POV RAPUNZEL
Voltamos todos para o castelo de Breu em silêncio, ninguém estava disposto a falar nada.
A tensão do ar era quase palpável e o olhar de raiva que Meri mandava para Fada era quase assustador.
Não entendo porque Fada é tão desagradável conosco, nunca fizemos nada para ela e ela parece simplesmente ter começado uma guerra contra nós.
Sandy tinha me ensinado, durante nossos treinos, que meu poder por ser a luz me tornava mais sensível ao estado que as pessoas se encontravam.
Não tivemos muito tempo para treinar esse meu poder mas eu naturalmente conseguia sentir quando alguma pessoa estava muito triste ou tinha a aura pesada.
E a sensação que eu tinha quando estava perto de Fada era vazia, como se não estivesse ninguém em casa. Parecia uma floresta densa, rodeado pelo ódio que ela tinha de nós mas quando eu tentava ir mais fundo não sentia nada como se ela não existisse. É muito esquisito.
— Esperamos que saibam que fazemos isso pelo vosso bem. Vocês são especiais, únicos mas mesmo assim são crianças e não podemos correr o risco de vos ver machucados pelo Breu. Tomamos pouco cuidado porque de alguma forma ele descobriu muita coisa sobre vocês e agora tem as vossas fraquezas na mão por isso não podem lutar. - Homem da lua disse que do chegamos na porta de nossos quartos, aquela era sua despedida já que iríamos embora bem cedo amanhã. - Foi um prazer tê-los conosco e quero que saibam que quando tudo isto acabar encontrarei uma forma de voltar a adormecer vossos poderes novamente para que possam ter uma vida normal.
Todos assentimos e entramos nos nossos quartos.
Essa noite todas fomos dormir cedo e não ouvimos nenhum barulho vindo dos rapazes também, o silêncio era pesado em todo castelo apesar de eu ter quase certeza que ninguém estava dormindo.
Simplesmente ninguém queria falar nada.
O sono demorou a vir, só consegui dormir depois das uma da manhã por isso acordei meio mal disposta mas logo me preparo e entramos no portal mágico pela última vez.
Quando ponho os pés no aeroporto espero sentir alívio ou até mesmo alegria mas não consigo.
Por incrível que parece tudo o que sinto é decepção e sinto como se alguma coisa estivesse errada.
Mas não estava, essa era a melhor opção a ser tomada. Nós não estávamos prontos para aquilo.
Ao longe vejo minha mãe e Flynn me esperarem e meu coração se aquece.
— Então... é isso. Até logo pessoal, nos vemos na escola. - Hiccup parecia meio sem jeito e ele tinha total razão, o clima estava chato entre a gente.
Não nos tínhamos falado direito desde a notícia de que iríamos voltar.
Então assim Hiccup caminhou até sua mãe que a esperava com um sorriso assim como Jack que apesar de estar emburrado conseguiu sorrir para os pais e abraçar a irmã.
Para nossos familiares essa viajem tinha sido simples mas mesmo assim resolveram nos buscar no aeroporto com sorrisos e abraços, imagina se soubessem o que realmente fomos fazer lá.
Mérida se afastou em silêncio e foi de encontro ao pai que sorriu para nós antes de se afastar.
Assim só restou eu e Elsa paradas. Minha mãe e Flynn estavam me esperando em pé mas por alguma razão eu não conseguia caminhar até eles.
Parecia errado ir embora assim.
— Sinto muito. - Murmuro olhando para os meus pés.
— Eu também sinto. - Elsa respondeu me dando um sorriso triste.
Será que ela sabia o que sentia? Por que sinceramente eu não sabia porque ou pelo que sentia muito, as palavras simplesmente pareciam certas.
Enfim caminhei até minha família e pude deixar o aeroporto, aquele era meu lar, meu mundo por isso eu devia estar aliviada e feliz.
Mesmo assim quando cheguei em casa e fiquei sozinha em meu quarto eu chorei.
POV Elsa
Fiquei surpresa ao encontrar minha avó a minha espera mas agradeci aos céus por isso.
Ver todos sendo recepcionados por alguém fez com que um sentimento que eu não gostava apoderasse-se de mim: inveja.
Minha avó me abraçou em silêncio e fomos para casa sem dizer nada uma a outra, como sempre ela sabia o que fazer.
Eu estava tão absorta em meus pensamentos que não notei que minha avó estava indo para sua casa e não para a minha.
— Porque estamos indo para sua casa vovó? Você sabe que se Anna me ver teremos muitos problemas.
— Anna está com o namorado dela. Estamos indo para lá porque chegou o momento de a verdade se revelar. - Ela diz misteriosa e depois volta a se concentrar novamente na paisagem.
Quando o táxi parou em frente à casa e descemos eu já estava uma pilha de nervos.
As palavras de minha avó tinham me atormentando. Como assim verdade?
Ela subiu as escadas até seu quarto e eu seguia com o coração martelando no peito como se soubesse o que viria a seguir.
— Senta-te Elsa. - Minha avó manda e me sento na cama ao seu lado.
Ela me entrega um livro aberto em uma página em específico, as palavras parecem estar todas em outro idioma mas as imagens são claras.
Nelas estão pessoas se contorcendo enquanto sombras negras as possuem. Na imagem mostra que as pessoas após serem possuídas pelas sombras ficam com auras negras e caras assustadoras.
Olho para minha avó confusa e pedindo explicações.
— O mal vem rondando o universo desde sua origem, sempre procurando formas de entrar. Muitas vezes ela usa pessoas como Breu para poder entrar no mundo e fazer estragos. - Fico em estado de choque quando minha avó diz aquilo.
Como ela sabia de Breu?
— Com seus poderes Breu pode fazer isso que está no livro. Apodera-se das pessoas e transforma-las em bonecos do mal ao seu dispor, basta que as pessoas tenham um sentimento negativo como raiva, tristeza, inveja ou ódio. Foi isso que aconteceu com Anna. - Olho para minha avó sem reação.
Anna está sendo controlada pelo Breu.
— Se v-voce sabe disso porque nunca me disse, porque não tentou ajudar? - Minha voz sai trêmula e esquisita.
É difícil falar quando se tem tantos sentimentos borbulhando dentro de mim.
Porque minha avó nao fez nada se sabia da verdade?
— Porque eu não podia. Você sempre manteve a mente fechada sobre magia além do mais não era o momento certo nem a vontade do destino. Eu recebi o poder de enxergar o futuro com a ajuda das cartas e junto desse poder vieram responsabilidades, eu posso ver mas não muda-lo ou contar para alguém. No dia em que seu pai nasceu eu vi o dia e o motivo da sua morte e eu soube que não podia muda-lo. Igual ao que aconteceu com a Anna, eu sempre soube mas não posso fazer nada para mudar o seu destino. Mas você pode Elsa... derrotar Breu e trazer nossa Anna de volta é seu destino. -
— Não podemos. - Sussurro sentido meus olhos marejarem. - Eu vi algo horrível vovó... eu me vi fazendo coisas horríveis. Eu não posso... - Sinto minha garganta se apertar e fica difícil falar qualquer outra coisa.
Me sinto zonza diante de tanta informação, era tão estranho que saber que minha avó sempre soubesse de tudo e que a magia sempre andou perto de mim sem eu nem saber.
Talvez Tudo fosse diferente se eu soubesse dessas coisas antes, se minha avó tivesse me preparado antes mas agora é tarde.
Esse é o final.
— Sei de tudo meu amor, eu vi tudo. Mas você precisa ser forte. Tudo que vocês viram foi uma ilusão criada por Breu para que ficassem com medo, ele descobriu suas maiores fraquezas e traumas e usou contra vocês. - Ela disse firme apertando minha mão. - Vocês só precisam do treinamento certo e de força de vontade, mas precisa ser logo porque o homem da lua corre perigo. -
— Que tipo de perigo? - Pergunto preocupada. Apesar de tudo ele tinha sido uma boa pessoa para nós é me ensinou muita coisa.
Eu não conseguia imaginar ele sendo ferido por Breu.
— A escuridão se aproxima dele. -





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