O vento batia no meu rosto e tentava me fazer cair mas por alguma razão eu ia ao encontro de um castelo de gelo. Nevava e ventava, minha trança estava se desfazendo mas eu não sentia frio, pelo contrario, o frio me aconchegava me dava um sentimento de segurança de paz……

A cena mudou e eu estava numa sala escura e húmida, ouvia gritos de horror. Uma voz sombria sussurrava no meu ouvido e eu estava tremendo:

— Fraca, idiota – a voz gritava – você traiu quem mais te amava, não é digna de amor e eles te abandonaram porque você é fraca.

A voz tinha razão, minha irmã me odeia e eu estava sozinha……

Acordo toda suada devido ao sonho e com lágrimas nos olhos. Esses sonhos estavam cada vez piores e mais longos. Era a milésima vez que eu sonhava com aquela voz tenebrosa.

Quando me virei para o lado vi Merida dormindo angelicalmente e me lembrei de ontem, ela tinha chegado e me encontrado chorando com a foto dos meus pais agarrada. Ela me abraçou e também começou a chorar, eu sabia que tinha acontecido algo com ela e o Hiccup mas sabia que aquela não era a melhor hora para conversar ou pedir detalhes da situação. Depois que ambas nos acalma-mos tomamos chocolate quente, assistimos o filme academia de vampiros: o beijo das sombras e conversamos sobre coisas sem importância enquanto nos enchíamos de chocolate. Era assim que fazíamos quando algo não estava bem mas nenhuma de nós achava que era a hora certa de se abrir. Quando me sentir preparada para falar com ela sobre o que houve ela vai me ouvir e vice-versa. 

Me levantei tomei banho, fiz minhas higienes vesti um moletom confortável azul claro e fui fazer o café para quando a Meri acordar.

Quando Meri acordou eu já tinha feito panquecas e posto a mesa.

— Bom dia Elsie. Oba! Panquecas. – Ela se sentou e devorou quase todas as panquecas da mesa em menos de 3 minutos.

— Deixa de ser esfomeada Meri! – Digo rindo e dando um guarda napo para ela se limpar. Ela me lembrava muito Anna e quando estávamos juntas meu lado maternal agia. 

— Vamos passear! – Ela diz se levantando da mesa e ajeitando um short que ela tinha deixado na minha casa mês passado para se precisasse fugir da mãe de novo. Por mais que não gostasse de roupas de patricinha ela adorava short pois ao ver dela eram confortáveis mas eu detestava pois deixavam muita parte da perna aparecer.

— Não quero não. – Digo me levantando também – vou ficar aqui e ler um bom livro, afinal de contas hoje é sábado e tenho direito de descansar.

— Por favor Elsa. Eu tenho que comprar roupas novas já que minha mãe deu todas que eu tinha para a caridade. – Ela diz toda manhosa fazendo olhos de cão abandonado na mudança.

— Tudo bem, mas será rápido. – Digo indo trocar de roupa.

— E será que você pode me emprestar dinheiro? Minha mesada acabou mas preciso urgente de roupas novas ou na segunda vou para escola de pijama. – Pedi ela.

— Tudo bem mas vai ficar me devendo sua folgada. – Brinco quando volto para sala vestida com um vestido que ia até um pouco acima dos joelhos da cor branca, um casaco castanho e uma bota sem saltos da mesma cor. Meus cabelos estavam presos numa trança igual a todos os dias. Eu odiava meus cabelos soltos porque eu parecia muito com minha avo que era muito má e não falava com minha mãe devido a não aceitar o casamento de meus pais.

Saímos de casa e fomos ao Shopping. A cabelos de fogo se dirigiu para uma loja de roupas com o meu cartão de créditos e eu com um pouco de dinheiro fui para uma loja onde eu sempre comprava livros.  Quando entrei na loja vi Emma – a irmã mais nova de Jack - tentando apanhar um livro numa prateleira muito alta. Me dirigi ate ela e falei:

— Oi Emma.

— Oi cunhadinha. – Ela disse me fazendo dar uma careta.

— Quer ajuda em apanhar esse livro. – Perguntei e ela assentiu.

Esforcei-me um pouco e consegui pegar o livro. Quando olhei a capa tinha escrito Ana e o beijo francês um livro que eu já tinha lido uns tempos atrás.

— Um bom livro para quem gosta de romances. – Digo lhe entregando o livro.

— Você não gosta? - Emma perguntou parecendo surpresa.

— Não. – Respondi simplesmente. A tempos atrás eu adorava romances mas deixei de acreditar neles por achar uma besteira essa história de alma gémea porem eu não ia dizer isso para Emma afinal ela só tem 14 anos e pode ser um mau exemplo.

Com os olhos procurei Jack ou a mãe de Emma em algum lugar afinal o shopping era longe da casa deles e não deixavam Emma sair sozinha. E antes que perguntem eu só sei disso porque eu e a família de Jack nos tornamos bastante amigos e não por eu ter nada com o Frost.

— Emma, você veio sozinha? – Perguntei curiosa. Será que ela tinha vindo sem avisar ninguém?

— Não Jack veio comigo mas ele disse que ia se encontrar com uma amiga. O que quer dizer que ela foi ter com alguma peguete. – Ela diz fazendo uma careta.

— Ele está se tornando cada vez mais irresponsável, onde já se viu deixar você sozinha. – Digo indignada.

— Não sou mais criança, sei me cuidar Elsa. – Ela diz parecendo aborrecida. Ela odiava que fossem super protetores demais com ela.    

— E alem do mais, eu realmente fui ver uma amiga. – Diz uma voz no meu ouvido. Com o susto dou um pulo para a frente e me viro dando de cara com o Frost que tinha um sorriso galanteador no rosto. 

— Droga Frost, você me assustou. – Digo zangada colocando uma mão no peito.

— Desculpe princesa nevasca, é que eu não queria perder a chance de sentir esse teu cheiro. – Ele diz ainda sorrindo e se aproximando mais.

— Para de ser idiota Frost, e dá exemplo para tua irmã. – Digo tentando não corar. Eu queria tentar me afastar mas estava difícil já que eu estava quase colada a uma estante cheia de livros.

Ele se aproxima mais e me cola na estante.

— Quero ver você fugir do meu beijo agora. – Ele sussurra no meu ouvido. No nervosismo minha mão acaba por se mexer demais e me faz derrubar alguns livros no chão fazendo com que Jack se assuste e dê um pulo para trás e consigo sair da posição em que estou.

Oiço Emma soltar uma gargalhada mas simplesmente saiu quase correndo da loja antes que Jack volte a tentar algo.

No caminho encontro Merida e percebo que ela estava um pouco sorridente demais para quem foi apenas comprar roupas e tento me recompor antes de perguntar o que ela aprontou mas ela fala primeiro:

— Deixa eu adivinhar. – Ela diz sorrindo – Jack Frost.

— Droga – sussurro baixinho. – Como você…?  

— Você está corada, algo que nunca fica, está suando um pouco e tem uma cara irritada. – Ela diz como se fosse algo grandioso.

— Esse é o efeito Frost. – Ela diz e logo em seguida gargalha me fazendo corar um pouco mais.

Eu odiava isso. Eu não queria sentir nem uma simples atracção pelo Frost, ele só quer se divertir e sinto que posso acabar me machucando nessa historia.

E mesmo que relutante tenho que concordar com Merida: esse é realmente o efeito Frost….