Escuro…

Vozes…

Abro os olhos lentamente para me acostumar com a claridade do lugar. Onde estou?

Tento me levantar da cama mas sinto todo meu corpo doer e sem querer solto um gemido de dor. Eu estava péssimo.

— Jack! – Gritou Elsa Vindo até mim. – Graças a Deus você acordou. – Quando ela termina de falar apanha o celular e escreve algo nele. – Estou avisando a Meri e ao Hic que você acordou. Eles foram buscar algo para nós comermos.

— Onde... Onde estamos? – Pergunto sentindo minha garganta rachar de tão seca. Como se Elsa lesse meus pensamentos apanhou um copo de água que estava em cima de um criado mudo e me deu o que eu aceitei de bom agrado.

— Estamos no hospital é claro. Depois de tu teres caído naquele lago Emma foi esperta e ligou para o hospital.

As lembranças do lago vem com toda força fazendo minha cabeça latejar. Graças a Deus Emma estava bem.

— Quanto tempo passei desacordado? – Perguntei me apercebendo que já era dia.

— Três dias. – Elsa diz.

— Tudo isso? – Quase gritei. Passei 3 dias dormindo.

— Emma me chamou logo que chegou ao hospital e eu vim correndo para cá depois de avisar a Meri e ao Hic que estavam ainda na escola limpando. O doutor disse teres sorte de ainda estar vivo.

— Como assim? – Pergunto confuso.

— Segundo ele foi um milagre teres sobrevivido a água gelada durante tanto tempo. Quanto encontraram-te estavas quase azul e a tua temperatura era a de uma pessoa morta. – Elsa diz preocupada. – Os teus pais acabaram de levar Emma para casa. Ela estava se sentindo culpada pelo que aconteceu e não queria sair do teu lado.

— Ainda bem que você está bem, o doutor tinha dito para nos prepararmos para o pior mas não sei se eu aguentaria perder mais alguém. – Ela diz com a cabeça baixa me impedindo de ver seu rosto.

Como alguém poderia ser tão… perfeita? Tantos pensamentos fazem minha cabeça dar um giro de 360 graus.

Fechei os olhos tentando fazer a minha cabeça latejar, massajei minhas têmporas e senti minha pele gelada.

Que estranho, eu nem estava sentindo frio.

— Cabeça de vento! – Grita Meri entrando no quarto junto com Hic e com uma bandeja cheia de comida me impedindo assim de dizer qualquer coisa para a Elsa. – Quase nos matas de susto, mas eu sabia que ias acordar. Já estava a suspeitar que só deste uma de bela adormecida para a Elsa te beijar.

Gargalho com força enquanto Elsa dá uma bofetada leve no braço da Meri. Pelos vistos nada mudou.

— Os únicos que andaram a beijar por aqui foram tu e o Hic, E para isso o Hic não teve nem que fingir estar a dormir. – Provoco os dois dando um sorriso malicioso enquanto vejo ambos me darem um olhar assassino e Elsa tentar não rir.

Elsa ficava linda enquanto sorria e quando… foco Jack!

— E pensar que quase fiquei com saudade das tuas brincadeirinhas. – Disse Hic zangado, espero que morras congelado da próxima vez. – Sei que Hic estava brincando, as olheiras que os três tinham era sinal de que estavam todos muito preocupados comigo. Fico feliz em saber que apesar de já não sermos tão próximos assim ainda nos importamos uns com os outros. Porque nos distanciamos?

E foi assim que passei a tarde inteira com o pessoal: Hic e Meri discutindo a cada 5 minutos, Meri provocando Elsa e eu provocando Hic, Elsa tentando bancar a responsável e tentando não rir das minhas provocações a Meri e ao Hic quanto ao beijo.

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No dia seguinte Emma foi me ver de manhã chorando e pedindo desculpas por me ter chantageado. Depois do momento família chorona veio as broncas.

— A senhorita vai ficar de castigo por 3 semanas sem sobremesa, sem sair para passeios com amigas e sem celular e computador. Chantagear o seu irmão foi muito errado. – Disse minha mãe dura como sempre.

Dei um sorriso provocador para Emma e ela zangada me mostrou a língua. Ninguém mandou tentar me chantagear, mas ainda vou me vingar.

— E nem pense que esqueci de você senhor Jack, por ter apanhado o carro sem autorização vai ficar de castigo dois meses sem festas e outras farras. 

Faço uma careta horrível quando ouço minha mãe dizer aquilo mas simplesmente concordo. Ir contra as ordens de mulheres em especial as mães era procurar a morte.

— Ficamos tão preocupados. – Diz meu pai me abraçando apertado. – Depois convenço sua mãe a abaixar seu castigo para duas semanas. – Ele sussurra a ultima parte e pisca o olho para mim.

— Filho temos de levar a sua irmã para a escola e depois ir para o trabalho mas se quiser podemos faltar hoje para ficar com você. – Minha mãe diz.

— Não precisa mãe, eu vou ficar bem. O Hic ficou de vir me ver mais tarde para explicar as matérias para o teste que teremos.

— Então tá mas qualquer coisa liga que eu venho correndo. – Minha mãe diz e me abraça pela vigésima vez só essa manhã.

— Tchau Jack, aproveita a maravilhosa comida do hospital! – Diz Emma provocativa antes de sair.

Foi só falar da comida que a enfermeira entrou trazendo na mão uma bandeja com uma sopa verde e viscosa, um pedaço de pão tão duro que parece ter sido usado nas guerras do século 19 e como sobremesa gelatina. Eca! Odeio gelatina mais do que tudo nessa vida.

Para dar tempo ao meu corpo de se preparar para a tortura disse a enfermeira Cristina que iria tomar um banho antes.

Entrei no banheiro e me analisei no espelho. Eu estava horrível e me sentia horrível.

Meu corpo ainda doía, meus olhos estavam avermelhados e fundos devido as olheiras, minha pele estava gelada e dava a sensação de estar cristalizada.

Senti uma súbita fraqueza e me amparei nas paredes para toma equilíbrio. No momento em que toco a parede pequenos flocos de neve cobrem-na inteira fazendo um desenho quase perfeito de tão detalhado.

— O que… uau! – Volto a colocar a mão em outra parede e o processo se repete. Eu estava literalmente criando gelo do nada.

Aquilo era coisa de filmes e desenhos, eu não acreditaria se não estivesse vendo com meus próprios olhos. Era incrível.

Me sinto leve como uma nuvem e quando olho para o chão vejo que estou levitando.

Solto um pequeno grito assustado. Eu estava voando dentro de um banheiro de um hospital!

Começo a rir descontroladamente enquanto tento manter o equilíbrio e subir mais alto.

Aquilo era magico…

POV Hic

Caminhei para dentro do hospital de maneira decidida. Eu iria contar tudo para Jack hoje.

Fada tinha me aconselhado a esperar um pouco mas eu não estou conseguindo mais.

Entro no quarto e encontro Jack sentado na cama com um enorme sorriso na cara.

— Qual o motivo de toda essa felicidade? – Pergunto curioso mas ele disfarça e diz:

— Nada… eu só estou feliz de estar vivo.

Limpo a garganta e suspiro fundo para tomar coragem.

— Jack, eu quer falar algo com você mas tens de prometer ouvir até ao fim, não me chamar de louco e não rir.

— Tudo bem. – Jack diz curioso. – Mas quanto a parte de não rir não prometo nada.

— Bom… nós somos a reencarnação de guardiões que tem por obrigação salvar o mundo da escuridão eterna. Quando reencarnamos ficamos com os mesmos poderes só que adormecidos e a mesma aparência além de termos os mesmos deveres que eles: proteger o mundo. – Digo serio e direto, enrolar não ajudaria em nada.

Por alguns minutos Jack olha para mim de forma preocupada até que gargalha.

— Dessa vez você me pegou mesmo Hic, eu quase fiquei com medo de você estar louco. – Ele diz divertido olhando para minha cara.

— Eu não estou mentindo nem estou louco Jack. É a mais pura verdade. E apesar dos teus poderes estarem adormecidos eles vão acordar e ai vais ver. – Digo confiante.

Jack me olha por um instante como se estivesse se lembrando de algo e diz:

—… a hora chegou, a segunda fase vai começar e vocês tem de estar preparados. Escute, Confie e acredite… Magia… - Ele diz baixo me deixando confuso. – Foram essas as ultimas palavras que eu escutei antes de desmaiar no lago aquele dia e tenho certeza que aquela não era a voz de Emma.

Para um pouco para pensar, talvez eles tivesse dito aquilo para Jack para prepara-lo para a nossa conversa. Homem da lua já sabia que eu pretendia falar com Jack. Realmente inacreditável.

— Essas palavras foram ditas pelo Homem da lua. – Digo confiante.

— Quem?

— Homem da lua. É o governador de Clear um mundo magico que fica situado na lua e protetor da terra. Foi ele quem fez com que reencarnássemos na terra e deu-nos parte do seu poder.  Então agora acreditas em mim?

— Isso não deixa de ser estranho mas sim eu acredito! – Diz Jack me fazendo relaxar, graças a Deus ele acreditou em mim. – Mas sobre os meus poderes estarem adormecidos eles não estão não.

— Como assim? – Pergunto surpreso.

Jack muda a posição em que estava sentado e pega num copo de água que estava no seu lado. No exato momento que ele toca o copo a agua congela me fazendo soltar uma exclamação de surpresa.

— Você tem poderes de gelo. – Constato o obvio, meu cérebro ainda não tinha processado direito as coisas.

— E ainda posso voar. – Ele diz muito feliz.  – Mas mudando de assunto somos só nós dois os escolhidos ?

— Não, mas eu preferi ter a sua ajuda para falar com elas. – Digo.

— Quem são elas? Eu conheço? – Ele pergunta curioso.

— Sim, Rapunzel Corona, Elsa snow e Merida dunbroch. – Digo vendo ele formar uma careta de surpresa.

— Estamos muito encrencados…