Sentenced to love escrita por Cyz


Capítulo 23
Comportamento perturbador


Notas iniciais do capítulo

Mais um para o dia de hoje... Esse cap é embalado ao som da música do Ed Sheeran - Tenerife Sea... Amo essa música e espero que gostem do capítulo, vocês irão saber a hora certinha do play



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Point Of View Regina

— O que foi isso no seu olho – Mary fala se aproximando

— Gente...  Me deixem sair daqui e conversamos com Alex – falo sem jeito

— Toma seu banho com calma e enquanto isso a Danvers toma café – Mary sinaliza e obedeço

Meu banho que tinha tudo para ser relaxante e tranquilo, na verdade foi rápido e cheio de preocupação. Saiu do banheiro ainda com roupão e ao chegar na cozinha vejo Alex fazendo birra ao ser obrigada a tomar café preto. Me aproximo de Mary e Ruby, fazendo um tipo de barreira entre Alex e a porta, mostrando que ela só sairia depois de nos dá uma explicação plausível do que aconteceu.

— Fui assaltada, não foi nada demais e estou bem...  Só queria beber – Alex fala impaciente ao vê nossa intenção

— Assaltada? – Mary diz pasma – e você fala isso nessa calma?

— Digamos que você esteja bem após o assalto... O que visivelmente não está... Que merda foi aquela com o Glass hoje? – Ruby dispara, brava

— Como assim? – pergunto confusa

— Alex resolveu dá uma de justiceira pra cima do Glass... Chamou ele de nojento, oportunista, falou que não era digno de respeito – Ruby explica e eu fico em choque – e ele a demitiu

— Você perdeu o juízo? – falo batendo nela – amanhã você vai até a firma se desculpar com ele e pedir seu emprego de volta

— Mas não vou mesmo...  Não me arrependo de nada que falei – Alex fala se levantando com certa dificuldade

— Hoje você dorme aqui – Mary ordena e a segura pelo braço – quer passar a noite aqui também Ruby? – River confirma e as duas seguem com Alex para um banho enquanto visto uma roupa

Danvers não estava em seu normal e após o banho fazia qualquer coisa para fugir das nossas perguntas. Pelos comentários feitos, eu descubro que o surto da Alex começou depois que ela pediu uma folga para ir a Portland e foi negada. Lembro do que ela me contou sobre seu primo e suponho que novamente o motivo foi ele. Resolvi salvar a Danvers lembrando do julgamento teste e mandando todo mundo dormir, ela me olha em alivio como se agradecesse. No dia seguinte,  levantamos bem cedo, nos arrumamos, ajudei Alex a esconder o olho roxo, tomamos nosso café da manhã e fomos para a universidade, sob os surtos de Mary. Fomos liberadas da Nolan Glass nessa manhã. Logo ao entrar na sala dou de cara com a presença insignificante de Lacey.

— Estou doida para tirar seu nome no sorteio de hoje – ela fala em deboche

— Seria um prazer te derrotar – respondo com mesmo tom

Lacey Ravin sempre foi um calo na minha vida acadêmica, é o tipo de pessoa que acredita que o mundo gira em torno de si, uma criatura essencialmente arrogante, insensível e indiscreta, para melhorar, ela era aquela que num espaço de sete minutos reclama o que equivale às 24 horas do dia, não era atoa que todos que se aproximavam, se afastavam em poucos dias.

— River... Sua vez de sortear – o professor fala

— Vamos ver – Ruby começa a balançar a caixinha com os nomes e pega um papel – acho que seremos rivais, Danvers – ela sorrir e mostra o papel, o sr Gold entrega uma pasta com informações do caso para Ruby e Alex

— Ok... McIver, sua vez – o Sr Gold chama novamente

— Que ela não tire meu nome, que ela não tire meu nome – Mary repetia em sussurro

— Terei mais uma chance de te derrotar, Blanchard – ela afirma e faz Mary tremer

Ambas recebem a pasta, entregues pelo professor e percebo que apenas duas pessoas restaram!

— Por fim, mas não menos importante – me entrega a pasta e entrega a Lacey – Mills e Ravin... Bem, as datas serão expostas no mural hoje a tarde, confiram data e horário! Boa sorte a todos

— Tanta gente, mas meu nome tinha que ser o sorteado – Mary fala com pesar

— Você ainda tem medo dela? – Ruby fala caçoando

— Não é medo... É cautela – ela corrige – ela carrega dentro de si um ressentimento enorme, sendo que não fiz nada

— Só roubou o emprego dela e hoje pega o crush que ela queria – Ruby explica

— Primeiro, não roubei o emprego dela, não tenho culpa se a Nolan Glass escolheu a mim e não a ela – Blanchard tenta explicar – segundo, não fui atrás do David... Ele que veio atrás de mim

— Uuuuuuh – brinco – olha pelo lado bom, tirando o perigo iminente que o ódio dela representa, até que ela é boa pessoa...

— Claro... Tirando isso – Mary dá de ombros falando sarcasticamente – e você? Tirando o fato da Ravin ser uma antissocial egocêntrica... Ela é uma ótima pessoa

— Pegou pesado – Alex fala sorrindo e me rendo

Já se passaram quinze dias depois da última vez que vi a Swan, conversamos muito por telefone, mas ela continuava em Portland com sua família. David, por outro lado, voltou para Seattle e parecia uma bomba relógio. Havia se afastado de todos, aparecia bêbado no trabalho, chegou até a ser preso algumas vezes por direção perigosa. A firma passou a ser, teoricamente, comandada pelo Glass, que começou a favorecer o Nolan em vários casos, deixando Robin e Aurora de lado. Ruby estava cada vez mais mal humorada, pois há dias que não falava com Zelena e para piorar, a Alex ganhou dela no julgamento teste. Já Mary estava saltitante, conseguiu ganhar da Rose McIver. Meu julgamento teste seria nessa manhã e eu estava uma pilha de nervos. Sinto meu celular vibrar e pego-o para ver o que é.

“Estou de volta a Seattle, mas acho que já está na faculdade. Sei que consegue... Você vai se dá bem hoje. Beijos da sua Swan”

“Oi amor, quero tanto te ver, sinto tanto sua falta”

“Também sinto a sua, mas concentre-se no julgamento rsrsrs”

“Prometo tentar hahaha”

— Mills, que bom te vê sorrindo enquanto isso ainda é possível – me viro e vejo a Lacey

— Ravin, que bom te vê soltando farpas antes de ser humilhada – retribuo com mesmo tom

— Cuidado com os ânimos meninas, deixem essa competividade para o julgamento – o Sr Gold fala – por sinal... Ao invés de estarem aqui, alfinetando uma a outra, deveriam está na sala, já estou indo para começarmos

— Sim, estamos indo – confirmo

Entramos na sala e as meninas me olham, passando confiança. Logo o nosso professor entra, seria o nosso juiz, ele dá inicio ao julgamento dando a palavra a Lacey.

— A querelante usou mensagens depreciativas contra minha cliente, tenho como prova os e-mails que estão sujeitos a interpretação – ela começa

— Protesto meritíssimo – falo levantando – a acusação apresenta um argumento fraco...

— Isso foi uma brincadeira boba que gerou uma demissão injusta – Lacey debocha

— Eu peço um contra processo – retruco

— Como é? – ela me olha assustada

— Em que é fundamentado esse contra processo? – O juiz pergunta

— Difamação – falo sem pestanejar – a própria advogada falou que os e-mails eram sujeitos a interpretação então a querelada pode ter interpretado de forma errônea – digo ironicamente

— Isso é um absurdo – a Lacey esbraveja

— Então você não vai ter problemas em provar – retruco e escuto os gritinhos de comemoração das meninas

— Contra processo aceito – o Sr Gold sorrir – se preparem e voltamos daqui a duas horas

Saímos e Lacey quase me leva junto com ela, sua raiva era notória e eu torcia para que isso não se virasse contra mim.

— Você foi incrível Gina – Mary comemora

— O problema é que não sei o que fazer agora – sussurro

— Você poderia dá uma amiga para sua cliente... Alguém de confiança e uma mulher dissimulada – Alex fala

— Teria que conquistar as pessoas, mas ser capaz de enganá-las se fazendo de desentendida – Mary completa

— Você precisa da Swan – Ruby fala animada e nós a encaramos – pensa bem... Charmosa, confiante, dissimulada e gostosa... Testemunha perfeita!

— Desnecessário a parte que você chamou minha namorada de gostosa e acho que ela não toparia – falo dando de ombros

— Liga e pergunta, você só tem duas horas – Mary fala

Pego meu telefone e ligo para Swan, torcendo para que ela aceite, pois passaria mais tempo com ela e teria a oportunidade de ganhar o caso.

— Emma, tudo bem? – falo assim que ela atende

— Tudo sim amor, não deveria está em julgamento? – ela pergunta

— Sim, estamos em recesso... Onde você está? – pergunto

— Em casa, fui a empresa, mas não consegui manter a cabeça lá, trouxe trabalho para casa – responde

— Ah, então tá... – perco a coragem de pedir o favor

— Porque sinto que você quer me pedir algo? – a escuto sorrir

— É que... Bem, eu precisava de ajuda no caso e a Ruby pensou em você, mas está ocupada – explico

— Me espera e estou indo aí – escuto um porta fechar e logo em seguida a ligação é finalizada

— Ela está vindo – falo para as meninas e elas comemoram

Assim que a Emma chega, eu a preparo e a coloco a par do caso, digo as perguntas que farei e criamos uma história para sua personagem. As meninas me chamam e dizem que o recesso acabou, nos fazendo voltar para a sala. Me coloco agora como advogada de acusação e Mary senta-se ao meu lado, fingindo ser minha cliente. O juiz da inicio a audiência e chamo minha cliente para depor.

— A senhora poderia confirmar sua posição na empresa? – pergunto a Mary

— Sou a administradora – ela responde

— A senhora tem conhecimento de como surgiram às gravações? – pergunto novamente

— Eu decidi dá uma festa para que os funcionários pudessem se divertir... Esse vídeo surgiu depois desse dia – ela explica

— Festa? – tento ir mais a fundo

— Sim... Nossa empresa fez um grande negócio e meus funcionários fizeram parte disso, mereciam comemorar tanto quanto eu – ela explica – essa foi minha forma de agradecer o empenho depois de tantas horas de serviço

— A senhora falou em horas de serviço... Tem dado trabalho extra a seus funcionários? – pergunto novamente

— Confesso que sim, todos nós temos trabalhado muito nesses últimos meses e assinar um novo acordo foi motivo de alegria para todos, afinal foi um trabalho em conjunto – ela explica – mas quero deixar claro que todos os funcionários foram pagos segundo a lei... Me refiro as horas extras

É a vez da Lacey interrogar minha testemunha e como sempre a Mary é impecável. Apresento minha nova testemunha e chamo Emma para depor.

— Qual sua função na empresa? – pergunto

— Agora eu sou gerente – ela fala firme

— Hum... Agora? – insisto

— Sim, antes eu era subgerente, assim como a Rose – ela responde

— Foi promovida há pouco tempo? – pergunto

— Faz um pouco mais de cinco meses – ela sorrir e meu mundo para

— Bem... – tento me concentrar – pelo o que vi nos documentos, você está na empresa a menos tempo do que a srta McIver – aponto para a ré – porque acha que ganhou a promoção?

— Sempre fiz um bom trabalho, nunca recebi uma reclamação, pelo contrário... Minhas habilidades sempre foram comentadas, faço o possível para ser uma funcionária exemplar... Dou tudo de mim, se é que me entende... – ela explica pausadamente e não consigo parar de imaginar que tem malícia em suas palavras

— Minha nossa – falo sem querer e Emma sorrir me confirmando o que imaginava

— Tudo bem srta Mills? – o sr Gold sussurra

— Sim senhor – sussurro de volta e pigarreio – srta Swan... Você é amiga da acusada? – evito olhar em seus olhos

— Éramos amigas, depois que eu fui promovida ela passou a ignorar minha presença – ela responde – acredito que ela queria minha promoção

— Acha que ela a inveja? – pergunto

— Sim – responde – não a mim, mas a promoção que ela queria, mas não fazia por onde ter

Pisco o olho para Emma mostrando que ela estava indo bem, mas a Ravin aniquila minha testemunha deixando claro que ela poderia ter sido manipulada por Mary e ter ganho a promoção em troca do seu testemunho. Swan me olha com pesar e tento dizer que está tudo bem. A Ravin chama a sua testemunha, a Rose representava a cliente, dupla perfeita! Ravin faz questão de mostrar sua cliente como vitima... A Rose está chorando??? Ah, essa vadia é mesmo muito boa no que faz!

— Pressiona ela sem dá muito espaço para ela falar, você vai desestabilizar... Foi assim que a venci, essa é sua fraqueza – Mary sussurra antes que eu me levante

— Devo confundi-la? – pergunto

— A deixa confusa, mas cuidado para não escorregar – Mary me empurra de leve para que eu levante e assim faço

— Você alega que sua imitação da sua chefe não passou de uma brincadeira... Falou também que não foi você quem postou os vídeos dessa imitação na internet, até agora estou certa? – pergunto

— Sim – ela responde

— Achou engraçado brincar com a imagem de outra pessoa assim? – pergunto a encarando – acha certo humilhar as pessoas e fazer brincadeiras desse nível, degradando quem elas são e falar abertamente sobre isso? Sente remorso srta McIver?

— Protesto – Ravin declara

— Você tentou a promoção quantas vezes? – pergunto antes do juiz falar algo

— Quatro vezes – ela responde

— Sendo assim, quatro anos seguidos, ok? – peço confirmação e ela confirma – você melhorou seu desempenho no trabalho?

— Melhorei – Rose responde fraquejando e me lembro do que Mary falou

— Já que seu desempenho melhorou, porque ainda assim não conseguiu a promoção?  – insisto – ficou sem reação ao ver sua amiga ganhando o que deveria ser seu e resolveu declarar guerra! O vídeo foi uma vingança pessoal, srta McIver?

— Preciso protestar? – Ravin fala

— Desculpe meritíssimo... Uma última pergunta – falo olhando firmemente para Rose – Aqui eu tenho um dos e-mails enviado por você a minha cliente, algo bem depreciativo, sabendo disso, ainda vai negar sua real intenção ao imitar minha cliente diante dos seus colegas de trabalho? Foi uma vingança srta McIver? – a encaro cada vez mais

— A vaga era minha, certo? Eu merecia! – Rose fala desnorteada olhando para Ravin

— Acho que podemos dá o caso por encerrado meritíssimo – falo antes que Lacey se pronuncie

— Caso encerrado... Parabéns srta Mills – o sr. Gold fala sorrindo

— Não existiam e-mails na pasta que o sr nos deu – Lacey fala acordando pra vida

— Eu sei disso, mas a hora de você se pronunciar com um argumento sólido e pertinente era antes da sua cliente confessar – ele da de ombros – parabéns a todos pelos julgamentos... Foram muito bem feitos – vai em direção a porta para se retirar e para em minha frente – manobra arriscada, mas extremamente inteligente srta Mills, parabéns - ele sussurra e apenas assenti a cabeça em agradecimento

— Você foi incrível Gina – Mary diz eufórica

Ruby e Alex quase pulam em meus braços para me parabenizar, todas estavam eufóricas. Emma se aproxima apenas quando elas se afastam um pouco.

— Você estava sexy... Se eu soubesse que um julgamento era assim eu teria me metido em encrenca mais vezes para você me defender – ela fala e sorrir

— Se vocês forem começar a sessão saliência...  Me avisem! – Ruby fala indignada

— Obrigada por me chamar, só não entendi porque eu – ela pergunta confusa – você tinha Alex e Ruby

— Precisávamos de alguém dissimulada, confiante e charmosa – Mary explica

— Ruby pensou em você – completo

— Além disso, precisava ser um mulherão... – Ruby da de ombros e Emma sorrir – ah propósito, vê se dá próxima vez você esconde a tensão sexual – ela fala me olhando – mais um pouquinho e vocês se atacam durante o julgamento

— Falando nisso – olha para Swan – me lembrarei daquela provocação

— Eu preciso transar – Ruby fala em desespero

— Fazer o que...  Namoro com a mulher mais gostosa de Seattle – Emma diz me deixando sem jeito – Vamos lá pra casa? – ela sussurra

— Meninas, vou indo – falo

— Achei que íamos comemorar – Alex diz tristonha

— Quando o semestre acabar... Saímos pra beber, todas juntas – digo e Emma beija meu pescoço, fazendo com que as meninas percebam a real intenção por trás de tudo aquilo

Seguimos para o apartamento da Swan, ela estava sorrindo, mas calada, como se aquilo fosse só o que ela queria mostrar e não o que realmente sentia.

— Quer conversar? – pergunto logo que entramos no apartamento

— Não sobre o que eu acho que você quer – ela responde cabisbaixa

— Vai diminuir – falo me aproximando

— O que? – ela pergunta confusa

— Essa dor... Você aprende a viver com ela, acaba se tornando suportável... Eu ouvi uma vez que "quem fica na memória de alguém não morre", às vezes quero sentir meus pais, então eu fecho os olhos e imagino as coisas que eu mais gostava de fazer com eles... E a dor diminui, você pode fazer isso

— O que você imagina? – ela enfim me olha

— Quando sinto muito medo de algo, lembro que meu pai me levava pra ver as estrelas e me fazia falar o que sentia enquanto me mostrava o céu, depois me colocava em seu colo e me ensinava algo ou me dava um conselho e me abraçava, mas não era qualquer abraço, era o mais forte e cheio de amor... Já minha mãe, ela não era muito conhecida por sua fofura ou por ser amorosa – sorrio lembrando e me sento no balcão a sua frente – mas lembro que todas as vezes que eu me sentia insegura, ela me olhava nos olhos e dizia: você é uma Mills, deixe de bobagem – a imito e Emma sorrir enquanto se coloca entre minhas pernas – você rir, mas era exatamente assim que ela falava – sorrio – lembro de uma vez, foi no baile da escola... Eu fiquei muito nervosa porque os meninos deveriam nos convidar e próximo ao baile ninguém havia me chamado...

— Os garotos eram cegos?? – ela fala sorrindo e abraça minha cintura, enquanto envolvo a sua com minhas pernas

— Pois é, concordo com isso – brinco – aí cheguei em casa chorando porque ninguém me queria e que as garotas eram melhores e mais bonitas que eu – dramatizo a cada palavra – minha mãe foi até meu quarto, sentou ao meu lado e disse que eu era perfeita... Que eu não conseguia ver isso porque estava insegura, mas que não precisava mudar nada em mim... Falou que até as minhas imperfeições eram perfeitas e foi aí que eu percebi que não deveria me importar com os outros, que ninguém poderia apagar minha luz – finalizo sorrindo e ela me olha encantada

— E você foi ao baile? – ela pergunta curiosa

— Sim, uma amiga me chamou e fomos juntas – respondo

— Amiga é? – ela fala arqueando a sobrancelha

— Amiga – beijo a ponta do seu nariz e ela sorrir – E minha mãe surtou na época, acho que se arrependeu dos conselhos que deu – gargalho lembrando da expressão da minha mãe – mal sabia ela que essa amiga me apresentaria outra amiga e nós sairíamos...

— A amiga de uma amiga foi sua primeira garota? – Emma insiste

— Isso! Confuso, né? – sorrio e ela volta a me abraçar pela cintura – mas hoje só tem uma garota que domina meus pensamentos – ela me abraça mais forte e retribuo sem falar nada

— Acho que preciso de um banho – ela diz enrugando o nariz

— Fazemos um acordo, você toma banho e cozinho para você... O que acha? – pergunto

— Acho que já estava na hora de me mostrar seus dotes culinários – ela volta a sorrir

Um tempo se passa e o jantar está pronto, faço uma salada simples e, sabendo que a Swan adora massas, decido fazer uma lasanha de frango, que já estava pronta dentro do forno. Vou até o quarto, mas não entro. Vejo Swan sentada na cama, com seus cotovelos apoiados nos joelhos, encarando o chão e a observo por alguns segundos.

— Oi Mills – ela fala ao me ver entrar

— Obrigada por hoje – falo sorrindo e me sentando ao seu lado

— Não precisa agradecer, eu gostei... Me diverti – Emma responde

Coloco seu corpo de frente para o meu, segurando seus ombros. A beijo com desejo levando minhas mãos até seus cabelos, tirando a presilha e soltando os seus fios loiros sem parar o que estávamos fazendo. Envolvo os fios dos seus cabelos engrenhados e isso é seu impulso para ela continuar. Me afasto um pouco e retiro sua blusa e, consequentemente, a minha, voltando a beijá-la. Sabe aquela sensação que você sente quando acorda de manhã e escuta a chuva cair lá fora, está frio, mas agradável e você não precisa sair da cama, então aconchega seu corpo a quem está do seu lado, nesse momento, um misto de boas energias te rodeiam. Essa era a sensação de beijar a Swan depois da tensão dos últimos dias. Viro seu corpo e distribuo alguns beijos em suas costas, retiro seu sutiã, me levanto e a puxo para que ela também levante. A conduzo até o banheiro e peço para que ela tire o resto de sua roupa enquanto encho a banheira. Começo a tirar minha roupa e admiro seu corpo nu enquanto a vejo entrar na banheira, sento atrás dela e puxo seu corpo para que cole ao meu. Swan repousa sua cabeça em meu ombro e seus braços em minhas pernas, uso os meus dedos para massagear seu pescoço e percebo o quanto está tensa. Pego a esponja e começo a molhar partes do seu corpo que ainda estavam secas. Ajudo Emma com o banho e vou depositando sucessivos beijos em seu pescoço e em seus lábios. Ao terminar, nos enxugamos e vestimos um roupão; a sento na cama, colocando-a em minha frente e abraço seu corpo por trás.

— Posso pentear seus cabelos? – pergunto e ela sorrir

— Você está me tratando como criança – ela responde – primeiro banho, agora isso...

— Não posso mimar minha garota? – sussurro em seu ouvido

— Gosto de você ousada, sabia? – fala manhosa se aconchegando em meus braços e apenas sorrio – na verdade... Gosto de tudo em você

 

Trilha sonora: Ed Sheeran - Tenerife Sea

 

Vou até o criado mudo, pego sua escova e começo a pentear seus cabelos delicadamente, parando às vezes para mordiscar sua orelha ou seu pescoço. Swan vira me olha com carinho e ajoelha na cama, ficando de frente para mim. De repente, após algumas carícias suaves, começamos um beijo doce e afável, nossos lábios pareciam encaixar-se perfeitamente, nossas línguas brincam em uma insaciável disputa e o ar se faz necessário, nos obrigando a parar. Emma começa a me olhar com afeto, não falamos nada, apenas trocamos carinho enquanto nos olhamos firmemente. Ela roça seu nariz em minha bochecha como se quisesse sentir meu cheiro, finalizando seu carinho voltando a me olhar.

— Eu te amo – ela sussurra

— Você o que? – sorrio nervosa

— Eu te amo – ela repete sem tirar os seus olhos dos meus – sempre foi difícil eu falar isso, mas quando é pra você... Se torna tão fácil, acho que é por ser verdadeiro! Pode ser precipitado, mas desde que te conheci me sinto diferente... Na verdade, me sinto eu mesma do seu lado...

— Eu te amo – a interrompo sorrindo

Me aproximo mais e começamos a insinuar um beijo... Aproximando-nos e nos afastando sem nos beijarmos, dou-lhe alguns selinhos, passando minha língua em seus lábios e a surpreendo com uma mordida suave. Começamos a nos beijar, devagar e em ritmo constante, seguro sua nuca, ela aprofunda o beijo e deita meu corpo na cama. O beijo ganha intensidade, Swan se livra do seu roupão e faz o mesmo com o meu, deita-se sobre meu corpo e apoia sua cabeça em meu peito.

— Adoro ouvir seu coração bater – ela sussurra – um dos meus sons favoritos

— Um dos? – finjo ofensa

— Sim... Porque em primeiro lugar está o som da sua voz – ela responde e deposita um beijo em um dos meus seios

Afago os cabelos da Swan e não demora muito para sentir seu corpo pesar sobre o meu, me mostrando que ela havia adormecido.

 

I'm so in love, so in love / Eu estou tão apaixonado, tão apaixonado

So in love, so in love / Tão apaixonado, tão apaixonado

You look so beautiful in this light / Você está tão bonita nessa luz

Your silhouette over me / Sua silhueta sobre mim

The way it brings out the blue in your eyes / O jeito como isso destaca o azul de seus olhos

Is the Tenerife Sea / É o mar de Tenerife

 

— Swan...  Seu telefone! – digo em meio a um sussurro preguiçoso, ainda acordando

— Ahn? – ela pergunta sem abrir os olhos

— Seu telefone, Emma – bato em seu braço e ela acorda desnorteada, indo até o telefone

— David...  Acho bom você está morrendo porque eu estava em uma cama quentinha com minha namorada ela fala impaciente e sonolenta atendendo ao telefone - como é? pergunta assustada –  onde?me levanto e vou até ela estou indo agora mesmo!

— O que houve? – pergunto assim que ela desliga a ligação

— David sofreu um acidente e está sendo levado para o hospital – ela fala chorosa – vou me trocar

— Eu chamo um táxi...  Você não vai dirigir assim – ligo para um amigo taxista e peço urgência

Coloco uma roupa rapidamente e ao sair do quarto vejo Emma pegando suas chaves, a repreendo, mas é em vão! Vou com ela até a porta do carro na intenção tola de impedi-la, mas ela entra no carro e sai como louca me deixando no meio da rua gritando por ela. Por sorte o meu amigo chega, apenas entro no táxi, não me importando para a porta do apartamento de Emma, que deixei aberta, Archie me aconselha a ligar para o porteiro e pedir para ele fechar e assim eu faço, enquanto o vejo dirigir como louco atrás da Swan. De repente ouço uma batida...

— O carro está destruído, Regina – Archie fala com pesar – sinto muito

— Emma...  Não! – saiu do táxi e corro até onde ela estava

Algumas pessoas saem de seus carros e vão até onde ocorreu o acidente, sou amparada pelo Archie que me segura para que eu não vá até a Swan. Me desvencilho de seus braços e me arrependo de não tê-lo obedecido, pelo o que vejo.  Emma está ensanguentada no carro, quase desacordada.

— Olha pra mim... Você não vai fechar esses olhos, me entendeu? – pergunto chorando e ela confirma

— Você me mandou te esperar... Isso é o que acontece se não te obedeço? – ela fala com dificuldade

— Cala a boca – a repreendo sorrindo – você vai sair dessa...  A ajuda já está vindo, fica forte tá?

— Lembra do que te disse hoje? – ela pergunta e fico confusa – eu te amo

— Não faz isso comigo – falo chorando

— Você tem que dizer que me ama – ela fala com dificuldade

— Eu não vou dizer...  Isso não é uma despedida... Você não vai morrer – vejo Emma tentando balbuciar algumas palavras e fechando os olhos logo em seguida – abre os olhos... Vai! Abre os olhos – grito

 

Should this be the last thing I see / Caso esta seja a última coisa que eu vejo

I want you to know it's enough for me / Quero que saiba que é o suficiente para mim

'Cause all that you are is all that I'll ever need / Porque tudo o que você é, é tudo que sempre precisarei


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Notas finais do capítulo

Então é isso!! LOOOOUCA pra saber o que acharam ^^,
Desde já, obrigada e até a próxima!

PS.: Twitter da fic @sentencedtolove



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