Sentenced to love escrita por Cyz


Capítulo 18
Memorial


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal... mais um capítulo e espero que gostem de ler tanto quanto eu gostei de escrever!
Esse cap é embalado ao som de Sia - Angel... Vocês irão saber a hora certinha do play



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Point Of View Regina

Falo com Emma por quase uma hora, mas ela estava muito cansada e bocejando, decido que é melhor me despedir e deixá-la dormir. No entanto, eu não conseguiria relaxar enquanto não conversasse com Alex. É, eu sei, como você pode questionar alguém se também esconde tantas coisas?? Pois é, sou irracional às vezes! Decido ir até a casa da Alex, apesar da hora. Toco a campainha e espero.

— Regina? – ela pergunta confusa – o que faz aqui?

— Posso entrar? – ela assente e eu entro – desculpa a hora, mas preciso falar com você... Bem, sem querer escutei você falando ao telefone e sei que sua mãe está bem, escutei você falando a alguém chamado Winn que daria um jeito de ser liberada do trabalho... O que tá acontecendo?

— Winn é meu primo, ele se meteu em problema e me pediu ajuda, se eu falasse a verdade o David não me liberaria e eu tinha que ser rápida, não queria que minha mãe soubesse que ele aprontou de novo – ela explica calmamente

— Você nunca nos falou dele – ainda questiono

— Porque nossa relação é complicada – ela senta e faço o mesmo – Winn só me procura quando faz besteira, é complicado – fala com pesar

— Desculpa ter te pressionado, não deveria ter feito isso – digo envergonhada

— Sem problemas, mas não conta pra ninguém – ela pede

— É claro, Alex... Nem precisava falar isso – vejo que Alex fica mal com tudo aquilo e decido ir embora – mais uma vez, desculpa

Vou para a casa morta de vergonha por tudo que fiz Alex passar. Novamente eu sinto a sensação de está sendo observada, mas entro no prédio sem olhar para trás. A semana acaba rápido, voltei a conversar com a Danvers e pedi desculpas mais uma vez, Ruby estava impossível porque soube que Zelena saiu uma noite com um cara que conheceu na balada, Mary está radiante porque vai a um memorial com o David, acho que isso chega a ser até um pecado. Conversei bastante com Emma e combinamos algumas coisas para nossa viagem até sua casa. Swan tentava montar uma boa homenagem para cumprir a promessa feita ao Henry e eu acabei ajudando em algumas coisas. Estamos na madrugada do sábado, combinamos de sair cedo porque o memorial seria às dez horas da manhã. Ouço a campainha tocar e imagino que é a Emma.

— Bom dia Mills – Swan diz assim que abro a porta

— Bom dia – falo sorrindo e dando passagem para ela

— Oi Mary, David já está chegando – ela diz ao ver a Blanchard, que sorrir em cumprimento

Servimos um pouco de café para Swan e o Nolan chega, trancamos todas as janelas, saímos e trancamos a porta. Ao chegar ao carro, nossas malas são guardadas, David conduz Mary para o seu carro e Swan me leva para o seu, como seu pé ainda estava machucado ela pede para que eu dirija, sua teimosia era impressionante, tentei convencê-la de irmos com o David, mas ela teimou em levar seu carro até minha casa e eu levaria o resto do caminho. A viagem foi tranquila e, por ser muito cedo, acabamos chegando mais rápido que o previsto.

— Filha – Miranda exclama assim que nos vê descendo no carro  – que saudade eu senti de você... O que houve com seu pé? – ela pergunta espantada

— Mãe, você me viu a uma semana – Emma retruca – foi uma torção boba, nem dói mais – fala olhando para o pé –  já larguei as muletas, mas tenho que ficar com a bota por mais três dias

— Você está bem mesmo? – pergunta preocupada e Swan confirma – vem cá e me dá um abraço – abraça Emma com força – vem cá você também, querida – estende os braços para mim e me abraça

Não demora muito e toda a família Swan está reunida, todos aparentemente espantados com a bota ortopédica usada por Emma. Henry, como sempre, é um amor de menino e não sai de perto de mim e de Emma, Lili e Miranda começam a pegar no pé de David, pois apresenta Mary como sua amiga. Alguns convidados começam a aparecer para o memorial e todos eram sempre bem recebidos.

— Filha, acho que está na hora – Richard fala

Nos levantamos e fomos até o jardim, onde seria o memorial. Estava tudo tão lindo, algumas cadeiras bem dispostas ao longo do jardim, um quadro grande com a foto da Lena, vasos com flores em pontos estratégicos e algo ao lado que estava coberto com um pano. Nós sentamos mais a frente e Swan fica em pé, diante de todos.

 

Trilha sonora: Sia - Angel

 

— Isso é difícil – ela diz suspirando, com um sorriso forçado e olhando para o Henry que estava ao meu lado – Eu vi uma vez que quando se faz um memorial, é porque a família não entende o que aconteceu e por isso se torna mais difícil superar aquela dor – Emma olhava diretamente para Henry enquanto fala – nós torcemos para que falar, reunir a família, rezar... Torcemos para que algo seja o suficiente pra tirar essa dor do peito – percebo que Emma começa a falar com certa dificuldade e ao olhar ao redor vejo sua família que começa a chorar – Eu não me lembro de como eu era antes de conhecer a Lena... Lembro de quando ela se mudou e de quando enfim eu conheci a tão falada prima Lena – todos sorriem e Swan enxuga algumas lágrimas que teimaram em cair – lembro das nossas brincadeiras com o David, Lili, Robert, Laura... Nossa! – ela sorrir –  Lembro de como ela defendia a Lili dos mais velhos... Mas não lembro de como era antes dela... A Lena era o tipo de pessoa que te fazia sentir livre pra ser você mesma, sem julgamentos e sem você precisar ter medo de perdê-la – Emma começa a olhar a foto de Lena com muito carinho – eu lembro que ela sempre teve medo de morrer e ser esquecida com o tempo, o que é algo bem difícil de acontecer, quem a conheceu sabe que falo a verdade... Então acho que ela deve está amando vê tantas pessoas se reunindo para lembrar o quanto ela é especial – as lágrimas de Swan passam a ser mais insistentes e cair cada vez mais, Henry corre até sua madrinha e a abraça pela cintura. Ela, por sua vez, afaga as costas do menino que também chorava, sem tirar os olhos da foto da Lena - Parece que hoje é difícil olhar ao nosso redor e se dá conta de como nossa vida é especial, só quando algo extremamente ruim acontece nós percebemos como pode ser doloroso sobreviver ao mundo... A alguns dias, uma pessoa muito especial me disse que é importante você tirar um tempo para dizer as pessoas o quanto você as ama enquanto elas ainda podem te ouvir – ela tira os olhos da foto e passa a olhar em meus olhos que já estão entregues a emoção – então que esse não seja um final de semana de dor, mas de amor... Que possamos falar o que sentimos enquanto é possível, que possamos viver, sorrir, amar... – ela faz Henry olhar para ela e o leva até o objeto coberto – sua mãe era uma mulher incrível e cheia de luz, ela nos mostrava que é possível sorrir mesmo na tempestade e que se a gente acredita todo e qualquer desejo pode ser realizado – Emma diz isso ajoelhada na frente do Henry e quando levanta puxa o pano nos revelando uma fonte linda que tinha no seu topo as iniciais LS – você vai poder olhar aqui pra fonte e lembrar que...

— Eu devo sempre sonhar e ter esperança – ele interrompe e ela assente – vai ser minha fonte dos desejos – ele diz olhando para as iniciais – Lena Swan... Obrigada madrinha

A emoção que Henry sentia era algo compartilhado para todos que estavam ali, Miranda e Richard foram até eles e David os seguiu, foi um momento lindo de se ver, comecei a imaginar como teria sido esses últimos cinco anos se tivesse minha família ao meu lado. Nunca fui muito próxima da minha mãe, ela sempre foi uma mulher cheia de preconceitos e pensamentos negativos, mas também era aquela que me recebia de braços abertos quando me via em pânico, era quem sentava ao meu lado nas noites de pesadelo e me mostrava que os monstros do quarto eram coisas da minha cabeça. Meu pai por sua vez, era aquele que me dizia os melhores ensinamentos que um ser humano pode passar para outro, era pra quem eu corria quando fazia bobagem e sabia que seria castigada, ele gentilmente me sentava em seu colo e dizia que eu deveria ser forte e que as grandes guerreiras enfrentam seus medos de frente e assumem as consequências pelos seus atos, foi assim que aprendi a ser forte e honesta. Não posso negar que senti um pouco de inveja da Swan, não por querer o que é dela, mas por querer ter novamente a oportunidade de abraçar meus pais. Emma vem até mim e me abraça forte, mas esse momento não dura muito, pois alguns familiares que não a viam a um tempo decidiram aparecer, ela se desculpou com um olhar e eu disse que tudo bem, da mesma forma. Não vi Swan por um bom tempo e fiquei conversando com David e Mary, em poucos minutos Nolan foi roubado de nós e ficamos apenas eu e a Blanchard.

— Regina, aquela não é a Emma? – Mary diz apontando para o bar da sala e confirmo com a cabeça – vai lá falar com ela

— Eu não sei o que falo – sussurro em negativa

— Vem, vou com você – Mary me puxa e vamos até Emma

— Oi Emma, tudo bem? – falo com tom de um simples cumprimento e Mary me repreende com o olhar

— Você precisa de algo, Emma? – Mary pergunta

— Queria a Lena, mas não dá – responde visivelmente bêbada enquanto olha para uma foto da sua prima

— Acho que você já bebeu o suficiente – digo pegando o copo e sou repreendida por ela – Mary, pode nos deixar a sós? – ela atende meu pedido – Hei, hei... – digo ao vê Swan pegando outro copo – conversa comigo ao invés de beber, pelo menos você sabe que não vou acabar com seu fígado

— Sabe o que me dá mais raiva? – eu nego com a cabeça – saber que ela poderia tá aqui – ela fala e começa a chorar – não foi um acidente ou doença, foi um miserável que atirou nela e deixou o Henry jogado no sangue da própria mãe – cada palavra dita por Emma pareciam facadas em mim, sua dor e sua raiva eram nítidas em meio a embriaguez – foi um assalto e mataram ela, Mills

— Eu sinto tanto... Eu... Me diz o que posso fazer – digo tentando ajudar

— Tanto faz, o cara tá preso e vai morrer lá dentro – ela diz chorando – era pra ser um final de semana de amor e não de dor – ela sorrir – que hipócrita eu sou, aqui bebendo e chorando pela Lena, porque queria ela viva

— Não chegamos nem a metade da tarde e sua família está aqui, vamos deitar um pouquinho e você descansa, o que acha? – falo e ela nega

— Vi a tragédia de longe e trouxe isso – Lili diz entregando uma xicara de café

— Eu não quero café – Emma disse zangada – quero que Regina me devolva meu whisky

Eu e Lili nos entreolhamos sem saber o que fazer.

— Eu sei que você e Lena eram inseparáveis, mas eu também a amava, Emma – Lili fala chorosa – já parou pra pensar o quanto dói te vê assim?

— Emma, você quer que o Henry sofra ainda mais no dia de hoje? – digo e ela me olha espantada – não me olha assim, é verdade! Como acha que ele vai ficar se vê a madrinha desse jeito, depois daquele discurso inspirador

— Eu sou uma fralde – ela diz chorando

— Você só é alguém que está sofrendo e não quer receber ajuda – faço Emma me olhar e enxugo parcialmente seu rosto - toma o café

Ela olha para a mão da Lili e pega a xícara, fazendo algumas caretas enquanto tomava, pois o café estava amargo. Quando ela acaba, apoio seu braço em meu ombro e ajudo a chegar ao quarto. Deito Emma com cuidado, tiro seu sapato, a bota ortopédica e a vejo com um olhar perdido.

— Vou ficar aqui até você dormir – digo me deitando ao seu lado – vem cá – a puxo pra perto de mim, percebo que ela está um pouco envergonhada pelo nível de álcool consumido – eu sei como é difícil perder alguém que amamos e não conseguir superar essa dor – acaricio seus cabelos e mostro que está tudo bem

— Você não fala dos seus pais – ela diz com a fala um pouco enrolada

— Atearam fogo na minha casa – falo com dificuldade – os meus pais não conseguiram sair a tempo e... Bem, eu estava do lado de fora da casa vendo tudo – queria prosseguir, mas não consigo, apenas respiro fundo – eu vi as chamas aumentarem, vi os bombeiros apagarem o fogo, escutei a noticia sobre dois corpos encontrados... E até hoje tenho pesadelos, nunca contei isso a ninguém, sabia?  

Emma me encara como se checasse como estou depois de falar, a olho com meus olhos marejados e ela se aproxima, meio desajeitada, me dando um selinho demorado com sabor de Bourbon. Swan volta a repousar sua cabeça em meu ombro e adormece. 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por terem lido e pelos comentários *-*


PS.: Twitter da fic @sentencedtolove



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