedir o sangramento...  Os músculos são reticulados formando o coto, daí os vasos sanguíneos são conectados, o couro é costurado sobre os músculos e é inserido drenos, para drenar o sangue durante os primeiros dias, quando a gente retirar os drenos, vestimos o coto com uma bandagem de compressão e acompanhamos a cicatrização – ele explica devagar

— Obrigada – sorrio e ele me abraça

— Ela vai ficar bem, você vai ver – ele diz – mas muitas pessoas se sentem deprimidos após esta operação, vocês vão precisar de um pouco de paciência com ela

— Pode deixar – falo olhando para Miranda e Lily

— Obrigada Rê – Lily me abraça – ter você ao nosso lado e ao lado de Emma, tem feito toda diferença – retribuo o abraço em mesma intensidade, mas não falo nada

— Lily tem razão, filha – dona Miranda fala sorrindo – Vou aproveitar que não posso fazer nada agora e ver como está meu menino – Miranda diz levantando-se e nós resolvemos segui-la

Chase estava certo quando falou sobre termos paciência com Emma, ela não tem falado muito, seu sorriso não apareceu nos últimos dez dias e ela evitava qualquer contato visual. Por sorte, apesar da tristeza, a Swan seguiu todas as ordens médicas e fez a cinesioterapia indicada, o que ajudou na recuperação da função respiratória e aliviou as dores musculares que ela estava sentindo.

— Aqui estão alguns antibióticos, para prevenir a infecção, não deixe de tomá-los – Foreman diz firme entregando a receita

— Pode deixar – Dona Miranda confirma

— No início você vai ter ajuda para colocar a bandagem, mas é bom você aprender a colocá-la, até para te dar mais independência – ele explica e Swan escuta tudo com a cabeça baixa – é importante não deixar de ir a fisioterapia, quanto mais rápido você reagir mais rápido poderá usar a prótese, ok? – ele pergunta e ela não responde – continue a fisioterapia, Swan, é importante fortalecer os músculos, manter a amplitude de movimento e aprender a usar a prótese... – ela continua sem responder e ele olha para nós – Você tem alguma pergunta, Emma?

— Posso ir embora? – ela fala seca

— Pode sim – ele diz e a ajuda a sair da cama para sentar na cadeira de rodas – dona Miranda, não esqueça de mudar os curativos regularmente – ele fala e ela confirma – no começo é difícil – ele sussurra para mim e para ela – mas essa fase de adaptação vai passar

— Eu quero ver o David – Swan diz olhando para o Foreman

— Você pode, mas sem demorar muito, ok? – ele retruca e ela sorrir

Foi a primeira vez que vi Emma sorrir em dez dias, aquilo foi o que de mais lindo me aconteceu depois de tantas lágrimas. Entramos no quarto do David e Emma se emociona ao vê-lo, faz um sinal com as mãos para se aproximar e nós apenas observamos, depois de empurrar a cadeira de rodas.

— Eu já saí daqui... Você precisa sair também, grandão – ela diz segurando em sua mão – como ele tá? Me falam pouco sobre ele – ela fala com os olhos marejados

— Falamos pouco, mas falamos o necessário – Chase diz sorrindo e ela força um sorriso

— Por está em coma, ele não responde aos estímulos externos... O córtex, que é a região do cérebro que nos dá consciência e reage aos comandos, está inibido – Foreman explica – a lesão no cérebro já foi cicatrizada, mas o corpo dele precisa reagir, só podemos esperar

 

Três meses depois

 

Os últimos meses foram caóticos, Emma estava indo para a fisioterapia, mas se recusava a ver um protético. Estava agressiva e dizia coisas que não imaginei ouvir dela, sabia que muitas dessas coisas eram ditas da boca para fora, mas ainda assim doía escutar. Se recusava a trabalhar e sair de casa, isso fez o Killian surtar, pois não sabia se conseguiria dar conta sozinho da empresa. Zelena ajudava no que podia, mas não conhecia comandos de programação, ou seja, não poderia ajudar tanto quanto o Jones precisava. O sr Glass assumiu oficialmente a firma, isso me levava a loucura e está nos levando a falência. Muitos dos nossos melhores clientes trocaram os nossos serviços pelos de Aurora, que saiu da firma e montou seu próprio negócio. Robin estava tentado a fazer o mesmo e se associar a ela, mas continuou na firma por causa do David, para não deixar o que é seu ser jogado no lixo de um dia para o outro. Finalizamos a faculdade com louvor, a única boa notícia desde a morte de Richard, mas ainda não nos formamos, a espera por isso deveria ser em meio a euforia, mas Alex estava desempregada e entre Portland e Seattle, mal nos víamos; Ruby estava trabalhando em triplo para que eu pudesse ficar de olho em Emma e Mary em David; Ah, Mary! Ela se tornou zumbie... Mal dorme, está entre hospital e firma, não tem se alimentado direito e ainda arruma tempo para me mandar sms me lembrando de comer e tomar as vitaminas. É estranho olhar para trás e ver no que a nossa vida se tornou, cinco meses atrás nós bebíamos, estudávamos, nos fartávamos de comida chinesa e ríamos das besteiras que achávamos estressantes e preocupantes... Hoje, nosso maior momento de diversão é deitar e dormir por duas horas, sem interrupções.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por terem lido e pelos comentários *-*

PS.: Twitter da fic @sentencedtolove



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